Nozaki não dormiu muito naquela noite.

Não era como se isso fosse algo novo – muitas vezes, quando aconteciam imprevistos ou o mesmo não conseguia terminar tudo a tempo, ele passava os últimos dias antes da data de entrega em claro terminando o manuscrito do mangá. Umas horas de sono a mais no dia seguinte e alguns comprimidos para dor de cabeça seriam o suficientes para resolver tudo.

Porém, o seu problema dessa vez não era o mangá, por mais que essa confusão toda tinha atrapalhado seu andamento. Era algo muito mais complexo, que o fizera passar horas e horas encarando o teto do seu quarto se perguntando como não tinha percebido aquilo antes.

Para resumir, ele não fazia ideia até aquele momento do quanto Sakura era uma boa amiga para ele.

Ele lembrava-se com clareza do dia anterior; da surpresa que sentiu atrelada à felicidade quando ela disse que o mangá era importante para ela por causa dele. Nozaki tinha certeza de que nunca tivera um amigo falando aquilo para o mesmo antes, e nem tivera aquela quentura agradável no peito quando percebera o quão importante ele era para ela.

O que o levara a pensar que talvez deveria retribuir Sakura de alguma forma. O que o fez pensar em que tipo de coisas poderia fazer, talvez algo que ela gostasse...

...O que o fez perceber que não fazia ideia sobre os gostos dela. Ou sobre ela em geral.

E isso tinha o levado a uma pequena epifania, porque já tinham passado meses e ele não sabia quase nada sobre ela. O que era errado, pois Sakura era uma assistente valiosa, sua amiga e parecia conhecê-lo muito mais do que ele a conhecia...

Foi depois de horas repreendendo a si mesmo, tentando lembrar-se de coisas em vão e checando mangás para referência que Nozaki concluiu que tinha de fazer algo quanto a isso.

Porque até protagonistas de mangás conheciam ao menos a data de aniversário e cor favorita de suas melhores amigas, então ele tinha de dar um jeito de conhecê-la melhor de alguma forma...

A opção que encontrou para fazer isso foi bem direta.

– Sakura.

Ele começou bem cedo, quando a vira indo em direção a sua sala antes do início das aulas.

– Ah, Nozaki-kun? O que foi? – Ela piscou, tombando a cabeça para o lado. A frase de ontem voltou a sua mente quando ele encarou a garota, assim como a sensação de antes, e ele hesitou um pouco antes de continuar.

– Qual é a sua cor favorita?

A garota parou.

Eh? A mesma engoliu em seco, honestamente confusa e sentindo suas bochechas esquentarem. Ele estava querendo saber mais sobre ela, assim, do nada?

...Ah, espera. Talvez ele só estivesse querendo saber aquilo para saber qual cor usar para algo? Ele já tinha a perguntado sobre tendências entre garotas de sua idade antes, afinal.

– Eu... gosto de vermelho... – Ela começou, falando com uma voz levemente receosa.

– Vermelho...? – Ele parecia ter uma expressão pensativa no rosto, e tirou um bloquinho de seu bolso. Sakura imediatamente pulou em seu lugar ao ver aquilo e tratou de continuar:

– Ah, mas eu gosto de azul também! Sabe, da cor do uniforme da Mamiko! – A ruiva continuou, fechando os punhos em determinação. – E também o tom de rosa da roupa dela da última capa colorida de Março!

– Hm. A que tinham os coelhos?

– Sim! Aquele era um rosa bem bonito! – Ela sorriu para ele, que o retribuiu e anotou no bloquinho. – Você definitivamente devia usá-lo mais vezes!

– É, talvez eu possa usá-lo na capa colorida do mês que vem...

– Ah, que ótimo! Fico feliz que tenha ajudado! – Sakura falou alegremente, antes de piscar quando ouviu o barulho do sino. – Epa, eu tenho que ir. Até mais, Nozaki-kun!

Ele observou-a ir, ainda sorrindo levemente. Nozaki então se voltou para o bloquinho, feliz que tinha conseguido mais ideias para seu mangá-

E parou, observando o que tinha acabado de anotar.

Como eles tinham voltado para o assunto de seu mangá mesmo? Ele estava tentando saber mais sobre a Sakura, e não procurando dicas para cores de roupas da Mamiko. O que...?

A ruiva tinha o feito desviar o assunto em algum ponto da conversa. Seria ela tão apegada assim à Let’s Fall in Love? Seria isso por causa dele?

Ah, lá estava a sensação quente e agradável de novo.

Nozaki franziu o cenho. Ele tinha de pensar em outra coisa.

xxx

Ele planejou a segunda tentativa para o intervalo, quando ambos tinham se sentado do lado de fora do prédio no banco usual e estavam prestes a comer suas marmitas.

Nozaki olhou a garota de soslaio, mal ouvindo enquanto ela comentava algo sobre Wakamatsu. Ele lembrou-se da pequena lista de “coisas necessárias de se saber” que havia feito após pesquisar em alguns shoujos no dia anterior e resolveu colocar seu plano em prática.

Ele dirigiu seus olhos então para a marmita que ela segurava – simples, com algumas comidas enfeitadas como normalmente faziam em mangás – e inspecionou mais o tipo de comida que havia ali. Nada diferente do comum... Ele se lembrava de que Sakura sempre comia as coisas que ele fazia para ela, então ficava difícil separar o que ela gostava do que ela não gostava.

Talvez ele só devesse fazer uma marmita para ela como agradecimento. Mas aquilo não só queria dizer que ele tinha perdido o propósito da investigação? O garoto suspirou, o que chamou a atenção da ruiva.

– Eh? Nozaki-kun? – Sakura parou seus movimentos, a mão que subia com uma salsicha cortada em forma de polvo parando a centímetros de sua boca. – Aconteceu alguma coisa?

– Não, é só que... – Ele hesitou antes de continuar. – Sakura, qual é sua comida favorita?

– Eh? – A garota corou novamente, deixando a salsicha cair no chão em sua surpresa. De novo com essas perguntas?

Mas... Ele parece realmente aflito com alguma coisa. O que será que houve? Problemas com o mangá, um bloqueio criativo, talvez? A ruiva pensou para si mesma, comprimindo os lábios.

Desse jeito, Nozaki parecia quase... Inseguro de alguma coisa. Seu coração deu um salto ao pensar que ele estava a deixando ver esse lado de si mesmo. Porém, ainda assim...

Eu tenho que animá-lo de alguma forma...! Ela concluiu, abrindo um sorriso determinado em seguida.

– Eu amo doces! Mas em especial, acho que os que você faz são os melhores, Nozaki-kun!

– Eh? – O garoto piscou, e a sensação espalhou-se por seu ser novamente.

– Principalmente aquele cheesecake que você me deu para provar na semana passada! O com amoras, estava uma delícia! – Sakura continuou, flores parecendo surgir com sua animação. – Você realmente cozinha muito bem, Nozaki-kun!

Ah... Não, o assunto estava voltando para ele de novo...!

– Então... Seu aniversário... – Ele tentou novamente, mais angustiado que antes.

– Eh? Foi dia 17 de Março. – Sakura falou em seguida, levemente confusa.

Já passou? O garoto sentiu uma onde de agonia descer sobre si mesmo. O aniversário dela passou e eu não soube?!

– Ah! Nozaki-kun, não fica assim! Foi num domingo e nós não tínhamos marcado nada para esse dia, então! – A ruiva fora rápida em acrescentar, percebendo o rosto arrependido dele. Sério, ela já estivera feliz o suficiente dele ter andado com ela até sua casa no dia seguinte, mesmo que ficara triste do mesmo não ter lembrado seu aniversário.

O que a lembrava de outra coisa...

– Mas, Nozaki-kun! O seu aniversário está chegando, certo? – Ela comentou em seguida, oferecendo um sorriso para ele. – Já pensou em o que quer fazer? Se você conseguir adiantar o manuscrito, tem um restaurante novo que abriu perto da estação com pratos ótimos! Eu sei que você prefere pratos mais simples com arroz, mas tem um Omurice gratinado delicioso lá...

Ela deixou de comentar o fato de que tinha feito uma pesquisa alguns dias atrás sobre o que seria melhor de fazer com ele em seu aniversário. E que já comprara seu presente já fazia quase um mês também.

Mas aquilo era porque Sakura havia decidido que não deixaria Nozaki passar o seu aniversário trabalhando, então sua preocupação excessiva era sim por uma boa causa.

Enquanto isso, o garoto a encarava atônito pela segunda vez naquele dia.

Ela sabia seu aniversário... E seu prato favorito... E tinha até visto um lugar para comemorar com ele...!

Nozaki realmente não merecia a ótima amiga que era Sakura.

– Desculpa... – Ele murmurou sem seguida, uma aura depressiva o envolvendo. A ruiva, que não fazia ideia de sua agitação interna, arregalou os olhos em surpresa.

– N-nozaki-kun! Não tem problema, sério! – Ela falou em seguida, mãos balançando para os lados enquanto tentava pensar no que fazer. – Eu deveria ter falado alguma coisa! Só que você estava tão ocupado com o mangá que eu não...

Ele se sentiu pior com isso. Ela achava que seu mangá era mais importante que ela mesma?

– E também... – A garota começou, e o tom nervoso em sua voz chamou sua atenção. – Eu... Fiquei feliz o suficiente por ter passado o dia seguinte com você, então...

Sakura dirigiu seus olhos roxos a ele, uma felicidade genuína cintilando nos mesmos, e ele sentiu seu coração bater mais forte, por um momento.

– Aquilo foi um presente bom o suficiente, então não se preocupe, ok? – Ela continuou sorrindo para ele. Depois, corou novamente, desviando os olhos para o chão. – B-bom, mas se você quiser fazer algo para mim como desculpa, eu realmente não recusaria...

– Como o cheesecake? – Ele ofereceu, e ela sorriu para ele.

– Sim, isso mesmo! – Pequenos brilhos pareciam rondar a garota agora, e ela estava sorrindo alegremente novamente – do jeito que ficava melhor nela.

E enquanto Sakura comemorava internamente o fato de ter conseguido que Nozaki fizesse um presente para ela, garoto continuava a encará-la, rosto em branco.

Ainda estava desapontado consigo mesmo por nem conseguir manter-se no nível de uma protagonista quanto a conhecer seus amigos - Mas, ainda assim, estava feliz por Sakura saber tanto sobre ele. E por ela ter parecido tão animada só em saber que ele iria cozinhar algo para ela... Seu coração estava até batendo mais rápido por causa disso! Então era essa a gratificação que sentiam quando se tinha ótimos amigos?

Ele abriu um sorriso. Realmente, teria de fazer algo por ela para recompensar aquilo tudo. Talvez até pediria ajuda para outras pessoas para isso... Ou ele mesmo faria alguma coisa! Afinal, Nozaki era sim dito como a voz das adolescentes de sua geração. Não deveria ser tão difícil adivinhar o que Sakura mais gostaria que ele fizesse, certo?

– Ah, bom, mas é melhor se preocupar com o Wakamatsu-kun e os outros por enquanto... – Sakura falou em seguida, e depois suspirou. – Ele ainda está agindo estranho mesmo depois de nossa conversa com ele, afinal...

–Ah, sim... - Nozaki murmurou. - Um dos colegas de sala dele veio me perguntar se tinha algo de errado.

–Eh? É mesmo?! O que houve? - A ruiva piscou seus olhos roxos, curiosa.

–Parece que o Wakamatsu avisou, de repente, que não vai ao treino de basquete de amanhã.

–O QUÊ?!– A garota pulou de seu lugar no banco. - M- Mas! O Wakamatsu-kun ama jogar basquete, não ama?

–Uhum. - Nozaki assentiu. Sakura era realmente uma boa amiga, estava atenta a tudo.

... Se bem que pensar que ela também pudesse conhecer Wakamatsu tão bem o deixou levemente incomodado. Ele não sabia de dizer o porquê, no entanto.

–Mas então... O que será que é tão importante assim para fazê-lo desistir de jogar basquete...?

–Um encontro com a Kashima.

Uma terceira voz se pronunciou de repente, o que fez com que tanto o moreno quanto a ruiva quase derrubassem suas marmitas no chão por causa do susto.

Ambos se viraram rapidamente e encontraram ninguém mais ninguém menos que um garoto ruivo muito familiar.

Mikorin os encarava sério e com os braços cruzados.

–M- Mikoshiba-kun! - Sakura foi a primeira a se pronunciar, ainda um pouco afetada pelo susto.

–Oi. – O ruivo resmungou.

–Faz um tempo que eu não te via, Mikoshiba. – O moreno observou, encarando seu amigo. – Tem vindo à escola?

A encarada mortal que recebeu como resposta fez Nozaki sentir um calafrio correr por suas costas.

–Verdade. – Sakura assentiu, obviamente alheia a espada que foi lançada em direção ao mais alto pelo o olhar do outro.

–Eu venho. Todos os dias. Sem falta. – Mikorin respondeu entre pausas, ainda de braços cruzados e encarando os dois.

E naquele momento, a ruiva sentiu a mesma inquietação de quando o conheceu pela primeira vez. Não com a mesma intensidade, já que agora ela conhecia o verdadeiro eu de seu amigo, mas ainda assim o suficiente para fazê-la engolir em seco.

Mas então, a expressão da garota mudou quando um pensamento cruzou sua mente.

–Espera, Mikoshiba-kun! O que você disse?

O ruivo bufou.

–Que eu venho todos os di-

–Antes disso!

Ele a encarou.

–Que o Wakamatsu deve faltar no treino porque vai sair com a Kashima amanhã.

Nozaki e Sakura o encararam de volta e piscaram.

–E ELA ACEITOU?! – A garota largou a marmita ao seu lado e subiu de joelhos no banco, segurando-se no respaldo.

Geralmente, o ruivo teria dado um passo para trás por causa da reação.

Mas ele se manteve parado.

–Aceitou. – Respondeu seco.

–Mas por que ela fez isso? – O moreno perguntou com o cenho franzido, confuso.

–Para evitar a confusão que daria. – O outro respondeu com os dentes cerrados.

–Confusão?

–É. Como você acha que o Wakamatsu ficaria se ela dissesse não? Ele ficaria mais insistente ainda. E as fãs dela estão piores do que nunca! Não param de vir atrás de mim para perguntar o que raios tá acontecendo e eu vi algumas delas tramando de fazer uma emboscada pro Wakamatsu ou coisa do gênero.

–Emboscada? – Sakura piscou.

–Eu as vi carregando sacos.

–SACOS?! – Ela exclamou. – Nozaki-kun!

O mais alto voltou sua atenção para a garota a sua frente, também estava surpreso – para não dizer assustado – com a notícia.

–É o que eu estava falando para você! – Ela voltou a sentar normalmente no banco. – E agora parece que está piorando.

–É mesmo. – Ele pôs a mão no queixo. Parece que retribuí-la teria mesmo que esperar. – Não fazia ideia do quanto perigo o Wakamatsu corria.

Mikorin piscou.

–Então! Acho que devemos falar com a Kashima-kun também!

–Com ela?

–É! Digo, acho que ela deve ter notado que o Wakamatsu-kun tá meio estranho. Quem sabe se ela ajudar a conversar com ele não dê um jeito, certo?

Os punhos do ruivo começaram a tremer.

–Tem razão, podíamos fazer isso.

–Certo! Nós-

–EI! – Mikorin berrou assustando os outros dois pela segunda vez.

–M- Mikoshiba-kun?! – A garota quase caiu do banco e o encarou assustada.

–EU AINDA ESTOU AQUI, SABIAM?! – O ruivo continuou a berrar e apontou para o peito com o polegar.

–Mikoshiba, calma, não precisa grita-

–AH, NÃO ME VENHA COM ESSA! – O outro teve de se controlar para não acertar o amigo na cabeça com a própria marmita. – DESDE QUE ESSA DROGA TODA COMEÇOU, VOCÊS FICAM DE MIMIMI PARA LÁ E PARA CÁ E SE ESQUECEM COMPLETAMENTE QUE EU EXISTO!

Os outros dois piscaram. Eh?

–ME INCLUAM TAMBÉM, POXA! – Foi o ultimo berro e Sakura percebeu dois pontos líquidos e brilhantes se formando no canto dos olhos do garoto.

Silêncio.

–Mikorin... – Ela murmurou. Bem, eles estavam ocupados com todo aquele incidente envolvendo a garota mais alta, seu kouhai e sua amiga, mas o garoto só precisava ter vindo falar com eles.

Será que tinham o evitado assim? Espera! Era por isso que ele tava tão bravo?!

Nozaki ficou em silêncio. Ele só não sabia nada sobre Sakura, como também havia ignorado seu amigo que conhecia há tanto tempo...

Ah, ele podia ver um tanuki gigante lhe entregando o troféu de Pior Amigo Do Século XXI.

–M- Mas Mikorin! – A ruiva se levantou e foi até ele. – Era só você ter chamado a gente.

–Eu chamei.

–Chamou?

–Chamei! – O garoto fez bico e virou de costas para os dois.

–U- Uh... Desculpa...

A garota se virou para o outro.

–Né, Noza- Nozaki-kun?!

Mas no momento o garoto em questão se encontrava agachado no chão, abraçado aos joelhos e com uma aura cor de piche o rodeando.

Mas que raios?! Por que ele ficou assim?! Era por causa do aniversário dele?! Ter ignorado o Mikorin?! Problemas com o mangá?!

Ah, não! Ter os dois frustrados daquele jeito era algo que a garota definitivamente não queria de jeito nenhum. Aquilo era tão ruim que a deixaria com um buraco no estômago se isso fosse possível!

–A- Ah! Ora vamos, vocês dois! Mikorin, você pode nos ajudar, claro! E Nozaki-kun, não fica assim você não tem culpa de nada!

Silêncio se seguiu por mais alguns minutos antes do ruivo se pronunciar mais uma vez.

–Eu posso?

–Claro!

–Vocês não vão mais me ignorar...? – Ele murmurou.

–Lógico que não! Né, Nozaki-kun?!

O moreno se levantou de repente e se virou para eles, com uma expressão determinada e uma mão em punho.

–É claro! – Ele exclamou e depois acrescentou com mais ferocidade. – E eu sou um bom amigo, tá bom?!

...

–Ninguém falou nada disso, Nozaki-kun, mas tá bom. – A ruiva respondeu em tom monótono.

xxx

O dia pareceu passar voando depois daquilo – e entre aulas, progresso do mangá e tentativas de fazer um plano, logo já era a manhã seguinte.

O sol brilhava intenso no céu azul, pássaros cantando e clima alegre parecendo combinar perfeitamente com o garoto que chegou animado na escola aquele dia. Ele teria um encontro hoje, com a Lorelei ainda por cima, então estava praticamente nas nuvens!

Ele até pensara em levar uma roupa para trocar depois... Mas, em seus estudos dos mangás de Nozaki, lembrara que encontros de depois da escola em que os protagonistas ainda usavam uniformes eram bem românticos, então preferira manter sua roupa usual. Ainda assim, talvez ele ainda pudesse comprar flores no caminho para o cinema...

Ah, ele mal podia esperar! O garoto abriu um sorriso largo, punhos fechados e mal podendo conter sua animação. Flores pareciam brotar de si e quicar em direção das pessoas que passavam por ele, algumas parando para observá-lo confusas.

Em sua felicidade, Wakamatsu mal percebeu o trio que o observava do fim do corredor. Nem o diretor do clube de teatro que tinha os olhos presos nele da parede próxima. Nem da garota – ou melhor, da verdadeira Lorelei – que parara de descer a escada assim que o vira.

O pensamento de todos eles convergiu numa única frase naquele mesmo segundo – Tinham de fazer alguma coisa.

Wakamatsu não sabia ainda, mais teria um longo dia pela frente.