Uma Nova Vida - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Eu disse que o capítulo viria rápido, então cá estou eu. :D
Agradeço a todos que deixaram comentários no último capítulo, me incentivando a continuar a história. Obrigada, pessoal. :)

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/543739/chapter/8

Quando acordo, estou deitado na minha cama. Não sei nem como vim parar aqui nem por quanto tempo fiquei desacordado, mas está de noite e há apenas a luz do abajur iluminando o quarto. Olho para o lado e vejo Katniss sentada na cama, recostada num travesseiro. Eu me mexo ligeiramente e ela se acorda sobressaltada.

– Peeta?! Você está bem? – pergunta ela, tocando no meu rosto.

– Sim, eu estou b... – antes que eu possa terminar a frase, ela se atira em cima de mim, me abraçando forte e enterrando a cabeça no meu pescoço.

Quando percebo que ela está soluçando, eu afago suas costas, tentando acalmá-la.

– Está tudo bem, Katniss – digo, mas ela soluça mais ainda. – Katniss?

Ela não responde. Apenas me abraça ainda mais forte, como se tivesse receio de que eu fosse sumir a qualquer momento. Sou levado de volta a onze anos atrás, quando Finnick me reviveu na arena e Katniss chorou descontroladamente. Na época, eu não entendi por que ela agiu daquela maneira. Hoje entendo que, de alguma forma, ela já me amava. Apenas não havia se dado conta disso ainda.

Quando sinto o corpo dela tremendo menos, ela me solta, sentando-se na cama em seguida.

– Você tá melhor agora? – pergunto enquanto me sento na cama, encostando as costas na cabeceira da cama.

Ela enxuga suas lágrimas com as costas das mãos e em seguida diz, com a voz embargada.

– Eu tive tanto medo, Peeta. Tanto medo – ela coloca minhas mãos entre as delas. – Depois de muito tempo esperando seu flashback passar, eu fiquei preocupada e desci. Quando cheguei à sala, você estava desmaiado no sofá. Eu chamei seu nome, te sacudi, cheguei até a bater na sua cara e você não acordou. Eu fiquei desesperada!

Ela chora novamente ao se lembrar do que passou, e eu acaricio suas mãos para acalmá-la.

– Não fique assim. Eu estou bem agora. Acho que o flashback me consumiu muito emocionalmente e eu fiquei cansado, só isso.

– Sim, foi o que o médico disse, mas na hora eu não sabia.

– Médico? Que médico?

Ela solta minhas mãos e diz, meio desconsertada:

– Eu chamei o doutor Smith para te examinar. Ele está lá embaixo com Haymitch. Foram eles que te carregaram aqui pra cima.

Uma onda de vergonha e constrangimento toma conta de mim. Quer dizer então que eu incomodei várias pessoas por causa do meu flashback? Katniss parece notar o que estou sentindo, porque logo diz:

– Nada disso é culpa sua. A culpa é daquele miserável do Snow... E também minha, de certa forma – ela abaixa a cabeça.

– Sua? Que bobagem é essa, Katniss? Olhe pra mim.

Ela levanta a cabeça, olhando para mim com vergonha.

– Eu sei que as coisas que eu falei na nossa última conversa estimularam o seu flashback. Me desculpe.

– Não! Você não teve culpa – tranquilizo-a. – Eu não sei por que você disse aquelas coisas, mas não, não se culpe. Eu já tive flashbacks difíceis sem nenhum estímulo, você sabe disso.

Ela dá um leve sorriso, parecendo mais calma.

– Mas me diga: Por que você me disse aquelas coisas, afinal? Que não me merece, que está deixando o caminho livre...

Uma expressão de constrangimento perpassa o rosto dela.

– Peeta, eu... Eu não acho que é uma boa ideia nós termos essa conversa agora. Você precisa descansar.

– Não, mas eu quero... – ela coloca um dedo nos meus lábios para me calar.

– Quando você ficar melhor, a gente conversa. Prometo. Agora vou chamar o médico para examinar você – ela diz isso e em seguida se levanta da cama e sai do quarto.

***

– Provavelmente foi o que eu imaginei – diz o Dr. Smith após aferir minha pressão e me auscultar. – Peeta está bem. Ele ficou desacordado apenas porque teve um desgaste emocional muito grande.

– Ainda bem – diz Katniss, que está sentada ao meu lado na cama.

– Mas é realmente importante vocês contactarem o psiquiatra dele, para uma avaliação mais completa. Eu sou clínico, não psiquiatra, então não tenho aprofundamento na área de saúde mental.

– Tudo bem. Nós vamos telefonar para o doutor Aurelius amanhã – diz Katniss.

– Certo. O importante agora é ele descansar e não ter nenhum aborrecimento – diz o médico. – Eu aconselho que ele não vá ao trabalho amanhã, para descansar mais um pouco.

– Certo. Obrigado, doutor – digo.

– Por nada, Peeta. Agora vou indo. Qualquer coisa, podem me chamar.

Nós apertamos nossas mãos e depois Katniss leva o Dr. Smith até a porta. Nós já o chamamos algumas vezes, mas sempre por causa de alguma virose ou coisa do tipo. Nunca por causa de um flashback. Fico meio constrangido pelo fato de ele agora saber que eu tenho esse problema, mas eu não tenho culpa. Além disso, eu sou famoso o suficiente para as pessoas saberem da minha vida sem que eu conte nada a elas. Com esse pensamento, tento relaxar.

Haymitch vem ver como estou e em seguida também vai embora. Eu e Katniss jantamos juntos na cozinha e depois de um tempo vamos dormir. Ela se aninha bem forte no meu peito, e eu sei que essa é uma forma de ela dizer que está aqui comigo para o que eu precisar.

Ponto de vista de Katniss:

Abro os olhos e vejo que a luz do sol já está entrando pela janela. Procuro por Peeta ao meu lado e ele não está lá. Já sentindo o desespero tomar conta de mim, eu dou um pulo da cama e saio do quarto para procurá-lo pela casa.

É na cozinha que eu o encontro. De cabelos molhados e roupa limpa, ele está colocando pães de queijo no forno. Nada indica que ele estava naquela situação ontem.

– Bom dia, meu amor – diz ele assim que me vê.

– Bom dia. Eu acordei e você não estava do meu lado – digo, me aproximando dele. – Fiquei preocupada.

– Eu perdi o sono cedo. Coisa de padeiro, você sabe – ele dá um risinho, e eu o imito. - E eu também já tinha dormido muito.

– Você parece bem – observo.

– Sim, eu estou bem. Não vou ao trabalho hoje, já que o médico recomendou, mas não quero passar o dia parado na cama. Preciso ocupar a cabeça.

– Eu entendo...

– Por que você não vai tomar um banho enquanto eu termino de preparar nosso café da manhã? – sugere ele.

– Tudo bem – digo. Peeta me abraça, dá um beijinho na minha testa e depois eu subo para o banheiro.

Após o banho, eu desço e tomo café da manhã com Peeta. Eu o estimulo a falar sobre o trabalho dele na padaria, pois sei que ele passa bons momentos ali. Essa é uma forma de mantê-lo relaxado.

– E aí o Logan derrubou a saca de farinha no chão e voou farinha pela cozinha toda, e a Celia tinha acabado de limpar a cozinha. Ela ficou doente de raiva. Você precisava ter visto! – conta Peeta, me fazendo gargalhar.

Quando nós nos sentamos no sofá para assistir TV após lavarmos os pratos, porém, o clima descontraído se esvai.

– Katniss, eu já estou bem, então acho que você pode me contar por que você me disse aquelas coisas ontem – diz Peeta.

– Não, você precisa descansar – digo. – Aliás, nós precisamos ligar para o doutor Aurelius.

– A ligação pode esperar um pouco. Agora me explique o que houve – teima ele.

– Peeta, o médico disse que você não pode se estressar e...

– Você vai me estressar se não me contar o que houve – diz ele, me interrompendo. Ele pega o controle e desliga a TV. – Fale.

Conheço meu marido o suficiente para saber que ele pode ser bem teimoso quando quer. Por mais que eu não queira falar sobre isso com ele, sei que ele vai insistir até eu falar. É melhor falar logo. Encho-me de coragem e começo:

– Peeta, eu... Eu vi os desenhos.

– Que desenhos? – pergunta ele, franzindo o cenho.

– Eu grávida, eu e você com um bebê...

Ele faz uma expressão de quem entendeu sobre o que estou falando.

– Eu sei que não devia mexer nas suas coisas, mas...

– Tudo bem, Katniss – diz ele, compreensivo. – Eu não estava escondendo os desenhos de você nem nada. Apenas achei que eles não fossem do seu interesse. Mas o que isso tem a ver com as coisas que você me falou ontem?

Fito as minhas mãos, sem conseguir olhar nos olhos de Peeta.

– Eu tenho medo, Peeta.

– Medo de quê? Katniss, olhe pra mim.

Levanto os olhos, fazendo o possível para segurar as lágrimas. Não quero que ele me veja chorar.

– Medo de nunca mudar de ideia quanto a ter filhos, porque eu sei que você não vai ser plenamente feliz ao meu lado se eu nunca te der o filho que você tanto quer – sei que provavelmente nunca vou mudar de ideia, mas sei que Peeta não reagiria bem se eu dissesse isso.

Espero que ele fique indignado e brigue comigo, mas ele me olha com uma expressão calma no rosto.

– Se trata disso, então?

Assinto com a cabeça. As lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto, porque não consigo mais segurá-las. Peeta leva sua mão direita ao meu rosto e o enxuga delicadamente.

– Então você disse que não me merece e que está deixando o caminho livre por causa disso? – assinto novamente com a cabeça.

Ele tira a mão do meu rosto, dá um suspiro profundo e então fala:

– Eu quero muito ter um filho, Katniss. Muito mesmo. Mas eu não quero um filho mais do que eu quero você. Você não tem ideia do quanto eu te amo, do quanto eu quero te ter ao meu lado para sempre. Eu só quero ter um filho se for com você.

– Mas você não vai ser feliz se eu nunca... – começo, mas ele põe um dedo nos meus lábios, calando-me.

– Eu sou feliz ao seu lado, independentemente de filho. Se eu fiz aqueles desenhos, foi só porque gosto de imaginar isso. Eles não significam que eu só vou ser feliz se você me der um filho. Se você nunca mudar de ideia, eu vou continuar ao seu lado, porque é aqui onde eu sempre quis estar. Se você pensa que outra mulher me faria mais feliz do que você pelo simples fato de me dar um filho, você realmente não tem noção do tamanho do amor que eu sinto por você e do quanto você é essencial na minha vida.

Grossas lágrimas caem dos meus olhos. Dessa vez não só de tristeza, mas também de vergonha. Como eu pude pensar uma bobagem daquelas? Eu achei que estava apenas tentando não ser egoísta, mas eu também estava desconsiderando o amor de Peeta por mim.

– Me desculpe... – peço com sinceridade.

– Você não precisa se desculpar – diz ele docemente. – Apenas se lembre disso sempre que pensar que não me merece ou que eu seria mais feliz com outra mulher. Eu te amo, Katniss. O meu maior desejo é ter sempre você ao meu lado, e não ter filho.

Ao ouvir isso, sinto algo se derreter no meu peito. Cheia de emoção, eu me aproximo dele e jogo minhas mãos ao redor do pescoço dele, abraçando-o forte. Ele retribuiu o abraço, passando os braços nas minhas costas. Meu coração se enche de amor e ternura ao ter Peeta, esse homem maravilhoso que tive a graça de ter como meu marido, junto de mim dessa forma. Nosso abraço se afrouxa e nossos lábios se encontram, e em pouco tempo eu estou sentindo aquela ânsia, aquele desejo louco que só ele desperta em mim.

– Eu te amo – digo após separarmos nossas bocas, ambos ofegantes.

Ele ataca minha boca novamente, beijando-me com urgência. Suas mãos passeiam pelo meu corpo e depois vão para os meus seios, apertando-os por cima da minha camisa, o que deixa meu corpo em combustão. Em pouco tempo, nossas roupas estão jogadas no chão e os nossos corpos, unidos da forma mais íntima que existe. Nós nos movemos em perfeita sincronia, o prazer aumentando a cada movimento. Chegamos praticamente juntos ao nosso máximo, e eu me deixo cair no colo de Peeta, abraçando-o. Ele pega minha cabeça com as duas mãos, me forçando a olhar para ele.

– Nunca pense uma bobagem daquelas de novo, certo? Me prometa que nunca vai pensar.

– Me desculpe. Eu prometo.

Ele me abraça e beija ternamente a minha testa.

– Agora nós vamos nos vestir e ir ligar para o doutor Aurelius – diz ele, fazendo-me rir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso, pessoal. Lembrem-se de dizer o que estão achando nos comentários! Confesso que estou um pouco chateada, porque há 183 pessoas acompanhando a história e eu tenho uma média de apenas 25 comentários por capítulo. Eu entendo quem não comenta por não ter cadastro no site, mas se a pessoa tem cadastro e clicou na opção de "acompanhar história", eu não sei o que custa deixar um comentário. Não estou esperando que todos comentem, até porque isso é impossível, mas gostaria que mais gente comentasse. Essa é a forma que vocês têm de me estimularem a escrever mais e de se fazerem ouvidos. Não se esqueçam disso. ;)

Beijos e até a próxima.

Ps: Há 172 comentários no momento. Gostaria de chegar aos 200. Vocês me ajudam? :)