Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 111
Múltipla dor de cabeça


Notas iniciais do capítulo

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Passa-se uma semana. Cindy evoluiu bastante, arranjou coragem, apesar de relutar seus poderes, e hoje consegue controlá-lo mais do que semana passada. Sinto-me orgulhosa, pois é a primeira vez que treino alguém - verdade que ela sou eu mesma, mas aos poucos vejo que somos mais diferentes do que o normal.

Eu, Bobbi, doutora Simmons e Cindy estamos no aeroporto. Hoje é a despedida dela, que viajará para Chicago e pegará a vaga deixada por Miriam Drew. Coulson fez algumas artimanhas e conseguiu introduzi-la em meu antigo curso, o de economia. Ela está mais empolgada do que eu quando comecei. Nós três estamos ao redor de Cindy, dando dicas

–Não se envolva em confusão e mantenha seus poderes em segredo. - Digo.

–Se um garoto se apaixonar por você espere alguns meses e depois namorem. - Sugere a doutora.

–Se ele disser que te ama, ou é verdade ou ele está sob efeito dos feromônios de sedução.

–Ou ele quer te levar para a cama. Nesse caso, disfarce e recuse - Diz Bobbi.

–São muitas dicas, preciso anotá-las?

–Não, basta se lembrar de uma: Não perca a paciência. - Digo, abraçando-a finalmente - Boa sorte lá, Cindy.

–Obrigada.

Após o meu abraço, foi a vez de Bobbi abraçá-la. Por fim, é a vez da doutora também se despedir. Seu voo é chamado e nos despedimos definitivamente.

–Vou sentir falta dela - Diz Bobbi.

–Você tem a mim. - Respondo.

–Não é a mesma coisa. Quer dizer, é, mas...

–Tudo bem, até eu me perco um pouco. Clones são confusos.

Nós três saímos do saguão do aeroporto e caminhamos até o estacionamento. Enquanto atravessávamos a porta automática, meu sentido-aranha vibra repentinamente. Por essa eu não esperava. Olho para trás e vejo alguns homens me encarando. Eles desviam o olhar, mas vi o suficiente para saber que estou sendo investigada. Isso me causa uma dúvida: Será que Cindy corre perigo?

Combinando este momento de distração com o grande fluxo de pessoas entrando e saindo. O que temos? Claro que uma batida acidental em uma pessoa aleatória! Acabei derrubando seu celular, um copo de água (que molhou minha calça) e o fone de ouvido do jovem com quem esbarrei.

–Desculpa! Desculpa! - Digo, repetidas vezes.

–Desculpa! - Ele pede, também repetidas vezes.

–Foi um acidente. - Agacho-me para pegar suas coisas. Ele também.

–Não, tudo bem. Este celular já estava velho mesmo. - Devo concordar. Com todos usando smartphones, ele usa um daqueles aparelhos antigos.

–Desculpa pela água.

–Estava quente.

Impressão minha ou ele arranja uma justificativa para eu não me sentir culpada?

–Desculpa pelo fone de ouvido.

–Não prestava mais. - Quem é este ser?! - Mais alguma desculpa?

–Desculpa por não ter te visto? - Pergunto sorrindo.

–Também não te vi. - Ele diz, também sorrindo.

Após arrumarmos suas coisas, ficamos de pé e nos encaramos por alguns segundos. Pude analisá-lo melhor: Ele é loiro, tem um rosto bonito, olhos azuis, pele branca. Pelo rosto, percebe-se que ele não tem mais de 25 anos. Nosso momento de transe é interrompido quando Bobbi tosse e chama minha atenção.

–Jess, precisamos ir.

–Tá, já estou indo. - Digo, devolvendo os objetos para o rapaz.

–Seu nome é Jessica? - Eu confirmo com a cabeça - Prazer, sou o Jared. - Apertamos nossas mãos e nos despedimos, sorrindo.

–Eu conheço este olhar - Sussurra Barbara, enquanto saímos do local. - Eu o via quando você estava com...você sabe de quem estou falando.

–Sei, não precisa mencioná-lo. - Sorriso, pode sair de meu rosto. - Mas foi um acidente, Bobbi. Meu sentido-aranha tinha vibrado e eu acabei esbarrando por acidente.

–Sentido-aranha? Agora?

–É. Eu vi olhares de outras pessoas.

–Fique atenta.

Chegamos até o nosso carro, aonde Jemma já estava sentada no banco de motorista. Ela é nossa motorista, principalmente porque eu nunca tirei carteira - apesar de que saiba dirigir. Deveria tirar habilitação algum dia desses.

–Prontas?

Fizemos sinal de ok com as mãos e ela liga o carro. E eu não gostei do barulho do motor. Nem da fumaça.

–Ops! - Digo.

Nós três descemos do carro e abrimos o capô para descobrir o problema. Nossa! Quanta fumaça! O motor está numa condição bem ruim. E bem molhado?

–Alguém molhou o motor - Diz Bobbi, tocando com a mão enluvada.

Enquanto ela faz alguma coisa ali, meu sentido-aranha vibra mais uma vez. Eu olho para os lados e encontro um cavalheiro solitário, vestindo uma jaqueta de couro, provavelmente, e usando um chapéu estilo faroeste, que cobre seu rosto.

–Bobbi, temos um observador. - Alerto-a. Imediatamente ela sai de perto do motor e observa-o também.

–Senhor, quem é você? - Ela grita, levando sutilmente sua mão à cintura.

O homem misterioso retira o chapéu e olha para nós. Ele possui um sorriso no rosto, aquele sorriso maléfico. Ele também abre o zíper se sua jaqueta, revelando uma espécie de traje especial. Barbara olha para mim com dúvida.

–Não queremos confusão. Quem é você? - Pergunto.

–Jemma, entre no carro e fique trancada.

A doutora Simmons obedece. O rapaz começa a caminhar em nossa direção. De repente, ele começa a correr e a... vibrar? Surge outro de si, idêntico e correndo na mesma velocidade que o original. E vibra outra vez, repetindo o processo. Ele está se multiplicando!

–Cuidado! - Grita Bobbi, puxando sua pistola. Ela começa a atirar no homem, mas a cada tiro acertado, nasciam dois no lugar (como uma hidra).

Alguns deles se aproximam de mim e me encurralam. Eu soco 2 ou 3, levando múltiplos socos dos outros não sei quantos ao meu redor. Eu disparo teias, consigo desviar de alguns golpes, mas a maioria das vezes sou acertada. Em determinado momento, eu salto e giro, derrubando um deles e ficando em cima.

–Quem é você?!

–Sou o Homem-Múltiplo, docinho! - Ele solta uma gargalhada.

Meu sentido-aranha vibra, alertando tarde demais dos braços que me agarram por trás. Eu revido, usando minha força para jogá-los no chão, mas mais deles surgem. Eu luto como posso, danem-se as roupas rasgadas (mentira, estou torcendo para que elas resistam).

Olho rapidamente para a Barbara. Ela está tão encrencada quanto eu, mas usa seu bastão para se defender. Eles também atacam o carro, tentando abri-lo de toda maneira possível. Este é o bom de ter carros blindados.

E estes caras - ou este cara - não param de surgir. Acho que a melhor maneira de derrotá-los é descobrindo um meio para que eles parem de se multiplicar feito coelhos. Pensa! Pensa!

Não adianta, vou perder esta luta. 4 ou 5 ou 6 me agarram e jogam-me contra um carro. Sendo sorte ou não, o carro começa a apitar. É o alarme, claro, mas diria que fui salva pelo gongo. Um por um eles começam a me soltar e a desaparecer, ou melhor, voltar ao corpo original. O Homem-Múltiplo original está bem distante de nós duas.

–Jessica! - Diz Barbara, me levantando. Ela também está ofegante e com a roupa bem desgastada, mas veste outra por baixo - Você está bem?

–Depende.

–Precisamos sair daqui. Vem. - Ela bate na porta de nosso carro - Jemma, abre! Precisamos ir embora.

Não demora muito e ela sai do carro, bastante assustada por nossa condição.

–Sem explicações, precisamos ir agora. - Bobbi puxa a doutora do carro.

Nós três saímos às escondidas do aeroporto. As pessoas já formam fila aonde nós estávamos lutando, tentando descobrir e entender o que aconteceu para ter tantos carros amassados.

Caminhamos mais alguns metros e então Bobbi chama um táxi. Assim escapamos de uma derrota, agora nossa missão é descobrir quem é este tal Homem-Múltiplo e para quem ele trabalha - se ele trabalha para alguém.


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Notas finais do capítulo

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