Love Different escrita por Louise Borac, Miss Volturi


Capítulo 24
Capítulo 7 - Enfrentando o Diabo Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Nos falamos lá embaixo e leiam as notas, por favor.



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O caminho todo foi feito em silêncio. Alec dirigia a quase 80 Km/h, o que no trânsito daquele lugar equivalia a quase 200. Suas mãos seguravam o volante fortemente e seu rosto era inexpressivo, lembrando um anjo sério. Não consegui pensar em nenhum assunto, era como se minha língua tivesse grudado no céu da minha boca. Sem aguentar mais, liguei o rádio. Uma música estranha tocava, mas era melhor que o silêncio. Fiquei ouvindo-a o percurso todo.

Minhas mãos suavam e meu estômago revirava. Sabia que era idiota ficar nervosa agora, mas meu corpo simplesmente não obedecia a minha mente. Mordi meu lábio inferior tentando não vomitar.

- Ainda temos alguns minutos. – disse Alec olhando para o relógio no painel – Quer esperar por ele lá ou aqui no carro?

- Lá. – disse com certa dificuldade – Não quero que ele chegue primeiro e arme alguma coisa. Por mais que estar lá antes não vá ajudar em nada, vou me sentir mais tranquila assim.

Ele assentiu, saindo do carro logo em seguida. O segui, lentamente, uma tontura que não sabia de onde vinha, mas que estava deixando minha visão embaçada e escura. Apoei-me no carro, tentando fazer a rua parar de girar, mas nada adiantava.

De repente, senti duas mãos geladas me segurando. Agarrei-me a elas, tentando não cair.

- Pelo visto Gustavo realmente te odeia. – disse Alec, pegando-me no colo. Estava tão aliviada por não ter mais que ficar em pé que nem reclamei, somente encostei minha cabeça em seu peito e fechei os olhos.

- Como assim?

Alec começou a andar, pude sentir pelo balanço de seu corpo. Forcei minha mandíbula, segurando a ânsia que ameaça vir.

- Gustavo gosta de começar a usar seu dom quando está frente a frente com a pessoa. Ele é daquele tipo que gosta de enfiar a faca, esperar o sangue descer e sua vítima gritar. Faz questão de ver cada momento de seu teatro e não dispensa isso por nada. Surpreendo-me de ele não estar aqui.

- Ou talvez esteja, só não a nossa vista. – disse timidamente. Alec não falou nada, como se aquilo fosse exatamente o que se passava em sua mente. Rapidamente chegamos a torre.

O lugar estava deserto, uma coisa bem comum para o horário, o único som que era ouvindo era o som dos carros passando a toda velocidade nas ruas. E o som de nossas respirações.

O hálito de Alec batia constantemente contra meu rosto, deixando-me tonta. Mas dessa vez de um jeito bom, gostoso. Inspirei aquele cheiro algumas vezes, me fazendo esquecer por alguns segundos o mundo e seus problemas e acalmando meu coração.

Um pouco.

A voz em minha cabeça não me deixava esquecer o que realmente estávamos fazendo ali. Não era um passeio romântico, mas sim, talvez, os últimos minutos de minha vida.

Lentamente, para que eu não caísse, Alec me colocou no chão. Apoei-me em seu ombro, com medo de cair, enquanto uma de suas mãos seguravam a minha cintura. Olhei para meus pés, tentando não corar.

- Você está bem? – perguntou ele preocupado. Assenti, corando mais ainda. Respirei fundo e voltei a olhar para o horizonte. Ou pelo menos o que se dava para ver dele. O local estava tão escuro que tinha que forçar meus olhos para enxergar um palmo a minha frente.

- É nessas horas que eu desejo ser uma vampira. – falei soltando uma risada baixa.

- Por que?

- Visão, Alec. Eu odeio não conseguir enxergar, é como se...

- Um sentido seu sumisse? – disse ele, sarcástico. Revirei os olhos, bufando em seguida.

- Não, seria mais como... Se eu ficasse no meio de um campo de batalha, totalmente exposta, sem poder me proteger, sabe? Indefesa, pronta para ser morta.

- Percebeu o quão paranóica você parece? Fala como se sua vida corresse perigo 24 horas por dia, sete dias por semana.

- E não corre Alec? – disse ignorando a dor que se apossou de meu peito – Meu melhor amigo é um mestiço, a mãe dele é uma vampira descontrolada que só de me ver, já tenta atacar. Toda sua família tenta me matar desde que nos tornamos amigos. Eu sou uma humana convivendo no meio de vampiros, vampiros em sua maioria procurados pelo seu clã, Alec. Nunca tive ninguém para me proteger a não ser o Ben e ele não pode ser meu guarda-costas toda hora. É, talvez eu seja meio paranóica, mas tenho meus motivos para ser assim.

Silêncio.

Nada foi falado por uns bons minutos. Não sabia muito bem o que fazer, aquilo era constrangedor demais. Tirei minha mão de seu ombro, percebendo como ele estava tenso. Quando fui me livrar de seu aperto, seu braço segurou minha cintura mais forte. Olhei para seu rosto, surpresa ao encontrar ele me encarando.

- Eu te entendo.

Sem conseguir desviar o olhar, encarei-o de volta, mergulhando em seus olhos. Era raro eu o ver sem suas habituais lentes de contato azuis, mas ainda sim, cada vez que via seus olhos escarlates, ficava admirada. Eles não eram como os dos pais de Ben, assutadoramente parecidos com sangue, eram como rubis brilhantes e perfeitos.

Tentei pensar em alguma coisa para falar, mas nada veio minha mente. Porém, não acho que nada poderia ser falado ali. Estava tudo tão...

- Olha que cena mais linda. – disse alguém atrás de nós, congelei ao reconhecer a voz – Um casalzinho apaixonado! – Gustavo riu, parando na nossa frente – E ainda mais sendo um vampiro e uma humana. Mas tenho que dizer que essa última parte é bem clichê.

- Bom te ver de novo, Gustavo. – falei sarcasticamente.

- Queria poder dizer o mesmo. – falou ele ficando sério – Pensei que tivesse sido bem específico sobre a parte de vir sozinha, Heloisa. Claro que eu já esperava que você não fosse me obedecer, nunca obedece, mas não pensei que iria trazer um vampiro, ainda mais um Volturi. – sua atenção se voltou para Alec, que o encarou de volta, com uma expressão fria no rosto – Já faz muito tempo, Alec.

- Sim, mas posso afirmar que passaria uns bons séculos a mais sem sentir a necessidade de um reencontro.

- Não sei por que esse mau humor. Seu desejo poderia ser muito bem realizado se não sentisse uma fraqueza tão grande por essa humana. Um hábito, que se eu fosse você, perderia. Se vai quebrar as regras, que pelo menos seja por alguém mais quente e experiente, não uma humana tão sem sal.

Tentei ignorar a ofensa e a raiva que começava a se apossar de mim. Sem sal? Eu era tão ruim assim? Meus pensamentos foram interrompidos por um rosnado. Estremeci ao perceber que ele viera de Alec.

- Mas não foi para discutir gostos que viemos aqui não é? – um sorriso maléfico se apossou de seus lábios – Agora se nos dá licença, Volturi, eu e Heloisa temos contas a acertar. Você já pode ir e manda meus comprimentos a sua irmã.

- Se você acha mesmo que eu vou ir embora...

- Eu não acho Alec, eu sei. Você tem uma afeição por essa humana que é tão palpável que sei que se alguma coisa acontecesse a ela... Caso não se lembre, nós temos um acordo.

- Não ouse tocar um dedo nela. – disse ele, apertando-me mais contra si.

- Ou o que? O que vai fazer Alec? Sabe muito bem que posso matá-la em um piscar de olhos. Veja. – dizendo isso, um sorriso sádico surgiu em seus lábios.

Uma dor aguda atingiu minha cabeça e tudo a minha volta começou a escurecer. A última coisa que senti foram dois braços gelados me segurando e lábios em minha orelha, sussurrando que tudo iria ficar bem.


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Notas finais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Então, isso eu não falo a muito tempo, mas muitooo obrigada pelos reviews, ok? Amo muitos vocês e sei que a Bella também ama *--*
Beijos, Heloisa.