EarthMoon - Interativa escrita por Calm


Capítulo 15
Agosto — 1ª Parte


Notas iniciais do capítulo

Fiquei melhorzinho hoje por isso postei logo.
Quero avisar que daqui até o final de agosto, os capítulos além de maiores, estarão bastante violentos, principalmente a partir da terceira parte.
Se alguém é mais sensível, me peça uma MP que eu explico o que irá acontecer.



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– Então, quando vai ser? - Um jovem, por volta de dezesseis ou dezessete anos, perguntava para uma garota da mesma idade. Os dois estavam no telhado de um dos dormitórios, observando o que estava acontecendo dentro do colégio. - Arg, ver nós juntos dessa raça nojentinha me dá gastura...

– Você só se interessa por sangue... - A garota falou com um certo descontentamento, o jovem virou a cara. - Um passo de cada vez. Já recebemos ordens para essa madrugada.

– Não acredito que consegui passar quase seis meses sem quase arrancar a cabeça de um deles... Estou tão ansioso... E já tenho umas garotas lindas na minha mira. Afinal, jogar fora brinquedos tããão bonitos seria desperdício, não?

– De vez em quando você parece um psicopata falando essas coisas.

– Isso que você me falou foi cruel...

...

– É sério isso...? - Um dos membros do clube de música estava com voz pesada. O ambiente era sério e de luto.

Jinan, que há pouco mais de um mês estava em sua maneira de sempre, fora encontrado morto na madrugada passada. Apesar de não houverem marcas ou indícios de violência física, isso abalou a todos. Diferente da outra vez, não houveram represálias aos Terráqueos por parte dos Lunianos. Apesar do clima de luto, estavam todos se ajudando; exceto por pequenas exceções.

Agosto. Faltava apenas um mês para as férias de meio de semestre, que começariam no primeiro dia de setembro. Muitos estudavam ferozmente para tentar finalizar o semestre na média.

A mídia havia esfriado um pouco em relação ao colégio; os ataques só aconteciam de vez em quando, muito diferente do que era no começo do semestre. A paz estava comandando, sem ataques, reclamações ou preconceitos.

...

– Mais um?!

O departamento principal da polícia da capital. Tudo estava corrido naquele lugar. Há pouco mais de duas semanas começara um massacre de Lunianos que viviam na área; os assassinatos corriam em direção ao interior.

Até agora eram dezesseis Lunianos mortos, o número lodja ser muito maior, visto que provavelmente haveriam assassinatos não-registrados na polícia. Como os casos não eram divulgados na mídia, os outros Lunianos não tomavam conhecimento do que estava ocorrendo, e os familiares das vítimas pensavam que eram casos isolados.

Mas aquilo não era um caso fechado, sem pistas; todo dia chegava ao departamento de polícia um vídeo de alguém assumindo a autoria do assassinato. Todo o dia era alguém diferente, porém o lugar de gravação era sempre o mesmo. De adolescentes até adultos na meia-idade, nenhum deles tinha medo de mostrar o rosto.

"E então? Gostaram do meu serviço? Eu jurava que esses Lunianos eram todos ruins por dentro, e não é que eu estava certo? Esses extraterrestres são todos doidos por dentro! E do meu rosto, gostaram? Venham me prender, venham! Olha, estou com os meus braços bem aqui! E aí, vão me prender ou não? E divulgar isso na internet? Ah é, vocês não podem. Que peninha..."

Esta era a mensagem do último vídeo que fora enviado para o departamento de polícia. Um adolescente exibindo um facão com orgulho, batendo no peito e desafiando a polícia.

A polícia realmente estava de mãos atadas em relação ao que parecia ser um grupo extremista ou terrorista por conta de uma lei que proibia a divulgação em quaisquer meios de crimes contra Lunianos. Eles já tinham em mente o plano daquele grupo; se prendessem um só membro deles, os outros iriam fazer um alarde, já que nada foi divulgado na mídia e estavam só inventado provas. Os civis não tinham conhecimento da lei.

...

Laryssa estava em seu dormitório, se preparando para uma pequena festa que iria ocorrer no pátio central. O que a deixava mais feliz era o fato de não haver restrições de quem poderia aparecer ou não, diferente do que ocorria no começo. Enquanto se arrumava, seu telefone tocou em um número desconhecido.

"Laryssa? - A voz do telefone era a de Hugo."

"Hugo...! Hã... Oi..."

"Foi difícil conseguir o seu número, viu... Bem, eu estava pensando nisso, quer se encontrar comigo amanhã a noite?"

"Claro! Aonde?"

"Eu estava pensando no campo que fica perto do colégio, que tal?"

"Pode ser!"

"Beleza, espera naquela esquina daquele dia sete da noite que eu vou te buscar, ok? Tchau."

...

– Cara, tem certeza que vai dar certo...? - Um jovem andava pelo colégio de madrugada, junto de outros dois. - Tipo, aqui agora tá cheio de câmeras, vai ser um problema se filmarem a gente...

– Não precisamos de medrosos aqui! - O outro jovem falou de um modo grosseiro e duro. - Escuta, quando você concordou com tudo isso, se comprometeu a usar toda a sua garra! Se está com medo de ser pego, volta para o colo da mamãe, bebezão!

Dessa vez uma jovem separou os dois.

– O que o meu amigo idiota quer dizer é que todos nós assumimos o risco de morrer. Ainda dá tempo de você voltar se quiser, mas talvez suas chances de morrer sejam maiores ainda.

– A questão é; você vai deixar essas coisas da mesma espécie de quem usou nossas vidas como brinquedo impunes, logo agora que temos muitos deles reunídos?! - O outro jovem voltou a brigar.

– Eu não vou voltar. - O que havia reclamado respondeu com decisão em sua voz. - Me recuso a ser esquecido igual aos outros, e eu sei que provavelmente já não existe ninguém além de vocês e os outros para me ajudar. Eu só tenho medo de que... E se essas coisas nos machucarem também, e não só aquela raça imunda...?

– Não vão. - A jovem o acalmou.

– Então vamos sem medo!

Os outros dois jovens sorriram para ele, e os três voltaram a se esgueirar pelo colégio. Passavam em todas as construções e ginásios com suas mochilas, que estavam cada vez mais leves.

Quando acabaram de rodar o colégio já estava amanhecendo. Foram até um lugar isolado e trocaram de roupa, vestindo o uniforme do colégio. Sabiam que tinham pouco tempo até serem reconhecidos pelos seguranças e questionados, mas conseguiriam facilmente escapar neste pouco tempo.

A jovem continuava séria.
O jovem baixo estava cabisbaixo, refletindo se o que havia feito fora correto.
O jovem mais alto estava sorrindo e mumurrou:

– Que a brincadeira começe...


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Notas finais do capítulo

Quero suas teorias!