Son of Poseidon escrita por Lady Lucy


Capítulo 1
Prólogo




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Prólogo: Assassinato

Era uma noite serena. Flocos de neve corriam o céu de Nova York, realizando uma dança extraordinária pela cidade. Era natal e as ruas estavam decoradas com enfeites de cor vermelha e verde. O céu estava se transformando de cinza para um azul escuro suave como Apollo terminou seus deveres e Artêmis começou o dela. Foi uma noite de Natal perfeito em todos os sentidos, para a maioria das pessoas que comemoravam com suas famílias e amigos próximos.

Em um pequeno quarto de apartamento havia uma mulher. Ela tinha características muito belas; cabelo cor de caramelo, olhos verdes azulados – quase como o mar - que brilhavam quando ela sorria e você poderia ver só de olhar para ela que ela era uma senhora muito amável. Ela usava um vestido branco e verde, que a fazia parecer uma princesa em todo seu esplendor. De fato ela era tão poderosa como uma Deusa, mas tendo seus poderes selados para toda a eternidade. Ela não esperava mais nada, sendo filha de Caos e uma mortal. Uma meio sangue humana, meio Primordial. Não que alguém além dela soubesse, é claro.

Ao lado dela estava um homem alto, com cabelos pretos como piche e olhos que eram tão verdes como o mar do caribe em sua melhor época, uma poderosa luz verde o envolvia, mostrando que ele não era um simples mortal. Isso, se sua aura poderosa não era algo. Ele também tinha uma barba negra aparada que cobria quase a metade de seu rosto. Era evidente quem ele era. Poseidon, o deus dos mares.

Um pequeno pacote estava firmemente embrulhado em seus braços e seus olhos emitiam para ele um brilho quente como o Deus olhou para o menino recém-nascido com apenas duas semanas de idade.

No entanto, o homem parecia estar discutindo com a mulher.

– Poseidon, você deve levar essa criança para Atlântida! Vai ter que leva-la junto com você. Ele não vai ter chances aqui! O cheiro dele é muito forte para ficar no mundo humano.

– Sally, você sabe que eu não posso, o que Anfitrite vai fazer com essa criança quando descobrir? Ela pode ser tão vingativa como Hera, tenho pena do que ela faria com esse menino. Além disso, ele será um meio sangue como os outros até que descubra...

– Então fique aqui conosco – ela disse calmamente, quase implorando para o amante.

– Você sabe que eu não gostaria de nada mais do que isso, mas se Zeus descobrir, ele vai iniciar uma guerra civil, e você sabe que eu não posso deixar isso acontecer. Por mais que me doa dizer isso, ele deve ser enviado para o acampamento em breve. Os monstros vão começar a aparecer e se algo acontecer com qualquer um de vocês dois, eu não sei se serei capaz de aguentar.

Sally instantaneamente suavizou o olhar quando ela segurou ambas as bochechas do homem apertando-as.

– Não, eu não vou manda-lo para o acampamento, eu quero que ele tenha uma família sempre ao seu lado e lá ele não vai ter isso. Eu preciso dele e ele precisa de uma mãe ao seu lado.

– Sally...

– Poseidon, eu sei que é perigoso mas não estou disposta a perder meu filho.

Ele parecia prestes a protestar mas desistiu no instante em que olhou nos olhos tão expressivos dela.

– Muito bem, eu vou ficar com vocês, Sally, mas apenas por enquanto.

A mulher abraçou o homem e seu filho recém-nascido.

– Obrigado.

– Mas vou ter que voltar para Atlântida hoje, tenho que dar uma desculpa para todos sobre o meu sumiço.

– Certo, boa viagem meu amor.

– Obrigado - disse enquanto se virava.

Ouviu um risinho provindo da mulher.

– Mas me dê o Perseu primeiro – ela falou ente risos.

– Ah, é mesmo.

Poseidon entregou o pequeno embrulho á Sally antes de dar um beijo na testa do menino, murmurando um pequeno adeus.

E assim o homem saiu. Não estava completamente escuro lá fora e havia uma tempestade de neve pequena acontecendo. A mulher colocou o pequeno bebê no berço e saiu do quarto, se dirigindo para a cozinha. E foi nesse momento, que o desastre aconteceu.

Um raio enorme de repente veio do céu. Parecia que ele estava destinado a perfurar Sally e seu filho. A explosão que se seguiu foi um estrondo enorme e ensurdecedor. Chamas consumiram o apartamento em menos de segundos. Rápido demais para a compreensão humana.

O homem estava no meio da rua quando ouviu o enorme estrondo. Imediatamente ele voltou para o apartamento, apenas para descobrir o local queimando em altas labaredas. Correndo, foi até o quarto da criança, encontrando-o chorando no berço ainda intacto. Rapidamente criou uma barreira protetora em torno do berço e correu os olhos sobre o lugar procurando Sally, encontrou a mesma tentando chegar ao quarto, ainda no corredor.

– Sally! – ele gritou trazendo-a para perto de seu corpo, apertando-a contra si. Ela tinha várias queimaduras, muitas em graus altíssimos.

– P-Poseidon, Percy... – ela resmungou.

– Ele está bem, Sally eu preciso de água, você está muito machucada.

Disse Poseidon enquanto olhava para o machucado que com certeza havia atingido o pulmão, completamente mortal.

– Não, já chegou a minha hora - um acesso de tosse cortou a frase.

– Sally...

– Você tem que me prometer que vai cuidar do nosso filho. Ele deve ter pelo menos um pai ao lado dele.

– Eu prometo, Sally – ele disse – Eu juro.

– Obrigado.

E com um último suspiro ela deixou este mundo. Um acesso de raiva tomou conta do corpo do Deus. “Aquilo não havia acontecido, não, não podia ter acontecido. Não era verdade! Não podia ser verdade”.

Um choro o puxou de volta a realidade. Foi até o berço aonde seu filho chorava e o pegou no colo, deixando a manta azul para traz.

– Eu vou te proteger meu filho, vou cuidar de você e vou te transformar em um grande herói, um verdadeiro príncipe dos mares, juro pelo rio Styx.

Um trovão se fez presente no céu estrelado.

Ajeitou o menino no colo e alcançou a manta, envolvendo a mesma no bebê. Saiu da casa em direção ao mar, “Preciso leva-lo para casa” pensava. “Ele não merece isso, você vai me pagar irmão”. Como se aceitasse a ameaça, o céu tremeu quando um raio cortou-o ao meio.

Observou a criança que levava embrulhada em uma manta azul clara, observando a incrível semelhança consigo mesmo. Tele transportou-se para o oceano, seria mais rápido e seguro para ambos. Lágrimas começaram a cair novamente como Poseidon pensou sobre o verão que passara com Sally.

Oh, como ele a amava, apenas para ela ser forçosamente tirada dele e do seu próprio filho.

Perseu, que tinha adormecido em seu colo, abriu vagarosamente os olhos. Acalmando instantaneamente o pai, que observava os olhos da mesma cor que o mar do caribe, muito semelhante ao seu próprio, mas com uma inocência que apenas crianças podem ter.

O bebê estava balbuciando e olhando para os peixes e as várias criaturas do mar que estavam olhando para ele com curiosidade, sussurrando em sua mente: "Um novo Príncipe de Atlântida nasceu! Salve o Filho do Deus do mar! Salve o novo Príncipe! ". Poseidon sorriu quando ouviu o título que muitos tinham aderido ao menino.

Era de certa forma inesperada a chegada de um filho, há muito jurou não ter mais descendentes, Perseu Jackson é o seu primeiro filho em trezentos anos.

Revendo a sua memória, Poseidon lembrou que isso já avia acontecido antes. Maria, amante de Hades, também tinha sido assassinada por Zeus. Felizmente, as crianças dela foram salvas. Assim como Perseu.

Fazendo uma nota mental para fazer uma visita ao irmão no submundo ele adentrou o palácio, indo diretamente à sala do trono, obviamente ignorando todos os olhares que decaiam sobre ele e ainda mais sobre o menino dormindo em seus braços.

Adentrando a espaçosa sala pode ver sua esposa, Anfitrite, já impaciente, a sua espera.

– Meu senhor, por que demorou tanto? Pensei que tinha me prometido... – Parou quando percebeu o embrulho que o esposo carregava - O que é isso?

– Não é ‘isso’ Anfitrite – Falou, já prevendo o chilique que a mesma daria – É um menino.

– Não me diga que... não, ele não é o que eu estou pensando é? – perguntou, olhando fixamente o garoto – Poseidon...

– É – afirmou – Ele é meu filho, um semideus.

– Como você ousa traze-lo aqui? Já não me faz sofrer o suficiente apenas me traindo? Agora quer que eu ature sua cria de baixo do teto da nossa casa?

Poseidon tremeu sobre o olhar dela. Perseu, parecendo perceber a tensão, resmungou baixinho, mas ainda continuou dormindo.

– Eu não tive escolha – resmungou, vendo Anfitrite chegar mais perto de si – A mãe dele foi morta a apenas alguns minutos, Zeus a matou – disse com certo veneno na voz.

O olhar de Anfitrite suavizou e se tornou um olhar de simpatia por alguns instantes, mas voltou a se enfurecer quando a mesma pensou na traição que sofrera.

– Ele quase matou o meu menino também mas eu consegui salvá-lo do fogo – disse baixinho olhando para Perseu - Por favor, você tem que entender que eu não posso perdê-lo também.

Poseidon pediu, mostrando o menino dormindo no seu colo a esposa. Os olhos de Anfitrite suavizaram quando ela olhou para o menino. Ela estendeu os braços na direção dele.

– Posso segura-lo?

Poseidon hesitou por um momento, mas quando olhou nos olhos da esposa teve certeza que ela não faria mal nenhum à Perseu. Ele cuidadosamente passou o garoto para o colo da mulher.

Anfitrite ajeitou o menino em seus braços e ele lentamente abriu os olhos. Perseu não chorou ou fez qualquer barulho, apenas observou-a quieto por alguns instantes. Ela sentiu que a criança estava lendo sua alma com aquele olhar. Por um instante ele piscou e então apenas deu um risinho caloroso, o que chamou a atenção dos mais velhos.

A mulher já tinha sua determinação desmoronando por este simples gesto de afeto atirado em sua direção.

– Qual é o nome dele?

– Perseu Jackson.

– Um nome lindo.

Perseu riu enquanto brincava com o colar de conchas que a mesma usava, com grande curiosidade ele tocava concha por concha, com um cuidado assustador.

Anfitrite olhou para o marido e viu o mesmo perdido em pensamentos, talvez pensando no que fariam dali para frente ou mesmo articulando um plano para se vingar do irmão mais novo, ela não sabia, mas podia ver um misto de dor, raiva e angústia em seu olhar.

Tinha pena dos mortais, estes que deveriam estar enfrentando grandes terremotos e tsunamis neste momento.

– Mas de qualquer modo – disse Poseidon assustando um pouco a mulher – vamos resolver isso amanhã, já está tarde.

– Certo.

Ambos caminharam em silencio até o quarto do casal. Um quarto espaçoso, branco e azul claro, com uma cama de casal, um piano de calda branco, um guarda roupas e grandes janelas com cortinas num azul mais escuro, como o mar a noite.

Ao lado da cama havia um berço branco. Anfitrite colocou o menino cuidadosamente dentro dele e o cobriu com a cobertinha azul caribe que estava ali, ficou observando por um momento o rosto adormecido do bebê até que sentiu a presença de Poseidon do outro lado do berço.

– Ele parece um anjo – ela disse passando a mão pelo cabelo negro de Perseu.

– Não é? – o marido respondeu sorrindo maroto.

– Perseu se parece muito com você.

– Acredite, ele parece bastante com a mãe, mas concordo que temos várias semelhanças.

E assim a noite continuou, com a promessa de um sono tranquilo ao pequeno príncipe dos mares.

Aquele que é filho do Deus dos mares e dos terremotos, Poseidon e uma semi-primordial.

A criança que viria a se tornar o semideus mais poderoso que o mundo já viu.

“Salve Perseu! O príncipe dos oceanos, dos terremotos e dos cavalos! O filho de Poseidon!”


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