O Som de Um Romance escrita por Risurn


Capítulo 6
6. Fancy


Notas iniciais do capítulo

Particularmente, achei fraquinho. E também ia fazer muita coisa que não fiz, ou mudei de ideia.
É, acontece.
Boa leitura!



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Ridículo. Tudo isso é puramente ridículo.

Animador acordar pensando em algo assim, não é mesmo?

Eu só tinha vontade de gritar com o quanto essa vida era estúpida, o quanto Perseu Jackson era um idiota. O quanto eu sou idiota.

Em dois dias eu tinha que ter um lugar para ir, um emprego e, se Deus quiser, uma vaga na faculdade. Vagas essas que eu esqueci de mandar currículo pelo maldito Jackson. Droga.

Levantei me olhando no espelho. Aparência cansada. Olheiras fundas em virtude das noites mal dormidas. Estresse, estresse, estresse.

Peguei meu celular e resolvi entrar em qualquer rede social. Será que ele desativou o relacionamento sério? Eu teria desativado em seu lugar.

Suspirei enquanto procurava, até que algo me chama atenção: uma foto em tons de vermelho com letras douradas marcava HANGOVER. Parei para observar. Era uma festa de alguma fraternidade, ou seja, música alta, muita bebida e garotos à vontade. E o melhor: era No Olympus. Ou seja, Clube do Ares.

(...)

— Eu vou em uma festa. Quer ir? – perguntei tentando encontrar algo para vestir e equilibrando o celular entre o ombro e o rosto.

Festa? Onde?

— Ah, em um lugar legal.

Onde Annabeth?

— Ai meu Deus Thalia! – gritei, pegando o telefone com a mão. – É uma maldita festa, simplesmente vá.

Não sei se é uma boa, eu o Nico estamos meio que...

Ah, não importa. Eu terminei com o Percy. Brigou com o Nico. Ótimo, é a nossa chance de sair, dar um ar pra cabeça e...

— Como assim “Eu terminei com o Percy”?

Mordi a língua. Não ia explicar. Não agora.

— É. Acontece.

— Mas...

— Nós não damos certo Thalia, fim. Você vai ou não? – já estava ficando impaciente.

— Depende. Onde é?

Hesitei. Droga.

— Olympus.

— Olympus? Espera. Aquele Olympus? O Clube do Ares? Só pode ser zoeira.

— Não. Ah, qual é, vai ser legal!

— Depois de tudo o que aconteceu lá? Nem morta!

— Vamos Thals, você precisa ir! Esquece o Nico um pouquinho.

—Não.

— É só um pouquinho.

— Você sabe que não é.

— Tá bom, não é. Mas... Vai ser legal.

— Annabeth, eu jurei pra mim mesma que nunca mais pisaria a um raio de um quilometro daquele lugar.

— Sua vó mora em menos de um quilometro de lá.

— Exato. Uni o útil ao agradável.

Bufei, revirando os olhos.

— Caramba, desde quando você é a certinha responsável?

— Desde que nós estamos falando do clube do Ares. Pirou foi?

— Quer saber? Se você não vai eu vou. Passar bem.

Desliguei. Como assim? Desde quando Thalia deixou de ser amiga pra todas as horas? O jeito é ir sozinha mesmo.

(...)

Eu havia esquecido o quanto esse lugar era barulhento e cheio. Fazia muito tempo desde a última vez.

Respirei fundo e mexi no cabelo. Hoje ia ser o dia de perceber que Percy estava no passado.

Percebi alguns olhares sobre mim nada agradáveis, me deixando levemente envergonhada, não que eu tenha deixado transparecer.

Continuei andando como se fosse dona do lugar até chegar ao mini bar.

— Qualquer coisa que me faça esquecer até meu nome.

O garçom tentou sorrir sedutor mas apenas o ignorei. Ainda não.

— Ora, ora quem eu vejo? A pequena Chase? Quanto tempo

Peguei o copo e beberiquei antes de virar para o ser que falava comigo. A bebida desceu me queimando por dentro, mas a sensação era boa. Esquisita, mas boa.

— Nem tão pequena assim. É, podia ter sido mais tempo né? Acho que não ia fazer diferença pra ninguém.

Dei de ombros. Um cara dois por dois, parecendo um armário estava de pé na minha frente. A regata vermelha de sempre estava encoberta por uma jaqueta de couro, os olhos escuros escondidos por um óculos escuro.

— Onde está o filhote de peixe? Não veio hoje?

— Nem vai vir. Nunca mais. – dei mais um gole, pronta para sair dali.

— Ei, ei. Já vai sair? Fica mais um pouco. Você sabe que ainda me deve pelo prejuízo da última vez, não sabe?

— Uma pena. Vai ficar pra próxima. – comecei a andar e procurar por algo que me interessasse mais fui interrompida ao sentir um puxão em meu braço.

— Escuta aqui garotinha, você acha que isso é o que? A sua casa?

— Me larga.

— E porque eu faria isso? Você está na minha casa criança.

— E daí? – falei devagar. – Eu ainda posso fazer o que quiser.

— Acha mesmo? – perguntou, apertando mais forte. Eu estava prestes a responder quando alguém gritou meu nome.

— Droga. – murmurei, fechando os olhos e virando meu copo. – Eu só quero beber em paz.

— Você se safou dessa vez. Nunca mais pise aqui ou não vai sair inteira. – Ares me empurrou e seguiu andando.

Tentei sair dali o mais rápido possível antes que o ser me alcançasse. Tarde demais. Ótimo.

— Hey, onde pensa que vai? Fugindo de mim?

— Mais ou menos isso.

— Porque?

— Não quero te ver.

— Ah, deixa disso Annie. – ele me puxou pela mão,

— Não. Me. Chama. De. Annie. – disse, puxando meu braço de volta.

— Ui. Que bravinha.

— Poisé. Até nunca mais.

Sai andando para ser puxada de volta. Odeio isso, pareço uma boneca de pano.

Os olhos azuis me encaravam fixamente, o cabelo loiro estava bagunçado e vi uma mancha de batom na gola da camisa. Babaca.

— Não ganho nem um beijo? Estava com saudades.

— Que pena. Eu não.

Tentei sair, mas ele não afrouxou o aperto.

— Você acha mesmo que vai sair assim? – ele sussurrou próximo ao meu ouvido.

— Luke... T-tá doendo.

— Pede com carinho.

— Me larga. Agora!

Ele apenas riu sem me largar, então lhe chutei e sai correndo. Droga. Pra que lado é a saída?

Vi uma porta e corri entre a multidão, tentando chegar ao outro lado. Olhei para trás tentando ver se Luke me seguia, sem sucesso.

Quando finalmente alcancei a porta percebi tarde de mais que meu carro estava do lado oposto. Era tarde de mais para voltar, então corri por ali mesmo.

Antes que conseguisse dar passos o suficiente meu corpo foi envolto por braços e me senti caindo.

— Eu disse que queria um beijo.

— Me larga! Agora! Socorro! – tentei gritar, mas acho que ninguém me ouviria aqui. Droga, sou uma garota estúpida mesmo, quem raios confunde portas como aquelas?

— Que saudades que eu estava de você. – ele chegou mais perto tentando me beijar. Comecei a me debater, tentando fugir, em vão.

— Me larga! Socorro! Socorro! Me ajudem! – gritei mais alto, é. Que ótimo. Já posso até ver as notícias: “Menina burra é encontrada em uma vala”. Maravilha.

Ouvi alguém pigarrear.

— Olha, eu detesto aparecer assim, como um príncipe em um cavalo branco, mas acontece que essa donzela precisa ser salva constantemente.

Tive vontade de chorar. Eu não mereço.

— Ora, ora, se não é o filhote de peixe.

— Ora, ora, se não é um futuro estuprador. Larga ela ou eu te quebro em dois. E, de quebra, chamo a polícia. Mas, se você levantar esse traseiro gordo agora e ir embora como o babaca que é, sua ficha vai ficar limpinha e a mamãe nunca vai saber o delinquente que você é.

Ele sorriu frio acima de mim.

— Tudo bem.

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, Luke atacou meus lábios me deixando sem reação, para logo em seguida levantar e sair correndo.

— Babaca! Cretino! – gritei enquanto Percy me ajudava a levantar.

— Eu vou ir quebrar esse idiota agora. – o segurei, impedindo de ir.

— Calma, está tudo bem.

— Está mesmo?

Assenti lentamente.

— Só me leva pra casa.

Ele passou um braço pelo meu ombro e me acompanhou até o carro. Pelo jeito, eu não era mais tão maravilhosa, e muito menos tinha o mundo aos meus pés.


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Notas finais do capítulo

Bom bom, o próximo terá algo legal. Uhu, terá sim.
Vai sair dessa maré depressiva. Eu acho *ri*
Beijos ^^



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