Marvel

– Pronto. – digo a Johanna assim que a tiro da multidão.

– Nossa estou tão cansada! – ela diz com a fala arrastada e dando uma gargalhada no final da frase. Logo depois se jogou no sofá da sala em que estávamos. Depois dela vomitar tirei ela de lá e aqui estamos, numa sala um pouco mais afastada.

– Esta se sentindo melhor?

– Não... – ela diz como uma criança, brincando com a almofada. – O Gloss estava com a Cashemre...daquela forma.

Sento na ponta do sofá, onde estão seus pés. Johanna gostava de Gloss. Gloss era um babaca.

Johanna era a única aqui – com exceção de Glimmer é claro – que parecia me entender. Ela era a única por aqui que não parecia estar fingindo ser algo que não é. E acima de tudo, quando estou com ela... não parece que esta escondendo algo. E ela lembrava Maia. E Maia (N/A para aqueles q não lembram é a irmã mais nova dele) era uma das pessoas mais extraodinárias desse mundo.

– Desculpa por ter te zoado quando... aquilo na piscina. – ela diz.

Ah!, aquilo. Estou tentando fugir da garota que eu gosto só por isso.

– Tudo bem, se não fosse comigo eu provavelmente riria.

– É – ela riu – foi bem engraçado.

– Gloss não vale nada. – digo.

– Já a Glimm vale muito! Então trate de trata-la bem ou a minha mãe vai voar na sua cara.

Parece que a velha Johanna esta voltando...

– Voce acha que eu não trataria?

– Claro que voce vai tratar! Voce esta praticamente babando toda vez que ela passa.

– Certo... vou pegar algo pra essa sua bebedeira passar mais rápido.

– Vai sim! E cuidado com os unicórnios!

Johanna espero que esteja brincando ou eu não vou trazer uma bebida e sim um psiquiatra.

. . .

O corredor estava escuro. Por que aqui tinha que ser tão grande? Não sei onde estou. Ótimo Marvel, voce é um gênio com direções.

Mas toma essa consciência!, acabei dando em uma enorme cozinha. Com duas geladeiras enormes e bancadas de mármore. Vou até a prateleira e pego um copo. Depois abro a primeira geladeira, uma vermelha. Ela esta cheia de coisas de todo tipo. Provavelmente tem ingredientes para fazer um tônico para Jo, mas não sei quais seriam...

– Precisa de ajuda? – um arrepio percorre minha espinha assim que a voz serena e melodiosa de Glimmer é detectada por meu ouvidos apaixonados.

Me viro e lá esta ela. Maravilhosa. Seus olhos azuis estavam mais brilhantes do que nunca e seu cabelo dourado cacheado dava a garota um ar angelical. Não sou gay, se tem algum homofôbico lendo isso, estou apenas apaixonado.

– Eu estava querendo fazer um tônico para Johanna...

– Ela esta melhor?

Não.

– Sim. Mas achei que isso a ajudaria a se recuperar.

– Nossa, voce é um bom amigo.

Coro. Chega né Marvel? Se controle!

– Eu só...

– Cuida?

– Acho que sim.

– Vamos cuidar juntos então.

Ela abra a geladeira e começa a tirar alguns alimentos de lá.

– Tudo bem para voce ter companhia?

– Tudo ótimo pra mim!

E ela abre um sorriso que me encanta.

. . .

– Voce tem irmãos?

– Tenho uma mais nova, Maia. Ela é uma criança incrível! – digo comendo uma barra de chocolate enquanto eu e Glimmer esperamos a bebida esfriar no congelador.

– Eu sou filha única.

– Tem uma boa relação com seus pais? – digo e ela pega um pedaço da minha barra.

Me olha nos olhos.

– Defina “ relação boa”.

Eu rio.

– Eu não diria que temos uma relação. – ela diz e não me olha nos olhos.

– Como assim? Voce é incrível! – ela me olha com os olhos arregalados.

– Acha mesmo?

Fico com vergonha.

– Sim.

– voce é a primeira pessoas e me dizer isso... As pessoas me chamavam de estranha e louca em casa...

– Hey, as pessoas se importam com voce aqui. Johanna se importa, eu me importo. Não importa o que tenha acontecido, nem seu passado nós somos seu presente e estamos bem aqui.

– Talvez tenha razão.

– Então... o que aconteceu entre voce e seus pais? – tentei perguntar delicadamente. Eu queria saber.

– Não gosto de falar disso. Podemos mudar de assunto? – ela vira de costas e apóia os braços na pia.

Olhei meu celular que estava no meu bolso. Já passava de meia noite.

– Temos que levar isso para Johanna.

– Sim. – ela pega uma garrafa térmica e algumas canecas de metal.

Saímos da cozinha iluminada para a escuridão do corredor.

. . .

– Tudo parece igual! Não sei por onde vim.

Eu estava como um total imbecil perdido na porra daquela mansão com Glimm.

As luzes piscantes não estavam ajudando em nada. Eu já estava começando a fica irritado. Bem irritado. Até ouvir a voz de Annie, Fox, Cash, Peeta, Katniss Finnick:

– Hey, querem jogar verdade ou conseqüência?

Não. Não suporto esse jogo. Coisa infantil. Que saco.

– Claro! – Glimmer diz animada.

Eles olham para mim sorridentes.

– Tá... pode ser. Mas temos que encontrar Johanna.

– Gloss foi atrás dela. – Cashmere disse fazendo uma careta.

Isso não vai dar certo...

Gloss

– Johanna? – eu disse entrando na sala. Era a sexta que eu checava e esperava achar Johanna lá.

– Marvel?

Ela estava deitada no sofá com a Tv ligada. Ao me ver seu sorriso se desfez:

– Cadê o Marvel? Por que voce está aqui?

– Eu vim te chamar para...

– Por que voce veio?

– Nós vamos jogas Verdade Ou Conseqüência, quer jogar?

– Eu vou. Mas não por voce.

– Sobre o que aconteceu no banheiro...

– Esqueça. Voce não vale nada mesmo – ela deu de ombros – deve transar com uma garota diferente em toda festa. Por mim tanto faz. A Merda da vida é sua. Mas não finja que se importa agora, ok?

Ela se levanta e recoloca os sapatos. Eu não sabia o que dizer.

– Vamos? – ela diz de forma inocente. Como se o que tivesse acabado de falar nem tivesse saído da cabeça dela.

– Vamos. – digo derrotado.

As palavras dela me atingiam como facas. Será que ela sabia disso?