Bruna teve que concordar, mas, assim que Silvia fosse resgatada, elas teriam uma boa tarde de garotas e ela obrigaria Silvia a contar tudinho!

***

A feiticeira, naquele momento, estava triste, sentada em uma carruagem, de frente ao príncipe e seu cãozinho.

O rosto dela estava contraído em uma mascara de nojo por suas ações e seu plano...

O plano era simples: Fingir se aliar á eles e conquistar a confiança de Drake e Shane, pra depois dar a facada nas costas deles.

Era horrível, ela sabia, mas ela teria de tentar. O que ela não sabia era se conseguiria matar Drake.

*****.

Camila afiava uma faca com cuidado, a lâmina em formato de folha reluzia, ela era mortal, letal, um artefato que fora do boréadas Zetes, tatatatatatatataravô de Camila, e podia congelar o oponente, se sua dona o quisesse. Eles estavam prontos para partir, e montaram, agora, sem Silvia, não sabiam se conduzir tão bem, mas iam indo, lentamente, mas indo. Lucca ia na frente, irritado, sabia que Drake era mau, e Silvia havia se bandeado para o lado dele. Justo ela, que prezava a lealdade!

***

Drake a encarou, surpreso, jamais imaginara que veria Silvia chorando outra vez, a primeira vez que viu foi no terceiro ou quarto encontro dos dois, depois dele ter a salvado dos elfos puros, ele se lembrava perfeitamente:

–Drake, você sabe que se nos virem estamos fritos!

–Eu sei, Sil, mas confie em mim, isso será um segredo muito bem guardado.

– Mas…

–Você confia em mim ou não?

– Confio.

– Então por que está tão nervosa?

–Eu não sei, Drake, parece errado.

– Errado?

–Sim- Lágrimas brotaram de seus olhos, pingando no chão- Drake, eu gosto muito de você, mas meu destino é destruí-lo…

–Silvia, você…

– Adeus, Drake- Ela o abraçou e calou-o com os próprios lábios. Não foi de fato um beijo de verdade, foi mais um selinho. E ela saiu correndo.

Drake ficou parado, abobalhado, encarando o ponto para onde ela fugira, depois olhou para o chão, no lugar em que as lágrimas caíram, duas flores nasciam, duas rosas prateadas, elas cresceram e floresceram instantaneamente, e ele as colheu, guardou-as no bolso e prometeu a si mesmo nunca esquecê-la ao murmurar, baixinho:

– Você, eu, nós somos donos do nosso próprio destino…

Eles tiveram um mini-relaconamento, e os sentimentos eram confusos, tanto ele quanto Silvia sabiam disso.

Drake não podia fazer nada por ela, não com Shane perto. Ele deixara claro o que pretendia.

Silvia estava inconsolável, o príncipe soltou o filhotinho e o cão saltou para o colo da feiticeira. Ela levantou o rosto molhado e acariciou a cabeça do animal. Shane sorriu, os seres caninos e lupinos a adoravam. Mas ele reparou que ela não atraía só cães, a feiticeira havia atraído um felino, um tigre. Poderia ele, se aproveitar disso. Shane sabia que Drake era poderoso, mas ele vivia em conflito com si próprio, ele e seu coração. Sua natureza e sua paixão. Shane era um dos mais belos rapazes do planeta, os cabelos dele eram pretos, os olhos, azuis gelo, seu sorriso fazia garotas desmaiarem, o seu mais simples gesto deixava as garotas derretidas. Ele era o típico galã do mal. Seu plano era claro. Desfalcar aquela equipe do bem, retirando-lhes um item muito importante: a magia.