Acordei com Peeta e seus leves passos saindo de nossa cama. Ele estava se levantando e indo em direção ao banheiro, minutos depois ouvi o som do chuveiro. Revirei-me na cama para tentar dormir mais um pouco, mas o sono foi embora. A preocupação de Peeta invadia meu coração, eu sentia o que ele passava. Ele adorava o trabalho, adorava se ocupar com algo. Adorava seus colegas e tudo que fazia em sua área. Nunca teve o que reclamarem de Peeta, só devem ter achado uma pessoa que eles acham que tem mais competência que Peeta. Mas, não explicar o motivo é ruim. Meu amor deve estar pensando que ele fez algo de errado. Mas, só Deus sabe como ele soou para ter aquele trabalho e ter tudo que conquistamos hoje. Eu iria ter que manter a casa sozinha, mas, isso não era problema por enquanto. Os gastos eram maiores, iríamos ter que parar as compras repentinas, a saídas e etc...

Tudo por uma boa causa

– Amor? – Peeta chamou ao corredor. Eu já havia me levantado e estava na cozinha

– Estou na cozinha. – disse pela escada. Eu ouvia da cozinha seus passos largos sendo dados e cada vez mais próximos de mim.

– Deixa comigo! – ele disse enquanto eu pegava numa panela. Ele a retirou da minha mão e colocou-a sobre uma bancada. Beijando-me e tirando-me a atenção sobre tudo aquilo que estávamos passando. Aquela turbulência.

– Qual o nosso café de hoje, Sr. Mellark?

–Bom, fica a questão da Srta!

– Ok. – decidimos comer aquelas panquecas como começo e depois Peeta fez uma vitamina para Ashley que acordou logo depois.

– Eu pego! – eu disse. Peeta continuou fazendo as coisas pela cozinha. Cheguei perto do berço de Ashley. Ela estava sentada me esperando busca-lá. Deveria ter sonhado com algo. Suas lágrimas escorriam, e seu choro parou assim que me viu passar pela porta. Sentia que perto de mim Ash se acalmava, até de Peeta. Eu era boa mãe, Peeta era bom pai. Éramos bons nisso! Tarefa difícil criar alguém. Minha filhinha fez sentidos com o braço como quem diz “tira-me daqui”. Peguei-a no colo. Ela estava quente. Toquei na sua roupa que estava bem úmida, seu bumbum molhado. Levei-a para o banho e depois de minutos, meu bebê e eu descemos para o café com Peeta.

– Peeta, estava pensando de vermos seus pais hoje.

– Não tenho o porquê ver eles.

– Peeta, você tem que resolver aquela briga repentina com eles. Não é certo, ficarem brigados, eles só viram Ashley quando saiu de mim.

– Eles a renegaram Katniss, eles não gostam de você. Por que está forçando?

– Peeta, apesar de tudo, são seus pais e eu não acho isso justo.

– Katniss, quando levei Ash, para ver todos que a esperavam, eles a renegaram na ala hospitalar. Falaram que não se parecia comigo, que você tinha me traído. Eles falaram tanto e imagina o que não falam. Eles não fazem um esforço para ver Ashley. Seus pais ao menos nos deram todo suporte para encarar essa vida que temos hoje, essa família.

– Eu sei, mas, são seus pais. Você vai ver eles, Mellark! – disse num tom de ordem. Sim, apesar de eles terem falado tudo aquilo de mim, eram pais dele e avós da Ashley. Seu irmão Finnick veio aqui há quase sete meses e viu Ashley com sua namorada, Annie. Ele tentava participar e às vezes nos ligava. Tinha um filho também para cuidar o que era complicado. Annie ficou grávida três meses depois de mim.

–Odeio conversar sobre isso, Katniss! – ele disse indo para o quarto, deixando-me sozinha com Ashley. Quando acabei de dar a comidinha de Ash a levei para seu quarto enquanto ela brincava com seus brinquedinhos e via seu desenho predileto. Fui para meu quarto e tentar me resolver com Peeta, eu tinha que o fazer entender.

– Peeta? – entrei no quarto chamando-o. Logo, no meu campo de visão percorrendo o quarto, ele me apareceu. Suas íris as quais eu enxergava ao longe estavam claras como o céu. Aquela sua pele clara, reluzente ao sol que batia na janela. Ele estava sentado na cama, do lado onde se deitava, com a cabeça baixada e as mãos as apoiando.

– Peeta! Desculpa não queria brigar com você. – disse calmamente me sentando ao lado dele. A cama afundou um pouco com o peso apenas de um lado. A janela era bem na frente da nossa cama. O sol entrava e batia entre nossos rostos. Forcei suas mãos a se abaixarem. – Eu te amo! Não fique bravo comigo.

– Kat, eu não estou bravo. Você está certa, mas, eu ainda estou magoado.

– Eu sei, eu sei. Iremos resolver isso tudo juntos, afinal, somos marido e mulher. Estou aqui para tudo. – Ele me deu uma avaliada. – Para Peeta.

Cheguei perto de seu rosto e coloquei meu nariz junto ao seu. Aquele calor começou a subir. Éramos como fogo e Água. Éramos tão diferentes que isso chegava a funcionar, conosco. Sentindo sua respiração ele fechou os olhos e ficamos ali. Antes que eu tomasse alguma iniciativa. Peeta me pegou pela nuca com tanta rapidez e começou a me beijar ferozmente. Sua língua pediu entrada e eu deixei. Acabamos por caídos na cama. Aquele cara não tinha noção do perigo. Parei com o beijo, afastando-o.

– Você não tem noção do perigo, Mellark!

– Qual é o perigo, Everdeen?

Tudo aconteceu e como reconciliação nossa paixão da juventude se acendeu. Era assim que nos chamávamos. Em momentos carinhosos, nossos sobrenomes eram tão únicos. Mellark e Everdeen acabavam por si, sendo uma mistura linda e perfeita no meu nome. Aquelas das quais é tão diferente ao ponto de causar inveja em quem os ouve. Lembro até hoje do nosso casamento, meu nome sendo firmado com aquele lindo sobrenome. O sobrenome que na minha juventude era o sonho de qualquer menina de 14 anos. Mas, entre tantas e tantas aquela que ganhou fui eu. Eu ganhei aquele sobrenome. Como melhor mérito.

– Srta. Mellark você me faz feliz a cada segundo, e eu não sei como poderia ser minha vida sem você.

– Eu sei! Você não seria esse Peeta que eu conheço. Livrei-te de Glimmer esqueceu? – começamos a rir. – Eu te amo mais que tudo e a cada dia, peço pra Deus abençoar o homem maravilhoso, que tenho em minha vida. Peeta iremos superar tudo juntos.

Aquele momento foi único. Peeta com certeza seria o único homem da minha vida que eu teria eternamente. Não via a hora de nossa filha crescer, ou até, de termos outros e outros. Peeta era meu marido, meu esposo, amigo e companheiro. Além de tudo que se poderia imaginar, nosso amor prevalecia. Todas as brigas, discussões etc.. Tudo que tínhamos para nos separar acabou nos aproximando. Tanta coisa que aconteceu em nossa adolescência se acendia a cada dia e eu pude ver, ele era o homem da minha vida. O melhor que eu poderia ter, e o que não será mais de ninguém!

Meu nome é: Katniss Everdeen Mellark.