Um Outro Lado da Meia-Noite escrita por Gato Cinza


Capítulo 26
Imogen




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Fazia algumas horas que havia amanhecido para os trabalhadores da Fazenda Floresça, os ouvi chegando muito antes do nascer do sol, da sala onde estava via apenas a estrebaria que fora aberta cedo por um empregado e mais ao fundo árvores que pareciam pequenas á distância, sem mais o que ver me sobrava apenas ouvir. Estava em duvidas se devia permanecer onde estava ou sair dali, minha cabeça ainda girava com as recentes informações que simplesmente havia deixado de lado no dia anterior. Dylan havia me levado para sua casa no dia em que apareceu para mim possuindo o corpo de uma raposa na floresta, eu já estava semi-inconsciente quando ele apareceu, mas lembro de que ele parecia humano. Por que fez aquilo? Atacou-me para depois me salvar? Não fazia sentido, nada nele fazia sentido algum.

Sem nada mais interessante para fazer além de olhar para fora, recapitulei o que eu precisava fazer:

1 - descobrir o que aconteceu com George e ajuda-lo

2 - livrar a Ordem dos Magos de Ferrara de seja-lá-o-que aquele impostor estivesse fazendo

3 - ficar livre da acusação de loucura o que significa que teria que pagar pelos meus crimes – ou não.

4 - voltar para minha família

5 - impedir que Magnolia e Edwin se casem – admiro ele, mas ele não é digno de minha irmãzinha.

6 - ajudar Narciso e Valentine á ficarem juntos para sempre.

7 - me vingar de Dylan por cada pesadelo que tive com ele nos últimos onze anos.

8 - matar Dylan

9 - me libertar da maldição do gato

10 - voltar para o convento ou ficar junto de minha família e protegê-los – ainda não me decidi.

Ou talvez seguisse meu plano de emergência: Descobrir o que aconteceu com George, assegurar que minha família ficará bem pelas próximas vinte gerações e aceitar o convite feito pelo Capitão do Leemyar na última vez que nos vimos, me tornar uma pirata e ser feliz até morrer de alguma coisa com nome estranho.

E como acontece sempre que começo a delirar, fui puxada de meus devaneios. A porta atrás de mim fora aberta, uma criada usando touca e luvas, entrou cantarolando com um espanador na mão, por um instante não notou minha presença então me viu pelo espelho na parede. Ela se desculpou por não ter me visto e saiu, teria que enfeitiçar todos os criados se fosse mesmo ficar naquela casa. Ela fez uma careta apavorada, se virou me encarando e perguntou receosa:

– O senhor está muito tempo ai? Quero dizer, está esperando alguém?

– Espero pelo senhor Walker.

A expressão da mulher foi acompanhada por uma longa e indiscreta avaliação de minha pessoa. Acompanhei o olhar dela e entendi por que do espanto, eu realmente parecia um homem com o cabelo preso e estava vestida como um. Ela se desculpou por não ter me visto e saiu. Passou-se mais um tempo para que a porta se abrisse novamente, e desta vez era Dylan.

– Por que está vestida desse modo? – perguntou-me lançando um rápido olhar e pegando algo em uma gaveta de um móvel

– Não é da sua conta – respondi no mesmo tom seco com que me respondera na noite anterior

Por um instante tive a impressão de que o vi sorrir, mas ele me olhou esquisito como se tentasse ler meus pensamentos.

– Venha comigo, senhorita Morticia.

O segui curiosa para saber para onde me levaria, esperava que fosse para ver meu irmão, na verdade eu estava louca para correr até o roseiral e abraçar Narciso. Entretanto, ele me levou para a sala de jantar onde Valentine e Julieta desjejuavam.

– Onde você foi tão cedo? – perguntou Valentine assim que entramos na sala

– Na verdade fui ontem à noite, só voltei hoje – respondeu o ruivo caminhando até ela e lhe beijando o rosto – Bom dia.

– Bom dia. Onde você foi ontem tão tarde?

– É melhor você não saber – disse ele sentando-se e fazendo um gesto com a mão para que eu me sentasse

Havia ficado parada olhando curiosa para eles e me esqueci de voltar ao estado de indiferença habitual, me recuperei do fato de que não era meu irmão quem eu iria ver e me sentei á mesa. Valentine virou o rosto na minha direção e perguntou:

– Quem trouxe com você e de onde?

– Não me trouxe – respondi antes que ele fizesse – Me convidei a vir.

As sobrancelhas dela se uniram enquanto pensava. Um suave sorriso se formou nos lábios dela antes de perguntar:

– Morticia?

– Sim.

– Que bom ouvi-la novamente. Dylan, por que não disse que teríamos visitas? Narciso vai adorar saber que você está aqui.

– Não vai dizer nada á ele, Val. A presença da senhorita Morticia aqui é sigilosa, conhece os riscos que a cercam.

– Narciso sabe guardar segredos – falei chateada – Ou acha que ele sairia por ai gritando onde estou?

– Não é apenas por sua segurança que deve ficar aqui, é também pela segurança de sua família ou qualquer outra pessoa com quem se importa – disse Dylan se levantando e saindo.

– Ele se irrita tão facilmente – comentei

– Na verdade essa reação dele é novidade para mim, meu irmão geralmente faz piadas com situações desse tipo ou argumenta de modo pacifico. Da última vez que ele reagiu com grosseria foi quando disse que me casaria com Narciso, ele ameaçou me trancar em um convento na Irlanda.

– Então é verdade? Você e Narciso estão noivos mesmo?

Valentine corou ligeiramente e assentiu.

– Que maravilha! – exclamei animada - É maravilhoso saber que terei você como cunhada, queria tanto poder abraçar meu irmão... Mas como conseguiu convencer o Sr Cabeça de Cenoura de não te trancar em um convento? Desculpe chamar seu irmão de cabeça de cenoura.

– Tudo bem, ele já foi chamado de coisa pior. Disse á Dylan que pediria permissão de nosso pai para o casamento e quem escolheria no final seria eu, querem eles gostem ou não.

Queria poder gritar e pular e dançar feito uma criança que acaba de ganhar um presente fabuloso, pelo menos Narciso estava feliz... Hã...

– E como Narciso está? Digo, ele vai se casar.

– Feliz. Exceto quando ele lembra que vai ser cunhado de Dylan. Eles realmente não conseguem se entender.

– São homens, quando não tiverem outra opção descobrirão que são melhores amigos de sempre, enquanto tiverem motivos para se odiarem, se odiarão – falei limpando a boca com o dorso da mão.

– A senhorita tem modos muito incomuns para uma dama – comentou Julieta me olhando com severidade.

Sorri e pisquei para ela, por que as pessoas me olham sempre como se eu fosse “errada” e eles “certos”?

– Se eu fosse comum provavelmente seria feliz, casada com um homem á quem eu desejaria mal todas as noites, teríamos filhos barulhentos que me faria perguntas estúpidas e moraríamos em uma cabana no pântano longe da civilização para que ninguém encontrasse os corpos enterrados no quintal.

Adoro ser malvada, a expressão de Julieta ao me ouvir falando com tamanha naturalidade foi algo que não esquecerei, evitei rir mantendo os olhos fixos no rosto chocado dela.

– É brincadeira, senhora. Quem seria estúpido de enterrar corpos no próprio quintal? Enterraria no quintal do vizinho.

A mulher reagiu não reagiu bem á minha piada.

– Francamente senhorita, seus modos são terríveis. Veste-se como um homem e fala como um boçal.

– Se a intenção for me ofender terá que fazer melhor, o modo como me visto e falo pode ser deselegante, mas respeito ás pessoas que sabem me respeitar.

– Quem me ofende é a senhorita. Uma dama deve agir como dama não importa a situação.

Ia responder, mas alguém entrou na sala de jantar batendo o salto do tamanco no piso de madeira. Olhei quase me sentindo uma indigente, para a mulher que entrou. Era visivelmente mais alta que eu também era bem mais velha, tinha cabelos castanhos e olhos escuros, era delicadamente bonita e usava um discreto vestido preto de manga longa.

– Ainda não me acostumo com todo esse dourado – disse estendendo a mão para as paredes, de fato tudo que devia ser madeira ou metal tinha um tom dourado naquela casa – Excelente dia a todas.

– Bom dia Imogen – respondeu Valentine com o rosto voltado para onde a mulher estava – Não esperava sua visita. Aconteceu algo?

Imogen, não era esse o nome da voz-da-esfera-de-luz-vermelha-enevoada que estava falando com Dylan noite passada? Imogen se aproximou de Valentine a cumprimentando com um beijo no rosto e respondeu-lhe:

– Não aconteceu nada com que deva se preocupar querida – ela olhou para a mesa e pegou uma pera – Tenho assuntos á encerrar com Dylan. Onde ele está?

– Provavelmente na estrebaria com os cavalos, é para onde ele vai quando quer se acalmar.

Imogen sorriu revelando dentes brancos e perfeitos. Sentou-se ao meu lado e comentando, como se eu soubesse do que ela falava:

– Depois ele não gosta de ser chamado de excêntrico, prefere a companhia dos cavalos á companhia das pessoas. Gosto de você. Por que gosto de você?

Ótimo, ela é doida. A bela doida esfregou as têmporas com as pontas dos dedos.

– A senhora está bem? – perguntei nervosa

– Fico estranha quando atravesso metade da Europa em menos de um segundo. Mas realmente tem algo em você que me atrai uma energia diferente. Á qual família bruxa você pertence?

– A família Leemyar – falei automaticamente querendo me bater em seguida.

– Sou Imogen Green, antes era Bellovà, mas após o casamento passei a ser uma Green.

– Não estamos na Irlanda, nada do que você diz faz sentido para ela – Valentine informou parecendo se divertir com aquilo.

– É claro que não faço sentido, minha cabeça ainda está girando e o cheiro desse queijo está me causando náusea.

Não havia queijo na mesa, apenas bolos, pães, suco, leite e frutas.

– Pelo menos se lembrou de falar o idioma local em vez de irlandês – comentou Valentine – Que tal um chá de... o que é bom tonturas?

– Camomila – respondeu Julieta se levantando – Trarei seu chá em instantes, senhora.

– E quem seria você? – perguntou-me Imogen ainda massageando as têmporas.

– Essa é Gardênia minha cunhada – Valentine disse antes que eu me pronunciasse.

Como ela sabe meu segundo nome? Imogen parou sua massagem olhando-me demoradamente enquanto mordia os lábios. Então se levantou olhando para os lados.

– Impressionante a capacidade que Dylan e eu temos em gostar das mesmas coisas. Embora eu tenha preferência por rosas e não por gardênias.

Virei para perguntar o que ela queria dizer com aquilo, mas vi apenas os olhos dela ficando alaranjados antes de sermos envolvidas por sombras.

...

Todos os sons assustadores que eu ouso quando viajo pelas sombras desta vez ganharam imagens. Passamos literalmente pelo vale das sombras, onde pessoas e criaturas mágicas se contorciam chorando e lamentando-se cada um preso em sua própria dor, crianças, jovens, adultos e idosos, todos misturados caídos uns sobre os outros sem os perceber. Fechei os olhos com força para não ver mais aquilo, mas os sons agonizantes soaram piores do que nunca agora que eu sabia de onde vinham. E o cheiro forte de podridão que infectava o ar... não era de surpreender o por que Imogen passava mal quando viajava por aquele lugar. Então tudo sumiu, senti o chão frio sobre meus pés e um cheiro suave de rosas.

Abri meus olhos, por onde olhava via moveis de madeira escura cercada por paredes, piso e teto branco.

– Onde estou? – perguntei

– Em minha casa – respondeu Imogen que estava apoiada em um estatua com de uma deusa nórdica, Nerthus se não me engano.

– Sua casa... você está bem? – corri para ampara-la quando deu um passo cambaleante para frente, como posso querer ajudar uma pessoa que me sequestra? Devia deixa-la passando mal e tentar fugir, mas... – Tem mais alguém nessa casa? – gritei – Preciso de ajuda.

– Eu estou bem – murmurou ela que parecia algodão de tão branca – Só preciso descansar um pouco.

– Não parece bem coisa nenhuma. Não quero ser culpada pela sua morte, senhora Green. Preciso de ajuda aqui – gritei novamente.

– Não tem ninguém em casa – informou ela deitando-se em um divã de forro branco – Estão todos na sede da reunião.

Olhei em volta procurando uma porta ou janela para fugir. Achei cinco saídas.

– Me trouxe para sua casa vazia onde estamos sozinhas com você passando mal. Para que?

– Por que não tinha tempo para convencer Dylan á ir para a reunião da convenção. O plano era raptar Valentine, mas não resisti á tentação quando ela disse que vocês são cunhadas. Dylan vai me ignorar por muito e muito tempo depois de hoje, que outra chance eu teria de conhecer a noiva dele?

É castigo dos deuses, devo ter feito algo muito errado nos últimos anos e resolveram cobrar pelos meus pecados de uma vez só. Imogen ouviu uma coisa e entendeu outra, por que ela considerou apenas a possibilidade de que eu tenha algum compromisso com Dylan em vez de pensar que Valentine tenha compromisso com meu irmão? Qual o problema das pessoas? Usam a cabeça apenas para carregar chapéus e cabelo?

– Me raptou para que ele participe dessa tal reunião que ele deixou claro que não queria ir. Sabe que ele pode muito bem não vir atrás de mim e esperar que você me devolva, não sabe?

– De todos os que podiam convencer meu primo de ir á reunião, me mandaram por que Dylan me conhece. E é por ele me conhecer que optei por rapta-la em vez de falar com ele.

Acho que devo ficar com medo dela, mas ela parecia estar se esforçando para não desmaiar, como vou ter medo de alguém que parece doente? Sentei-me na ponta do divã olhando para uma janela de madeira pintada de alguma substancia escura, que estava á uns três metros de distancia. Eu podia sair correndo, mas tinha a impressão que não estávamos mais em Ferrara. Deixei de lado toda vontade de agir como uma louca apavorada, e perguntei com habitual indiferença:

– Se passa mal quando viaja á longas distancias usando aquele caminho apavorante e fedido, por que não usa uma vassoura ou uma chave do portal?

– Viajar pelas sombras é mais seguro e não deixa rastros. E um conselho de bruxa das trevas, não use magia negra quando engravidar, bebês devem ter alguma proteção natural que repelem magia negra e quem sofre é a mãe – ela se levantou parecendo melhor – Felizmente algumas mães são bastante resistentes. Você vai ficar aqui, quando a reunião terminar te devolvo para Dylan.

Devolve-me? Ela acha que sou um acessório?

– Você já sequestrou quantas pessoas na sua vida? – perguntei

– Você é a quinta ou sexta se sequestrar a mesma pessoa duas vezes contar como uma.

– E você deixou todas às quatro pessoas anteriores sozinhas na sua casa enquanto ia á uma reunião que pode demorar horas para terminar?

– Não... awn!

Ela se virou para mim, apontou-me o dedo falando algo em irlandês que sequer compreendi. Depois mandou:

– Fique dentro da casa. Não saia. Não se aproxime das janelas e nem das portas. Não faça nada para chamar atenção. Fique quietinha e não mecha em absolutamente nada.

Revirei os olhos, entediada, enquanto ela me dava ordens. Quando terminou informei:

– Feitiços de controle ou obediência não funcionam comigo. Trancar-me também não dá certo e se me amarrar coloco fogo na sua casa.

Ela colocou as duas mãos na cabeça. Na verdade feitiços de obediência funcionam sim comigo, mas acidentalmente quando brincávamos com magia, Verbena e eu descobrimos uma espécie de “trava de segurança” que nos permitia não ficar no controle de outras pessoas. Um feitiço de sangue que faz com que não sejamos controladas por ninguém sem consentimento – normalmente usava esse feitiço para controlar Magnólia.

– O que acha de conhecer o resto da família? – perguntou fazendo um floreio com a mão e murmurando mais palavras em irlandês.

Em um piscar de olhos eu usava um vestido vermelho ligeiramente folgado que me fez parecer uma anã uma vez que arrastava no chão. Imogen disse “não” e gesticulou novamente, fazendo o vestido mudar para outro modelo igualmente folgado e longo demais. Confesso que a praticidade desse feitiço me encantou às vezes me pergunto se é mesmo necessário me vestir, pelo menos no covento eram apenas a chemise e o habito.

– Quer parar com isso? – depois de quatorze trocas minha paciência tinha desaparecido.

– Desculpe querida. Mas não está vestida de modo adequado, é tão pequena e magrinha, sem curvas ou seios ou...

– O corpo é meu, eu sei bem como ele é.

Por que as pessoas implicam com minha altura? Quando vão entender que não sou baixa eles que são altos? O vestido que ela me “calçara” era preto acetinado com uma fivela grossa na cintura, as mangas eram longas abertas no antebraço e cobriam minhas mãos, a gola era baixa e arredondada. Não estava nenhuma perfeição, mas preto era melhor que vermelho ou branco ou uma cor parecida com verde que não era verde.

– Nesse caso vamos logo – disse ela me puxando pela mão, tocamos a estatua da deusa que acho ter sido Nerthus e me senti sendo furada por milhões de mosquitos todos ao mesmo tempo.

...

Materializamos-nos em um... um jardim coberto por um gramado bem verde com estatuas espalhadas por todos os lados. Havia um chafariz no centro do jardim, arbustos floridos formando um corredor que levava á entrada de um casarão cuja fachada me causou arrepios. Imogen segurou meu braço me assustando – de novo ela parecia algodão. Precisava achar uma forma de me vingar dela por ficar me arrastando de um lugar para o outro sem perguntar minha opinião, mas naquele momento eu estava parcialmente preocupada pelo fato dela estar grávida – mulheres grávidas parecem tão frágeis.

– Não desmaie – falei a apoiando enquanto caminhávamos pelo estreito corredor de arbustos – Não quero te arrastar por cima dessas pedras.

De repente ela me soltou e correu para trás de um arbusto onde vomitou. Plutão, socorro! Mal desejei que aquilo não estivesse acontecendo comigo e a porta se abriu. Duas garotas apareceram, a menor apontou para Imogen e correu na nossa direção enquanto a outra voltou para dentro. Fomos levadas para dentro da casa, onde duas das crianças que brincavam no hall vieram correndo para junto de Imogen a chamando de mamãe. Então mais pessoas entraram no hall, algo neles me deixou nervosa. Senti um frio intenso na barriga, queria sair dali. Precisava sair dali. Tinha coisa errada com eles, uma energia absurdamente sombria e perigosa.

Não sei como, mas alcancei a porta e corri para fora, segui da trilha para junto das estatuas, pareciam todas iguais. Nerthus... Nerthus... onde estava aquela estatua? Alguém segurou meu ombro me fazendo gritar de pânico.

– Calma, sou eu – era Dylan me olhando assombrado – Está tudo bem...

– Me tire daqui... me tire daqui, me tire daqui...

Minhas mãos tremiam, minhas pernas falharam. Senti-me sendo aparada. “Está tudo bem, minha flor, estou aqui” – ouvi sua voz distante, depois tudo sumiu.


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Notas finais do capítulo

Eu sei
Confuso demais
Prometo explicar sobre a familia de Dylan nos capitulos seguintes, na verdade Morticia e suas sombras farão mais sentido agora que...



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