A extensão da ilha era de tirar o folego, a ponto de ser impossível calcular seu tamanho. O verde a tomava conta, como se fosse um infinito gramado. Mas mesmo que grande em comprimento, não haviam montanhas, nem mesmo construções aparentes, sendo apenas uma camada plana pintada de verde. Logo pode ser confirmado, que apesar de terem uma visão de longe, percebia-se que era uma ilha diferente.

– Não estou vendo porto algum. – Usopp semicerrava os olhos. – Que ilha é essa que não tem porto?

– Talvez o porto esteja do outro lado. – Robin diz.

– Mas se formos contornar a ilha, levaremos ao menos umas três ou quatro horas aproximadamente. – Nami fazia uma estimativa e se perguntava como seria desenhar um mapa daquela ilha, mas claro, fazendo um levantamento da extensão da mesma...

– Mas como não temos tempo a perder, sugiro que ancoremos as embarcações perto da praia. – Law olha para os Chapéus de Palha. – E acho que seria necessário que duas pessoas de seu bando permaneçam aqui para cuidar tanto do submarino, como do navio.

Usopp levanta a mão se oferecendo a guardar as embarcações. Obviamente ele não queria enfrentar perigo algum que a ilha ou mesmo o misterioso Gadio poderiam oferecer.

– Eu serei corajoso e cuidarei das embarcações. – Usopp levanta a cabeça confiante.

– Previsível... – Law diz, já conhecendo a personalidade do atirador. – Mas prefiro que Robin e Franky permaneçam no navio.

Usopp abaixa a mão, anestesiado. Se já não bastasse o que passou em Dressrosa, obviamente ele estava morto de medo de algo como aquilo se repetir.

– E nós capitão? - Jean Bart, o mais recente membro do bando de Law, pergunta.

– Quanto a vocês, fiquem no submarino, já que são os únicos que sabem como pilota-lo.

– Ok, capitão. – Disseram ao mesmo tempo.

Enquanto isso o navio chegava cada vez mais perto da praia, tornando a imagem da ilha maior e mais nítida.

– O que é aquilo?! – Usopp exclamava de queixo caído.

Pareciam grandes paredes verdes dispostas aleatoriamente que se estendiam por toda a superfície da ilha.

– Não dá para ver direito. – Chopper diz.

– Acho que aqui já está bom. – Law levanta a mão fazendo um sinal. – Podem ancorar.

E assim o fazem.

Robin e Franky aceitaram permanecer no navio, enquanto os outros foram em dois barcos pequenos até a praia da ilha.

– Boa sorte pessoal. – Franky acenava para os companheiros.

...

Todos olhavam e se impressionavam a cada metro que o barco se aproximava da ilha. Quando finalmente ancoraram na praia, não sabiam exatamente o que falar, pois estavam impressionados com o que depararam.

– Mas que droga é essa? - Sanji deixa o cigarro em sua boca cair. – Estou com um mal pressentimentos sobre isso... - Luffy, dê uma olhada lá de cima.

Luffy, vendo o tamanho daquelas paredes de arbustos, esticou a cabeça para cima até o quanto pôde, e teve uma surpresa.

– I-isso... – Até mesmo para Luffy aquilo era um absurdo. – Um labirinto... enorme. Não dá nem para ver o fim dele.

– Hãa? Um labirinto? - Nami diz num tom mais elevado, tentando entender como poderia haver um labirinto como aquele numa ilha.

– Agora entendo porque muitos que se aventuram nessa ilha, não voltam... - Law dá um sorrisinho tenso. - Mas como diabos vamos achar alguém aqui?

– O que faremos?

– Basta cortamos caminho. – Zoro pega sua espada, literalmente querendo cortar o caminho.

O espadachim faz um movimento com a espada, mas quando a lamina chega perto do arbusto, uma luz incandescente surge e Zoro é lançado para longe.

– Zoro! – Luffy grita.

Todos vão correndo até Zoro com preocupação.

– O que foi isso?... – Zoro se levanta com um pouco de dificuldade. Em seus braços poderiam ser vistas algumas queimaduras que iam se alastrando por toda a sua pele. A dor era perceptível, mesmo que não demonstrasse.

– Já ouvi falar de algo assim... é um veneno que cria uma queimação que percorre o corpo todo... Parece que todo esse labirinto é impregnado com isso. – Law diz. – Uma pomada de queimaduras deve ser suficiente para diminuir o efeito ou mesmo corta-lo.

– Aaah, aqui Zoro. - Chopper corre até o espadachim e aplica a pomada.

Com isso as marcas de queimadura perdem a cor e logo ficam imperceptíveis, assim como o incomodo que Zoro sentia.

Law pega uma pedra e em seguida a joga por cima das paredes. Em um instante, a pedra se desintegra completamente. Assim, sem ter muito o que fazer, o cirurgião percorre os olhos de uma extremidade da ilha à outra. Era possível ver algumas entradas que poderiam dar acesso ao interior do labirinto.

– Parece que teremos que jogar esse jogo. – Law tirava de seus bolsos quatro capsulas cilíndricas. – Tenho aqui comigo quatro sinalizadores. Ou seja, um para cada dupla.

– Teremos que nos separar então? - Zoro dizia já recuperado. – Vocês podem fazer um trio ai, eu me viro sozinho. – Ele cruzava os braços.

– Como é? - Sanji sentiu vontade de rir. – Isso é um labirinto. Se você consegue se perder até mesmo em linha reta, é impossível que saiba se virar em um labirinto.

– Olha quem fala. É só ver uma mulher que já perde completamente os sentidos - Zoro diz mantendo os olhos ameaçadores na direção de Sanji.

– Bem... – Law interrompem a briga de Zoro com Sanji, ganhando a atenção de todos. - Então ficamos organizados em duplas numeradas:

Zoro e Sanji;

Usopp e Brook;

Luffy e Chopper;

E por fim, eu e Nami.

– O que? - Sanji contesta. – Porque eu preciso cuidar desse idiota do Zoro?

– Eu sou a única vítima aqui. – Zoro interveio. – Ter que te aturar é um saco.

E assim eles recomeçam a briga...

Nami era outra que estava insatisfeita com a dupla dela. Ficar sozinha com um cara como Law lhe dava arrepios e um certo nervosismo, mas ao mesmo tempo, mesmo que não admitindo para si mesma, sentia uma certa curiosidade sobre o moreno.

– Aqui, peguem. – Law distribui os sinalizadores. – Caso alguma dupla ache a pessoa com o nome de Gadio ou esteja em apuros, lance o sinalizador. E todos, sem exceção, vão em direção ao sinal. Por exemplo; se o sinal aparecer no norte, todos vão para o norte... Entenderam?

– Acho que sim. – Usopp olhava para o sinalizador. – Mas como vamos saber a que dupla o sinal pertence?

– Isso é o de menos, mas de qualquer forma há um faixa em cada sinalizador. Elas dizem respeito a cor do sinal de fumaça. – Law aponta para os sinalizadores em ordem numérica das duplas. – Vermelho, azul, laranja e roxo.

– Ah, ok.

– Agora vão.

As duplas então seguem pelas entradas de dois metros de largura por dez de altura, com cuidado para não esbarrar nas paredes de arbustos venenosos, mas já para evitar algo assim, Chopper se antecipou à entregar uma pomada para queimaduras à cada equipe.

Todos estavam organizados e preparados para finalmente procurarem o homem com nome de Gadio...