Intertwined escrita por Rafa
Notas iniciais do capítulo
~Lê-se fugindo das pedras e pauladas~
Oie gente
Sei que demorei, mas me perdoem, Sabe como é fim de ano, né?!
Vou tentar não demorar muito (tentar uahsuhau)
Boa leitura
— Ichigo...
Nunca, em toda a sua vida, ouvir seu nome fora tão prazeroso.
Seu corpo tremia em uma inquietação muda. Não enxergava mais nada a sua volta a não ser os olhos violáceos, que o encarravam vidrados.
O tempo parecia ter parado para ambos, levando-os a uma dimensão só deles, onde mais nada importava.
— Rukia — balbuciou.
Quando ouvirá o choro desesperado de Orihime vindo do quarto onde deixará a baixinha, pensou que o pior tivesse acontecido e que a perderia novamente, mas estava enganado.
Ela estava ali com os olhos abertos, encarando-o.
Mas ainda assim precisa ouvir mais uma vez a voz dela chamando seu nome. Precisava constatar que ela estava realmente bem e que aquilo não era um sonho.
— Rukia — chamou sentindo o peito pesar.
Silencio.
Ela não o respondera.
— Rukia — repetiu aproximando-se incerto ao ver as iris violetas tremerem.
Ela estava com medo, mas parecia lutar para esconder isso.
Era incrível que mesmo depois de todos aqueles anos ainda a lia facilmente.
— Eu preciso de explicações — declarou a baixinha desviando o olhar do ruivo. Não entendia o motivo, mas aqueles belos olhos castanhos a prendiam de uma maneira assustadora e ela ainda não sabia como encarar aquele sentimento forte, que queimava suas entranhas.
Tudo estava acontecendo rápido de mais e Ichigo era arrastado por tudo aquilo.
Não sabia o que dizer a ela, ou o que deveria contar.
Tudo ainda estava tão confuso até mesmo para ele.
— Onde eu estou? — perguntou massageando a testa, que doía levemente. — Yosen... Onde está o Yosen?! — indagou tentando levantar as pressas.
Mesmo que as palavras daquela mulher ainda ecoasse em sua mente pedindo que confiasse no ruivo, ainda tinha muita coisa para se preocupar e seu melhor amigo era uma delas.
— Rukia-chan — sussurrou Orihime soltando-se do marido — Não se esforce. Lhe garanto que ele esta bem. Acredite em mim, por favor — pediu a ruiva.
— M-mas... Mas ele estava ferido e eu não pude fazer nada — sussurro em tom de culpa.
Todas aquelas memorias violentas vinham rapidamente, atordoando-a.
Precisava ver que o amigo estava vivo e também, queria fugir daqueles belos olhos perturbadores, que a encarravam sem trégua.
— Ele está bem — sibilou o ruivo — Você disse que queria resposta, então pergunte algo útil, nanica — completou ríspido a fim de ter toda a atenção daqueles olhos de coloração unica.
Não tinha a intenção de ser grosso, mas vê-la preocupada com outro o irritava.
Sabia que aquilo era egoísmos de sua parte, mas queria tê-la somente para si agora que em fim aceitará seus sentimentos.
Não polparia esforços para recuperar aquele laço tão precioso para ele.
— Certo, laranja podre — rebateu ela desdenhosamente. Ainda que se sentisse intimida por toda aquela situação, não fraquejaria perante aquele ruivo rabugento — Quem é você de verdade? E que relação isso tem com o que me atacou? — perguntou indo direito ao ponto.
Estava cansada de tantos rodeios.
Precisava de respostas e aquela parecia a maneira mais fácil de consegui-las.
~~~~
— Como você sabe de tudo isso?! — indagou o moreno com incredulidade visível em sua face.
— Um magico nunca releva seus truques, Shintane-san. E toda essa sua exaltação apenas confirmou minhas palavras — declarou o loiro com a face oculta pelo inseparável leque que segurava — Isso também explica muita coisa sobre sua capacidade de ver seres do mundo espiritual — completou sorrindo de maneira enigmático.
— Certo. Digamos que você esteja certo e que tudo isso seja verdade, o que quer de mim? Me entregar para o que chama de "Soul Society" ou me usar de cobaia para seus experimentos loucos?! — questionou indignado com ambas as possibilidades levantadas por sim próprio.
— As coisas não são como você imagina, meu rapaz — falou Urahara a fim de acalmar Yosen, que já estava a beira de um colapso com todas aquelas descobertas e lembranças de um passado esquecido por ele — Você me ajuda e eu te ajudo, assim todo mundo fica feliz — completou ele com o mesmo tom alegre o qual começará aquela confusa, e ao mesmo tempo, esclarecedora conversa.
— Diga de uma vez o que quer de mim! — exclamou o jovem impaciente.
— Por enquanto nada — declarou o loiro sinceramente.
Silencio.
Yosen estava confuso, queria apenas sair dali, mas sabia que se o fizesse se arrependeria mais tarde.
Sabia que tudo o que vinha acontecendo ao seu redor era sua culpa de alguma maneira.
Precisava apenas arrumar uma maneira de proteger Rukia, a unica pessoa que lhe restava.
— Urahara-san... — começou hesitante, talvez aquela escolha fosse a pior de toda sua vida, mas se com isso pudesse manter sua amiga a salvo, não voltaria atrás. — Se suas palavras são verdadeiras, peço humildemente, que me treine para liberar todo o meu potencial oculto — suplicou ajoelhando-se perante ao homem que o observava com os olhos claros ocultos pela sombra do chapel listrado. — Por favor — completou ainda com a face rente ao chão, aguardando a resposta do outro.
— Isso será muito interessante, Shintane-san — murmurou deixando um largo sorriso tomar conta de sua face.
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O céu estava claro e uma inquietação crescia atormentando o capitão do sexto esquadrão.
Podia sentir o clima frio espalhar-se pelo ar, mesmo que a noite se encontrasse com a temperatura agradável do verão.
Era um frio desconfortável que vinha de seu próprio coração.
Podia ouvir claramente a voz seria de Kurosaki Ichigo vindo do quarto ao lado.
Sabia que Rukia finalmente havia acordado, mas não tinha coragem para ir vê-la agora que ela se encontrava consciente.
Não sabia o que dizer para a garota que outrora fora sua irmã e agora já nem sabia disso.
Tinha medo do que lhe esperava.
Sabia quão poderia doloroso seria olha-la e não ver aquele olhar de admiração que ela sempre lhe dirigia.
Ele estava sendo fraco e se culpava por isso.
Vivia a se culpar de tudo.
Se culpava pela morte das duas mulheres que mais amou em toda sua vida.
Se culpava por não cumprir a promessa que fizera a Hisana.
Se culpava por todo o tempo que perdeu depressando a irmã.
Tinha tantos arrependimentos.
— Kuchiki-Taichou — ouvia a voz de seu antigo tenente ecoar pelo quarto vazio. — A Rukia acordou — avisou serio recebendo o silencio como resposta. — Não vai vê-la? — questionou insistindo com o moreno que nem mesmo o olhava.
— Não vejo necessidade — respondeu friamente.
— Não vê necessidade?! — indagou incrédulo com o descaso do outro. — Ela é sua irmã! — exclamou Renji, deixando a irritação tomar sua face.
— Ela não sabe disso — rebateu em voz alta. — Está preparado para ver a desconfiança e o medo nos olhos dela? — questionou vendo o ruivo recuar com aquela possibilidade.
— Eu... Eu não havia pensado sobre isso — confessou tristemente.
— Não pense que tudo vai se resolver facilmente e a antiga Rukia estará de volta — disse o capitão com amargura contida no olhar.
— Não são somente as memorias que importam, Taichou. Eu aprendi isso com o Ichigo, você não se lembra? — declarou lembrando-se das palavras do amigo, quando até mesmo ele havia se esquecido de Rukia no incidente a anos atrás. — Ainda podemos recuperar nossos laços com ela. Não desista — falou deixando o Kuchiki a refletir sobre aquelas palavras.
Talvez aceitar aquelas palavras fosse difícil, mas acreditar era o que mais queria naquele momento.
Precisava sentir que ainda havia esperança para livrar-se de toda aquela culpa que carregava e com Rukia em sua vida novamente, tudo poderia se acertar.
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Um brilho fosco abria o céu, cortando-o. E como um estrela cadente, um homem caia ao chão, abrindo uma cratera a sua volta.
Estava ferido com sangue coagulado manchando suas vestes brancas e rasgadas, mas o que impressionava era a pequena menina adormecida em seus braços.
Sim. Salvará um de seus súditos, mas ainda assim, não havia recuperado seu tão precioso reino.
O Rei havia caído perante tantos inimigos e sua unica saída fora fugir como uma presa assustada.
Ódio corria por suas veias.
Desejava sangue e destruição, mas sabia que não ganharia aquela batalha sozinho e já sabia para quem pediria ajuda.
— Rápidos como sempre, shinigamis — rugiu ele irritado com tudo o que havia acontecido.
— Você me parece acabado, Arrancar — rebateu em deboche a morena, que caminhava acompanhada por seus fieis colegas do Urahara Shop. — Tessai, faça os primeiros socorros na criança — mandou sorrindo educadamente, observando o lugar deserto onde eles haviam aterrissado. — A que devemos a honra de sua visita? — indagou Yoruichi.
— Não me diga que não sabe — respondeu mal humorado.
— Sim. Eu sei o motivo, mas queria confirmar — declarou ela. — Aqueles Quinys não aliviaram para você. — Riu-se ela.
— Chega desse papo furado e me leve a Kurosaki Ichigo — mandou sentando-se lentamente por causa dos vários cortes que tinha pelo corpo bem definido.
— Não queira me dar ordem, afinal, quem manda aqui sou eu, Grimmjow — respondeu ela seriamente dando-lhe as costas.
Antigas inimigos se juntavam mais uma vez para derrotar um mesmo mal comum.
Só assim em todos os mundos reinaria a paz.
Todos os envolvidos nessa teia tinham algo para recuperar e mesmo que o destino brincasse de inverter os papeis, o final poderia ser o mesmo para todos. Eles só precisavam descobrir se isso seria algo bom ou ruim.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bom, espero que tenham gostado. Não deixem de comentar
Bjus