Um pedido de socorro escrita por Minene


Capítulo 6
A verdade


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Primeiramente, peço desculpas. Fiquei na casa da minha vó e não pude postar essa semana (internet muito ruim). Mas agora eu voltei u.u
♥ (vou recompensar vocês)



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–OLIVER! OLIVER! – ouvi alguém me chamar. O grito foi tão alto que eu acordei em um susto, praticamente pulei da cama e (adivinha) meu rosto resolveu checar se o chão do meu quarto estava limpo. Não sei nem que horas são agora, mas sei que meu joelho vai ficar roxo.

Eu podia ter acordado como uma pessoa normal, mas não, o Oliver merece um susto. Levantei meio tonto por ter caído da cama e talvez até um pouco por causa do sono. Fui andando até a janela onde uma criatura sem noção do perigo insistia em gritar meu nome.

–Acorda bela adormecida! – gritou, e quando coloquei meu rosto para fora da janela só tive tempo de ver um balão na minha direção. Ótimo, era um balão de água...

–Arthur! – gritei com raiva. Não acredito que ele fez isso! – Você enlouqueceu?

–Foi mal... Era pra pegar na janela... – se desculpou mas quando terminou já estava rindo.

Eu estava me preparando para xingá-lo e jogar alguns baldes com água nele quando ouvi uma risada que não era a dele, era a risada de Gina. Olhei novamente pela janela e vi que ela estava do lado dele.

–Oi Gina. Você está bonita. – eu disse (Meus Deus que vergonha, por que eu disse isso?).

–Obrigado. – ela respondeu. – E você está... molhado.

– Muito. – Arthur completou.

–Haha! Muito engraçado. – falei. – O que aconteceu? – perguntei.

–Nada ué. – Arthur disse.

–Me acordaram às... – me estiquei para dentre e olhei o relógio em cima da cabeceira. – às seis da manhã a gritos e com balões de água por nada?! – perguntei indignado.

–Ah, isso. – respondeu Arthur. – Hoje eu e Gina não vamos na escola e queríamos saber se você quer vir com a gente.

–Para onde vocês vão? – perguntei.

–McDonald's. – respondeu sorrindo.

–Agora? – perguntei. – Nem deve ter um aberto a essa hora.

–Não, na hora do almoço, agora vamos para a casa da Gina. – Arthur.

–Hoje é recém terça-feira e já vão faltar na escola? – olhei para eles e lembrei que Gina estava suspensa das aulas por uma semana.

–Só hoje Oliver. Por favor. – implorou Arthur.

–Tá bem, mas primeiro vou tomar um banho. – eu disse saindo de lá e indo em direção ao roupeiro.

–Claro, a gente te espera. – falou Gina.

–Se não demorar muito! – gritou Arthur.

Tomei banho, me arrumei, peguei a mochila e o meu celular. Lanchei uma barrinha de cereal e um kapo de laranja em poucos minutos. Sai e os dois estavam lá, atirados na grama do meu quintal (como se eu tivesse demorado).

–O que aconteceu? Perguntei.

–Você demorou muito. – Gina disse e Arthur completou. – muito.

–Nossa, como vocês exageram! – falei ajudando-os a levantar. – Vamos?

Fomos para a casa de Gina.

(…)

–Oliver... eu preciso te falar uma coisa. – ela disse assim que chegamos.

–É só falar. – respondi.

–Senta. – pediu, o Arthur estava do lado dela e parecia estar nada feliz.

–Tá. – disse e sentei no sofá.

–Tudo bem. – Gina suspirou. – Vamos continuar amigos independentemente do que eu diga?

–Claro. – falei. – Independentemente do que você diga.

–Vê aquilo? – disse apontando para cima no canto da sala. Tinha uma câmera pequena lá.

Fiz que sim com a cabeça.

–É o governo. Me acham perigosa. Não queriam que eu continua-se na escola, mas o professor Marcelo disse que eu não machucaria ninguém...

–Por que te acham perigosa? – perguntei.

–Acham que eu... – ela se interrompeu. –Vamos para o jardim? Eu não consigo falar sobre isso sabendo que eles estão vendo tudo.

–Vamos paro o seu quarto. Eu quero ler alguma coisa. – Arthur falou.

(…)

O quarto dela era completamente normal. Paredes brancas com quadros de animes e posters de bandas de rock. Uma estante cheia de livros, uma escrivaninha organizada, um armário, uma cama, uma prateleira com bichinhos de pelúcias. Completamente normal.

Arthur pegou um livro, abriu em uma página marcada e sentou na cama de Gina. Eu sentei do lado dele e ela continuou:

–Como eu dizia... Acham que eu … – ela parou, não sabia como prosseguir.

–Quer que eu fale? – perguntou Arthur, Gina fez que não.

–Lembra que a Ariane me chamou de maluca psicopata aquele dia no colégio? –indagou.

–Sim... – não consegui falar mais nada.

–Então... – Gina havia começado a chorar – Parece que ela tinha um motivo pra isso.

–Do que você está falando? – a Gina estava me assustando com essa conversa.

–Há dois anos, houve um incêndio na minha antiga casa. Minha irmã Diana morreu. – Gina não conseguiu falar mais nada.

–Sinto muito … – falei.

–Ariane disse muita bobagem, começou a falar que era culpa da Gina. – Arthur disse. – Ninguém realmente acreditava nisso... Até que … – ele parou.

–Meus pais. – Gina falou em meio a soluços e lágrimas – Eles não estavam em casa, mas eu vi quem fez isso. Eu tentei contar para eles, mas … Eles morreram em um acidente de carro. – Gina disse.

–Gina... – eu disse, queria consolá-la, porém não sabia o que fazer.

–O fio do freio tinha sido cortado... Ariane fez um escândalo! Disse que eu tinha tentado matá-los pois eles sabiam a verdade, e o pior é que... Desculpa, eu já volto. – Gina saiu do quarto. Ela estava muito mal.

–O pior é que todos acreditaram que foi Gina. Eu conheço a Gina desde pequeno e sei, ela nunca teria feito isso. Foi o psicólogo de Diana.

–Como você sabe? – indaguei, eu estava perplexo e ainda não havia processado 100% do que tinha ouvido.

–Gina tinha visto ele colocando fogo na casa, no quarto da Diana. Tentou impedir, mas ela não lembra o que aconteceu depois. Acharam ela desacordada na rua, a casa em chamas.

–E por que não ela não contou a ninguém? –perguntei.

–Ela lembrou alguns dias depois de sair do hospital. Ela tinha batido a cabeça e inalado muita fumaça. Quando ela contou para seus pais eles pediram para que ela ficasse em casa. Pegaram o carro, mas não voltaram... – Arthur ficou quieto.

Gina entrou no quarto, parecia um pouco melhor.

–Ninguém acreditou em mim. Acham que sou louca. Tenho que ir a um psicólogo toda semana. – (agora eu entendi quando ela tinha me deixado esperando na biblioteca para ir ao “médico”) – Eu sei quem fez isso... Mas eu não lembro de jeito nenhum! – Gina tinha voltado a chorar e dessa vez Arthur abraçou ela.

–Por isso precisamos de sua ajuda Oliver. – Arthur falou. – Precisamos que Gina se lembre quem foi. Só temos esses últimos meses do ano.

–Por que? – perguntei.

–Assassinato é crime. Mesmo eu sendo menor de idade, podem me prender por isso. – Gina falou. –O professor Marcelo disse a eles que eu era completamente louca e não poderia responder por meus atos. Mesmo assim eu vou ser julgada no início do ano que vem, posso pegar pena de morte.

–Não vai. – disse Arthur. – Vamos dar um jeito Gina...

–O professor? – Meu Deus (como assim? Pena de morte?).

–Meu psicólogo... Odeio ele! – Gina falou e eu finalmente entendi porque ela mata as aulas de matemática.

–Isso tudo é sério? – indaguei.

– Infelizmente, sim. – falaram os dois juntos.

–Eu vou para casa... Para poder entender melhor tudo o que me contaram. – falei por último.

Me levantei e dei um abraço nela. Ela precisava disso, mas eu também. Antes de sair olhei de volta para onde eu estava, lugar agora ocupado pelo Arthur. Vi um livro, talvez um diário ou um caderno de capa preta embaixo do colhão da cama. (É o diário dela) pensei. Preciso ler para saber se isso que me contaram está certo.

Sai da casa de Gina e não sabia se era verdade. Era muita coisa para um só dia, minha cabeça com mil pensamentos por segundo. Realmente desisti. Deixarei isso para depois. É muito stress.

Cheguei em casa, deitei na cama, mas não consegui voltar a dormir. Quem será que fez aquilo? E se realmente foi a Gina que matou seus pais e sua irmã?


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Notas finais do capítulo

Vocês acham que foi a Gina?
Comentem ♥