Capítulo 09
Algum tempo passa e já se cumprem três meses que a bienal passou. Todos seguiam suas vidas normalmente, ou pelo menos era isso que acreditavam. Era uma tarde de Quarta-Feira e Victoria estava em seu escritório, depois de um tempo lá deixa uns papeis que havia acabado de revisar em cima da mesa e vai procurar por Maria. Então sai da sala e começa andar pela casa de modas toda porém não a encontra. Depois de muito andar encontra Maria na passarela, a vê e sorri, fala já bem alegre em vê-la:
VICTORIA: Bom dia Maria *-*
Bom dia dona Victoria *-* - Responde Maria bem sorridente e já descendo da passarela -
Logo que desce Maria cumprimenta a chefe com um beijo no rosto, e Victoria ao sentir retribui, sorri e a olha:
VICTORIA: Maria... estava te procurando porque Pipino e eu fizemos um vestido com as tuas medidas e quero que prove.
Maria sente, escuta a chefe e sorri:
MARIA: Claro dona Victoria, eu o provarei. Onde ele está?
Eu pego e o trago aqui, um minuto! - Fala Victoria já deixando a sala -
Maria a vê, espera e em poucos minutos Victoria volta com um lindo vestido azul mais curtinho, mas numa altura boa e entrega a Maria. Logo ela pega o vestido e diz sorrindo: - Obrigada dona Victoria, vou vesti-lo agora mesmo - e então vai direto ao provador. Victoria a espera pacientemente e depois de um tempo Maria volta já vestida, sobe na passarela e começa a desfilar de maneira deslumbrante enquanto Victoria a vê e admira. Logo Maria para e encara Victoria com um sorriso enquanto desce da passarela. Victoria por sua vez a vê e sorri enquanto diz admirada:
VICTORIA: Ficou muito lindo, divino em você este vestido *---*
De verdade dona Victoria? *-* - Indaga Maria com os olhos brilhantes -
Sim, de verdade Maria *-* - Responde Victoria bem convicta do que dizia - Esse vai ser o vestido que você vai usar no evento de Dezembro.
Maria escuta, sorri e responde deslumbrada:
MARIA: Eu vou amar *-*
E vai ganhar o evento, vai ver *-* - Responde Victoria contagiada pelo entusiamo de Maria -
Assim espero *-* - Fala Maria já abraçando Victoria -
Ela então sente o abraço e retribui bem feliz e emocionada. Ficam assim por um momento até que Victoria se solta gentilmente do abraço. Do nada repara em algo que nunca havia notado, pois jamais havia visto Maria vestindo algo com tamanha abertura nas costas: Uma mancha idêntica a que tem. Victoria olha melhor para ver se não está sonhando e constata que a mancha é real então fica muito incrédula, começa a ficar branca, pálida e sem controle das pernas. Maria nota e se assusta, questiona muito preocupada enquanto vai sentando Victoria na passarela:
MARIA: Dona Victoria, a senhora está bem?!
Victoria então senta com a ajuda de Maria, ia dizer algo mas acaba simplesmente desmaiando na passarela, e Maria ao ver fica muito preocupada, tenta de tudo para reanimá-la mas é em vão, logo sai correndo e gritando pelos corredores:
MARIA: AJUDAAAAAAAAA AJUDAAAAAAAAAAAAAAAAA ALGUÉM CHAMA UM MÉDICO POR FAVOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOR, A DONA VICTORIA DESMAIOOOOOOOOU SOCORROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
Logo todos escutam e correm até o local, Maria fica chorando bem aflita e desesperada pois não sabia como agir e não queria ver a patroa assim. Logo a secretária sai de lá e e encontra Maria no caminho, a olha e diz:
SECRETÁRIA: Maria, fique com a dona Victoria e os demais enquanto eu chamo a ambulância, sim?
Ok çç - Responde Maria sem deixar de chorar enquanto vai até o local -
Ao chegar Maria senta ao lado dela, beija muito o rosto de Victoria bem aflita, o acaricia enquanto diz em tom aflito:
MARIA: Dona Victoria por favor acorda, fala comigo, o que aconteceu?! O que a senhora tem? çç Por favor reaja!
Victoria fica deitada sem sentido por um bom tempo enquanto Maria fica falando com ela.
Nisso Heriberto que estava em sua casa ouve seu celular e logo atente:
HERIBERTO: Alô?
Doutor Heriberto?! - Responde a enfermeira do hospital - O senhor tem um chamado urgente para atender no centro, na rua Cavalheiro Aristides Germani número 454.
Ok, estou indo para lá! - Responde Heriberto afobado -
Logo ele desliga o telefone, pega a maleta e as chaves bem depressa, vai até a garagem e abre a porta do carro, embarca e coloca o cinto, fecha a porta, liga o carro e vai indo até o endereço solicitado. Não demora muito e ele chega, então estaciona rapidamente na vaga mais fácil que encontra, desliga o carro e tira o cinto, desembarca, fecha a porta do carro e vai até o local, toca a campainha e espera ser atendido. Quase que imediatamente uma secretária o atende e o vê, faz uma expressão aliviada e já abre a porta bem rápido enquanto diz:
SECRETÁRIA: Ai doutor que bom que o senhor chegou! Minha patroa desmaiou há quase uns vinte minutos e não reage çç
Ele vê, escuta e entra afobado enquanto questiona:
HERIBERTO: E onde ela está?
Ali doutor! - Fala a secretária enquanto o leva até a sala de desfile -
Ele então a acompanha e logo chega, vê Victoria e se surpreende, corre até ela já pedindo que todos saiam e assim o fazem. Quando a sala já está vazia Heriberto começa a verificar os sinais vitais de Victoria e fica aliviado ao ver que estão normais, pega então um pano com álcool que havia ali pois um dos funcionários havia trazido mas não teve tempo de usar e faz com que Victoria o cheire. Depois de algum tempo e algumas tentativas Victoria acorda para o alívio de Heriberto que vai examinando-a melhor. Ela ao se dar conta de quem é levanta rapidamente e se afasta dele como alguém que acabava de ver uma assombração enquanto questiona:
VICTORIA: Herberto, o que faz aqui?
Ele a vê, escuta e responde:
HERIBERTO: Chamaram-me aqui pois precisavam de um médico e eu vim, não sabia que aqui era sua casa de modas .
Não não! - Responde Victoria já sem paciência - Eu digo aqui no México. Já tinha te deixado claro para não vir!
Ele escuta, suspira e responde:
HERIBERTO: Isso não importa agora! Como você está se sentindo?
Ela escuta e responde já sentando melhor:
VICTORIA: Agora bem...
Mas o que aconteceu?! - Questiona ele enquanto a examina melhor -
Eu não sei... - Responde Victoria ainda meio zonza - Apenas lembro de ter desmaiado.
Ele escuta e pergunta para confirmar o diagnóstico:
HERIBERTO: Você sofreu algum desgosto ou alguma emoção forte?
Victoria escuta, pensa um pouco e responde:
VICTORIA: Sim Heriberto, e agora acabo de ter outro desgosto, que é te ver aqui.
Ele escuta, suspira triste mas como profissional que era logo responde:
HERIBERTO: Você sofreu de uma reação que é bastante comum quando se passa por um incômodo/ desgosto muito grande ou uma surpresa forte. O que aconteceu?!
Ela escuta, suspira e diz fria:
VICTORIA: Nada que te interesse Heriberto.
Por favor Victoria, conte-me o que houve. - Insiste ele muito preocupado -
Só se você me disser o que está fazendo aqui. - Responde ela tentando convencê-lo a parar de perguntar -
Ele escuta e responde bem sério, mas em tom calmo e amoroso:
HERIBERTO: Eu vim procurar a minha filha como te disse ainda em Cuba que faria.
Você se atreveu maldito! - Fala Victoria indignada mesmo sem muita força -
Ele escuta e suspira triste enquanto a encara de maneira terna e diz:
HERIBERTO: Sim Victoria, é um direito meu, não acha?!
Victoria escuta e como não estava com humor e força para brigar apenas responde:
VICTORIA: Tudo bem Heriberto... só te peço uma coisa. Se a achar antes, me conte assim que tiver certeza.
Ele escuta e sorri, dá um beijo na testa dela e responde:
HERIBERTO: Claro Vicky é um direito seu! E também não quero mais te ver sofrer pela ausência dela. Mas se você achar tem que me avisar.
Claro Heriberto, claro! - Diz Victoria ainda bem zonza -
Ele a escuta e encara enquanto pergunta:
HERIBERTO: Victoria, agora você me diz o que aconteceu?
Ela escuta o encara já com os olhos molhados e com tom de alguém que suplica:
VICTORIA: Heriberto, eu não aguento mais, pelo amor de Deus me ajuda! Eu estou enlouquecendo com essa busca pela minha filha, não aguento mais çç
Ele escuta e suspira, a abraça enquanto a afaga e diz:
HERIBERTO: Calma Victoria, calma pelo amor de Deus! Ela vai aparecer, juntos vamos encontrá-la.
Ela escuta e por um momento o olha com fúria e diz:
VICTORIA: Depois de tanto tempo que fomos abandonadas você vem querer ajudar?
Ele escuta e fica triste ao ver que ela ainda não acredita nele, suspira e responde sinceramente, esperando que ela acredite:
HERIBERTO: Victoria, você não acredita mas eu te amei muito, com todo o meu coração, meu corpo e minha alma! Jamais, repito, JAMAIS te abandonaria, ainda mais se soubesse da tua gravidez, não sou covarde a tal ponto. O que aconteceu foi um mal entendido mas logo vou esclarecer, você vai ver.
Ela escuta, suspira e responde enquanto chora muito:
VICTORIA: Isso não me importa mais! Agora tudo que quero é encontrar a nossa filha, MINHA filha quer dizer. Estou tão louca por isso que... - Logo Vicky faz uma pequena pausa e continua - Vi mas costas de Maria Desamparada uma marca de nascença igual a que tenho, lembra?
Ele escuta, arregala os olhos e questiona bem surpreso:
HERIBERTO: Victoria, você está querendo dizer que... Maria Desamparada pode ser a nossa filha , nossa pequena Maria que por desgraça se perdeu?!
Nisso Maria Desamparada que já não aguentava mais a angústia e espera por notícias de Victoria e tinha ido até a sala para ver como ela estava, ao chegar e entrar escuta o finalzinho da conversa, então questiona intrigada:
VICTORIA: A senhora tem uma filha perdida dona Victoria?! Porque... porque nunca me disse nada?
Logo os dois a escutam e apenas ficam muito surpresos, sem saber o que responder, especialmente Heriberto que sempre imaginava que Maria soubesse desse detalhe da vida de Victoria.