Runaway Circus escrita por wonderhale


Capítulo 5
Stand By You


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Anteriormente...

Os camarins ficavam lado a lado e assim que Marlene sumiu de vista, Lucy entrou no dela e trancou a porta, sem ao menos olhar em direção ao Ian. Lá dentro Lucy sentiu as pernas fraquejarem e permitiu que seu corpo, lentamente, escorresse pela porta até encontrar o chão frio. Perdida em pensamentos, ela nem imaginava que Ian havia feito a mesma coisa na porta ao lado.

Lucy estava parada na porta do camarim de Ian, ela sabia que mais cedo ou mais tarde ia ter que falar com ele. O dia já havia chegado ao fim e eles mal se encontraram e quando, eventualmente, isso acontecia eles não trocavam olhares, palavras ou tinham qualquer tipo de contato.

Juntando toda coragem que tinha, bateu na porta e ao não obter nenhum tipo de resposta, suspirou em frustração. Ao virar para ir de volta para o seu camarim deu de cara com Ian, parado, a encarando e deu um gritinho. “Desculpa, não queria te assustar.” Falou ele não olhando diretamente pra ela. “Então não pare atrás das pessoas e fique as encarando.” Brincou ela conseguindo arrancar um sorriso do rosto dele. Um silêncio um tanto quanto constrangedor tomou conta do corredor onde estavam, mas dessa vez Ian o quebrou. “Queria falar comigo?” A pergunta, por algum motivo desconhecido, pegou Lucy de surpresa e ao ver sua expressão Ian apontou em direção à porta que dava acesso ao seu camarim. “Ah, sim. Hm... Obrigada.” Falou ela encarando o tapete “Por você sabe...” completou ela sem jeito. Apesar da expressão triste, Ian conseguiu esboçar um sorriso. “E me desculpa, a última coisa que eu queria era te envolver nessa confusão toda.” “Hey, tá tudo bem.” Disse ele segurando uma das mãos de Lucy. Ela semicerrou os olhos e ele soltou uma risadinha. “É sério. Não é a primeira briga que eu me meto e definitivamente não foi a pior.” Lucy sorriu fraco, há alguns anos atrás jamais conseguiria imaginar ele sequer matando uma mosca, quanto mais metido em uma briga. “Alias eu sou o único com motivos plausíveis aqui para me preocupar com você.” Ele arqueou a sobrancelha e apesar de todos os anos longe dele, sabia muito bem que isso era uma mania que ele tinha quando queria explicações. “Eu estou bem.” Foi tudo que ela falou, mas ambos sabiam que era mentira. “Vem cá.” Disse ele abrindo a porta do camarim para que eles pudessem conversar mais a vontade.

Lucy resumiu para ele rapidamente o que havia acontecido entre ela e Jake, enquanto falava podia sentir as lágrimas se acumulando em seus olhos, mas ela não ia chorar na frente dele. As únicas pessoas que já viram ela chorar eram sua mãe, Maggie e Annie, e ela não pretendia adicionar Ian nessa lista. Quando ela acabou de contar seus olhos buscaram os de Ian procurando algum tipo de reação. “Resumo do resumo: Esse tal de Jake é um babaca.” Falou Ian. Lucy respirou fundo tentando controlar as lágrimas. “Só queiro que você saiba que é uma pessoa incrível, não escuta nada do que ele falou, ok?” Apesar de todo o esforço uma única lágrima escapou dos olhos de Lucy e ela se xingou mentalmente por isso. Ian, rapidamente, passou a mão por sua bochecha, secando-a. Ela tinha certeza que Ian ainda ia fazer uma garota por ai muito, muito feliz. “Você pode chorar se quiser, tá? Eu sei que você odeia demonstrar emoções perto de pessoas, então se quiser eu até fecho os olhos.” Ao falar isso Ian cobriu ambos os olhos com as mãos, mas deixou os dedos um pouco abertos para que pudesse enxergar entre as frestas. Lucy soltou uma risada, às vezes ela esquecia que ele era o mesmo garoto com quem passou a sua infância, e que mesmo com a distância e o tempo ainda demonstrava conhecer ela melhor que muita gente. “Hey, se alguma vez esse cara for te procurar ou fizer alguma coisa com você de novo, não hesite em me ligar, ok? Eu vou correndo meter porrada nele, não importa a hora.” Lucy puxou Ian para um abraço, repousando a cabeça do ombro dele. “Eu senti tanto a sua falta.” Sussurrou ela enterrando mais o rosto em ombro, o que consequentemente fez com que Ian enterrasse o rosto em seu cabelo. Seu cheiro, por incrível que pareça, continuava o mesmo. “Eu também senti, Goose. Muita.”

Secando algumas das lágrimas que ainda teimavam em cair, Lucy se afastou do abraço cedo demais, na opinião de Ian. “Me fala sobre você.” Pediu ela. “Sinceramente, não tem nada pra falar.” “Ahhhhh, qual é Harding, há quanto tempo a gente não se vê mesmo? Ah é, 6 anos! Não é possível que você não tenha nada pra me contar!” Ian riu do modo como ela falou. “Hm deixa eu ver...” começou ele “Chato, chato, entediante, embaraçoso demais para compartilhar com uma garota, entediante, chato... É não tenho nada.” Disse ele rindo e Lucy deu um leve soco em seu ombro. “Ai!” brincou ele fazendo biquinho. “Tá sua vida social parece bem monótona de acordo com você, maaaaaaaaas e a amorosa hein?” provocou Lucy e por algum motivo Ian sentiu o coração bater mais rápido. Porque diabos ele estava pensando em inventar alguma coisa só pra não precisar contar pra ela que ele estava noivo? “Tem uma pessoa.” Falou ele tentando ser o mais breve possível. “Hmmmmm, nomes?” Ian sorriu timidamente “Meredith. Meredith Strauss.” Lucy de um sorrisinho para ele e levantou as duas sobrancelhas, indicando que queria saber mais. “A gente se conheceu na faculdade e bom, a gente meio que tá noivo.” A última parte saiu mais rápida que o normal, fazendo com que ele se embolasse nas palavras. “O QUE?!” exclamou Lucy levantando do sofá em um pulo. “E VOCÊ FALOU QUE NÃO TINHA NADA DEMAIS ACONTENDO NA SUA VIDA!” apesar de ter soltado uma gargalhada, Ian sentiu seu coração apertar um pouco. “Quando vai ser o casamento?” perguntou ela sentando de volta no sofá. O pânico que sempre sentia ao ouvir a palavra ‘casamento’ tomou conta das suas veias. “E porque você não parece feliz por isso?” perguntou ela quando não obteve nenhuma resposta. Merda, o que eu falo agora? “Eu estou feliz. Eu acho. Eu só, não sei...” “Tá real demais?” perguntou Lucy e Ian assentiu. “Homens e sua fobia de casamentos.” Provocou Lucy e Ian revirou os olhos. “Eu não tenho fobia, ok?” “Não, imagina. É só falar a palavra casamento que você se treme todinho.” “Você é muito desnecessária às vezes sabia?” Lucy gargalhou com o comentário dele. “Eu to falando sério!” falou Ian, abafando uma risada na tentativa de manter uma compostura séria. “Casamento.” Falou Lucy baixinho e Ian caiu na gargalhada. “Idiota!” disse ele empurrando ela de leve. Lucy sentia como se tivesse 12 anos de novo, quando o desafiava a beijar alguém em troca de 10 dólares.

Ian checou o relógio e sua expressão murchou. “Eu tenho que ir.” Falou ele “Eu vim sem carro e se eu me atrasar...” “Sua noiva te mata.” Completou Lucy. Ela tinha mesmo que usar essas palavras? Ele deu um sorrisinho, rezando pra que ela não percebesse a mudança repentina em seu humor, o que graças a Deus ela não fez. “Na verdade, é minha mãe que me mata mesmo!” “Sua mãe tá aqui também?” falou Lucy animada. “Posso ir vê-la qualquer dia desses?” perguntou ela meio sem jeito “Claro, tenho certeza que ela vai amar te ver.” Falou ele, sinceramente. E ao lembrar que Meredith iria pra Nova York de manhã, o que não deixaria o jantar com um clima tão constrangedor, ele perguntou: “Você pode amanhã à noite?” “Claro! Só me dizer a hora!” “Eu vou falar com ela e assim que puder eu ligo pra avisar.” Falou ele abrindo a porta do camarim para que Lucy pudesse sair. “Okay! Agora vamos. Eu te dou uma carona!” falou ela pegando as chaves do carro. “Não precisa Lucy, sério!” “Cala boca e anda!” Disse ela caminhando em direção ao estacionamento. Ian ficou parado um momento, pensando se realmente deveria aceitar a carona, mas sabia que ela não ia desistir tão fácil e se ficasse parado ali por muito tempo nunca conseguiria chegar em casa a tempo, então deu uma corridinha até alcança-la e juntos fizeram seus caminhos até o carro de Lucy.


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Notas finais do capítulo

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