Eu não entendi nada, por que ele viria na minha casa e não me contaria tudo o que eu precisava saber? E depois de tanto tempo, quem são eles e que pacto é esse que me envolve também? Eu precisava de respostas, eu cansei de me esconder eu preciso ir até ele novamente, mas onde será que ele mora? Preciso falar com Richard ele pode me ajudar, ele conhece um pouco do meu passado, é isso vou ligar para ele.

No mesmo momento vibra meu celular, era uma mensagem, fico pensando que era o Jonny e logo pego o celular para ver quem era e li a mensagem.

“Eu posso te ajudar com as respostas que você tanto quer, me encontre hoje as 23h15 perto da igreja do centro da cidade, e você vai saber o que precisa”. Anônimo.

Agora sim eu fiquei com medo, de quem era essa mensagem? A minha curiosidade é maior eu preciso saber “Quem são eles?” de quem o Jonny falou. Olho no relógio e vejo ainda são 19h00, pego a minha bolsa e coloco um explay de pimenta, era a única coisa que poderia me ajudar caso alguém quisesse me machucar, deitei na minha cama e fiquei esperando a hora passar, pensei em ligar para o Richard mas sabia que ele não iria me atender, ele estava com raiva de mim, e eu não poderia culpa-lo, mas seria ótimo se ele estivesse comigo, eu me sentiria mais segura. Olhei no relógio e já era 23h00 peguei minha bolsa e aguardei meu celular, fui saindo devagar do meu quarto para não acordar minha mãe, sai de casa e tranquei a porta, a rua estava deserta por causa do horário e eu estava com um pouco de medo, mas fui andando até chegar a igreja, não era muito longe de casa, cheguei de frente a igreja e fiquei olhando pra ver se chegava alguém, sentei no banquinho ali de frente, deu o horário 23h15, abri minha bolsa e peguei o explay de pimenta e fiquei segurando bem firme, até que comecei a ouvir uns passos e senti uma presença como se alguém estivesse atrás de mim, quando olhei era Brenda dei um pulo de susto.

– O que você está fazendo aqui? – pergunto olhando para ela.

– Eu que te mandei a mensagem, pensei que você não viria –ela ficou me olhando – Posso sentar?

– Pode! Mas como assim você que me mandou a mensagem, eu pensei que fosse ... – antes que eu terminasse ela me interrompe.

– O Jonny? Séria obvio demais, mas foi eu que te mandei a mensagem, peguei seu número no celular do Richard, pensei que você não viria, que bom que está aqui – ela fala com um leve sorriso em seu rosto.

Para mim nada fazia sentido, a Brenda nunca gostou de mim, e agora sabe sobre os meus segredos? E quer me ajudar? Alguma coisa está errada eu posso sentir.

– Acho melhor agente ir ali à cafeteria, ainda está aberta,assim podemos conversar melhor, aqui está frio – ela diz me olhando.

Assim nos duas levantamos e fomos caminhando até à cafeteria e entramos e sentamos, pedidos dois chocolates quentes.

– Brenda, nós não somos amigas, o que está acontecendo você pode me dizer? – pergunto encarando ela.

– Simples Abby, realmente não somos amigas, mas desde que você veio para está cidade, as coisas estão diferentes, eu sei o que aconteceu com você há três anos atrás e posso dizer que te entendo – ela me diz com um tom doce na voz.

– Eu não estou entendendo Brenda! – falo com os olhos cheios de lágrimas.

– Não se preocupe, Richard não me falou nada, foi o Jonny,ele fez comigo o que o amigo dele fez com você, mas não é sobre isso que vim até aqui pra falar com você. – ela fala pegando o chocolate quente que a garçonete acabou de trazer.

– Você foi ... – antes que eu terminasse ela me interrompeu novamente.

– Sim eu fui estuprada pelo Jonny, foi difícil de aceitar isso no começo, mas eu sou o tipo de garota que da a volta por cima e sofre calada. – ela fala sorrindo.

– Brenda, eu sinto muito! – falo surpresa e tentando buscar palavras para demostrar a minha indignação.

– Não precisa fingir Abby, não estou aqui pra falar de mim e sim de você! – ela diz dando um gole no chocolate quente.

– Não! Isso não é certo, você precisa denunciar ele, ele precisa ser preso! – falo nervosa.

– Denunciar? Como você fez com o amigo dele? É Abby, eu sei mais do que você pensa, e eu não farei isso – ela diz olhando para os lados.

– Eu tive motivos para não fazer a denuncia, mas você pode fazê-la, ele pode machucar outras pessoas – falo olhando para ela.

– Abby, se ele for preso fica mais difícil de você saber sobre o porquê ele está aqui e o amigo dele também. –ela fala bem certa do que está dizendo.

– Já que você está aqui, por que não me fala logo, e acabamos com isso?– pergunto um pouco tensa.

– Não é tão simples Abby, tem muito mais coisas do que eu possa compreender – ela diz me olhando fixamente.

– Então pode começar a falar tudo, não saio daqui antes de obter algumas respostar – falo séria.

– Tudo bem, vamos ver por onde eu posso começar ... a já sei a minha tia Lia ela era uma pobretona, que saia com qualquer um para conseguir algum dinheiro – ela falava respirando pausadamente e ai a interrompi.

– Para Brenda, estou aqui pra você falar sobre o Jonny, Jason está lembrada? E não da sua tia, estou perdendo meu tempo aqui – falo irritada e levantando para ir embora.

– Calma, eu preciso te contar isso, e a minha tia tem mais haver com a sua história do que você pensa – ela fala pegando no meu braço, ai eu sento novamente na cadeira.

– Tudo bem, mas não enrola muito por que estou sem paciência e já é tarde – falo olhando para o relógio.

– Está certo! Bom a minha tia não tinha aonde cair morta, ai ela conseguiu um emprego na imobiliária, mas ela chegava em casa muito tarde, ficava além do expediente, minha mãe estranhou e pediu para eu ir lá procurar por ela, mas quando cheguei ela estava em uma reunião secreta, eu vi a minha tia fazendo um pacto, com um grupo estranho, estavam todos de capuz preto e roupa vermelha, depois daquele dia ela nunca mais foi a mesma, ela ficou rica de repente e tudo começou a mudar, eu ouvia falar de você, ela falava o tempo todo sobre uma tal Abby que viria para cá, e logo quando você entrou no ônibus eu sabia que era você, minha tia tem uma foto sua na mesa do trabalho, um dia eu ouvi uma conversa dela com a uma pessoa que estava na sala e ela mostrava a sua foto, e dizia que você era o tesouro e não podiam te perder, precisavam ficar junto de você o tempo todo! – Brenda falou com medo.

– Mas isso é o que? Uma seita do mal? Não tem sentido, o que eles querem comigo? Nunca mexi com nada do mal – pergunto assustada e ao mesmo tempo sem entender.

– Pensa Abby, quando temos um relação sexual com alguém ficamos ligada essa pessoa, no seu caso você foi estuprada, mas essa relação aconteceu, e se você fosse virgem a ligação seria maior – ela me olha seria.

– Eu era virgem o que isso tem haver? – pergunto ainda mais assustada.

– Pessoas nessa seita fazem coisas ruins para se beneficiar,se você mata alguém ou faz qualquer coisa ruim você ganha algo em troca – ela diz.

– Então o que você quer dizer é que ele me estuprou para ganhar alguma coisa? – pergunto.

– Isso, riquezas, bens, fama, qualquer coisa! – ela diz confiante.

– Você está louca, eu não acredito que vim até aqui para você inventar coisas, ainda mais de filme de terror, me poupe eu não acredito nessas coisas – falo me levantando e saindo.

– Abby espera! – Diz Brenda.

Eu vou saindo sem ao menos olhar para trás, aquilo era ridículo,não ia ficar ouvindo bobagem essa hora da noite, eu preciso de algo concreto e não filmes de terror que uma garota louca viu a noite passada.

Chegando em casa entro sem fazer qualquer barulho, quando aluz da sala acende e um levo um susto.

– Mãe? Que susto! – falo respirando devagar.

– Que susto? QUE SUSTO? Você está bem? Eu acordo no meio da noite, e quando vou ao seu quarto você não está, e você me diz que susto? – fala minha mãe irritada.

– Eu posso explicar! – falo sem graça.

– Não precisa explicar nada, eu já disse quais são as regras dessa casa, mocinha, e agora você acha que por que vai em breve completar 18 anos, pode já fazer o que bem entender? – minha mãe fala levantando do sofá.

– Mãe? ... – antes que eu continuasse ela me interrompe.

– Não quero desculpas, vai para o seu quarto agora, eu não me perdoaria se algo acontecesse com você de novo Abby – ela começa a chorar e eu vou até ela e dou um abraço bem apertado.

– Estou bem mãe, só sai para falar com uma amiga – digo.

– Não quero saber, você diz que não tem amiga e meia noite vai encontrar com alguém? Vai dormir Abby já está tarde – minha mãe fala chateada.

E eu subo para o meu quarto e vou dormir, estava cansada e ainda sem entender, mas por um lado eu acreditava na Brenda.