Meu erro escrita por Apiolho


Capítulo 23
23 - De um abraço o alivio


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores! *-*

MAIS UM CAPÍTULO. Quero dizer que não consigo responder pela meta, essa semana pretendo enviar mais dois capítulos ou três, esperando terminar nessa ou na outra sexta ou sábado.

Muito obrigada a Nana Soares por acompanhar. Realmente deixa um colorido a mais e fico feliz por ter mais alguém dando crédito a esse sasuhina.



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Capítulo vinte e três

De um abraço o alivio

“Eu queria apenas uma vez a desobedecer o destino Hyuuga. Queria escolher o meu próprio destino, isso é tudo”

(Hyuuga Hiashi – Naruto)

 

Uma parte de mim queria muito que eu saísse do hospital em pouco tempo, porém a maior delas desejava ficar internada por uma semana. Os motivos eram vários, como ter de encarar a Sakura, porém o pior sempre seria lidar com a realidade de que eu e o Sasuke estamos brigados. Ainda sentia o meu peito doendo, misturando-se entre a angustia e a porrada que levei no local.

Escutei passos rápidos mais próximos do meu quarto, para depois ver uma pessoa virar na porta, podendo-o perceber claramente. Estava esperançosa quando o céu tinha escurecido, e as horas passando, de que ficaria mais um dia naquele lugar, apenas refletindo, mas infelizmente sabia que seria diferente ao ver o sorriso do médico a minha frente.

— Só vim avisar que poderá arrumar suas coisas e ir para a casa. — Meu pai acabara de entrar com uma bolsa em mãos, a alegria contida.

— Obrigada. — O tom era baixo, combinando com a tristeza que sentia.

Um silêncio se formou enquanto eu tentava levantar da cama, via a troca de olhares entre os dois homens, como se fossem cumplices em algo. Antes mesmo de conseguir sair dali para partir, escutei algo que me fez mudar de ideia.

— Não está se sentindo bem? Parece triste. Se quiser posso fazer uma injeção ou soro. — E foi assim que entendi que estavam preocupados a sua maneira.

— Deve ser só a dor. — Em meu coração.

Observei mais uma vez aquela cama, cada canto dela, não querendo me despedir desse jeito. Estar ali por conta de fraturas era como meu refúgio, uma desculpa para não ir a escola. Nem a possibilidade de ter a presença perfeita ameaçada me animava a comparecer.

— Está tão ruim assim? Deram um remédio bem forte para você, deveria era estar se sentindo dormente. — Disse meu pai quando saímos do hospital.

Jamais que ele entenderia que era emocional, pois ainda estava anestesiada. Infelizmente não tem como parar com a angustia e medo, muito menos o quão terrível era cair a ficha de que tinha perdido um grande amigo. Porém eu nunca tinha me sentindo assim, nem quando Neji tinha partido, por isso me sentia também confusa.

— Estou zonza, é normal.

— Mas chegar e ver que o Sasuke não estava lá é? Eu confiei nele para cuidar de ti. — Se soubesse, será que nos perdoaria?

E de novo o clima ficou estranho, pois fiquei o tempo todo pensando no que responder. A música era o único som ouvido, era clássica e bem calma, ao contrário do confidenciaria a seguir.

— Não somos mais amigos. — Raspei toda a coragem de onde não tinha, porém ver que sua expressão tinha ficado igual plantou uma dúvida em mim.

— Eu sei, são quase namorados. — Ainda continuava com a mão no volante e a atenção na estrada, parando na nossa cafeteria favorita antes de continuar. Serviam os doces e salgados tradicionais do Japão, os preferidos dele. — Porém diga a ele que irei recusar seu pedido, o que mais queria era vê-la feliz, não internada.

— Nem precisarei avisar, não vamos mais nos ver. — Resolvi tentar explicar de outra maneira, talvez entenderia. E pelo jeito que ficou, arriscaria que sim.

— Como conseguiram brigar naquele festival? — Deve ser porque foi nele que meus pais deram o primeiro beijo e se declararam.

E sua pergunta despertou todas as lembranças de ontem que queria ter esquecido. Talvez assim o frio na barriga que senti quando me tocou não voltaria a me assombrar, nem meu coração batendo forte ao se aproximar de mim, para perceber tarde demais que a nossa relação estava indo de mal a pior. E, por fim, seu olhar magoado antes de me deixar.

— Somos muito diferentes.

Sequer conseguia dizer algo tão mentiroso. Era certo que nossas personalidades eram praticamente opostas, porém era isso que nos ligava de uma maneira especial. No entanto essa era a desculpa que poderia dar, pois dizer que quase me entreguei a ele seria decretar minha morte.

— Se vir em casa, farei questão de expulsá-lo. — Comentou quando compreendeu-me. — Não precisa chorar. — Nem eu nem tinha notado isso.

Essa foi a última frase que escutei antes de adormecer no carro, nem sequer conseguindo acompanha-lo.

 ☯

Não estava preparada para entrar por aquele portão e pisar no mesmo pátio e corredor que ele. Nem comer o meu doce favorito daquela cafeteria, Mochi, foi o suficiente para trazer um pouco de alegria. Quando pude finalmente desviar meus olhos do chão e encarar o horizonte, vi algumas pessoas da minha sala, mas também Shino e Inuzuka.

— Que bom te ver pela manhã. — Aquele sorriso enorme vindo de Kiba me recepcionou, por educação reagi com um mais discreto.

— Achava que não teria essa sorte. — A realidade era que tinha me divertido com eles, por isso pensava que era a parte boa dos meus dias.

No entanto eu imaginava que se eu tinha os encontrado, era capaz que fosse atropelada por um caminhão quando saísse da escola. Espero que não me entendam mal, só que o ocorrido no fim do evento me fez compreender que deveria estar atenta a tudo.

— Vai no jardim depois das aulas? — Questionou o de óculos escuros.

— Jamais poderia abandonar aquelas plantas e flores depois do que me disseram.

— Então com certeza nos veremos. — Deram um aceno e se afastaram.

Sabia que o sinal tinha batido e teríamos de nos despedir. Assim teria de me dirigir a minha classe, acompanhar o que professor dizia e encarar o colega que seria um estranho a partir daquele dia em meses.

Quando cheguei meu sangue ferveu ao notar o semblante de superioridade e vitória da Haruno enquanto se agarrava no Sasuke. Tinha visto essa cena tantas vezes nesses anos que não deveria me surpreender, todavia me chocou, a minha vontade era de chorar ou tirá-la dali. Nunca entenderia se ele leu meus pensamentos, porém tratou de afastá-la para se sentar na carteira.

Ele nem sequer me fitou quando entrei no mesmo ambiente, contudo sentia minha nuca ferver. Quando tinha a chance de olhar para trás, via-o com a cabeça virada para o lado ou escrevendo algo no caderno. Depois de tantas rejeições deveria desistir, porém era como se não quisesse acreditar nisso.

— Está virando obsessão já. — Sussurrou Tentei em meu ouvido em meio a mais uma explicação de matemática.

— Do que fala? — Estava confusa, minha mente entre números e o Uchiha.

— Apenas pare de olhar. — Obedeci sua ordem.

O intervalo chegou e eu fiquei com minha única amiga, ouvindo-a como o encontro com meu primo tinha sido perfeito. Enquanto tinha de lidar com as minhas recordações em silêncio, apoiando-a no que poderia, pois não queria preocupa-la.

— Estou apaixonada, Hinata. — Esse segredo eu já sabia. — E reconheço quando outra mulher está. — Pelo Naruto? — Por acaso se declararam no festival?

— Por que acha isso? — Se tivesse tomando suco teria cuspido fora, todavia fiquei muito vermelha e tremendo. Ao saber o que de fato se passou seria péssimo, por isso desviei o rosto. — Quem eu amo é outro. — Por que essas palavras pareciam tão falsas e sem sentido?

— Está enganando a si mesma desse jeito, você não parou de olhar para o Sasuke. — Não admitiria a possibilidade de sofrer outra desilusão, pois aguentaria e estou acostumada a ver a paixão do Uzumaki por alguém que não eu, mas enfrentar o novo era aterrorizante.

Preferi a quietude a ter de responde-la, apenas olhando o celular ou as pessoas ao redor. Nesse meio vi que o Gaara me cumprimentou com a cabeça, acompanhado da Ino. Talvez ela realmente não quisesse mais se juntar as outras duas, pelo menos a minha intuição apontava isso.

— Não sabia que eram próximos.

— Ele que me levou ao hospital. — Dei de ombros.

Parecia que ia fazer uma pergunta, mas parou de uma forma repentina. A sua expressão me dizia que tinha entendido tudo, principalmente quando por fim abriu a boca.

— Precisamos marcar a festa do pijama. — Aqui não seria seguro para conversarmos mesmo.

Depois disso o assunto passou a ser o seu namorado. Torci por não esbarrar com o dono da maior parte dos meus pensamentos quando tivemos de voltar, que por sorte foi atendido. Na classe notei que ele e seu melhor amigo mal se olhavam, Sakura parecia nervosa e eu tentando entender o que tinha se passado.

As matérias entraram por um ouvido e saiu por outro, pois estava dando uma de vizinha fofoqueira. Tentava captar qualquer coisa sobre eles, todavia fizeram o desfavor de ficarem calados. E começa a ter noção de que a situação era gravíssima para até Naruto estar prestando atenção no professor.

— Vejo que um inseto resolveu fazer visita a suas plantas. — Minha mente pareceu sair do transe nesse instante, sequer notando que tinha vindo da sala, pego o regador e chegado até aqui. Capaz de eu ter me despedido de todos sem saber.

— É perigoso? — Questionei. Era uma completa amadora nisso.

— O Kusagikamemushi? Não muito, mas é mal cheiroso. — Aproximou-se com um papel e o deixou caminhar até um potinho, fechando-o. — Irei pega-lo para estudo.

O jeito sério era diferente do Uchiha, transmitia uma paz apesar de tudo. Seus passos eram lentos, para não assustar qualquer ser pequeno que estivesse abaixo dele, segundo o que me contou naquele dia. A calma era sua marca, estando mais presente ainda em sua voz quando algum bicho estava por perto.

— Preciso falar contigo!

Claro que o arrepio ao escutar passos apressados atrás de nós e o cheiro de seu perfume tinham o denunciando, mas ouvi-lo foi o que fez meu coração bater forte. Talvez Shino tenha me chamado, porém era como se só o enxergasse. Sentir seu toque no braço me fez tremer, ainda mais quando passou por ele até poder entrelaçar nossas mãos e guiar-me até atrás da escola. O nosso canto.

Sasuke, e-

— Fique quieta. — Foi ríspido, porém cuidadoso. — Não vim aqui para que voltemos a andar juntos.

Se eu estivesse quase chorando de tamanha felicidade, achando que amanhã poderíamos compartilhar o lanche, até mordi meu lábio em uma tentativa de parar as teimosas lágrimas. Só que elas escorreram, no entanto em desespero e angustia.

— Por que não me contou que te batiam? — Questionou.

Aquele silêncio desconfortável se apossou do ambiente. Pensei em tantas coisas, mas em todas elas vinha a vontade de negar. Quem sabe assim o clima voltaria a ser normal em relação ao Uzumaki.

— Não sei do que está falando.

Só que ele estava impaciente com a minha maneira de lidar com aquilo, sabia disso quando levantou a manga e encontrou uns hematomas. Entendia que jamais o enganaria ao acariciar o meu machucado do rosto por cima do band-aid, fitando-me de uma forma que pouco via.

— Vai dizer que foi por ter caído na escada? Quem sabe contar que o gato a arranhou? Hinata, eu noto há meses você lidando com isso sozinha, mas não precisa mais esconder. — Sussurrou em minha orelha, o mesmo tom que usava comigo antes daquela fatídica noite. — Antes não poderia ajudar, mas agora sim por descobrir que as culpadas são a Sakura, Ino e Karin.

— Quem te contou? — Desisti de mentir e lutar só.

— Gaara.

Apenas decidi me entregar ao abraça-lo, deixando-me ser confortada enquanto chorava. Era como um alivio, parando de tremer quando percebi que ele sabia do meu maior pesadelo. Ficamos um bom tempo ali, calados, apenas nos sentindo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo em si?

A imagem não é minha. Se tiver erros podem me avisar.

Quem deseja comentar? Seja para falar que está ruim, não. Seja por MP, favoritar, acompanhar, recomendar como as maravilhosas da Sweet Smile, FugimoNaKombi e Mayume Hyuuga fizeram, com certeza fará essa autora muito feliz. *-*

Beijos e até a próxima!



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