Seus olhos cinzentos escrita por Polly Lovegood


Capítulo 7
True Love


Notas iniciais do capítulo

O capítulo de hoje está curtinho, apesar de ser Coldplay, um mozão. Não vou dizer que é uma obra-prima, mas espero que gostem dele :)



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– Scorpius? Desde quando está aí? – fingi-me de desentendida e ele me olhou incrédulo. – Quero dizer, espero que não esteja incomodado, mas eu quis dar uma mudada de ares.

– Ou de bocas, não é mesmo? – ele perguntou desafiador e eu não pude segurar a risada.

– Cansei dessa historinha de casal bonito – me afastei de Lysander, que estava completamente confuso, chegando mais perto de Scorpius. – Eu sei muito bem que você estava por aí de agarração com a Parkinson, nem tente negar. Não quero bancar a namorada ciumenta, mas você me obriga a isso.

– Ah, eu estava por aí de agarração com a Parkinson. Posso saber quando?

– Como você é ridículo – disse com nojo e voltei o olhar para onde Lysander estava, mas agora várias pessoas nos assistiam. – Se fazendo de desentendido.

– Eu não estou representando um personagem, Rose – ele tentou se desculpar outra vez, mas eu já ia me afastando.

– Diga o que quiser, eu sei o que vi – finalizei e entrei no meio da multidão que me observava curiosa.

Mas eu sou uma idiota mesmo. Uma das grandes ainda por cima. Procurei por Lily e Dominique dentro da casa outra vez, encontrando apenas a mais nova. Eu devia estar com a cara péssima, pois assim que me viu parou de dançar.

Fomos embora, ela deu um jeito de se livrar das amigas e eu estava apenas fugindo do Malfoy que conseguiu destruir minha vida em mais ou menos duas semanas. Isso porque eu jurei para mim mesma mais que infinitas vezes que não iria nunca me deixar levar por aqueles olhos cinzentos e cabelos loiros platinados.

Aparatei na frente da casa de Lily com a mesma segurando meu braço. Antes de conseguir dar um passo em direção à casa comecei a chorar. Chorei tudo o que já tinha chorado nessa última semana, ou até mais. Eu era péssima com despedidas.

Lily deve ter ficado uma meia hora comigo no meio fio de sua casa. Ela não disse nada, não esboçou nenhuma reação diante do meu choro, só ficou ali, fazendo carinho nas minhas costas cobertas pelos fios vermelhos do meu cabelo. Toda vez que parava de chorar, mais lágrimas vinham.

Primeiro foi porque eu estava me sentindo uma adolescente idiota que se apaixona pelo primeiro sorriso bonito que lhe aparece.

Depois veio o sentimento de que eu era burra o suficiente para me deixar levar pelo Malfoy, o cara que no máximo trocara olhares e cumprimentos matinais comigo durante sete anos.

Então veio a culpa por estar me sentindo daquele jeito, culpa por ter deixado chegar a esse ponto, quando eu mesma sabia que cedo ou tarde aconteceria isso, ele estaria feliz com a próxima garota que lhe aparecesse e eu estaria chorando no meio fio da calçada.

Ele não merecia que eu sequer pensasse em chorar por ele, mas era inevitável.

Por fim, chorei porque sabia que ninguém me amava. Scorpius foi só um caso. Ele não disse “eu te amo” nem mesmo uma vez, nem para me fazer feliz e conseguir sexo, mas quando estava masturbando a vadia a primeira coisa que ouvi foram essas três malditas palavras.

Eu sempre iria ser o joguinho de todo mundo.

As únicas pessoas em quem poderia contar eram Lily e Dominique, essa nem tanto porque parece que agora vive em função do James, mas Lily eu sabia que sempre estaria lá, para tudo.

– Tá – eu tentei dizer, mas a minha voz estava fraca. Limpei a garganta e tentei de novo. – Tá ficando tarde. É melhor a gente entrar – sugeri para ela, que apenas se levantou ainda me abraçando e nós entramos na casa dela.

Já devia ser madrugada, estava tudo vazio e silencioso. Subimos para o seu quarto e deitei na cama como se fosse minha. Lily deitou ao meu lado, tirando seus sapatos com os próprios pés.

– Você quer falar alguma coisa sobre...

– Eu peguei o Lysander – soltei e ela me olhou confusa. – Na frente do Scorpius – o olhar passou para irritado. – E então falei para ele sobre o dia que o peguei com a Parkinson e o idiota ainda se fez de desentendido.

– Filho da puta – Lily xingou baixinho e eu ri fraco. – Ele é um idiota mesmo, Rose. Que bom que já se livrou disso.

– E... e se eu não quisesse me livrar, Lily? – perguntei num tom infantil e ela se aproximou mais de mim.

– Então você deveria tentar consertar as coisas antes que a nojenta da Parkinson dê um jeito de engravidar dele – Lily fez piada e eu a fuzilei com os olhos. Como ela conseguia ser bem humorada numa situação dessas?

– Lily, é um pouco mais complicado que isso – eu tirei também meus sapatos com meus pés e virei de frente para ela na cama. – Eu não posso chegar na casa dele, pedir desculpas pelo que fiz, dar Veritasserum para ele falar a verdade sobre a Parkinson e tirar as roupas. Isso é, se ele realmente não tiver feito nada com a nojenta.

– Prefiro acreditar na inocência dele – ela disse e eu revirei os olhos. – Eu sempre vou ser a favor do romance, entenda isso.

– Uma pervertida a favor do romance – zombei e ela ficou vermelha feito um pimentão. – Que irônico.

– Boa noite, Rose – ela se virou para o outro lado e acredito que tenha começado a tentar dormir.

– Boa noite, Lily – virei para o outro lado e fechei os olhos. Fechei mas não queria ter fechado, pois a primeira imagem que veio foram aqueles olhos cinzentos completamente confusos ao ouvir as palavras que eu dizia.

Naquele momento me senti mais idiota do que em qualquer outro, mas resolvi dar uma chance a ele. Esperava que ele não conseguisse ser um ator bom o suficiente para mentir com os olhos, ou poderia ter considerado que tudo o que aconteceu em Hogwarts tinha sido uma mentira, tudo que aconteceu naquelas duas semanas, tão rápido mas tão devastador, tivesse sido uma mentira. E eu não queria que fosse.

Se aquilo era amor? Eu não sei.


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Notas finais do capítulo

Desculpem pela vibe depressiva do capítulo, mas ela é necessária para chegar no clímax em Back to Black, na quinta :D Amanhã é dia de Legião Urbana, mais um mozão, mas esse eu espero fazer direito. Até amanhã!



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