Diários do Vampiro -o Despertar escrita por honey


Capítulo 2
Capítulo 2 Parte 1




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Takanori foi cercado no instante em que entrou no estacionamento da escola. Todos estavam ali, toda a turma que não via desde junho, além de quatro ou cinco seguidores que tinham a esperança de adquirir popularidade por associação. Ele aceitou um por um os abraços de boas-vindas de seu grupo.
 Aoi tinha crescido pelo menos uns 3 centímetros e estava mais magro e mais parecia um modelo. Ele cumprimentou Matsumoto friamente e recuou de novo, os olhos negros estreitos como os de um gato.
 Nao não tinha crescido nada, e seus cabelos ruivos e lisos mal chegavam aos ombros enquanto ele atirava os braços para abraçar o amigo. Espera um minutinho – ruivos?, pensou Matsumoto. Ele empurrou o menino.
 - Nao! O que você fez com o seu cabelo?
 - Gostou? Acho que me deixa mais bonito. – Nao afofou os cabelos e sorriu, os olhos castanhos cintilando de empolgação.
 Matsumoto se afastou.
 - Kai. Você não mudou nada.
 Este abraço foi igualmente caloroso de ambos as partes. Ele sentiu falta de Kai mais do que de qualquer outra pessoa, pensou Matsumoto, olhando o menino um pouco mais alto. Kai nunca usava maquiagem nenhuma; mas com a pele branca perfeita e cílios pretos e pesados, ele não precisava. Agora tinha uma elegante sobrancelha erguida ao examinar Matsumoto.
 - Bom, seu cabelo está dois tons mais claro por causa do sol... Mas cadê o bronzeado? Pensei que você estava na Riviera Francesa.
 - Você sabe que eu nunca me bronzeio. – Matsumoto ergueu as mãos para sua própria inspeção. A pele era impecável, como porcelana, mas quase tão clara e transparente quanto a de Kai.
 - Espera, isso me lembra uma coisa – intrometeu-se Não, pegando a mão de Matsumoto – Adivinha só o que meu primo me ensinou neste verão? – antes que alguém pudesse falar, ele informou, triunfante; - Leitura das mãos!
 Houve grunhidos e alguns risos.
 - Podem rir à vontade – disse Não, sem se deixar pertubar – Meu primo disse que sou sensitivo. Agora, vamos ver... – Ele olhou a palma da mão de Matsumoto.
 - Rápido, ou vamos chegar atrasados – disse Matsumoto com certa impaciência.
 - Tudo bem, tudo bem. Agora, esta é a sua linha da vida... Ou será s linha do coração? – no grupo, alguém deu uma risadinha – Silêncio, estou alcançando o vazio. Eu vejo... Eu vejo... – de repente, Nao ficou pálido, como se tivesse se assustado. Seus olhos castanhos se arregalaram, mas ele não parecia mais estar olhando a mão de Matsumoto. Era como se olhasse através dela – para alguma coisa apavorante.
 - Vai conhecer um estrangeiro baixo e loiro – murmurou Kai atrás dele. Houve uma explosão de risadas.
 - Louro, sim, e estrangeiro... Mas não baixo.
 A voz de Nao era rouca e distante.
 -Mas – continuou ele depois de um momento, parecendo confuso, seus olhos castanhos arregalados ergueram-se para Matsumoto, assombrados – Mas isso é impossível... Não é? – ele largou a mão de Matsumoto, quase o atirando longe – Não quero ver mais nada.
 - Tudo bem, acabou o show. Vamos – disse Matsumoto ao os outros atrás, vagamente irritados. Ele sempre achava que os truques de paranormal eram só isso; truques. Então por que ficara aborrecido? Só porque esta manhã ele quase teve um ataque de pânico...
 Os meninos partiram para o prédio da escola, mas o roncou um motor bem regulado os fez parar.
 - Uau! – disse Aoi, olhando – Um carro e tanto.
 - Um Porsche e tanto – corrigiu-o Kai, secamente.
 O 911 turbo preto reluzente ronronou pelo estacionamento , procurando uma vaga, movendo-se com indolência de uma pantera aproximando-se da presa.
 Quando o carro parou, a porta se abriu e eles olharam o motorista.
 - Ai, meu Deus – sussurrou Aoi.
 - Ai, meu Deus, mesmo – cochichou Nao
 De onde estava, Matsumoto podia ver o corpo magro e musculoso. Jeans desbotado que ele provavelmente tinha que tirar à noite, camiseta e uma jaqueta de couro de corte incomum. O cabelo eram levemente levantados num moicano – e claros
 Ele era alto. Um pouco mais baixo que Aoi.
 Matsumoto soltou a respiração.
 - Quem é esse mascarado? – disse Kai
 E a observação era correta – ele tinha uma faixa no nariz e um óculos escuro, escondendo seu rosto como uma máscara.
 - Esse estranho mascarado – disse outra pessoa, e um tagarelar de vozes se elevou.
 - Viu a jaqueta dele? É italiana, de Roma.
 - Como você sabe? Nunca na vida você foi além de Tóquio.
 - Epa. Matsumoto está com aquele olhar de novo. O olhar de caçador.
 - É melhor que o Alto-Loiro-e-Bonito tenha cuidado.
 - Ele não é bonito; é perfeito!
 Em meio a tagarelice, a voz de Aoi de repente se destacou.
 - Ah, dá um tempo, Taka. Você já tem o Miku. O que mais você quer? O que pode fazer com dois que não pode fazer com um?
 - A mesma coisa... Só que por mais tempo – disse Kai numa voz arrastada e o grupo se dissolveu em risos.
 O menino tinha trancado o carro e andava para a escola. Despreocupadamente, Matsumoto partiu atrás dele, os outros meninos em seu encalço num grupo estreito. Por um instante, a irritação borbulhei dentro dele. Será possível que não podia ir a lugar nenhum sem um desfile em seus calcanhares? Mas Kai pegou o olhar dele e ele sorriu a contragosto.
 - Noblesse oblige – disse Kai delicadamente.
 - Como é?
 - Se quer ser o rei da escola, tem que agüentar as conseqüências.
 A declaração fez Matsumoto franzir a testa enquanto eles entravam no prédio. Um logo corredor se estendia a frente e uma figura de jeans e jaqueta de couro desaparecia por uma porta à rente. Matsumoto reduziu o passo ao seguir para a secretaria, finalmente parando para olhar pensativo as mensagens no quadro de cortiça ao lado da porta. Havia uma grande janela ali, através de qual toda a sala ficava visível.
 Os outros meninos olhavam abertamente pela janela e riam.
 - Bela vista de trás.
 - Isso definitivamente é uma jaqueta Armani.
 - Acha que ele é de outro estado?
 Matsumoto aguçava os ouvidos, tentando escutar o nome de menino. Parecia haver uma espécie de problema ali: a Sra. Sakura, a secretária de admissão, olhava uma lista e sacudia a cabeça. O menino disse alguma coisa a Sra. Sakura ergueu as mãos num gesto de “O que eu posso fazer?” Ela passou o dedo pela lista e sacudiu a cabeça de novo, conclusivamente. O menino começou a se virar, depois voltou. E quando a Sra. Sakura olhou para ele de novo, sua expressão se transformou.
 Agora os óculos escuros estavam na mão do garoto. A Sra. Sakura pareceu se assustar com alguma coisa; Matsumoto a viu piscar várias vezes. Seus lábios se abriram e fecharam como se ela tentasse falar alguma coisa.
 Matsumoto queria poder ver mais do que a parte de trás da cabeça do menino. A Sra. Sakura remexia em pilhas de papéis, parecendo confusa. Por fim uma espécie de formulário e escreveu nele, depois o virou e empurrou para o garoto.
 O menino escreveu brevemente no formulário – assinando, provavelmente – e o devolveu. A Sra. Sakura fitou o papel por um segundo, depois remexeu em outra pilha de papéis, passando-lhe por fim o que parecia um horário de aulas. Os olhos dele não desgrudavam do menino enquanto ele o pagava, inclinava a cabeça para agradecer e se virava para a porta.
 Matsumoto estava agora louco de curiosidade. O que tinha acontecido ali? E como seria a cara desse estranho? Mas quando saía da sala, ele recolocou os óculos. A decepção o acossou.
 Ainda assim, ele podia ver o resto do seu rosto enquanto ele parava à porta. Os cabelos loiros emolduravam feições tão elegante que podiam ter sido extraídas de uma moeda ou medalhão romano. Uma boca de tirar o sono da gente à noite, pensou Matsumoto. O lábio superior era belamente esculpido, muito sensual. A tagarelice dos meninos no corredor parou como se alguém tivesse desligado um interruptor.
 A maioria agora se afastava dele, olhando para todo canto, menos em sua direção. Matsumoto manteve-se firme perto da janela.
 Sem olhar para os lados, o menino andou pelo corredor. Um coro de suspiros e cochichos irrompeu no momento que ele não poderia mais ouvir nada.
 Matsumoto não escutou nada disso.
 Ele passou direto por ele, pensou, pasmo. Passou direto, sem nem olhar.
 Vagamente, ele percebeu que o sinal estava tocando, Kai puxava seu braço.
 - Que foi?
 - Eu disse, aqui está o seu horário. Temos trigonometria no segundo andar agora. Vamos!
 Matsumoto deixou que Kai o empurrasse pelo corredor, subindo a escada e entrando na sala de aula. Ele deslizou automaticamente para uma cadeira vaga e fixou os olhos na professora sem realmente vê-la na frente da sala. O choque ainda não avia passado.
 Ele passou direto. Sem nem olhar. Ele não conseguia lembrar há quanto tempo uma pessoa tinha feito isso. Todos eles olhavam, no mínino. Alguns assoviavam. Alguns paravam para falar. Alguns só me encaravam.


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Notas finais do capítulo

Desculpa a demora para postar, fiquei sem net ¬¬
Mas ta ai..



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