R - Madriv - Alvorecer do verdadeiro poder escrita por RDA


Capítulo 5
Falso Discurso.


Notas iniciais do capítulo

Blza Pessoal! Esse cap. esta imperdível, quem ler não se arrependerá. Não posso falar mais nada.
Fiu! Valeu!



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Os líderes e conselheiros de todas as vilas começam a chegar, não apenas os representantes políticos do povo, mas também muitos comerciantes de grande porte se fazem presentes, Midi enviara várias carruagens para buscar os mais distantes, queria que a notícia da volta de seu mestre chegasse nos quatro cantos do território e do planeta. Estava claro que o reinado de Coleback será muito mais para aqueles com grande poder econômico do que para os desfavorecidos preocupados apenas com o bem estar de todos.

A cerimônia será realizada no jardim do palácio vermelho, um lugar amplo, todo gramado e com inúmeros arranjos de roseas de todas as espécies. Longos bancos de madeira com assento de couro estofados com penas de gansus foram colocados para os convidados. Todos os interessados já haviam chegado e se acomodado no jardim, aguardavam ansiosamente pela posse e pelo discurso do seu novo rei. Não demorou muito e Coleback apareceu na grande sacada do palácio que dá de frente para o jardim, uma estrutura em pedra branca e ornamentada com mármore vermelho escuro.

Com um olhar compenetrado e focado no horizonte, o novo rei se aproxima e apoia as mãos na proteção toda ornamentada da sacada. Seus cabelos estão molhados e cortados até o ombro, as mechas espaçadas evidenciam o afinamento do cabelo, talvez em decorrência da calvície que deixara sua testa em forma de “v”. A barba esta bem aparada com dois ou três dedos de comprimento, os fios tem um tom de vermelho desbotado igual ao do cabelo. O olhos estreitos, as sobrancelhas finas e o nariz longo e afunilado quebram um pouco o volume que a barba provoca no rosto oval. Apesar de ter 70 anos, seu corpo esta em ótima forma e sua aparência não revela a idade.

– Sejam bem vindos! Agradeço a presença de todos. Disse Coleback tentando abrandar a voz rouca e ainda fitando o horizonte. - Gostaria de estar fazendo isso junto do meu estimado irmão, mas infelizmente o destino não quis que fosse assim. Eu sei que muitos acham que eu o odiava, mas não é verdade, eu sempre o admirei, errei, sim errei, mas se acuse aquele que nunca errou. Meu irmão, Red Reinal venho até minha cela certa vez e conversamos durante uma noite inteira, e nessa noite ele me perdoou. Meu irmão era uma pessoa incrível, ela queria apenas a paz, queria que o seu povo fosse feliz. Lutou por por isso a vida toda, e conseguiu por muito tempo. Meu irmão nunca fugiu da sua responsabilidade, nunca se amedrontou perante os desafios! Meu irmão amava seu povo e nunca os abandonaria! Infelizmente, seu filho Yzzer, nosso príncipe, não pensa assim. Abandonou seu povo quando mais precisavam dele. Mas eu estou aqui, redimido pelo perdão de meu irmão e pronto para me dedicar ao povo que tanto amo. Já não estamos mais nos tempos de antes, alguns territórios cresceram tanto a ponto de se achar no direito de dominar. Quero assumir um compromisso com vocês, irei reinar pelas mesmas causas que meu irmão, mas serei intolerante com a violência e lutarei com todas as minhas forças pela prosperidade do nosso território. Encerrou Coleback com um olhar convencido, dessa vez olhando para os presentes e com seu braço direito esticado e o punho cerrado.

Os convidados se levantam e aplaudem o breve discurso do seu novo rei. As expressões serenas e receptivas mostram a aceitação de suas palavras. Nesse momento um conselheiro se aproxima de Coleback, em suas mãos a coroa de ouro vermelho repousa sobre uma almofada. Jordi Midi faz questão de colocá-la sobre a cabeça de seu mestre e assim encerrar a coroação da nova majestade do território Rozer.

Midi se volta para os presentes e diz. - Obrigado pela presença de todos, por favor voltem e repassem as boas novas para todos de suas vilas. Agora nosso rei precisa descansar. Mais uma vez, obrigado.

Yzzer acordou com terra seca colidindo no seu rosto. Viu-se mergulhado na cratera que a destruição da planta assassina deixara. Novamente outro punhado de terra colide com sua cabeça entrando pelo ouvido.

– Ei! Exclamou o príncipe olhando rapidamente para a borda da cratera.

Ele não soube identificar o que era, pois o sol estava de frente para os olhos, menos mal que já haviam se passado horas e ele já não estava mais tão perigoso. Era silhueta de uma pessoa parada em sua frente, uma mulher talvez, pela forma mais acinturada. Mas tinha alguns elementos estranhos, como uma cauda longa e cheia de curvas, orelhas pontudas que pareciam brotar trinta centímetros para cima de sua cabeça e pelos finos e leves que balançavam com o vento.

– Quem esta ai? Perguntou o príncipe se levantando e batendo a terra da sua capa.

– Eu é que pergunto, quem esta ai? Falou uma doce voz feminina.

– Eu sou Yzzer, filho de Reinal, príncipe dos Rozers. Exijo que se identifique!

– Humpf! Grande coisa!

– O quê!? Como você ousa? Isso é um insulto!

– Você fala demais, Rozer, filho de Yzzer, príncipe de Reinal! A voz doce viajou debochadamente até os ouvidos do príncipe.

– Já chega, não me importa quem seja, não vou admitir que me insulte dessa maneira! Gritou o príncipe ao mesmo tempo que fazia o movimento para desembainhar Redmarine.

O ser feminino estático na borda da cratera e ainda protegendo sua identidade sob a luz do sol, fez um movimento esticando o dedos indicador e médio da mão direita e em seguida começou a trazê-los lentamente em direção a palma da mão. Nesse momento Yzzer desembainhou sua espada e estava prestes a saltar na borda do buraco quando fios brancos entrelaçados brotaram do chão ao seu redor e prenderam seus braços e pernas.

– Você é bem esquentadinho né? Mas isso vai dar um jeito nessa fogueirinha que você tem nessa cabeça oca.

– Argh! É muito forte! Gritou o príncipe tentando arrebentar os fios com a sua força.

– Se eu fosse você não faria isso, quanto mais puxar, mais eles o puxarão para baixo, além de aumentarem a tensão e serem muito afiados.

– Mas quem é você afinal e porque esta fazendo isso?! Gritou o príncipe enquanto se ajoelhava por causa da tensão dos fios.

– Por que eu estou fazendo isso? Bem, porque você invadiu meu território, matou minha planta de estimação, foi grosso e estúpido comigo e tentou me atacar. Esta bom ou quer mais?

– Seu território, como assim? A floresta vermelha é livre e neutra. Não pode fazer isso. Disse Yzzer em tom mais brando, já perdendo suas forças.

– Você disse bem. É livre, então posso fazer o que eu quiser, quem não gostar que tente me impedir. De qualquer maneira eu não posso deixar você passar daqui, e como você matou minha planta eu vou te matar também. Disse serenamente com um sorriso nos lábios.

– Escute, peço desculpas se me portei mal e a ofendi de alguma maneira. Eu não tinha a intenção de matar a sua planta, apenas me defendi. Eu não quero tomar seu território, só estou procurando um guerreiro que dizem ser muito poderoso, preciso falar com ele. Por favor me solte! Falou o príncipe de cabeça baixa.

– No final todos ficam educados e pedem desculpas. Eu até as aceito, mas o que você quer, é justamente o que eu não posso deixar. Meu nome é Lizz Lew, sou o sopro protetor da flora deste lado da floresta, e guardiã da entrada do monte Ura, é lá que o guerreiro que procura esta. Me desculpe mas não posso deixá-lo passar. Disse Liz em tom um pouco triste.

– Eu entendo. Esta fazendo o seu dever, mas não posso desistir agora. Eu irei defender o que acredito. Disse Yzzer erguendo a cabeça e olhando diretamente para Liz.

O príncipe vermelho fecha os olhos e se concentra. Começa a focar em sua energia vita, a faz fluir por todo o corpo. O chão ao redor vibra e as correntes de ar se agitam.

– Não faça isso garoto estúpido! Se me enfrentar eu não hesitarei em te matar. Gritou o sopro em tom de ameaça.

– Não se preocupe, esta protegendo o que acredita e eu também, se for o caso morrerei tentando. Disse o príncipe calmamente enquanto um fraco véu de energia vita vermelha tomava conta de seu copo.

É minha última chance, minha energia esta no limite. Não posso falhar, o futuro da meu povo depende disso. Eu não vou desistir! Yzzer foca sua vita no punho que segura Redmarine, mais forte ele o gira para baixo atorando com sua espada o chumaço de fios que segurava seu braço. Com mais três golpes rápidos ele corta os fios que seguravam seu outro braço e pernas. Sem hesitar o príncipe libera a vita para as pernas e salta com velocidade em direção à Lizz antes que novos fios o prendam. O sopro desvia com facilidade fazendo Yzzer golpear o chão. O ataque abre uma pequena racha no solo e levanta uma nevem de poeira. O príncipe permanece na mesma posição, camuflado em meio a nuvem de terra. Lizz se afasta da poeira observando com atenção para saber onde seu adversário irá aparecer. Yzzer move sua vita para os braços e arremessa uma enorme rocha na direção esquerda de Lizz, e se lança em velocidade. A rocha emerge da nuvem de terra a um metro de distância do sopro, que no reflexo desvia assustada para a direita, no mesmo instante Yzzer surge da nuvem de poeira e a golpeia com um movimento circular de Redmanire. Lizz é surpreendida e tenta se esquivar, mas é atingida pela ponta da espada que risca seu braço esquerdo.

– Essa foi por pouco! Até que você não luta tão mal! Disse Lizz averiguando o risco em seu braço.

– Eu não quero roubar nada, só preciso falar com o grande guerreiro. Por favor, me deixe passar! Desabafou o príncipe ofegante.

– Todos dizem isso, mas no fundo seus corações estão cheios de ganância, prestes a te apunhalar quando virar as costas. Por que você se seria diferente? Sabe de uma coisa, ele pode ler o coração das pessoas, pode sentir suas intenções. Se você realmente está dizendo a verdade, se sua intenção é tão boa assim, ele não vai deixar que morra. Agora isso já foi longe de mais, se desistir eu pouparei sua vida, mas se continuar não irei hesitar.

– Eu não vou desistir! Eu não posso desistir! Eu tenho que me tornar um bom rei para defender o meu povo, para levar paz aos que necessitam e para combater a injustiça, é nisso que eu acredito! Gritou o príncipe se colocando em posição de guarda.

– Você é honrado príncipe Yzzer, e por isso vou liberar trinta porcento do meu poder, será uma batalha mortal.

Lizz libera sua vita e o príncipe sente sua presença esmagadora pressionar todo o seu corpo. Ela saca um bastão de mais ou menos meio metro, mais parecido com um galho de árvore, o estende paralelo ao corpo e grita:

Germinaret!

Fios brancos começam a brotar do bastão da metade para baixo, se envolvem e se entrelaçam formando uma espécie de lâmina. - Dessa vez atacarei primeiro! Liz se lança na direção de Yzzer e o ataca movimentando sua espada em meio círculo na horizontal. O movimento é muito rápido e o príncipe apenas estende sua espada a frente do corpo antes de ser atingido. As armas se colidem formando uma onda sônica que se dissipa pelo ar, Redmarine consegue impedir o ataque, mas o príncipe é jogado para trás com a força do impacto. Yzzer se levanta rápido e antes de se preparar Lizz o ataca novamente. Sem tempo para esquivar ou bloquear ele concentra toda sua energia vita restante no ponto do ataque. O sopro movimenta Germinaret de baixo para cima na diagonal focando o abdômen do príncipe. A lâmina colide com a barreira expansive, mas Lizz continua pressionando com a espada. A força do sopro é muito grande e Yzzer é arremessado para cima fazendo uma trajetória em arco no ar. Lizz corre em alta velocidade acompanhando o caminho do príncipe e se prepara para atacá-lo antes que toque o solo. Ela posiciona seu braço direito esticado e abaixado para fazer o movimento de meio círculo com mais potência. Yzzer cai com o tronco inclinado para baixo, o ataque vem em direção a sua cabeça. Desajeitado ele estende seu braço a frente do rosto segurando Redmarine paralela ao antebraço, formando uma espécie de escudo. Ele consegue novamente bloquear o golpe de Lizz, mas a força de impacto desloca seu ombro e o arremessa longe. Yzzer desaba e Redmarine cai longe de sua vista. O sopro se aproxima.

– Não se preocupe. Morrerá como um guerreiro honrado. Disse colocando a ponta da espada sobre o coração do príncipe.

Com as duas mãos Lizz suspende Germinaret apontada para o peito de Yzzer e se prepara para dar o golpe final. A espada desce pelo ar igual à lâmina de uma guilhotina que viaja em direção ao pescoço do condenado. Lizz para repentinamente.

– Então o Sr. venho afinal.


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Notas finais do capítulo

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