Lembrança da alma

Olhe para ela...
Não me vê aqui, mal pode esperar,

Para saber tudo que sei e enterrar.
Pobre menina que não sabe a sorte que tem.

Sei por ter vivido,
nunca olhamos o invisível.
Recebi flores de quem sequer conheci,
apenas porque morri.

Nos milhares de enterros em que vi, a vida,
nunca a toquei.
E essa pobre menina só deseja saber o que sei.
Prefiro não saber .

Hibernaria na doce ignorância,
e na esperança que viveria nas crianças.
Com tanta vida.

Saberia eu, que nada teria importância,
nem ganancia ou tolerância.
Apenas os dias da menina.

Os últimos dias da vida e morte plena, seria minha existência
Não seria tão doce sem poder vê-la,
olhar o reflexo na janela.