Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 109
Prêmio por cabeça




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Retiro calmamente a carta da perna de Cindy. Como alguém conseguiu acertar esta carta? E de onde ela veio? Sorte que Cindy não reclama, afinal eu com 17 anos não reclamaria de uma carta presa em minha perna. Olho para o naipe desta carta. Ás de paus.

–Você vai ficar bem, Cindy - Tranquilizo-a. Disparo teias na perna para evitar mais perda de sangue. - Alguém na escuta? É a agente Drew!

–Jess, o que houve? - Pergunta Bobbi.

Resumi rapidamente todos os acontecimentos: Halloween, Duende Macabro, emboscada e carta de baralho assassina. Ah, e a recompensa por minha cabeça.

–Jess, tome cuidado. Mandarei o Manto e a Adaga para aonde estão.

–Certo.

Meu sentido-aranha vibra. Eu olho para o prédio à esquerda (não é aquele em que estávamos há pouco tempo, falo de outro) e vejo, lentamente, mais uma carta de baralho. Ergo a mão para tentar agarrá-la, mas incrivelmente a carta corta minha palma. Ai! O sentido-aranha continua vibrando, e novamente vejo mais cartas de baralho se aproximando. Eu disparo teias e consigo evitar que algumas me acertem, mas com as outras não tive a mesma pontaria. A maioria, na verdade, me acerta e rasga pequenas partes de meu uniforme. Sim, dói demais cada arranhão!

Eu fico ajoelhada, desejando que a chuva de cartas pare. Enfim parou, mas demorou bastante. Meu sentido-aranha, no entanto, continua vibrando. Desta vez veio do outro prédio (este sim é aonde eu estava). É uma bomba-abóbora rolando devagarzinho até mim. Levanto-me com dificuldades e arrasto Cindy para longe da bomba. Ela explode e destrói a parte do prédio em que estava.

–Precisamos sair daqui. - Diz ela.

–Eu sei, eu sei.

O Duende Macabro salta do buraco que sua bomba fez e aproxima-se de nós duas.

–Machucada, né? Será mais fácil matá-la, assim você não revidará! - Ele pega outra abóbora e joga em mim. Uso minha teia, acerto a abóbora e jogo-a de volta no Duende.

Finalmente conseguimos alcançar as escadas.

–Você consegue andar? - Pergunto para Cindy. Ela assente com a cabeça, apesar de ainda sentir muita dor - Vamos descer. Rápido, você vai na frente.

Ela assente outra vez e se levanta até as escadas. Cindy desce com dificuldades, mancando. Sinto-me mal por vê-la assim, toda ferida. Eu deveria ajudá-la, mas preciso me proteger também. Talvez o Duende ou Halloween reapareçam e tentem nos matar.

Após um longo e demorado tempo, chegamos ao fim da escada. Na verdade não havia como descer sem saltar.

–Segure-se em mim. - Digo para ela.

Ela se agarra em meu pescoço. Eu disparo teias para cima e descemos sem dificuldades. Ou quase nenhuma. Ao pousar, ela se solta de mim e, instantaneamente, meu sentido-aranha vibra. Ouvi o disparo de uma arma. Rapidamente puxo Cindy para baixo, evitando acerto na cabeça. Ledo engano, o disparo acertou minha perna.

–Ora, ora, ora. - Diz uma voz, tão sádica quanto a do Duende Macabro, mas não era ele. - Duas aranhazinhas descendo pela parede.

Eu olho para o homem. Ele veste azul e tem um alvo na máscara, além de um cinto contendo facas e cartas de baralho e armas de fogo.

–Quem é você?

–Mercenário, querida. Fui contratado para matá-la, pois aqueles dois idiotas são, sabe, idiotas. E comigo o trabalho sempre é bem feito.

–Por que todos querem me matar?

–Não sei, não discuto contratos. Apenas cumpro-os e pronto. - Ele puxa uma faca da cintura e gira entre seus dedos - Qual das duas será minha primeira vítima?

–Ah não, você não! - Diz o Duende Macabro, saltando lá do alto sem descer as escadas. E aparentemente sem sofrer danos. - Sai daqui! Ela é minha.

–Se ela é sua, por que ainda está viva? - Ele ri e balança a cabeça negativamente - Amadores.

Enquanto eles conversam, é um momento perfeito para escapar. Disparo teias no rosto de cada um e então caminhamos depressa para longe. Sim, caminhar. Com uma bala na perna é impossível correr, mesmo que eu tenha cura acelerada.

–Você vai deixá-la escapar. - Ouço o Duende se lamentando.

–Não sou vocês, Kingsley. - Diz o Mercenário.

Não sei como ele fez, já que minhas teias são difíceis para se retirar, mas algo acertou minha perna - a perna boa. Eu logo caí. Cindy até tenta evitar, mas caio mesmo assim.

–Foge, Cindy. Tente contatar a SHIELD de novo.

–Não vou te deixar.

Ouço o disparo de uma arma. Cindy abaixa a cabeça, protegendo-se também.

–Você ainda não pode enfrentá-los. Sai daqui, Cindy.

Ela continua hesitando, mas não insiste e sai de perto. Ela já pode correr outra vez. Arrasto-me até a parede e tento me esconder atrás do lixo. Quando percebo que estou segura, retiro a faca de minha perna. Foi um acerto preciso. Se fosse mais embaixo, acertaria minha tatuagem de aranha.

–Mulher-Aranha, cadê você? Apareça, não vou te matar. Só de machucar bem devagarinho. - É a voz do Mercenário.

Estou com a respiração acelerada. Tento prendê-la um pouco. Não é tão difícil prendê-la, principalmente se considerar o cheiro de lixo. Ergh, nojento!

–Não adianta, Mercenário. Ela desapareceu.

–Aí que você se engana, Kingsley.

–Pare de me chamar assim!

–Eu sinto o cheiro de sangue.

De repente fica um silêncio entre os dois. Ops! Ele sente o cheiro de sangue? Mesmo em todo esse lixo, ele sente o cheiro de sangue?! Meu sentido-aranha, claro, vibra agora. Uma faca atravessa a lata de lixo, derrubando-a e revelando minha localização. O mais impressionante é que o Mercenário ainda está com as teias tapando sua visão. Eu continuo quieta, talvez seja uma forma de enganá-lo.

–Sem grito? Hum... E o cheiro de sangue continua vindo dali.

Sorrateiramente eu pego uma lata de refrigerante vazia, sem fazer barulho. Então, arremesso-a para o lado, talvez isso chame sua atenção.

–Garota esperta - Diz ele, caminhando para aonde a lata está. - Uma pena que estes truques de filme não funcionem na vida real.

Repentinamente ele vira e dispara três facas na minha direção. Abaixo-me imediatamente, desviando por pouco. Infelizmente bato minha cabeça na lata de lixo. Droga, fiz barulho!

–Achei meu alvo.

–Não, ela é minha!

O Duende Macabro, também cego pela teia, puxa uma bomba-abóbora e joga na minha direção. Uso a tampa do lixo para me proteger. Em seguida jogo-a na direção do Duende, que desmaia, e levanto-me com dificuldades. Eu saio correndo, o Mercenário usa o braço para bloquear meu caminho.

Sorte: Eu abaixei minha cabeça.

Azar: Ele puxa meu cabelo e me joga no chão.

–Garota levada, me fez errar uma vez! - O Mercenário puxa mais uma vez meu cabelo e sussurra em meu ouvido - Eu nunca erro. - Sinto a ponta da faca em minhas costas.

Dou-lhe uma cotovelada, libertando-me. Fico mais uma vez de pé e cambaleio para trás. (Manto e Adaga, aonde vocês estão?)

O Mercenário puxa três cartas de baralho e joga 2 em mim. Uma eu consigo desviar, mas a outra passa rasgando a manga de minha fantasia, como se já não estivesse rasgada. Eu revido com um soco no rosto dele, mas o Mercenário desvia e usa mais o terceiro baralho como arma de ataque. Como? Arranhando minha barriga. Em seguida ele soca meu queixo. Não tinha como eu me defender, logo eu caí no lixo mais uma vez.

–Sayonara, garota!

Ele puxa uma faca e conduz sua mão armada até meu rosto. Eu seguro o braço, mas estou tão fraca que não me surpreenderia caso eu cedesse à força do Mercenário e perdesse um olho por causa disso.

Então eu vejo uma luz. Literalmente uma luz em forma de adaga. FI-NAL-MEN-TE! Não, não posso me desconcentrar. O Mercenário não se desconcentrou.

Manto surge ao nosso lado, chutando-o de cima de mim e me salvando.

–Obrigada - Já perdi a conta de quantas vezes o Manto me salvou.

–De nada, agente Drew.

–Nós pegamos Cindy ali no canto. Ela está salva agora. Agentes Morse e Johnson encontraram o tal Halloween que você mencionou. - Relata Adaga.

–Obrigada aos dois. Cuidado! - A luta ainda não acabou. O Mercenário jogou uma faca na direção de Tandy. Puxo-a bem a tempo. Ela contra-ataca, lançando uma de suas adagas luminosas e acertando o rosto do Mercenário. Enfim ele é derrotado.

–Agora eu devo agradecê-la. - Diz Tandy. - Vamos logo sair daqui e levá-los como prisioneiros.

Finalmente esta noite acabou! Pensei que eu morreria hoje...


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Notas finais do capítulo

Comentem aí qualquer erro que encontrarem.
Estou fazendo sequencialmente. O próximo capítulo sairá nos próximos dias.