Uma Nova Vida - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 34
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos! Vim postar mais um capítulo para vocês. Agradeço a todos que comentaram no último capítulo. Muito obrigada pelo incentivo, pessoal! :D

Escrevi esse capítulo com muito carinho e espero que vocês gostem.

Boa leitura!



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Eu fico olhando para seus olhinhos intensamente azuis, sem saber exatamente como irei explicar a ela que estou grávida. Peeta percebe minha dificuldade, pois logo toma as rédeas da situação:

— Filha, você lembra que o papai te explicou que você veio da barriguinha da sua mamãe?

— Lembro – ela assente com a cabeça.

Eu também me lembro desse dia. Quando Lily tinha uns dois anos, ela achou uma foto minha grávida dela e ficou sem entender o que era aquilo. Peeta, com a delicadeza e o jeito com as palavras que eu não tenho, lhe explicou que ela estava dentro da minha barriga. E que era assim que os bebês vinham ao mundo.

— Bem, é assim que os bebês nascem – continua Peeta. – Eles crescem na barriguinha da mamãe deles e depois saem. Lembra que eu te expliquei isso também?

Ela assente novamente com a cabeça.

— Você gosta de bebês, filha? – pergunta ele.

— Gosto. São fofinhos – Lily responde com sua voz fininha.

Peeta olha para mim, dá um sorrisinho e logo continua:

— Você ia gostar de ter um bebê pertinho de você?

Ela assente com a cabeça de novo, e eu já começo a sentir uma ansiedade boa.

— Bem, então deixa eu te contar uma coisa: Tem um bebezinho na barriguinha da sua mamãe. Você vai ter um irmãozinho ou uma irmãzinha.

Lily arregala os olhos, visivelmente surpresa.

— Eu vou ter um irmãozinho? – indaga ela, olhando de Peeta para mim.

— Sim, filha. Você vai ter um irmãozinho ou uma irmãzinha. Ele tá aqui, dentro da barriga da mamãe – digo, colocando minhas mãos sobre minha barriga.

Ela fica um tempo calada, como se contemplasse o que acaba de ouvir. Por um momento, eu fico com medo que ela não tenha gostado da novidade. Mas esse medo dura quase nada, pois ela logo diz:

— Quando ele vai sair da sua barriga, mamãe? Eu vou poder brincar com ele?

Ao ouvir a animação pintando sua voz fininha, um sorriso se forma em meus lábios. Ela gostou da notícia!

— Ainda vai demorar um tempinho pra ele sair da minha barriga, e ele vai sair pequenininho, como você era naquela foto que a mamãe te mostrou do seu primeiro banho, lembra?

— Aham – diz Lily.

— Mas quando ele estiver um pouquinho maior, você vai poder brincar com ele, sim.

— Eba! – exclama ela, levantando seus braços num gesto de comemoração.

Fico tão feliz diante da reação positiva de Lily que sinto como se fosse explodir. Olho para o lado e vejo Peeta olhando para mim, com um sorriso enorme em seu rosto. Ele não fala nada, mas sei que ele está silenciosamente dizendo um “Viu só? Deu tudo certo.”

— Ele vai ser bem fofinho, não é, papai? – pergunta Lily, atraindo nossa atenção e nos fazendo rir.

— Vai, sim – diz Peeta. – Ele vai ser lindo, como você.

— Vai ser um menino ou uma menina? – pergunta ela.

— Nós ainda não sabemos, filha – respondo.

— Mas isso não vai mudar nada, princesinha – complementa Peeta. – Irmãozinho ou irmãzinha, você vai ter um bebê fofinho perto de você.

Lily dá um sorriso e em seguida vem para mais perto de mim. Ela coloca as mãozinhas sobre a minha barriga, uma expressão de curiosidade em seu rosto.

— Ele sente, mamãe? – pergunta ela, e eu entendo que ela está se referindo ao bebê.

— Sente, sim. Se você fizer carinho na minha barriga, ele vai gostar.

Assim que eu falo isso, Lily começa a acariciar de leve a minha barriga.

— Ele tá gostando, mamãe?

— Está, sim – digo, com meu coração transbordando de ternura. – Ele está muito feliz porque tem uma irmãzinha muito carinhosa.

Lily sorri, parecendo orgulhosa de si mesma.

— Se eu der um beijinho, ele também sente?

— Sente, sim – respondo.

Ela se curva e deposita um beijo na minha barriga. O gesto é tão terno que eu sinto lágrimas encherem os meus olhos. Sei que ainda é cedo para tirar conclusões, mas nesse momento, algo me diz que a relação de Lily com esse bebê será muito especial. Que existirá muito amor entre eles, como existia entre mim e Prim. E só de pensar nisso, uma deliciosa sensação de felicidade toma conta de todo o meu ser.

— Papai, então a mamãe não tá dodói? – Lily pergunta subitamente, interrompendo o clima emocional.

— Não, princesinha – responde Peeta.

— Eu só estou me sentindo meio cansada por causa do bebê. Mas eu estou bem, filha – complemento.

— O que você acha da gente preparar uns biscoitos pra mamãe, pra ela se sentir melhor? – Peeta sugere num tom de animação.

— Eba! – comemora Lily, acatando a sugestão do pai com entusiasmo.

***

Nos dias que se seguem, eu continuo a me sentir um pouco enjoada e sonolenta. Mas agora, Lily sabe que eu estou me sentindo assim por causa do bebê, e não porque estou doente. E isso já me deixa mais tranquila.

Antes de contar a ela sobre a gravidez, eu temi que ela fosse sentir ciúmes. Mas, ao menos até o momento, ela não demonstrou sentir nem uma pontinha de ciúmes. Pelo contrário, ela parece bastante entusiasmada com a ideia de ter um irmãozinho. Porém, como eu sei que isso pode não durar para sempre, eu tento lhe dar bastante atenção e lhe incluir nos assuntos relacionados ao bebê.

Cerca de uma semana depois de Lily saber da novidade, Haymitch vem nos visitar pela manhã e ela acaba deixando escapar que “a mamãe vai ter um bebê”.

Eu lanço um olhar de reprovação para Lily, mas já é tarde demais. Haymitch já está de olhos arregalados, visivelmente surpreso. E logo questiona:

— Isso é verdade, docinho?

Ignorando a sensação de abalo no meu estômago, eu respondo:

— Sim. Eu não ia contar agora, mas sim, é verdade.

— Ah, crianças... – diz ele, rindo. – Bem, parabéns! É muito bom saber que mais um bebê vem pra alegrar a vida de vocês.

— Obrigada, Haymitch – digo, sorrindo envergonhada.

— Ah, e não se preocupe: Eu não vou contar a ninguém. Mas do jeito que a pequena docinho está entusiasmada, acho melhor você ir logo se acostumando com a ideia de os outros saberem.

— Você não vai contar isso pra mais ninguém, não é, Felicity Mellark? – digo, num tom de brincadeira.

Ela não diz nada, mas a carinha que ela faz confirma o que Haymitch disse.

***

No decorrer da semana, Lily não conta a mais ninguém que eu estou grávida. Mas a fim de evitar que ela acabe dando com a língua nos dentes, eu decido que eu mesma vou dar a notícia para nossos entes queridos. E logo.

Quando eu passo pelo primeiro pré-Natal e a médica confirma que meu bebê está bem, sinto que é o momento de contar a novidade. Ainda não passei do primeiro trimestre, mas dessa vez eu me sinto mais segura de contar antes.

Assim que chego em casa, eu telefono para minha mãe e conto a ela que ela será avó novamente.

— Isso é sério, minha filha? — pergunta ela, já chorando do outro lado da linha.

— Sim, mãe – digo, tentando segurar a emoção.

— Isso é maravilhoso!— comemora ela. — Eu achei que você nunca me daria nenhum neto, e agora eu vou ter dois!

— Sim, mãe – digo, dando uma risadinha.

— Parabéns, minha filha — diz ela. – Eu estou muito feliz por vocês. Assim que der, eu vou aí fazer uma visita a vocês.

— Obrigada, mãe.

À noite, eu e Peeta chamamos nossos amigos para um jantar onde contaremos a novidade, exatamente como fizemos quando estávamos esperando Lily.

Quando nós contamos a eles que estamos esperando outro bebê, eles, mais uma vez, vibram de felicidade e nos mostram bastante apoio, o que faz com que eu me sinta mais feliz e segura sobre o desafio que está por vir.

Não é que minhas inseguranças tenham sumido por completo. Eu ainda temo que algo de ruim aconteça ao meu bebê. Ainda temo que o futuro não seja tão bom quanto eu gostaria. Mas sei que essas pessoas irão amar esse bebê, da mesma forma que amam Lily, e que irão nos ajudar no que for preciso, como já ajudaram tantas vezes. E isso faz toda diferença para mim.

***

Os dias vão passando rapidamente, e com eles, minha gravidez vai avançando. Os enjoos e a sonolência vão ficando cada vez menos frequentes e eu começo a me sentir mais disposta. Os meus seios começam a aumentar de tamanho e, depois de um tempo, minha barriga começa também.

No dia em que eu me olho no espelho do meu quarto com a camisa levantada e percebo uma protuberância na parte inferior do meu abdômen, sou tomada por um misto de felicidade e medo. Felicidade por saber que meu bebê está crescendo saudável. Medo por saber que não conseguirei esconder isso de Panem por mais muito tempo.

— Peeta? – chamo por ele, que está sentado na cama atrás de mim.

— O que foi? – indaga ele, e eu me viro para vê-lo.

— Está vendo? – eu ponho as mãos sobre a minha barriga, para que ele entenda do que estou falando.

Ele fica um tempinho observando minha barriga, e então diz:

— Wow! Parece que tem uma barriguinha aparecendo, hein?

Ele diz isso com tanto entusiasmo que eu fico mais calma.

— Sim – digo, me aproximando de Peeta. – Foi mais rápido que da outra vez.

— É verdade – concorda ele, sorrindo. – E parece que tá ficando maior também.

— É... Acho que vou ficar enorme – digo, dando um risinho nervoso.

Ele ri de volta e então coloca as mãos sobre a minha barriga.

— Filho ou filha, você está crescendo muito rápido – diz ele com doçura.

Eu dou um sorriso bobo, com em todas as vezes em que Peeta conversa com o bebê.

— O papai está muito feliz de ver a barriguinha da sua mamãe crescendo, e acho que tem outra pessoa que vai ficar muito feliz também. Sua irmãzinha, sabe?

— Acho que Lily vai gostar mesmo – digo, rindo.

Peeta levanta o rosto para olhar para mim.

— Sim. Vamos mostrar a barriguinha para ela quando ela acordar – diz ele, rindo.

— Vamos.

E nós mostramos. Como era de se esperar, ela adora a novidade. E desse momento em diante, ela começa a examinar minha barriga todos os dias, tentando ver se “o bebê da mamãe” cresceu.

***

O tempo continua a passar, e quando dou por mim, já estou no quarto mês de gestação. Minha barriga já está grandinha e é visível que eu estou grávida. Eu fico um pouco nervosa com isso, sabendo que não vai demorar para todos saberem que há outro bebê meu a caminho. Mas Peeta me tranquiliza, dizendo que quando esse momento chegar, nós iremos lidar melhor com ele, pois já temos experiência.

Quando estou com cerca de quatro meses e meio de gravidez, eu sinto o bebê mexer pela primeira vez. É num momento bastante inesperado, enquanto estou sentada no chão da sala brincando com Lily. Eu fico parada por um momento, temendo passar mal como da outra vez. Mas os sintomas aterrorizantes de ansiedade que eu fico esperando não aparecem. A única coisa ruim que sinto é um abalo de nervosismo no estômago. E isso não toma muita força, pois logo uma sensação deliciosa de felicidade chega e o encobre.

— Mamãe? – Lily chama por mim, me trazendo de volta à realidade.

Ela me olha com uma cara de quem estava falando comigo há bastante tempo e não foi atendida.

— Oi, meu amorzinho. Desculpe. Eu me distraí.

— Você tá bem? – ela me pergunta, com uma expressão de preocupação.

Lily pode até ser muito parecida comigo, mas toda vez que ela fica preocupada com algo, eu vejo Peeta em todo o seu rostinho.

Um sorriso se forma em meus lábios.

— Estou bem, sim. Eu me distraí porque senti o bebê mexer.

— O bebê mexeu?! – exclama ela, com seus olhinhos azuis arregalados.

— Sim. Ele mexeu.

Lily chega mais perto de mim e coloca as mãos sobre a minha barriga, tentando sentir o bebê mexer, presumo.

— Ele ainda é muito pequenininho pra você sentir, filha.

— Ah – suspira ela, desapontada.

— Mas quando ele estiver maiorzinho, você vai poder sentir.

Ela dá um risinho, satisfeita.

À noite, quando Peeta chega da padaria, eu conto a ele que senti o bebê mexer. Ele dá um grande sorriso, mas logo esse sorriso se desfaz e uma expressão de preocupação se forma em seu rosto.

— Você tá bem, meu amor? – pergunta ele.

— Sim – digo, sorrindo para tranquilizá-lo. – Dessa vez, eu só fiquei um pouquinho nervosa. Não passei mal nem nada. E estou feliz, também.

— Que bom, meu amor! – exclama ele, e então segura meu rosto com as duas mãos e me dá um carinhoso beijo nos lábios.

Depois ele se afasta e coloca as mãos sobre a minha barriga.

— Mal posso esperar pra senti-lo mexendo daqui de fora – diz ele, com ternura.

— Logo, logo você vai – digo, sorrindo.

***

Encaro o reflexo do meu corpo nu no espelho do banheiro. Aos cinco meses de gravidez, minha barriga já está bem grande, maior do que estava com Lily. Está um pouco mais pontuda também.

As pessoas costumam dizer que barrigas pontudas indicam que a mulher está esperando um menino. Não sei se isso faz algum sentido, ou se tem algum fundo de verdade, mas ainda assim eu fico intrigada, imaginando se o bebê que está dentro da minha barriga é um menino.

Eu não tenho nenhuma preferência. Para mim, o mais importante é que venha com saúde. Mas sei que um menino completaria minha vida de uma forma diferente, o que seria muito bom.

De qualquer maneira, eu provavelmente vou tirar essa dúvida daqui a pouco, na consulta com a doutora Brooks. Hoje eu vou passar pela minha primeira ultrassonografia.

— Katniss, dê uma pressinha! – grita Peeta do outro lado da porta, me fazendo lembrar de que estou atrasada.

Deixando meus pensamentos de lado, eu começo a me vestir.

***

— O que será que o bebê vai ser, hein? – diz Peeta enquanto estamos no carro, a caminho do hospital.

— Eu não sei... Dizem que barrigas menos arredondadas são de menino, mas não sei se isso faz algum sentido – digo com sinceridade.

— Seria bom um menininho, não é? – diz ele, animado. – Assim a gente teria um casal. Mas se for uma menina, será muito bem-vinda também.

— Sim, claro – eu dou um sorriso. – Mas me diga: Você está tendo alguma intuição dessa vez?

— Prefiro dizer depois – diz ele, com um sorriso safado.

— Ah, Peeta, assim não vale! – protesto.

Ele dá uma risadinha, mas eu não consigo ficar irritada e acabo rindo junto com ele.

Quando chegamos ao consultório da doutora Brooks, ela faz em mim os habituais exames clínicos e depois nos conduz à sala da ultrassonografia.

Depois de colocar aquele gel gelado na minha barriga, ela começa a deslizar o equipamento. Na mesma hora, eu olho para a tela, tentando ver alguma forma que pareça um bebê. E em alguns instantes, eu vejo. A imagem é borrada, mas dá para ver a cabecinha e o corpinho do meu bebê.

Uma emoção já conhecida por mim me invade, fazendo com que lágrimas nublem os meus olhos.

— Você tá vendo ele, Peeta? – pergunto ao meu marido, que está sentado ao meu lado.

— Tou vendo, sim – ele responde, e quando eu olho para ele, percebo que ele também está emocionado. – É o nosso filho, meu amor.

— É o nosso filho.

A doutora continua o exame, olhando fixamente para o monitor.

— Tá tudo bem, doutora? – pergunto, ligeiramente preocupada.

— Sim, tudo bem – ela sorri para me tranquilizar. – Vamos ouvir o coraçãozinho dele agora.

E então eu começo a ouvir o “thump thump thump” do coraçãozinho do meu bebê. Não é a primeira vez que eu escuto, mas eu fico feliz e aliviada como sempre. Sei que isso significa que o meu bebê está bem e saudável.

— Tudo certo com o coração – diz a médica, e então desliga o som.

— E o sexo, doutora? – pergunta Peeta. – Conseguiu ver?

— Vou ver isso agora – responde ela.

Ela desliza o equipamento pela minha barriga e depois o mantém pressionado num ponto específico. Depois de alguns segundos olhando atentamente para a tela, ela diz:

— Ah, dessa vez foi bem mais fácil de ver – ela sorri.

— E o que é? – eu e Peeta perguntamos em uníssono.

— É um menino.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Não me matem! Haha! Tem continuação. ;)

Lembrem-se de dizer nos comentários o que estão achando da história, ok? Vocês podem até achar que um comentário a mais ou a menos não faz diferença, mas acreditem: Faz! A opinião de todos vocês é importante para mim, e cada um que comenta me incentiva bastante a escrever. Ah, e recomendações também são muito bem-vindas. :D

Beijos e até a próxima.