I'm forever yours escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 18
Capítulo 17




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Sol chegou ao hotel animada. O carregador tirava as dezenas de sacolas do porta-malas do táxi, e todas chamavam atenção por algo em comum: se tratavam de lojas para bebês.

A cantora ainda desfilava uma barriga chapada em um top curto, um jeans justo e saltos altos. Porém, o brilho em seus olhos ao observar as sacolas denunciava que em poucos meses aqueles trajes seriam modificados.

"Srta. Sol, seu namorado pediu que você o encontrasse no quarto do Sr. Ramos." Avisou o gerente na entrada, correndo até ela.

"Ah sim, obrigada Mosiby. Peça que deixem as sacolas no meu quarto, por favor." A morena pediu em um inglês falho, saindo em direção a outro elevador, enquanto o carregador ocupava o primeiro com sacolas.

Ela e Wallace haviam descoberto a gravidez havia poucos dias, e o primeiro exame de rotina fora no dia anterior. Apesar de animados, queriam guardar a notícia para a última noite de show, e isso significava que nem a banda deveria saber (apesar dos dois não estarem conseguindo disfarçar).

Ao entrar no quarto de Pedro, encontrou toda a banda ali. O que a surpreendeu, entretanto, foi o guitarrista fazendo as malas apressadamente.

"O que está acontecendo aqui?" Ela guinchou, observando as expressões abatidas.

"Ele tá voltando para o Rio hoje, pretinha." Explicou o namorado, indo até ela.

"Mas nós temos mais seis shows antes de voltar para o Brasil."

"Sol, o João tá doente." Paula avisou, surpreendendo a morena. "Pelo que a Delma disse para o Pedro, é câncer."

"Ai meu Deus." A cantora caiu sentada na poltrona, enquanto Wallace se abaixava ao seu lado.

"Eu falei com o Nando e ele conseguiu entrar em contato com o Gil Porto. Ele tá morando em Nova York com a esposa e a filha, e concordou em participar do resto da turnê com a gente. Ele chega perto da hora do show hoje, mas tá estudando a partitura no caminho. Vai ser o que Deus quiser." Luka tentou acalmá-la, mas ninguém estava muito tranquilo. Pedro parecia alheio a tudo.

"Pedro, cara..." A moça levantou, indo até o amigo e segurando seu braço. "Você tá bem?"

"Eu não estava lá quando a Julinha nasceu. Não pude ser padrinho dela, porque estava sempre viajando. Eu conheci ela quando tinha três meses, e foi por dez minutos no shopping..." O olhar do guitarrista estava perdido. "Ele ficou do meu lado quando a manezinha morreu, me ligava quase todo dia quando eu estava em turnê, sempre foi ao meu encontro quando eu estava mal." Ele caiu sentado, bagunçando os cabelos. "Cara, eu sou o pior melhor amigo do mundo."

"Calma, fera, tenho certeza que o João não te cobra por nada." Wallace parou ao lado do amigo, colocando a mão em seu ombro.

"Mas eu sim, cara. Poxa, ele é meu melhor amigo e tá doente, com câncer, e eu não to lá para apoiar ele. Ele vai ter outro filho e eu nem sabia, porque sempre que ele me liga, eu desligo depressa." O rapaz ergueu os olhos. "Eu preciso estar ao lado dele nessa hora."

"E você está mais do que certo, Pedro." Sol o abraçou apertado. "Nós vamos dar um jeito, e os fãs vão entender. Se concentra em apoiar o João e a Fabi nessa loucura toda."

A banda deixou o integrante terminando de arrumar suas coisas, cada um voltando para o próprio quarto. Wallace arregalou os olhos ao ver as sacolas da namorada, mas nada disse ao ver a carinha dela.

"O que foi, hein, minha pretinha?"

"To pensando na minha mãe." Suspirou a garota, caindo deitada na cama.

Às vezes era inevitável que Sol se sentisse deixada de lado por Bete. Sabia que a mãe tinha razão quando foi com Karina para São Paulo, levando em conta tudo o que estava acontecendo no momento, além do fato de que com as turnês quase não pararia em casa.

Porém, precisava admitir que era chato quando estavam no Rio e o resto da banda passava o tempo com suas famílias, e o máximo que Sol tinha era a companhia dos padrinhos e dos pais de Wallace. E quando iam a São Paulo, era todo um esquema cuidadoso para que Pedro não cruzasse com Karina ou Ana Clara.

E isso era bastante cansativo.

"Liga para ela, amor. Conta a novidade." O homem sorria, feliz da vida. "Vai levar uns dias ainda até voltarmos para o Brasil, e do jeito que você tá dando bandeira, ela vai acabar descobrindo tudo pela internet."

A morena concordou, pegando o celular e discando o número da mãe. Já era bem tarde no Brasil, sabia, mas não conseguiria esperar até o outro dia sem que o mundo descobrisse que estava grávida.

~P&K~

A primeira pessoa que entrou no quarto de Karina, foi João. Após Bianca levar Pedro e Tomtom embora, Dandara se pôs a acalmar o namorado e os pais do guitarrista foram resolver os assuntos legais. Aproveitando esse meio tempo, o nerd pediu para ver a meia irmã e foi autorizado por ela a entrar no quarto.

"Como você está?" Ele perguntou, sentando na beirada da cama.

"Bem, dentro da medida do possível, né?" Garantiu a lutadora, deitada na cama.

"Eu sinto muito pelo bebê." O rapaz suspirou, vendo a loira desviar os olhos.

"João, sobre isso... Eu não perdi o bebê." Ele arregalou os olhos. "Eu menti para o Pedro."

"Karina, ele ficou arrasado." João defendeu o melhor amigo. "Juro, ele saiu daqui praticamente carregado."

"Eu sei, tá bom? Eu imagino." Karina começou a fungar. "Mas não dá, João, simplesmente não dá. Minha saúde tá uma bagunça, minha filha correu perigo com esse acidente imbecil... E é tudo culpa dele. Eu não posso arriscar nós duas assim."

Num ímpeto, João a abraçou apertado. Ela começou a soluçar em seu ombro, enquanto ele a apertava contra si com o máximo de carinho possível. Seus olhos queimavam com as lágrimas que ele tentava segurar, enquanto as dela vertiam sem medo algum.

"Vai ficar tudo bem, ouviu? A gente vai resolver isso." Ele prometeu.

"Você vai contar para o Pedro?" Ele negou. "Por quê?"

"Porque eu te amo, Karina, assim como eu amo o Pedro. Vocês são meus melhores amigos no mundo inteiro. E se é para proteger você e a bebê do que quer que possa acontecer, eu vou mentir para o Pedro e te ajudar a mentir também." João segurou a mão dela. "Eu disse que o Pedro precisava de um choque para ver a realidade... Que esse seja o choque que ele precisa e que ele possa finalmente acordar."

~P&K~

Karina se revirava em sua cama, inquieta. Não soube como reagir à notícia do pai, nunca sabia como reagir a essas coisas. Apenas disse que precisava ficar a sós e se retirou, se trancando no quarto desde então.

Ana Clara chegou do aniversário e foi colocada na cama pelo avô; Bete conversou com Sol no quarto do fim do corredor, a ouviu comemorando com Gael que iria ser avó; seu pai se ajeitou no sofá cama da sala, ela duvidava que ele tivesse conseguido dormir.

Ouviu passinhos no corredor e sua porta foi aberta devagar, com a pequena cheia de receio.

"Mamãe, tá dormindo?" Clarinha sussurrou, provocando um sorriso de lado em Karina.

"Não, meu amor, mamãe tava esperando você." A criança riu, fechando a porta e correndo depressa até a cama, se jogando ao lado da mãe, que a recebeu em seus braços. "Conta para mim o que foi?"

"Eu ouvi o vovô e a tia Bete falando que o padrinho tá doente." A lutadora suspirou. Ana Clara e sua mania de ouvir atrás das portas. "Ele tá muito doente, mamãe? É uma coisa bem ruim?"

"É sim, pequena, bem sério. Você sabe o que é câncer?" A criança negou. "É quando várias células malvadas invadem o corpo da pessoa, deixando ela bem doente."

"E como se cura isso, mamãe?"

"O médico tem que colocar um monte de células boazinhas no corpo do tio João, para elas combaterem essas células malvadas. Mas isso vai demorar um tempo."

"E ele vai ficar bom, né?" Karina ouviu a súplica na voz doce.

"Eu espero que sim, meu amor." A loira beijou a testa da filha, a aninhando contra si.

"Mamãe?" A lutadora assentiu. "Eu quero ir para São Paulo ver o tio João, amanhã."

"Mas eu tenho que trabalhar, Clarinha."

"Eu vou com o vovô, e você vai sábado." Ela disse como se fosse óbvio. "Eu preciso ver o tio João, mamãe. Tenho que ajudar as células boazinhas a vencerem as malvadas."

"Não sei, filha. Não pode esperar até sábado? Faltam só três dias." Karina tentou conciliar, mas sabia que seria difícil.

"A tia Bete vai junto, e a vovó Delma e o vovô Marcelo ajudam o vovô Gael e a vovó Dandara a cuidar de mim. Por favor, mamãe. Eu preciso ir."

Claro que não diria não àqueles olhinhos azuis pidões. Deixaria que a filha voltasse para o Rio com o avô e visitasse o tio, os avós e todos que amava. Sábado iria para lá e visitaria o meio-irmão, e então decidiria o que faria, porque a ideia de estar longe naquele momento não estava lhe agradando em nada.

"Tudo bem, pequena. Você pode ir com o vovô." Clarinha comemorou, abraçando a mãe apertado. "Afinal, o que pode acontecer em três dias?"

Mal sabia ela que muita coisa...


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Notas finais do capítulo

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