Um Outro Lado da Meia-Noite escrita por Gato Cinza


Capítulo 43
Se for plágiar, plagie os melhores.


Notas iniciais do capítulo

Capitulo programado.



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Duas pessoas se aproximaram de mim, era a única coisa que eu via naquela escuridão que me cercava. Permaneci onde estava na esperança de que fossem amigos e quando finalmente tomaram uma forma distinguível vi quem eram. O Soberano da Natureza e a Soberana da Luz. Ambos pararam me olhando analíticos, e deram-me as coisas parando alguns passos e virando as cabeças a minha direção. Incerta se era para acompanhá-los, os segui. Não sentia nada debaixo de meus pés, como seu eu pisasse no vácuo, flutuasse. De repente meus pés tocaram em uma superfície úmida e incomoda, olhei para baixo e vi que estava pisando em um tapete de folhas amarelado-marrons e mais alguns passos a frente eu estava novamente naquele jardim estranho e agradável.

— O jardim dos perdidos – falei ao lembrar o nome do lugar.

Ainda tinha o mesmo aspecto sombrio com árvores velhas de galhos nus e troncos retorcidos, as folhas caídas formando aquele imenso tapete marrom, as trepadeiras se enroscando nas pedras e no bebedouro para pássaros e nos pilares do caramanchão. Até o céu parecia o mesmo, cinzento como um dia frio de inverno onde as manhãs são curtas e as noites chuvosas. Desta vez, porém eu vi outra coisa que não havia reparado da vez anterior – se bem que da outra vez eu estava irritada e tinha certeza que era um sonho –, havia uma árvore fantástica no meio do que me pareceu um círculo. A árvore ficava exatamente no centro ligando três locais diferentes como que se fossem separadas por uma barreira invisível. De um lado estava o Jardim dos Perdidos, onde eu estava e que pertencia ao reino das sombras. Do outro lado havia uma floresta na qual não consegui ver muito além de muitas árvores e alguns pássaros. Fazendo fronteira com a floresta e com o jardim, havia o que me pareceu uma campina com algumas árvores e um lago cuja água refletia a luz do sol, eu olhei para cima e vi o céu do mais azul celestial que jamais vi antes. Olhei para o céu sobre a floresta e depois para o do jardim.

— Como?

— A Floresta – disse a mulher de olhos puxados e sotaque engraçado – E o Lago dos Cristais. São nossos lares. A árvore das lembranças ou árvore da vida é o marco zero. Luz, trevas e natureza estão interligadas através dessa árvore.

— Por que o céu aqui é nublado? – com tantas coisas para perguntar, eu só conseguia me concentrar na razão dos céus serem diferentes.

— Por que representam as três estações, Primavera, Outono e Inverno– respondeu o rei da natureza.

— E o verão?

— Não há verão. É assim desde o inicio. Foram as pessoas quem criaram o verão e não a natureza.

— Eu rejo o inverno e tudo que a ele corresponde – disse a rainha da luz – Adila tem domínio sobre a primavera e suas ramificações. Você é regente do outono.

Para mim não fazia sentido, mas para eles parecia estar certo.

— Venha, majestade – chamou o rei indo para a árvore do marco zero.

Ele atravessou a árvore, parei olhando para ver da qual lado ele ia surgir se no inverno ou na primavera, mas ele desapareceu. A rainha da Luz fizera o mesmo caminho e prestei atenção para ver, eles não estavam atravessando a árvore. Entraram dentro dela. Mais curiosa do que receosa eu fiz o mesmo. E estávamos na maior biblioteca que eu poderia imaginar. Olhando para cima havia livros até onde se podia ver e ia além. Havia corredores de estantes cheias de livros e mesas compridas com livros sendo folheados, pisquei ao vê-los flutuando de um lugar para o outro e então percebi contornos humanos. Tinha pessoas na biblioteca.

— São fantasmas? – sussurrei, lembro-me de quando ia à biblioteca de Alexandria na Zona Cinza tinha uma placa enorme dizendo para fazer silencio em vários dialetos e sinais.

— Observadores – respondeu Adila no mesmo tom baixo – A função deles é catalogar toda a história do universo.

— Tudo aqui nesta biblioteca?

— Existem onze espalhadas pelo espaço-tempo. Existem milhares de Observadores por ai observando. Quando uma vida termina eles escrevem sobre ela.

— São como autores fazendo uma biografia, só que de todas as pessoas e não só de quem aparenta ser importante – explicou a rainha – Eles vivem por milhares de anos escrevendo sobre uma linhagem inteira. Quer ver a sua linhagem?

— Posso?

Eles me levaram para um corredor onde os livros eram mais grossos e Adila pegou um volume quase de minha altura. Carregou até uma daquelas compridas mesas como se o livro fosse uma única dobra de papel sem peso. Abriu-o e havia toda a genealogia dos Belaya, incluindo aqueles que não faziam uso do sobrenome. Virei uma página e vinha continuação de onde havia parado.

— Descendentes de Odete Belaya – Adila disse e as páginas viraram até chegar á ramificação á qual eu pertencia.

Havia um espaço em branco abaixo de Margarida e outro abaixo de Narciso.

— O que significa?

— Significa que os filhos deles ainda não nasceram.

Margarida também estava grávida, me senti animada com o fato. Será que ela já sabia disso? E depois pensei em Valentine e no bebê que esperava de Narciso. Sentir saudades não era novidade para mim, mas desta vez veio com algo diferente, uma sensação de perda. Então lembrei que tinha morrido.

— Estou morta – falei apontando para o meu nome que parecia apagado, como os dos meus pais e avós.

— Esta sim – afirmou a senhora do inverno – Seu corpo morreu. Você é uma sombra-viva agora.

Quase um fantasma. Me sentei esperando assimilar aquilo. As sombras me mantiveram viva por que ainda sou sua rainha, mas não sou mais humana por que morri.

— Poderei voltar para o mundo dos humanos?

— Sim, mas será uma sombra lá. Sem um corpo humano.

Fiquei sem saber o que ia dizer, me sentei esperando assimilar a informação. Eu queria sair dali, voltar para casa, voltar para meu corpo, fui envolvida pela escuridão e quando ela se dissipou eu estava em um aposento bem iluminado, tinha algumas pessoas ali e pareciam chorar. Andreas estava sentado em uma poltrona, Leonel estava em pé com o rosto escondido pelos cabelos castanhos da moça de rosto queimado que o abraçava, acocorado estava Dylan que reconheci pelos cabelos ruivos, ele segurava as mãos de alguém. Então vi o corpo sobre o canape. Como eu ia dizer que estava ali sem assustá-los? Pigarreei. Os olhares foram de surpresa á incredulidade. Leo foi o primeiro á reagir vindo me abraçar e começando um interrogatório difícil de acompanhar.

— Deixa-a respirar – Dylan pediu me analisando com atenção – Você está bem?

— Não. Eu estou morta – respondi olhando para meu corpo – Acho que bem ou mal não fazem mais parte de meu estado físico.

Após uma das conversas mais esquisitas e longas de minha existência até aquele momento, Dylan e Leo levaram meu corpo para que meus irmãos o cremassem. Não imagino o quão difícil seria para eles explicarem o que tinha acontecido comigo. Eu optei por não retornar para o mundo humano á menos que fosse de extrema necessidade, será complicado, mas me acostumarei com esse fato. Neste lado eu posso ficar com a aparência de uma pessoa de carne e ossos e sangue e vísceras, no Outro Lado eu serei apenas uma sombra com formas humanas sem corpo nenhum.

... ...

Narciso parou ao lado do poço olhando para os lados. Parecia confuso.

— Se perguntando como chegou aqui?

— Mort? – ele me olhou começando a rir e me abraçando – Deus, eu velei por seu corpo há uma semana. E te queimamos.

— Eu sei, Dylan me falou sobre a cerimônia. Eu teria vindo antes, mas desistia no ultimo minuto e dizia a mim mesma que viria no dia seguinte. Ai eu vim num impulso antes que mudasse de opinião outra vez.

— Eu compreendo, Leo me explicou sobre sua condição atual e sobre o que aconteceu com Verbena...

— Por favor, não brigue comigo por isso. Ela é perigosa.

— Não brigarei. Mas o que vai acontecer com ela presa ai nesse mundo e sem magia?

— Não se preocupe, ela é problema meu agora. Não permitirei que nada de ruim aconteça com ela tão pouco que ela faça algo que piore sua situação.

Meus dedos cruzados atrás das costas me permitia mentir á vontade. Pensei em buscar noticias sobre Verbena, mas vou deixá-la seguir seu caminho até que seja de absoluta necessidade minha intervenção, mas se ainda sobrou um pouco de juízo nela, ela viverá discretamente sem causar problemas á si mesma. Perguntei á Narciso sobre seu casamento com Valentine cuja gravidez já era evidente, segundo Dylan, mas disfarçável com uso de vestidos largos. Narciso confirmou que se casariam em duas semanas e estava nervoso, falou sobre a gravidez da noiva e sobre como Margarida estava deixando-o maluco com os preparativos do casamento, como se fosse ela a noiva. Meu irmão estava feliz e eu fiquei igualmente feliz por ele e Valentine.

... ...

Margarida andava próxima á catedral quando entrei em seu sonho, não me surpreendi com ela sonhando com um casamento, aparentemente a cabeça dela gira em torno de casamentos perfeitos. Ela se assustou quando me viu e quando eu informei que aquele sonho era um dos que eu manipulava, ainda que se passasse no subconsciente dela. Caminhamos á esmo pelas ruas de Ferrara enquanto conversávamos sobre tudo o que ela queria saber, sobre Verbena em detalhes e perguntas das quais eu nem sabia se um dia saberia as respostas. Margarida contou entusiasmada da gravidez e de como ela e David estavam felizes com a notícia. Tagarelou sobre o drama emocional de Magnólia em saber que Verbena era a vilã da família e não eu e sobre outras fofocas de Ferrara que incluíam a repentina e misteriosa viagem que nossa irmã baronesa fizera.

— Contamos que ela ficou muito transtornada com os acontecimentos violentos no último ano em Ferrara e decidiu viajar para bem longe para poder se recuperar.

— Logo as pessoas acham outro assunto para falarem. Afinal, acreditam que eu morri.

— Verem seu corpo sem vida ajudou muito.

Notei em todo entusiasmo dela e tagarelice que ela evitou ao máximo falar sobre Andreas, mas não teve saída quando perguntei sobre como ele estava reagindo depois do que nos aconteceu. Margarida contou que o filho estava lidando bem com a situação, mas se recusava a falar sobre o assunto, apesar disso ele estava animado com a ideia de ir todos os sábados para o mundo-mágico onde aprenderia um pouco mais sobre magia. Margarida ainda me pediu para que convencesse o filho á ter lições de magia com a Senhora Cellini, como eu tive quando criança, a lembrei então que fui eu quem convidou Andreas para ter aulas comigo e que ele era o único bruxo presente na família atualmente logo era o único deles que podia atravessar as barreiras e me visitar já que não seria agradável nem conveniente que eu o fizesse devida minha condição trevosa.

... ...

Deixei para visitar Magnólia por último naquela noite por saber que ela dormia até tarde e eu poderia conversar com ela sem pressa. Estávamos em casa, na cozinha, sentadas á mesa. Ouvi repetidas pedidas de desculpas e choro, tinha me esquecido como é fácil fazer minha irmã caçula chorar. Depois falei com ela sobre sua decisão de prosseguir com o noivado, coisa com qual eu discordava e muito.

 - Eu posso aprendê-lo a amá-lo – disse – Estávamos enfeitiçados pela Verby, mas agora sem o feitiço posso ver o quão digno ele é.

— E já perguntou á Edwin se ele quer se casar com você? Se seria capaz de corresponder ao seu afeto?

— É claro que será. Eu sou bonita, sei lavar, costurar e cozinhar, e eu tenho uma excelente reputação. Que homem seria tolo de não querer construir uma família comigo, Mortezinha?

— De inofensiva Hyde para terrível Jekyll. Ninguém mais me chama de Mortezinha desde que eu tinha catorze anos, então não começa. Depois que você não tem nenhum dom maternal e se casar com Edwin terá que aprender a amar a filha dele também.

— Filha? Ele é solteiro, não tem filhos.

— Solteiro não é sinônimo de virgem ou infértil. A mãe da filha dele morreu á pouco tempo e a criança está sobcuidados de um orfanato dirigido por freiras, Edwin irá pegá-la de volta assim que estiver casado para poder criá-la em um ambiente familiar.

— Nunca. Não criarei filha de outra mulher, essa criança que fique com as freiras e se torne uma delas.

Devia tê-la deixado enfeitiçada, seja lá o que Verbena fizera com a cabeça dela estava melhor quando Meg era uma garota mimada que só sabia choramingar, não acompanhei a adolescência dela e perdi traços de sua personalidade que agora se mostrava ser de uma mimada fútil que merecia uma boa surra.

— Então não se casará com Edwin, continue caçando o homem perfeito.

— Me casarei com Edwin sim, e o convencerei que a filha dele com seja lá quem for a mãe está melhor no orfanato.

Se eu a estrangulasse até a morte enquanto ela estava sonhando o que será que ia acontecer? Vontade de feri-la não faltava, mas escolhi fazer uma visita pelo subconsciente de outra pessoa antes de colocar Meg em sono eterno.

POV da Autora

Havia três crianças no quarto, a sombra de gato que se aproximou da cama assumiu aspectos humanos e ficou imóvel observando-os dormir. Um menino de cabelos ruivos cheios se remexia de um lado para o outro incomodado com a manta que o cobria, a gata retirou-o com cuidado e a criança parou de se mexer adormecido. Atravessada na cama estava uma menina com fitilho amarelo na cabeça quase careca, era a mais nova do trio, tinha bochechas gordinhas muito apertáveis. E Dayse, a mais velha trajava um vestido rosa e sorria em seu sono, curiosa a sombra espiou com que a menina sonhava, era um campo de flores e a mesma corria atrás de borboletas, então se virou olhando como se sentisse sua presença ali, a sombra sorriu deixando que a menina retomasse seu sono infantil.

A gata se distraiu com a contemplação que nem notou os passos se aproximando, passos que eram sobrepostos por sons de risos e conversas vindas da sala de jantar onde a família estava reunida comemorando o 1º aniversário de Felipe, o filho ruivo de Valentine e Narciso. O gato se fundiu as sombras do quarto quando a porta se abriu.

— Eu te vi – disse o homem que entrou para ver as crianças – Não se aguentou e veio vê-los com os próprios olhos, não foi?

— São lindos – respondeu a sombra se aproximando e tomando aspectos humanos – Felipe e Annabelle terão quase a mesma idade.

— Dois meses e meio de diferença.

Narciso evitou olhar para a irmã naquela forma, sabia que ficaria encarando e deixaria Morticia constrangida. Não queria fazê-la sumir, já tinha mais de um ano que ela virara uma sombra e esta era a primeira vez que ela vinha para o mundo dos humanos. Pelo menos era a primeira vez que ele tomava conhecimento, era difícil distinguir uma sombra no meio da escuridão.

— Tem noticias de Meg? Ela escreve muito pouco e quando o faz é para dizer que está bem.

— Estive em um sonho dela na semana anterior, ela estava feliz. Fazia planos de ir com missionários para as colônias espanholas e ensinar os nativos algo sobre o cristianismo. Não me dei ao trabalho de explicar que apenas homens fazem essas viagens, ela ia me contradizer mesmo.

Morticia visitara a mente de Edwin no ano anterior e depois do que fora uma tranquila conversa – na qual ele vira Donatella e não Morticia – tomou a decisão de que Adália precisava de uma madrasta que lhe fosse boa e amável, em vez de uma madrasta que fosse apenas a mulher do pai. Ele pediu Serafina em casamento, apesar de ser uma meretriz e não gostar de receber ordens, Serafina era uma boa pessoa, confiável e conhecia Adália. Morticia espiara a cerimônia que fizeram antes de partirem para uma cidade onde ninguém conhecia o passado de Serafina e não tinha por que ela se sentir menosprezada pelas pessoas que a julgavam com olhares severos. Nova cidade, uma família e cachorrinhos, essa era a nova vida que Adália vivia e era tão feliz quanto uma criança com sangue de fada pode ser feliz. Morticia mantinha atenta á possibilidade de a menina desenvolver algum traço de fada fosse em aspecto físico fosse alguma habilidade mágica. Depois do casamento de Edwin com uma meretriz, Meg se sentira muito ofendida e implorou que os irmãos dessem um jeito de trancá-la em um convento onde sua humilhação não seria comentada.

— Sentimos falta de vocês em noites assim – Narciso disse em voz baixa – Noites festivas.

Morticia passou o braço em torno dos ombros largos do irmão, ela sabia que ele não se referia apenas á ela e Meg, sentiam falta de Verbena também. E eles permaneceram ali, quietos. Observando as crianças dormirem. Nada tinham para conversar.

...

Ela era uma rainha, tinha muito para fazer. Manter o equilíbrio entre luz e trevas não era difícil, era apenas cansativo. Em todo o mundo, as coisas pareciam estar sempre á uma brisa do caos e destruição, mal resolvia um problema dois ou mais surgiam. Às vezes não dava tempo para impedir, e os três soberanos precisavam corrigir os erros para que nada entrasse em colapso. Morticia ainda estava aprendendo a fazer isso, assim como estava aprendendo milhares de dialetos e linguagens, infelizmente não dava para magicamente começar a falar outros idiomas, tinha que ser do modo complicado mesmo. E estava começando a aprender a lidar com os Observadores, aqueles seres eram problemáticos, eles nada faziam sobre nada além de Observar e registrar, não interferiam em nada. E tinha os Unicórnios, por eles Morticia nutria profunda impaciência, pior que os Observadores, Unicórnios viam as probabilidades infinitas de todas as ações, desde que a pessoa acordava até ao dormir e isso era irritante. Felizmente Unicórnios era jurisdição de Hideko, a Rainha da Luz. Ela simpatizava com os Caçadores, mantinham a ordem no mundo dos humanos impedindo que criaturas mágicas saíssem do controle e espalhassem terror, se reportavam á Adila, o Rei da Natureza. E seus preferidos eram as Sombras, com esses ela se entendia melhor do que com qualquer outra criatura viva ou morta de que se tinha conhecimento.

Apesar de ter seu tempo ocupado por muitos assuntos urgentes que a fazia perder dias de sono isso quando se lembrava de dormir, ela conseguia arranjar tempo para si mesma. Morticia recebia visita dos amigos, não era a mesma coisa de estar no mundo humano como um deles, mas era melhor do que nada. Leonel aparecia ás vezes quando lhe interessava ou apenas a procurava nos sonhos, ele entrara em um relacionamento sério com Absol e estavam viajando pelo mundo em busca de aventuras fenomenais. Morticia não ficou surpresa quando eles anunciaram “apaixonados” que iam viajar mundo á fora, Leonel nunca gostara de ficar tempo demais num mesmo lugar, causava tédio e a garota Absol era órfã, perdera a família em um ataque de fadas. Ela pareceu ser uma boa pessoa e Leo estava feliz em achar alguém com o mesmo espírito aventureiro que se arriscava rumo ao desconhecido.

Andreas vinha todo o sábado, era uma criança inteligente e aprendia rápido. Tencionava ser membro do conselho real das trevas de Risveglio quando crescesse para tormento e desespero de Margarida que tentava persuadi-lo disso. Apesar de não admitir, Morticia se deleitava com a frustração de Margarida em não ter convencido o filho a abrir mão de ser um bruxo, considerava uma vingança doce pela opinião que a mais velha tinha sobre bruxaria. Andreas tinha o que precisava para ser um dos maiores bruxos da história e Morticia garantiria que mesmo sendo um bruxo das trevas o sobrinho não sucumbiria á tentação que espreitava das sombras, o poder da escuridão que corrompia os homens.

Para confortá-la em seus raros dias de folga de Salvar o Mundo, tinha a companhia de constante de Dylan que dissera que ela teria que o suportar até o fim de seu reinado por que ele sabia como ter uma vida longa. É claro que ele dividia seu tempo entre os dois mundos, mas era bem organizado e estavam conciliando o tempo com sincronia perfeita. Ela o amava, ainda que tomasse cuidado para nunca dizer em voz alta, considerava isso um segredo entre eles. Um amor sem palavras. Era feliz ao lado dele e juntos seriam felizes por muitos e muitos anos.

Morticia nunca teve noticias de Verbena, não queria saber e não buscava por informações. Contudo, para quem deseja saber, Verbena cometera suicídio alguns meses depois de perder sua magia.


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