Quando Amanhecer escrita por Clara Luar


Capítulo 12
Emoções despidas


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amados e fiéis leitores que ainda não abandonaram essa história :D Acho que faz meses que essa história foi interrompida, desculpem-me fui uma autora fantasma (T^T). Mas vejam só: quem é vivo sempre aparece! (Mesmo que nem todos os meus personagens sejam vivos...). Quero conseguir terminar o Quando Amanhecer antes de desaparecer de novo. E é nesse espírito que dedico esse capítulo a vocês leitores!



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Deita lentamente o corpo quase nu de Fay. O cabelo dela esparrama-se na poça morna ao fundo da banheira. A renda do sutiã absorve a água e enegrece. Ela sente a mistura de água e sangue apoiar suas costas, mas tudo em que consegue concentrar é o beijo ávido do vampiro.

Krad atira o vestido para fora do banheiro e desfaz-se da própria camisa. O lugar parece em chamas, visto que o calor que sente é fervoroso. A cada toque mais faíscas acendem e inflamam seu desejo. As mãos percorrem a médium, dos cabelos à silhueta; exploram-na melancólicos. A saudade exige mais e mais. Tenta desaparecer com a raiva e o medo de perdê-la que há pouco sentira. O vampiro prende, na porcelana, as mãos da mutante, que atrapalhavam o caminho de suas presas. Agora podia ver claramente a humana sob ele. A pele branca e macia guardava arranhões e linhas rubras da nuca à cintura. O cheiro de rosa pairava entre traços de sangue. Pensar que a mácula se deve ao seu sumiço provoca uma dor como se o enforcasse.

Ante o olhar avaliador dele, Fay arqueia uma das sobrancelhas. Ela queria seguir adiante e sabia que o companheiro também queria, por isso não entende o porquê da pausa. Está prestes a questioná-lo quando a mão pálida dele movimenta o seu queixo para observar melhor o mastigado em torno do pescoço.

– O que aconteceu, Fay?... – pergunta com expressão sofrida.

Ela foge dos olhos prateados gélidos, aflitos de preocupação.

– Fay... – repete, a voz busca estabilidade. – O que você fez?

Como ela não responde, aperta brutalmente os pulsos dela. Paciência não era uma de suas qualidades.

– Responda! – braveja.

No caso, entre uma garota de mente muito desenvolvida e um vampiro acostumado a não sentir, não é difícil a lógica prevalecer sobre as emoções. A chama que ardia no rapaz não é mais de paixão, e na telepata, pouco a pouco, o amor voltava ao vazio unilateral.

– Está me machucando – resmunga. Fita-o com a mesma intensidade.

Relutante, solta-a.

Ela massageia os pulsos doloridos. Leva os à face, quer esconder-se e fugir do tom acusador de Krad. Recorda o que houve entre ela e o amigo, Ryan. De certa forma, é como se o tivesse traído. Mesmo que não tenha acontecido, poderia ter acontecido, porque ela consentiu antes do estigma começar a sangrar. Está confusa. Não sabe se agira certo ou errado. Amava Krad, mas ele, muitas vezes não parecia correspondê-la. Gostava da frieza vampírica, porque, isto contrastava ao calor dele ao tê-la em seus braços. Porém, desde a madrugada anterior, o companheiro parecia mais distante. Ao vê-lo, entretanto, a primeira coisa que fez foi agarrá-lo a seu belo prazer. Como se todo o ressentimento não importasse. Pela primeira vez, a racionalidade e a emoção poderiam divergir-se. E isso era assustador.

O vampiro sobre ela não soube reagir à camuflagem da expressão da menina. Imagina que possa estar contendo as lágrimas – ele apertara forte demais? – por isso, volta a acaricia-las. Com gentileza, retira suas mãos e beija-as.

– Diga-me, por favor.

As feições dele estavam tão inexpressivas que Fay não soube o que dizer. Então, disse a verdade:

– Eu pensei em deixar de te amar.

As íris de Krad enegrecem como profundas ondas do mar. Ele volta a sentar-se. Observa a amante quase nua, sem querer enxerga-la. Ergue-se, sai da banheira. Esfrega o cabelo fosco suspirando pesadamente. Olha-a tentar levantar-se, mas as pernas vacilavam. Ela ainda não recuperara o sangue perdido. O companheiro abre o armário do banheiro e pega uma toalha para ela. Envolve-a como o tecido fofo e limpo, mantendo uma distância que intriga Fay.

– Vista algo logo, não consigo pensar vendo-a desse jeito. – diz.

Ela avalia a si mesma como se não tivesse reparado que estava apenas com as roupas íntimas coladas ao corpo molhado. Concorda com um aceno de cabeça, fugindo de qualquer olhar acusador que ele poderia estar lançando.

O vampiro lhe dá privacidade deixando bater com força a porta do banheiro.

Em vão, a médium tenta ler as emoções do companheiro através da porta. Estava fraca demais. Restava pouco de seu poder psíquico e cinético. Naquele instante, ela não poderia ser mais que uma simples humana.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler. Sei que foi curto, mas outros capítulo estão por vir. Agradeço por terem esperado :')



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