Lincoln P.O.V.

— Onde estão nossas armas? — pergunto para Zoe — Acho que estamos sem defesa. E se o plano falhar?

— Se o plano falhar todo o pessoal de Briarcliff morre. — responde ela — E é por isso que o plano não vai falhar. Entendeu?

— Não sei. —digo — Esse Governador...Ele parece saber de tudo. E a Kinny está cada vez mais desconfiada da gente.

— Se você demonstrar que está com medo, aí sim ela vai descobrir tudo. Só...haja naturalmente. — diz ela, mexendo os cabelos. Eu vou me encontrar com o governador agora. Avisa a Skyler que já trouxemos Andrea pro nosso lado.

Pego o walkie talkie e chamo o nome de Skyler.

— Oi — ela responde

— Oi — digo — Andrea já está com a gente. Ela vai ajudar a enganar o Governador, mas Kinny está cada vez mais preocupada com a gente.

— E a Zoe? — pergunta ela — Ela também tem essa impressão?

— Não. Ela está mais relaxada que vocês. — respondo — Ela vai se encontrar com o Governador agora.

— Chama essa Andrea pra mim, Linc — diz ela. Coloco o walkie talkie na mesa e saio nas ruas de Woodbury em busca de Andrea. Vejo a loira sentada nas escadas da casa ao lado de Michonne, que também concordou em ajudar.

— Andrea? — chamo — Michonne? Posso...Posso falar com vocês em particular?

— Claro — Andrea se levanta e Michonne a segue. Nós andamos até a casa onde eu e Zoe estávamos.

— O que foi? É sobre o plano? — pergunta Michonne.

— É. A Skyler quer falar com vocês. — Eu já havia falado de Skyler pra elas, de modo que Andrea pega o walkie talkie e chama o nome de Skyler.

— Você é a Andrea? — pergunta ela. Ouço a voz irritada de Tris por trás dela, provavelmente rejeitando os remédios. — Ignore essa criança.

— Sou. — responde a loira. — Você é quem pensou nisso tudo?

— Sim. Cala a boca e engole os remédios, Tris! — grita Sky. — Você sabe de alguma coisa que possa ajudar no plano?

— Sei. — Andrea responde. Michonne se senta no sofá ao meu lado, enquanto Andrea permanece em pé. — Olha, os muros deles são forte e a segurança é reforçada. Mas tem um ponto ao norte no qual eu e a Michonne conseguimos os postos de vigia. Deixamos vocês entrarem, ajudamos na evacuação de pessoas e tudo o mais. Mas eu só exijo uma coisa.

— Depende. — diz Skyler, com a voz firme.

— Eu mato o desgraçado do Governador. — diz Michonne em tom de voz alto.

— Tá bem, Nigga Everdeen — diz Skyler. Ela já havia falado com Mich antes. — Mas eu mato a Kinny. Sem mais.

— Combinado. — diz Andrea. — A noite eu te falo quando vocês podem vir.

— Certo. — grita Skyler. — Tris, eu vou descer esses remédios pela sua guela eu mesma.

— Essa é a sua líder? — pergunta Andrea.

— É a vida. — dou de ombros. — Zoe já deve voltar. Me avisem quando quiserem falar com ela de novo.

Andrea e Michonne saem, voltando para a vida tediosa e "normal" em Woodbury, bem na hora em que Zoe entra pela porta.

— Milton interrompeu nossa visita. — diz ela — O que a nigga dos tererê e a loira oxigenada estavam fazendo aqui?

— Falando com uma versão menos sana da nossa líder. — responde — Hoje a noite elas vão voltar.

— Eu não suporto aquela loira idiota. A nigga até que dá pra engolir. — diz Zoe.

— Vocês vão mesmo se matar por causa do Governador? Eu hein. —digo, guardando o walkie talkie. — O que deram pra gente comer hoje?

— Miojo. Se vira. — diz Zoe, tacando dois pacotes de miojo sabor pizza em mim.

— Miojo? O pessoal de Briarcliff tá comendo hamburgers e a gente tá comendo miojo? — reclamo.

— Skyler te bate se você chamar eles de "Pessoal de Briarcliff" de novo. — diz Zoe — Ela tá 'mó animada em serem finalmente conhecidos com Alphas.

— Ficou sabendo? — pergunto — Teremos mais um bebê infame em Briarcliff.

— Além do filho da Chloe e do filho da Nash? — pergunta Zoe — Não. Não me disseram nada.

— Skyler 'tá grávida. — digo. — Estou surpresa de você também não estar.

— Haha, engraçadinho. — ela ri cinicamente — Se eu tivesse não saberíamos se é seu ou do Governador.

— Engraçadinha. — rebato.

— E como vai o plano? — pergunta ela.

— Vai varrendo — brinco — Vai varrendo, vai varrendo, vai varrendo.

— Igualzinho o Stanley — ri Zoe. —Como vai o plano?

— Vai bem. Eles vêm logo. — respondo — Aliás, como vai você? Descobriu alguma coisa a mais?

— Não. A gente só transa, ele não fala exatamente nada. — diz ela — Vai ser difícil conquistar a confiança dele.

— Eu posso tentar trabalhar nos muros. — digo — Na verdade, vou tentar fazer isso agora mesmo.

Saio, fecho a porta atrás de mim e saio em busca do Governador. O encontro na praça, ao lado de Milton, Kinny e Andrea, com um corpo pendurado ainda com vida exposto na praça. Corro até lá, as pessoas de Woodbury se tumultuavam na praça, enquanto o Governador discutia algo com Kinny.

— O que está acontecendo? — pergunto a eles.

— Temos uma traidora inútil aqui, estamos vendo se matamos ou não — diz o Governador.

— Oh, você é tão sensível — reclama Andrea.

— Quem é? O que ela fez pra ser considerada traidora? — pergunto, sem conseguir enxergar a pessoa na praça.

— Kinny pode te explicar melhor — diz o Governador. Eu e Andrea nos entreolhamos. Um calafrio penetra meu corpo. Se Kinny pode explicar melhor...

— Pegamos ela em um sanatório abandonado de um grupo que já fez muito mal a mim. — explica Kinny — O nome dela é Chloe Fields.