I'm forever yours escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 5
Capítulo 4




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"Pe, olha... Já dá pra ver um pouquinho." Karina estava parada em frente ao espelho do quarto, só de sutiã e calcinha. " consegue ver?"

"Ver o que, Karina? Não tem nada aí!" O rapaz ergueu os olhos da guitarra, encarando a namorada. "Você tá de 11 semanas, ainda vai demorar."

A garota suspirou, tentando engolir as lágrimas. Se encarou novamente no espelho, vendo que realmente estava ali, aquela pequena bolotinha que era seu filho ou filha. Ela podia ver, podia sentir ao passar os dedos, podia amar.

"Você podia fazer alguma coisa além de ficar sentado nessa cama, com cara de merda e tentando estourar as cordas da guitarra." Ela reclamou, o encarando pelo reflexo.

"E você podia fazer alguma coisa além de ficar olhando a barriga no espelho e falando sobre a gravidez." Ele jogou o instrumento para o lado.

"Você me chama de esquentadinha, mas quem está estourando por tudo é você." Ela bufou, apanhando as roupas. "Não dá pra ficar no mesmo quarto que você, Pedro."

"E o que quer que faça, hein, Karina?" Ele levantou, parando em frente à ela. "Eu só tenho show depois de amanhã, a banda só vai ensaiar amanhã... E nos últimos 12 dias, eu não tive nada para fazer."

"Há 12 dias, desde que eu pedi para você largar o álcool e as drogas?" A lutadora sentiu os olhos marejarem. "Eu disse, eu disse que você estava viciado nessa bosta. Você não sabe mais ficar sem esses lixos, e por isso que tá assim: irritado, mal humorado, sem comer ou dormir direito."

"Larga de frescura." Ele deu as costas para ela.

"Frescura?" Karina puxou o braço dele. "Você está tratando todo mundo mal, tá ignorando tudo que eu falo sobre a gravidez... Nem deu bola quando o Vídeo Show fez aquela matéria sobre a música de vocês. Esse não é o Pedro que eu conheço."

"E você não é a Karina que eu conheço." Ele soltou o braço, fazendo-a bambear. "Só te ouço falando com a Bianca de coisas de bebê e frescuras assim. Não sabe pensar em outra coisa."

"Chega." Gritou a lutadora, se dirigindo para a porta. "Eu vou pra academia, que eu tenho uma aula para dar. E acho bom você dormir nos seus pais hoje, porque eu não estou com a menor vontade de aguentar você reclamando durante a noite. Fica por lá uns dias, depois do show dessa semana a gente conversa."

"Melhor mesmo. Quem sabe lá exista algum outro assunto." Ele apanhou a guitarra, jogando a correia sobre os ombros e saindo marchando. Karina bateu a porta atrás dele, caindo sentada na cama, aos prantos.

"Karina?" A porta foi aberta por João, que parecia preocupado. "O Pedro acabou de sair daqui xingando. Tá tudo bem?"

"Não, João, não tá..." Ela ergueu os olhos molhados, começando a soluçar. "Ele tá viciado mesmo, tá tendo até crise de abstinência."

"Ah, esquentadinha..." O rapaz sentou ao lado da irmã adotiva, a abraçando pelos ombros.

"João, eu to preocupada com o Pedro, e to com medo de ter que passar por isso sozinha. Eu to com medo do meu filho nascer sem pai." Ela admitiu, sendo abraçada mais apertado.

"Você sabe que eu entendo sua situação, porque eu passei por isso." Ele encarou a irmã. "E, Ka, se ele continuar assim, nós vamos ter que ter uma atitude corajosa."

"Mandar ele para a reabilitação agora vai desmoronar a banda."

"Mas deixar ele seguir nessa loucura vai desmoronar a vida dele." O garoto encarou a lutadora. "Nós estamos dando o voto de confiança para ele, dando apoio. Na reabilitação vão pedir que ele tenha uma motivação para mudar, estamos tentando dar isso para ele aqui fora."

"Eu sinto como se ele estivesse rejeitando o nosso filho." Ela externou, acariciando a barriga com carinho. "Ele não aguenta nem ouvir falar do bebê, não quer mais transar comigo porque eu estou grávida. Eu só não dou uma voadora nele porque eu estou grávida, do contrário..."

"Essa é a minha irmã esquentadinha." Ela riu da piadinha. "Karina, nós vamos ter que ter muita paciência com o Pedro, especialmente nesse começo. E vamos ter que confiar nele, na palavra dele."

"Eu sei, João. E isso é o mais difícil."

~P&K~

A casa dos pais não era muito melhor que a da namorada. Ou passava o dia todo no Perfeitão, servindo mesas e ajudando, ou ficava trancando em casa, tentando dormir. As duas eram horríveis.

O rapaz pegou uma caixinha do criado-mudo, abrindo-a e encarando os cigarros. Pegou um, brincando com ele entre os dedos, trazendo próximo ao nariz e inalando o odor característico.

"Eu não posso." Jogou o cigarro de volta para a caixa, deitando a cabeça no travesseiro. "Eu prometi para a Karina que ia largar. Por ela. Pelo bebê. Meu filho precisa de um pai, de um exemplo. Eu não posso."

Fechou os olhos, tentando focalizar na imagem de mais cedo, Karina em frente ao espelho, acariciando a barriga. Havia mesmo um calombinho ali, ele conseguiu ver mas não quis dar o braço a torcer.

"Meu filhinho tá crescendo." Ele sorriu com a ideia.

Precisava se desculpar com Karina pela maneira como vinha agindo, isso era verdade. Estava difícil lidar com a abstinência, mas Karina e o bebê não mereciam ser destratados por isso.

Foi até a sala e pegou a chave da moto de Marcelo, que ficava abandonada na garagem. Torcia muito para que o veículo funcionasse, para que conseguisse ir até o shopping. Queria comprar um presente.

~P&K~

"Esquerda, direita, esquerda, direita." Karina orientava o treino de seus alunos, a maioria crianças de 8 anos. "Larissa, arruma o braço, vamos."

Gael observava a filha, em silêncio. Ela tinha uma das mãos nas costas e a outra acariciava distraidamente o leve calombinho na barriga, que estava sendo marcado pela camisa justa, atípica da filha.

"A Karina está toda, toda com essa gravidez." Comentou Duca, sentando ao lado do sogro.

"Eu nunca imaginaria isso. A minha marrentinha turrona, toda derretida e cuidadosa por alguém que ainda nem nasceu."

"É o filho dela, né, mestre?" O lutador sorriu para a cunhada, que estava distraída. "E o Pedro? Como eles dois estão?"

"Eu acho que os dois estão me escondendo alguma coisa, o Pedro está estranho, mal humorado... E a Karina parece estar tentando driblar isso tudo." Gael suspirou. "Eu só queria saber o que..."

~P&K~

Pedro saia do shopping todo feliz, carregando uma sacolinha da loja de bebê. Havia comprado um presente especial para o bebê, um presente que diria para Karina que ele amava muito o filho, apesar de estar agindo como um babaca.

"Pedro Ramos?" Virou, observando um homem se aproximar. "Pedro Ramos, da banda Believe?"

"Eu mesmo." Não era acostumado a ser reconhecido na rua, apesar de isso já ter acontecido certa vez. Estava no cinema com Karina quando duas garotas o reconheceram. Basta dizer que as duas quase perderam os dentes pelas mãos da lutadora.

"Meu nome é Maxwell Pimenta, produtor da gravadora." O homem estendeu a mão.

"Maxwell, claro. Desculpe, não te reconheci." Apertou a mão do homem.

"Sem problemas." O produtor o analisou. "Faz dias que não te vejo em nenhuma social. Alguns figurões estão perguntando de você."

"Fi-figurões?" Pedro arregalou os olhos surpreso.

"É, os investidores, sabe? Tem alguns patrocinadores de olho na Believe."

"Cara, isso é incrível."

"Com certeza, precisamos marcar uma reunião. Por que você não aparece hoje, vai ter uma social lá em casa. A gente conversa com eles, marca uma reunião antes da turnê... O que acha?"

Pedro engoliu em seco, tremendo. Encarou a sacolinha em sua mão, lembrando do que havia prometido.

Prometeu não beber ou fumar, mas não que deixaria de ir às festas. Que mal faria?

"Claro, eu estarei lá."


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Notas finais do capítulo

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