EarthMoon - Interativa escrita por Calm


Capítulo 17
Agosto — 3ª Parte


Notas iniciais do capítulo

Agradeçam ao meu irmão, que não tinha nada para fazer e resolveu me ajudar a postar esse capítulo.
Por motivos já ditos capítulo passado, vou demorar a responder os comentários, viu?



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– Vamos brincar, Lunianos?!! - Um dos que saltaram gritou, retirando a pistola da cintura.

Ninguém sabia o que fazer durante aquele ataque surpresa, estavam todos com o coração acelerado e com os olhos arregalados. Foram exatamente 5,4 segundos para eles tocarem o chão, o tiroteiro começara. Vários Lunianos corriam com as mãos na cabeça, outros se jogavam no chão e alguns já caiam no chão sem conseguir se mover ou sem vida.

– Grupo de caça! Vão atrás desses que fugiram! - Uma jovem gritou enquanto atirava.

– Nem precisa dizer! - Um grupo composto por três garotos é uma garota dos nove largaram suas armas de fogo e se focaram em suas armas de cortes.

O grupo de caça era uma divisão no grupo de ataque, que começara o massacre; eram quatro jovens com sede de sangue dos Lunianos. Não queriam usar armas de fogo, queriam acabá-los com as próprias mãos. Poderiam ser considerados até mesmo psicopatas, sorriam ao ver o sangue de um Luniano derramando ou não sentiam peso ou tristeza.

– Vamos lá, Lunianinhos!! Ou querem brincar de pique-esconde? Qualquer que seja a brincadeira, eu irei ganhar de vocês!! - Um dos jovens gritou, com uma faca em cada mão.

O jovem pegou uma faca da cintura e atirou para frente. Ouviu um pequeno gemido de dor; havia acertado a parte de trás do joelho de um Luniano que estava fugindo. O jovem sentou em cima do Luniano e começou a puxar seu cabelo.

– Quer um pequeno joguinho para descontrair? Eu falo uma letra, e você diz uma palavra que começe com essa letra. Se não for a palavra que eu estou pensando, eu lhe dou uma facada, que tal? - O jovem perguntou, e o Luniano fora forçado a aceitar.

Aquele Luniano morrera após quase vinte letras.

...

Enquanto isso, ainda no campo aberto onde o massacre fora iniciado, havia um rio de sangue e de corpos de Lunianos. Vários haviam tentado fugir, porém foram abatidos pelo grupo de ataque e estavam sendo mortos naquele momento. Gritos, choros, rezas e Lunianos implorando pela vida; cada um, de uma vez, morrendo.

O som de tiros era constante. Os Lunianos que ainda estavam vivos, os que estavam escondidos e os que estavam na beira da morte se perguntavam onde estavam seus companheiros Terráqueos e os seguranças que sempre ficavam a postos dentro e fora do colégio.

Eles já não existiam. Todos os Terráqueos foram presos em seus dormitórios até segunda ordem; os seguranças que cuidavam do colégio foram assassinados cerca de quinze minutos antes do massacre começar; foram degolados.

A polícia provavelmente não iria vir tão cedo; levaria um tempo até que descobrissem o que estava sendo realizado e conseguisse encontrar policiais para conter os extremistas; a maioria dos policiais eram separatistas, apesar de não serem extremistas, existia a possibilidade deles se juntarem a quem deveriam combater.

– Podem deixar esse restinho comigo. - Um dos membros do grupo de ataque falou para seus companheiros; era Arthur.

– Entendido. Sem piedade. - Um outro jovem, que parecia ser mais velho que os demais, deu a ordem para os outros se retirarem.

O único Luniano, melhor dizendo a única Luniana, que ainda estava viva era Leen. Arthur estava com o pé em sua cabeça e o outro alternava entre o chão e suas costas. A Luniana olhava horrorizada tudo aquilo.

– Por quê... Por que vocês estão fazendo tudo isto?! Hein?? - Leen gritou, Arthur só a olhava de forma séria.

Arthur cuspiu em cima de um dos cadáveres, e recarregou a pistola.

– Sabe, eu tentei livrar você dessa, mas você não me ouviu, preferiu continuar com essas culturas estúpidas de seu planeta estúpido.

– Então esse massacre todo é por preconceito??! É?!! - Leen continuava gritando, seu coração batia fortemente. Não conseguia engolir que o garoto doce e fraco que dormia no quarto ao lado do seu estava cometendo aquilo.

– Pft, preconceito? - Arthur falou com desdém, e depois começou a rir. - Sua raça burra, isso não é preconceito! Isso se chama vingança!!

O som de dois tiros foram o último barulho a resooar naquele campo aberto, no qual saíram botas ensanguentadas pisando firme no chão; e ficaram vários cadáveres com expressões tristes e desesperadas, alguns mutilados e sem partes do corpo, mergulhados em um extenso mas raso rio de sangue,

...

See corria pelo complexo do colégio. Ainda estava intacto, apesar das roupas com cortes e rasgos abertos por conta de tiros de raspão. Estava fugindo junto de outros Lunianos, mas se separou deles após darem de cara com um dos "caçadores". Perdido, apesar de conhecer o colégio não sabia para onde ir. Em qualquer lugar poderia haver um Terráqueo preparado para assassiná-lo.

No final, correu para o ginásio de natação. Seu objetivo não era só encontrar um abrigo durante o massacre; seus dois colegas de time Zaki e Abaan não saíram junto do grupo. O desespero estava rumando além da sobrevivência própria, também chegava no desesperada ver seus companheiros Lunianos mortos.

O alívio de encontrar os dois escondidos atrás das boias em questão de milésimos transformou-se na angústia de ouvir passos pesados. Os três se jogaram silenciosamente na piscina, e cada um deles se pôs em um dos cantos. Sentados, em posição fetal, não falavam nenhuma palavra uns para os outros. De dentro d' água, não era possível ouvir claramente os passos. Mas algo que invadiu aquela água translúcida era infelizmente verdadeira.

Incontáveis tiros acertaram o interior da piscina. E só acabaram quando parecia que a munição do atirador havia se esgotado. Ou era pelo fato daquela água estar rapidamente adquirindo uma coloração vermelha viva.

...

Khal, Ayesha e Baltazar estavam escondidos juntos de outros Lunianos em um depósito que ficava no subterrâneo de um dos prédios de salas de aula. Alguns Lunianos dormiam exaustos no chão. Outros ficavam de guarda. Baltazar, apesar de não ser um Luniano, estava no grupo também por ter defendido um Luniano; para os extremistas provavelmente já não era considerado um Terráqueo de respeito, não tinha o porquê deixarem ele com vida.

A todo o momento de ouvia gritos de choro ou socorro de Lunianos que foram ou estavam sendo pegos pela equipe de caça. Aquilo era horrível, ouvir as vozes pedindo ajuda, mas não podendo fazer nada por elas; abrir o esconderijo seria colocar todos que lá estavam em risco. E a possibilidade de encontrarem este esconderijo ainda era bastante elevada.

Baltazar e Khal espiavam o lado de fora ocasionalmente por alguns segundos. Isso aumentava ainda mais as chances deles serem encontrados, porém dos dois estavam sedentos para encontrar uma deixa de sair e buscar por sobreviventes. Já haviam se passado duas horas desde o começo de tudo aquilo.

– Nenhum passo... Nenhuma voz... - Khal sussurrou o mais baixo que pôde. - É a minha deixa. Eu vou procurar por sobreviventes.

– Ei! Quer revelar nosso esconderijo e ainda se pôr em risco?? - Ayesha segurou seu braço, o impedindo de sair.

– Ei! Quer deixar pessoas vivas lá fora, só esperando para morrer?? - Khal revidou com as mesmas palavras.

Baltazar entregou uma faca e uma pistola para Khal que as guardou junto de munição, saiu e afastou-se rapidamente do esconderijo. Baltazar fora escondido, logo após Khal e em uma direção contrária, e também armado.

...

– Sabe, eu sempre quis saber se os olhos de um Luniano conseguem iluminar o escuro. - O mesmo jovem do jogo das facadas começou a dar voltas em torno de Khal, que apontava sua faca para ele. - Acho que eu vou usar os seus!

– ... - Khal não sabia se atacava ou não; temia uma represália violenta mesmo se o golpe fosse certeiro.

– Que tal uma proposta? Você veio de um esconderijo, certo? - Khal gelou naquela frase. - Se eu ganhar um duelo entre nós, você me diz onde é esse esconderijo antes de morrer.

– E se eu ganhar você me diz o motivo deste massacre. - O Luniano respondeu.

– Fechado. Diferente de Lunianos, eu cumpro minhas palavras. Mas... - O jovem terráqueo se desfês de todas as armas de fogo. - Que tal uma batalha de homem, só com facas?

A 100m de distância um do outro, um duelo de Terráqueo x Luniano iria começar.


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Notas finais do capítulo

Um adento: mesmo se parecer que um personagem morreu, esperem eu confirmar isto. Eu amo plot twists.



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