Admirável Mundo Cão escrita por JuaneVaillant


Capítulo 2
01 - Hogwarts, Hogwarts, nos ensine algo por favor!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/542533/chapter/2

Fui dormir atordoado aquele dia.

Nesse, e nos próximos dois dias que se seguiram. No terceiro tive um sonho pertubador.
Eu sonhei que via Dumbledore em Azkaban. Ele foi tão importante na minha vida. Tinha me dado alguns conselhos. Poucos, porém pontuais. E sempre teve aquela presença que me deixava absolutamente seguro sobre tudo. Coisa que eu nunca tive em casa.

No sonho, ele vinha a Azkaban para tentar conversar sobre a situação de Hagrid. Ele tinha vindo no ano passado. Eu alimentei a esperança de que ele viesse de novo. Ele passou pela minha cela no caminho. Imponente, com suas vestes púspuras e sua longa baraba branca. Impossível de não reconhecer. Os olhos dele alcançaram os meus por alguns segundos. Fudge estava ao seu lado. Ele não disse nada. Mas eu juro que pude ver uma tristeza não contida em seus olhos. Eu acenei levemente com a cabeça para ele. Não chorei. Como eu disse, há muito tempo eu não chorava. Mas fiquei desolado por muitos dias.

Será que Dumbledore estava triste por saber que eu era inocente? Ou será que a tristeza era um desapontamento por ver o que eu tinha me tornado?
Uma dúvida que me corroía.

Mas no sonho, Fudge não estava com ele. Ele vinha sozinho. Parava em frente as grades que me separavam do mundo. E antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, eu ia até ele. Pensava em falar isso de uma forma contida, polida, mas quando eu abria a boca, a frase vinha como um berro:
– Ele está em Hogwart! ELE ESTÁ EM HOGWARTS! Eu tenho que pegá-lo!

Acordei suando frio. Um dementador passava por mim e tentava em vão sugar minha felicidade. Idiota, não tem nada pra você por que aqui, está bem?

Em minha época de escola eu tinha sido muito bom em conjurar patronos. Não tão bom quanto James, que conseguiu de primeira, mas ainda assim muito bom. Meu patrono era um cachorro tão grande que ficava quase do meu tamanho.

– Você acha que se a gente se tornar um animago, vai ter a forma do nosso patrono? Eu perguntei para James, fazendo meu cachorro saltitar pela sala de Defesa-contra-as-artes-das-trevas.

– Acho que sim. O da McGonagall é, por exemplo. James respondeu.

– Gente, já falei para pararem com isso! Essa história louca de animago! Disse Remo, se aproximando da gente, e falando baixo. Seu patrono em forma de lobo tinha se dissipado. No fundo eu sabia que ele queria que fizéssemos isso. Mas ele nunca admitiria, não com aquele senso de justiça.

– Deixa disso! Já falei que vamos fazer! Seu aluado! James disse, e todos riram muito. Foi a primeira vez que aquele apelido foi dito.

James estava certo. Os animagos tinham a mesma forma que os patronos. Minha forma de animago tinha sido quase tão grande quanto meu patrono-cachorro. Porém agora estava magro e curvado. Assim como eu. Assim como o meu patrono. Ciclo sem fim.

Durante muito tempo eu tentava não pensar em Harry sozinho no mundo. Mas eu conjurei meu primeiro patrono aos 13 anos. Idade que Harry tinha agora. Será que ele sabia conjurar um? Será que ele era aplicado nos estudos? Será que fazia tanta confusão como eu e seu pai? Tantas perguntas eu tinha para ele.

No ano passado eu tinha conseguido um profeta diário que falava sobre a abertura da Câmara Secreta, e que Harry tinha salvado uma garota. Que ele estava envolvido com isso. Ou seja, de alguma forma ele: 1. Sabia usar seus poderes 2. Estava quebrando as regras.

Aquele jornal velho com aquela noticia tinha me deixado muito excitado. Tão feliz que a semana seguinte foi uma das minhas piores. Os dementadores logo perceberam e vieram como urubus para o meu lado.
Eu tinha imaginado um Harry arteiro e com cabelos espetados, com amigos legais, aprontando em Hogwarts. Foi um pensamento tão feliz, que eu poderia ter conjurado um patrono sem varinha, se os dementadores não tivessem me sugado até não querer mais.

Mas ao me lembrar desse pensamento, me lembrei da noticia. A noticia sobre a câmara secreta. Eu podia jurar que o outro menino que estava na câmara com Harry era Ronald Weasley.

Peguei o jornal de volta. O jornal que mostrava a família que foi para o Egito junto com o miserável do Rabicho. Era isso mesmo. O nome da familia era Weasley. A mais nova dos irmãos, uma menina, era quase que com certeza a garota salva da câmara secreta. Ou seja, os dois, ela e o irmão, eram da Grifinória! Se o menino tinha entrado na câmara com Harry, provavelmente eram amigos.

Seriam muito amigos? dormiriam no mesmo dormitório? Estaria Rabicho tão perto assim de Harry. Merda!

Tentei não pensar nisso. Apenas rejeitei a comida mais uma vez. Estava comendo muito pouco desde a noticia do jornal. A intensão era ficar bem magro. Magro a ponto de passar pelas grades. Tinha sido minha decisão a final. Esse tinha sido minha grande ideia, meu grande plano. Não que fosse realmente um grande plano. Se eu não fosse um animago. E se eu não fosse um animago ilegal.

Porque se alguém soubesse, primeiramente, a vigilância sobre mim ia ser dobrada. Segundo que eu teria todas as minhas características anotadas, então seria fácil para me achar. Muito mais fácil do que se eu ficasse com a minha forma normal, aliais. Até pq não tem como botar um chapel e óculos escuros em um cachorro…

Mas como eu não estava registrado, assim como o insuportável do Peter, eu poderia usar isso.

Lembrando dele, eu lembrei do meu primeiro dia em Hogwarts, claro. Essa poderia ter sido uma lembrança boa para os dementadores sugarem, mas todas as lembranças que envolviam Peter agora vinham com uma amargura que ultrapassava as outras sensações.

Eu estava tão ansioso para entrar na escola. E principalmente por causa dele: Dumbledore. Eu tinha lido sobre ele uma vez e tinha achado incrível. O mais louco é que ele vinha de uma família bem estranha e misteriosa também. E mesmo assim, se tornou o bruxo mais respeitável do nosso tempo. - Hoje ele é considerado de todos os tempos, mas demorou para isso acontecer. E Dumbledore era da Grifinória. Então eu queria ser também.

Quatro garotos foram selecionados para a Grifinória aquele ano. Garotos que mais tarde se tornariam melhores amigos, os marotos.

– Black, Sirius. Eu ouvi a professora McGonagall me chamar. Ela tinha acabado de ser nomeada vice-diretora. Só lecionava há quatro anos em Hogwarts, e tinha conseguido o cargo. Claro que ela merecia. Mas a pessoa ser assim tão inteligente, só fazia uma criança ter ainda mais insegurança.
Sim, eu estava muito inseguro sobre o Chapel.

Me sentei na cadeira tremendo. Fui o terceiro a ser chamado. Que pressão!

– Huumm, um Black. Outro, quero dizer. Tivemos um diretor com seu nome, sabia garotinho? Eu não disse nada. Dei um falso sorriso e engoli em seco. Por dentro eu gelei. - Interessante… Muito interessante. Não costuma acontecer muito, mas parece que temos uma exceção aqui. Pois bem: GRIFINORIAA! concluiu o chapel com um berro e eu fiquei extremamente aliviado.

Minha aversão a Sonserina são era pela casa em si. Acreditava mesmo que existiam pessoas legais em todas as casas. Mas ter que conviver ainda mais com o resto da minha família, era a pior parte. Com certeza.

Vi os outros meninos serem chamados. Fiquei muito feliz quando James, que eu tinha acabado de conhecer no vagão, foi selecionado para a grifinória também. Mas na verdade não foi uma grande surpresa. Ele definitivamente tinha as características necessárias.
Eu é que parecia estar no lugar errado. Já tinham 3 Blacks na Sonserina quando eu entrei. E toda minha família antes deles havia sido de lá também. Mas eu não me importava. Eu queria fazer diferente. Ser diferente.


Ironica é a vida, não é? Cá estou eu, em Azkaban. Assim como minha querida priminha Bellatrix.

Mas a vida me revelaria muitas surpresas nessa escola.
Feche mais perto, entre nesse história comigo, e você também vai se surpreender um pouco.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

um capítulo que é quase uma introdução ao mundo de Sirius. No próximo tem a apresentação de uma personagem muito importante para essa fic. Até lá!