Coming home escrita por namicchin


Capítulo 1
☼ — É onde meus demônios se escondem.


Notas iniciais do capítulo

Do nada, decidi escrever isso aqui! Ficou meio OOC, mas dessa vez não ligo -q



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Quando você sentir o meu calor...

Olhe nos meus olhos...

É onde meus demônios se escondem.

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— Eu não preciso de você, e nunca vou precisar! — Gritou Lucy. Ela, com passos largos e pesados, bateu a porta do quarto e a trancou. Sua voz representava bem o que estava acontecendo, a mágoa guardada por Natsu era tão profunda que sequer conseguia distinguir o que passava em seu coração. —Não quero mais te ver, sai daqui!

Natsu caminhou despreocupado pela casa da loira em direção ao quarto, tentando não tropeçar, esbarrar ou derrubar algo simplesmente para não irritar mais aquela maga estelar. Ultimamente os dois brigavam demais, nenhum deles dava trégua e nem pedia desculpas pelas ofensas que consequentemente saia da boca de ambos.

— Luce, abre a porta — pediu em tom baixo. – Se você não abrir, vou ficar aqui até você sair.

— Se depender de mim vai continuar aí para sempre, então.

— Você quem sabe. Não duvide da minha palavra.

Dizendo isso, Natsu sentou na porta do quarto e ali ficou por horas. Nem se importou com a situação, sabia que Lucy não aguentava ficar brava por tanto tempo, na verdade, nem ele conseguia.

Não chegou a dar uma hora, Lucy já tentava espiar por detrás da porta se Natsu ainda estava ali. Ele estava na mesma posição, e quando Lucy tentou abrir um pouco a porta, tentando ao máximo não deixar o mago perceber, vera a mão repentina dele abrindo a porta por completo, nem dando oportunidade de Lucy tentar fechá-la.

— Não disse que não queria mais me ver? — Ele caçoou, um sorriso sincero apareceu e fez com que Lucy desistisse de expulsá-lo de lá.

Lucy percebeu que mesmo com as constantes brigas inúteis que aconteceram ultimamente, ele continuava sendo o mesmo Natsu, o mesmo: forte, determinado, bobo e idiota de sempre.

— Não seja bobo, Natsu — ela sorriu também, o que acabou surpreendendo-o. — Você sabe que eu estava com raiva e acabei falando aquelas coisas. Desculpe.

Em um gesto repentino, Natsu avançou na maga buscando abraçá-la, mas acabou caindo no chão. Ela gemeu de dor pela pancada, enquanto Natsu, ainda abraçado nela, levantava-se levando-a consigo. No fim, ele acabou caindo por cima dela e quem levou toda dor fora ela.

— Você está bem, Luce? — Perguntou preocupado.

— Sim, eu estou — ela passou a mão na cabeça tentando inutilmente parar com a dor.

— Luce! – Gritou escandaloso. – Sua cabeça! Está sangrando.

Ela nem teve tempo de reagir, quando menos percebera Natsu a pegou no colo a posicionando em seus ombros como um saco de batatas. Chutou tudo que tinha na sua frente — e quebrando tudo que via — correu para porta de entrada, já que não poderia usar a janela com Lucy em seus costas. A loira socava suas costas tentando convencê-lo que não era nada demais, e que ainda por cima, estava de saia e que se ele corresse tanto assim, todo mundo podia ver seu bumbum.

— Natsu! Para — insistia, mas ele não dava ouvidos. — Natsu!

— Calma, Luce. Vou levar você na guilda, a Wendy deve estar por lá, não a deixarei morrer!

— Natsu, eu não vou morrer por causa desse corte pequeno, não seja escandaloso.

O dragon slayer não respondeu, só continuou correndo desesperado pelas ruas de Magnólia. As pessoas olhavam para eles e pensavam que eles dariam um bom casal, e porque diabos tinha um homem correndo com uma mulher indecente correndo pela rua, gritando e fazendo inúmeros escândalos. O rubor característico da maga estelar era evidente, ela escondia seu rosto no colete habitual que Natsu usava, não queria que ninguém os vissem daquele jeito.

Chegando na Fairy Tail — quase derrubando a porta de —, Natsu procurava por Wendy em toda parte, até que Romeo o avisou que estava no bar, conversando e ajudando Mirajane com os pedidos das fadas.

— Weeeeendy! A Lucy está morrendo, cuide dela, por favor!

— Oe, eu não estou morrendo, Natsu — falou Lucy em tom baixo.

Wendy se desesperou, suas pequenas pernas tremiam, pensou que algo grave havia acontecido.

— Coloca ela aqui, Natsu-san — indicou uma mesa comprida ao lado do bar para ver o que tinha acontecido. — Oh, é só um corte, ela não vai morrer, Natsu-san.

— Eu disse... – murmurou a loira.

Ele virou o rosto como se não se importasse. Wendy deu uma risadinha modesta e virou-se para ver como o corte estava.

— Vou pegar a faixa, nem vai precisar de pontos, Lucy-san. Não foi muito grave — Wendy sorriu e entrou em uma porta atrás do balcão. Poucos segundos depois ela chegou com uma caixinha com ataduras.

Com cuidado, Wendy enfaixou o lugar do corte e disse para Lucy descansar o resto do dia, já que antes da briga dos dois — nos quais ambos nem se lembravam mais — eles tiveram em uma missão cansativa e seria ótimo se eles tivessem uma bela noite de sono.

— Obrigada, Wendy-chan — e então foi andando tranquilamente para casa, e ao seu lado estava Natsu.

Ficaram um bom tempo em silêncio. De repente, Natsu traz à tona um pergunta antiga, esta que Lucy sempre tinha vergonha de responder.

— Você ainda duvida que posso fazer você gostar de mim? — Natsu disse de um jeito orgulhoso enquanto caminhava.

— Sim, eu duvido.

Primeira vez que ela respondeu a esse tipo de pergunta. Porém, suas bochechas ruborizadas não escondiam o que passava em sua cabeça naquele momento.

Natsu parou e pensou por um momento. Agarrou fortemente na cintura da maga — que se arrependeu de ter o desafiado — e a viu arregalar seus olhos de susto. Chegou bem perto de seu rosto pálido. Lucy podia sentir sua respiração calma, ele não estava nervoso e sequer preocupado com o que aconteceria a seguir. Diferente dela, que não conseguia nem imaginar o que Natsu poderia fazer. O dragon slayer parecia sério, seu semblante não mudou em nenhum momento.

— Vai querer mesmo me desafiar? — Perguntou. Lucy sentiu sua espinha arrepiar-se por inteiro. — Se eu fosse você, eu não faria isso.

Ela não respondeu.

Um beijo tranquilo, doce e calmo, coisa que Lucy nunca podia imaginar que Natsu era capaz.

A volta para casa nunca fora tão bom, mais bom que isso, era desafiar o orgulho de um mago orgulhoso, coisa que Lucy sempre fará daqui para frente.

Happy de longe os observava, com um sorrisinho travesso, voou em direção oposta de onde eles estavam indo, justamente para não atrapalhá-los. Em sua pequena jornada até a casa de Lucy — onde dormiria por lá sem a própria dona saber —, murmurou:

— Ela goxxxxxxta dele.


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Notas finais do capítulo

Sobre o motivo da briga deles... deixo à vocês imaginarem o que aconteceu. Se quiserem arriscar e chutar, me digam nos comentários