Winter Love escrita por The Mockingjay


Capítulo 40
Do not you remember?


Notas iniciais do capítulo

Olha quem chegou!!! Hahahahahahahaha
Preparados? Conseguiram o aparelhinho para fazer voltar o coração??
Espero que realmente gostem, lembrando que É SÓ O COMEÇO!!!!!!!!!!
Boa leitura! :3



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Afinal, o que foi que eu fiz?

O salão mergulhou em um completo silêncio, todos me encaravam assustados. Minha respiração estava acelerada e meus batimentos descompassados.

"Bem, eles sabem agora"

O único que falou alguma coisa, para minha falta de sorte, foi Hans.

– Então é verdade? - ele perguntou e não conseguia falar nada - Por favor, um minuto de atenção de todos e da nossa querida rainha - ele praticamente cuspiu o "querida rainha", mas conseguiu a atenção desejada - Antes de morrer, a rainha Lauren de Lesirih mandou-me uma carta através de sua filha, ao meu baile de dezesseis anos. Nela, havia relatos que a nossa nova rainha matou a irmã, pediu para sabotarem o navio que os pais estavam e que provavelmente iria acabar com os tios e a prima. Sabem porque? Para ter o trono. Ela envolveu-se com uma bruxa que lhe deu esses poderes, para que chegasse mais rápido ao trono. E não é que conseguiu? A idade mínima para reinar é vinte e um anos. A vossa majestade aqui só tem dezoito. Como explicar? - senti a ironia

Ele mentiu. Teve coragem de mentir.Nunca tive interesse em assumir o trono e nunca teria realmente coragem de matar alguém

Ser acusada por todas aquelas mortes fizeram a coroa pesar muito mais do que parecia.

Era a culpa

Encontrei Louise, no meio da multidão, estática. Estava chocada demais, com os olhos lacrimosos e mais branca que uma folha de papel. Edgar e os ministros estavam paralisados. Não sabia se a expressão que eles tinham era de choque, raiva ou só medo mesmo

Medo

Eu o sentia agora

Aos poucos, as vozes do salão começaram e as pessoas avançaram furiosas sobre mim.

– Como pode matar seus próprios pais?

– E a princesa Anna! Pobre garota!

– Monstro!

Localizei o Duque atrás de dois guarda-costas.

– Feitiçaria - disse, olhando os cristais de gelo - Não é à toa que os portões viviam trancados

Seria linchada, em pleno salão de bailes e tanto Louise quanto os ministros estavam pasmos demais para fazer nada. Então tentei acalmar as coisas do meu jeito.

– Por favor, se afastem - pedi, andando para trás

Hans liderava a multidão a frente

– Acho que você está enrascada, vossa alteza - ele disse

– Por favor! - implorei, levantei ambas as mãos para tentar conter todos, mas a mão sem luva lançou gelo, que fez a maioria escorregar.

Mas o pior

Acertou Hans, que caiu no chão com uma mão no coração

Ai meus deuses.

– Ela acertou o Hans!

– Vamos queimá-la, bruxa só se mata assim

Dei uma última olhada no salão. Louise chorava demais. Murmurei um "Desculpe" e sem pensar, saí correndo

Os ouvia correndo atrás de mim

Quando saí, já não havia ninguém no pátio e a neve começou a cair intensamente. Tanto guardas, quanto multidão enfurecida me cercaram.

Alguém acertou minha cabeça e senti prenderem minhas mãos.

Meu último vislumbre foi um floco de neve pousando em meu nariz

***************

Quando acordei, estavam em uma cela dos calabouços. Minhas mãos estavam acorrentadas em algemas que cobriam todas as minhas mãos. As correntes ficavam presas no chão e não conseguia me mover, a não ser ir até uma janelinha. Observei que estava tudo branco, mesmo sendo verão

E uma enorme fogueira. Pronta para ser acessa.

Alguém apareceu e pude ouvir a voz de Hans

– Bruxa maldita! Esse frio não para nunca? Vamos, peguem-na e a coloquem lá logo. Talvez queimando-a, eu volte ao normal e eu acabe com o trono, finalmente

O medo tem seus efeitos. A parede começou a congelar, junto com as algemas. Eles abriram a porta no exato momento em que a parede se abriu em milhares de pedaços. Nem esperei duas vezes. Saí correndo pela neve branca, enquanto eles vinham atrás. Eles caíram. Cheguei até o mar.

Só preciso atravessar do outro lado

Olhei para trás, uma cabeleira ruiva misturada com branca se aproximava

Coloquei o primeiro pé na água, que se congelou com meu toque. Comecei a correr, sentindo o gelo sob meus pés. Nem precisei olhar para trás para saber que, mais uma vez, arruinei tudo

***************

Sozinha na floresta congelada comecei a juntar os pedaços. Claro que Hans queria tomar o reino. Por isso, todo aquele charme para cima de mim, desde meus quinze anos. Logo, provavelmente, morreria

Deixei o luto de lado e me concentrei em tentar sobreviver fora de meu quarto. Não deve ser difícil, certo?

A primeira coisa que fiz, foi me livrar da pesada roupa da coroação, transformando-a em um vestido bem leve, branco e com alguns flocos de neve. Desprendi meus cabelos, deixando-os cair sobre uma trança até o meio de minhas costas e lancei a coroa, para perdê-la na neve.

Nunca quis o trono mesmo.

Me livrei da última luva, não iria precisar dela.

Encontrei uma clareira, perto dali e decidi começar a agir. Provavelmente, Hans mandaria grupo de buscas para me encontrar e precisava de, no mínimo, um refúgio.

Comecei construindo uma simples casinha, com somente um quarto com uma cama. Tudo de gelo

Não me incomodei em fazer uma fogueira, o frio não me incomoda.

Pedia ajuda, acreditaria em qualquer coisa agora, desde que me ajudasse.

Deitei na cama

Antes adormecer, reparei que a cama era fria e dura, assim como eu.

Reparei também que meu pingente continuava comigo

Sempre

***************

– Hey!

Acordei com um grito e quando abri os olhos, eu gritei

Havia um garoto, cabelos brancos, olhos azuis, com provavelmente minha idade, flutuando acima de minha cabeça.

Sim, flutuando. Não tinha asas ou qualquer coisa do tipo.

Com um pulo, saí da cama e ele pousou no chão, recostando-se ao cajado que ele possuía.

– Não queria acordá-la - o garoto começou, com um sorriso travesso, enquanto me observava

– Seria prudente eu perguntar quem é você? - perguntei, ainda assustada demais

Aprendi da pior maneira possível a não confiar totalmente nas pessoas. Principalmente em um garoto que voa

O garoto jogou a cabeça para trás e gargalhou. Uma gargalhada que contagiava o local cheio de tristeza e incertezas

– Permita-me que eu me apresente - o garoto disse, fazendo uma reverência - Eu sou Jack. Jack Frost.

– Jack Frost? - perguntei ainda pasma demais

– Lógicamente! - o garoto Jack disse, segurando o riso - Olha, você acredita em mim. Por isso me vê

Lembrei-me de minha mãe, lendo tantas histórias, mas nenhuma me fascinava tanto quanto a de Jack Frost. Sempre acreditei, já que, de certa forma, somos iguais

– É claro - sussurrei

– Então, estavam andando por aí e encontrei essa casa, que não estava aqui no dia anterior. Foi você quem fez? - ele perguntou

– Ah não, claro que não, imagina. Eu só.. ahm.. encontrei e decidi passar uma noite - menti

– Você estava dormindo em gelo puro, não deveria estar congelando? - ele perguntou desconfiado

– Mas eu estou - falei rapidamente, passando as mãos pelos braços fingindo frio. - Sabe, estou perdida, então encontrei a casa e decidi passar uma noite. Melhor uma casa de gelo do que nenhuma

– Imagino - ele parecia curioso - E o vestido? Não é fino demais?

Deuses, quantas perguntas

Cruzei os braços

– Como disse, estava perdida, saí só com a roupa do corpo. - respondi

De certa forma, estava perdida

– Sabe, aqui é realmente um lugar, hmm, aconchegante, porém muito frio para você - ele começou - Tenho um lugar em que pode ficar

– Eu estou bem aqui, obrigada

– Vão estranhar se encontrarem uma moça como você aqui sozinha e no frio

Agora ele me pegou. Hans iria mesmo vir atrás de mim. Precisaria me mudar constantemente e, bem, um lugar longe seria melhor

– Por que deveria ir com você? - perguntei finalmente

Seu sorriso, que não saíra em nenhum momento, se desmanchou ali.

– Você realmente não se lembra de mim? - ele perguntou e pude ver tristeza em seu olhar

– Deveria? - não queria ter sido rude, mas fui

– Não, não deveria - ele se recompôs, ao olhar para meu pescoço, seu sorriso voltou imediatamente e via esperança em seu olhar - Belo pingente!

Apanhei o pingente no pescoço

– Obrigada

– Vamos logo, o caminho é um pouco longo - ele começou

Hesitei

Ele bufou, indignado, mas ainda sorria

– Você é tão teimosa sabia?

Ele tocou na ferida. Detestava que me chamassem de teimosa

– Quem é teimosa? - o olhei indignada

– A jovem que está na minha frente, que segundo ela, está congelando - seu sorriso se alargou, se isso é possível

– Eu não sou teimosa! - insisti

Ele então se aproximou e me prensou na parede, literalmente. Estava tão próximo, que sentia sua respiração se misturando com a minha

– Prove - ele sussurrou

Me desvencilhei dele e saí da casa, batendo o pé e ele veio atrás de mim, batendo a porta da casa

Já lá fora, o encarei

– Quem é teimosa agora?

Mas seu sorriso estava vitorioso

– Isso sempre funciona - ele respondeu, rindo de minha cara, que devia estar muito engraçada

Bufei indignada

Bem, não podia voltar atrás

Apontei um dedo em sua direção

– É bom que não seja uma pegadinha ou uma armadilha - ameacei

Mas Jack Frost riu

– Querida, eu sou o guardião da diversão, portanto, não conte com isso


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Notas finais do capítulo

OLHA QUEM APARECEU!!!
Quero comentários!!
Capítulo 40, bem especial hein? Prontos para o próximo capítulo?
Espero que todos estejam vivos e bem...
Grande beijo!