E Se Fosse Verdade escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 7
Capítulo Final


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!!!

Preparados para o capítulo final?

Só para constar amei escrevê-lo e amei escrever esta fic de uma forma geral.

O episódio 2X20 é um dos meus favoritos e eu adorei fazer uma adaptação mesclando com personagens e situações originais. Foi um prazer sobrenatural escrever mais este devaneio e espero que vocês tenham curtido e que gostem deste final.

Lá vai o disco voador...



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Bunker dos Homens das Letras - Madrugada

Sam estava no quarto que dividia com Claire, deitado na cama, observando a esposa dormindo ao seu lado.

Fazia uma semana que ele e Dean haviam voltado para casa, para o mundo real, depois de terem acordado daquele pesadelo que o djinn plantou em suas mentes.

Geralmente, essas criaturas criam universos perfeitos para suas vítimas. Mas, ao perceber que estava diante de caçadores, aquele djinn resolveu fazer algo totalmente diferente e cruel com Sam e Dean, tirando aquilo que os dois mais amavam.

Apesar de Mary não ter morrido naquela alucinação, e de Sam e Dean terem tido vidas normais, o djinn fez questão de excluir Natalie e Claire de tudo aquilo. Para desiquilibrá-los, para destruí-los emocionalmente enquanto se alimentava do sangue deles.

Felizmente, mesmo preso naquele pesadelo, Dean conseguiu se comunicar com Castiel quando rezou para ele. Assim, o anjo pôde avisar Natalie e Claire que alguma coisa havia saído errada durante a última caçada dos irmãos e, através do GPS dos celulares, as duas conseguiram localizá-los.

As caçadoras tiveram alguma dificuldade contra o djinn, mas trabalhando juntas, elas conseguiram matar a criatura e libertar Sam e Dean.

As duas só não tinham certeza se eles estavam recuperados emocionalmente do que viveram, ou pensaram que viveram, nos dois dias em que ficaram presos naquele galpão. Dois dias que pareceram mais de uma semana para eles. Uma eternidade naquele mundo onde Natalie e Claire não estavam com eles.

Enquanto relembrava toda aquela situação, Sam tocou o rosto de Claire com as pontas dos dedos e aos poucos ela abriu os olhos. A morena suspirou profundamente e olhou para o marido. Acariciou o seu rosto com carinho e perguntou suavemente:

— Está tudo bem?

— Claro. Você está aqui. — respondeu Sam com os olhos fixos nos dela.

Claire deu um meio sorriso ao ouvir aquilo e prometeu:

— Eu sempre vou estar aqui, Sam. — e depois de uma pausa, aconselhou: — Mas você precisa esquecer o que aconteceu.

— Eu estou tentando. — assegurou ele.

— Nada daquilo foi real. — ressaltou ela.

— Eu sei, mas o vazio que eu senti lá, sem você, a dor... Essa parte foi bem real. — contrapôs o Winchester e depois de refletir um pouco, resolveu dizer: — Eu achei que estava com a Jessica naquele momento, mas só porque o djinn me fez acreditar nisso. Ela estava na minha mente, mas você... Você estava no meu coração, Claire. Naquele vazio que eu não conseguia preencher e que eu não entendia. Eu me culpo pelo o que aconteceu com a Jessica e tenho um grande carinho por tudo o que eu vivi com ela, mas tudo isso faz parte do meu passado. Você é o meu presente e o meu futuro. A mulher que eu amo e a mulher que eu preciso.

Claire sorriu feliz por ouvir aquilo, mas querendo entender o que se passava exatamente na cabeça do marido, indagou:

— Por que você está me dizendo essas coisas?

— Porque eu quero que você saiba que eu também estou aqui. Sempre vou estar. E que eu te amo, Claire. Muito.

O sorriso da caçadora se abriu ainda mais e, enquanto se aproximava de Sam, ela retribuiu:

— Eu também te amo. Muito. Pra sempre.

Em seguida, ela se debruçou sobre o marido, aproximou o rosto, fechou os olhos e envolveu os lábios dele com um beijo carinhoso e calmo. Algum tempo depois, ela se afastou um pouco, começou a brincar com os cabelos de Sam e insinuou com um olhar malicioso:

— É por isso que eu vou me empenhar bastante para te fazer esquecer aquele pesadelo de uma vez por todas.

Sam arqueou as sobrancelhas e rebateu visivelmente interessado e com um leve sorriso:

— Se empenhar, hein? E como exatamente você vai fazer isso?

— Me deixa te mostrar. — pediu ela.

Em seguida Claire mordeu os lábios, voltou a se aproximar de Sam e o beijou mais uma vez, com mais paixão e intensidade, fazendo o caçador segurar o rosto dela e se virar sobre a esposa, tomado pelo amor e pelo desejo que sentia por ela.

Os dois se afastaram um pouco, para que Claire retirasse a camisa do pijama de Sam e para que ele retirasse a camisola que a morena vestia naquela noite. Mas logo Sam estava sobre ela mais uma vez. Seus corpos se tocando e se envolvendo aos poucos, enquanto o casal se beijava com paixão e sentia seus corações disparados e suas respirações ficando ofegantes.

XXX

Enquanto isso, no quarto ao lado, Dean acordou e se espreguiçou na cama. Tateou os lençóis, procurando por Natalie, e teve um sobressalto quando não a encontrou ao seu lado.

Dean sentou, olhou o lugar vazio na cama, depois percorreu o quarto com o olhar à procura da esposa e chamou:

— Baby?

Preocupado, Dean levantou da cama e caminhou até a porta, mas antes que ele a abrisse, alguém girou a maçaneta e entrou. O caçador respirou aliviado ao ver Natalie, que levou à mão ao coração e exclamou:

— Ai, Sr. Awesome! Que susto!

Dean não se desculpou por tê-la assustado. Ao invés disso, ele apenas esperou a loira fechar a porta e voltar-se para ele, para dar um passo a frente e abraçá-la com força.

Natalie levou outro susto diante daquele gesto impulsivo e bateu levemente nas costas de Dean enquanto reclamava:

— Sabe... Se você ficar me abraçando deste jeito toda vez que eu volto do banheiro ou da cozinha, onde por acaso eu estava bebendo um simples copo de água, eu não sei onde isso vai parar.

Dean finalmente resolveu soltar a loira e disse:

— Me desculpe.

Natalie o observou por alguns instantes, sorriu levemente e anunciou:

— Sabe qual é a sua sorte? — depois de suspirar sem perceber, ela confessou: — É que eu gosto quando você me abraça. — Dean sorriu ao ouvir aquilo, mas desmanchou o sorriso quando a esposa ressalvou: — Mas me abraçar toda hora deste jeito está começando a ficar meio estranho. Eu sei que é difícil de resistir a mim, mas tenta se controlar, ok?

Enquanto Natalie caminhava até a cama, Dean revirou os olhos e resmungou baixinho:

— Convencida.

A loira deitou do seu lado da cama e jogou o cobertor sobre o seu corpo. Não demorou muito para que Dean deitasse perto dela, se enrolando também, se aproximasse mais um pouco e a abraçasse por trás.

— Tarado. — resmungou Natalie.

— Você disse que gosta quando eu te abraço. — defendeu-se Dean enquanto encaixava o rosto no pescoço da caçadora.

— E eu gosto... — admitiu ela sentindo um pouco de cócegas.

— Ótimo porque eu estou a fim de fazer outras coisas também... Além de abraçar... — provocou o Winchester se aproximando mais um pouco do corpo de Natalie.

— É mesmo? — indagou ela enquanto acariciava o braço de Dean que estava em volta da sua cintura.

— Ah... Você me conhece, baby. Qualquer hora é hora de brincar. E já que você acordou... E eu acordei... — prosseguiu Dean animando-se com o clima que surgiu entre os dois.

Então Natalie se virou na direção dele, se aconchegou nos seus braços, sorriu e começou a aproximar o seu rosto do dele.

No entanto, quando Dean se preparava para encontrar os lábios dela, Natalie o afastou um pouco, ficou séria e cortou o clima dizendo:

— Sabe outra coisa que eu gosto também? Além de ser abraçada e brincar? Eu gosto quando você é honesto comigo.

Dean franziu o cenho um tanto confuso e assegurou:

— Eu sempre sou honesto com você.

— Então me conta o que aconteceu. O que você viu, viveu, sei lá, quando aquele djinn te envenenou? — quis saber a caçadora. — Eu sei que era como se a Claire não tivesse nascido e que o Sam sofreu muito com isso. Eu sei que você era casado com uma tal de Carmen, mas o que mais? E sobre mim? O que você viu? Por que você está agindo de uma forma diferente desde então? Por que você ficou tão carente e grudento de repente?

Dean se afastou um pouco e olhou para Natalie ofendido ao perguntar:

— Carente? Grudento? Então agora é assim?

— É, agora é assim. — reafirmou a loira irritada por Dean estar escondendo certos detalhes daquele pesadelo.

Com raiva, Dean se afastou mais um pouco e sentou na cama. Natalie fez o mesmo, mas quando percebeu que o marido ia se levantar, ela o segurou pela mão e ele desistiu.

Natalie esperou que Dean se acalmasse e olhasse para ela. Então ela também retomou a calma e pediu de novo:

— Me conta.

Dean a encarou por um bom tempo, enquanto lembrava de tudo o que tinha acontecido no pesadelo imposto pelo djinn. Depois encostou as costas na cabeceira da cama e desconversou:

— Naty, eu não quero falar sobre isso.

Insatisfeita com aquela resposta e depois de um longo momento em silêncio, Natalie arriscou:

— Eu morria, não era?

Pela expressão dolorosa de Dean, Natalie entendeu qual era a resposta.

Ela lembrou que Claire havia lhe contado que no tal pesadelo, Sam e Dean não eram caçadores, que lá eles tinham sido criados bem longe daquela vida. Em seguida, ela lembrou de quando tinha sete anos e de quando John e Dean apareceram na sua casa.

Um demônio que possuiu o pai dela tinha matado a sua mãe. E se os caçadores não tivessem chegado a tempo de detê-lo, então certamente aquele mesmo demônio teria a encontrado escondida embaixo da cama.

Natalie mordeu os lábios e engoliu em seco. Mesmo sabendo que as coisas não tinham acontecido como no pesadelo de Dean, aquilo também mexeu com ela. Ver Dean daquele jeito, se martirizando por algo que não tinha acontecido, a machucava também.

Então Natalie resolveu lembrá-lo:

— Não foi real.

Dean não respondeu nada. Ele sabia que aquilo não tinha sido real, afinal Natalie estava bem ali, sentada no meio da cama, de frente para ele. Mesmo assim, o que ele viu quando estava preso naquele universo alternativo não era algo fácil de se esquecer. Tinha sido muito real, por mais que fosse uma grande encenação do djinn.

Mesmo assim, ele assentiu:

— Eu sei.

— Eu estou viva. — lembrou ela.

— Eu sei. — assentiu o caçador novamente.

— Eu estou aqui. — continuou a loira.

— Eu estou vendo. — disse ele.

Natalie o olhou com carinho durante um tempo irrelevante. Em seguida, ela declarou:

— Eu te amo.

— Eu sei. — falou Dean cheio de si, esquecendo por um momento o assunto delicado que Natalie tinha trazido à tona.

Ao ouvir aquilo, a loira se aproximou e bateu no ombro de Dean como protesto e então ele corrigiu:

— Eu também te amo.

Lentamente, Natalie se posicionou em volta da cintura de Dean e ele deixou que suas mãos repousassem nas pernas da loira. Ela, por sua vez, apoiou as mãos no peito dele e murmurou:

— Que bom.

— Muito bom. — devolveu Dean enquanto percorria o corpo de Natalie com os olhos e suas mãos subiam pelo short que ela vestia.

— Então, esquece o que aconteceu. Ou melhor, o que não aconteceu. — pediu ela com firmeza.

— Já esqueci. — balbuciou o Winchester.

— Sério? — duvidou Natalie.

Dean pensou um pouco e respondeu com sinceridade:

— Não. Mas eu vou esquecer, ok? Eu prometo que eu vou fazer um esforço e esquecer o dia em que Natalie Jones não existia no meu mundo.

A loira sorriu satisfeita com aquela resposta. Ela sabia que não tinha sido fácil para Dean ter passado por tudo aquilo. Nada foi real, mas mesmo assim o marcou. Assim como marcou Sam. E agora ela e Claire tinham que contornar as marcas que aquele evento sobrenatural deixou nos dois irmãos.

— E agora? — quis saber Dean, ansioso por encerrar aquela conversa.

Suas mãos subiram pela cintura e pelas costas da esposa até alcançarem a sua nuca e segurarem o rosto dela com carinho.

— Agora? — repetiu Natalie fazendo certo mistério. — Advinha?

Dean deu um meio sorriso e arriscou:

— Hora de brincar?

— Já que você acordou e eu acordei... — encerrou ela antes de pressionar seus lábios contra os dele.

Então Natalie o envolveu em um abraço caloroso que foi imediatamente correspondido. O beijo se tornou mais intenso e apaixonado. E logo a brincadeira começou.

XXX

Na manhã seguinte, para surpresa de todos os moradores do bunker, Kevin e Chloe aproveitaram uma folga entre uma prova e outra em Princeton e resolveram fazer uma visita surpresa. E então todos se sentaram à mesa com eles para um café da manhã bem animado.

Kevin e Chloe estavam em perfeita sintonia, visivelmente apaixonados. Era algo lindo de se ver. Sam e Dean os observaram discretamente, se entreolharam e sorriram diante da felicidade deles.

Em seguida, eles foram atraídos pelas risadas de Claire e Natalie que conversavam animadamente com Bobby. Ele tinha começado a contar histórias engraçadas que aconteceram em algumas caçadas, ao longo da trajetória dos Winchester como caçadores.

Como esquecer o dia em que Sam perdeu um pé de coelho, que era amaldiçoado, e teve que enfrentar o dia mais azarado da sua vida? Com direito a perder um dos sapatos em um bueiro?

Dean gargalhou ao ouvir aquela história e pegou um pedaço da torta que dividia com Natalie.

Sam fechou a cara e recebeu um cafuné de Claire que fez um enorme esforço para não rir diante daquele relato cômico.

Para se vingar do irmão, que ainda ria daquela história, Sam relembrou a caçada a um deus pagão que assumia a aparência de celebridades. Sam frisou a parte em que Dean acabou levando uma surra da Paris Hilton.

Todos riram, exceto Dean, obviamente. Mas ele arriscou um meio sorriso quando Natalie lhe deu um beijo carinhoso em sua bochecha, para consolá-lo depois de também ter rido dele.

Em seguida, Sam e Dean olharam para Mia e Castiel, que também riam daquelas histórias. No entanto, o que mais chamou a atenção deles foi Mia se entupindo de café e o anjo tentando repreendê-la. Ele dizia que a bebida deixava a caçadora ainda mais elétrica e Mia retrucava num ritmo tão acelerado que era impossível acompanhar cada palavra dita por ela.

Os irmãos sorriram diante daquela cena. Era tão bom saber que Mia era viciada em café, que ela não era uma jornalista que sofria de gastrite e escrevia obituários. Mas sim uma caçadora com certos dons sobrenaturais. Uma garota meio maluca, é verdade, mas uma garota que parecia mais feliz daquela forma, sendo ela mesma e vivendo daquela forma, com seu anjo de sobretudo.

Em dado momento, Sam e Dean olharam para Bobby. Era tão bom tê-lo com eles também. Ele que definitivamente se tornou o segundo pai dos dois, quando John se foi. Era tão inacreditável que Bobby tivesse voltado da morte. De novo. E agora estava ali. Com eles, como nos velhos tempos.

Em seguida, os irmãos voltaram a olhar para as suas respectivas esposas. E mais uma vez se deram conta de como as amavam.

Era imensuravelmente bom ver Natalie e Claire vivas, radiantes, felizes. Tê-las por perto. Amá-las incondicionalmente, dividir toda aquela loucura sobrenatural com mulheres fortes e especiais como elas. Era tão bom ter acordado daquele terrível pesadelo onde as duas não existiam.

Sam e Dean ficaram sérios e tristes ao relembrarem o evento envolvendo o djinn. Mas em seguida, Bobby desenterrou mais uma história engraçada e os dois voltaram a si. Para aquele café, para a companhia daquelas pessoas.

Aquele mundo podia até não ser o mundo ideal para a maioria das pessoas, mas era o único mundo onde Sam e Dean podiam viver. O único lugar onde eles se encaixavam. O único lugar onde, apesar de todas as dificuldades, eles eram felizes. Eles tinham um pai postiço, amigos e Natalie e Claire. E o mais importante, tudo aquilo era verdade.


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Notas finais do capítulo

Adoro romance, adoro drama, adoro comédia e quis misturar tudo isso nesta fic.

Gostaram? Reviews?

Um beijo e um cheiro para todo mundo que acompanhou a fic!

Bjs!