You Are The Best For Me escrita por Silvia Moura


Capítulo 5
I Need To Say... I Love You


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo: "Preciso Dizer Que Te Amo", Cazuza.

Capítulo com momento fofo. To xonada por eles dois!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/542129/chapter/5

Steve e Bucky deixaram a sala de música assim que o sinal do intervalo soou. Bucky estava inquieto desde o primeiro tempo e Steve sabia porque era. Enquanto o amigo cultivava seus sentimentos por Natasha de longe, ok, mas quando eles dividiam a mesma sala de aula, ficavam perto um do outro, e mesmo assim Bucky não tinha como chegar a ela e puxar assunto, ele ficava elétrico.

– Eu preciso falar com ela, Steve... Eu não aguento mais!

– Então fala! Cria coragem e puxa ela pra um canto e desembucha de uma vez por todas! Só não dá pra ficar desse jeito toda vez que você a vê. Dá um jeito nisso logo, cara.

Phil se aproximava calado, com as mãos nos bolsos e um olhar carregado de preocupação. Sam vinha com ele.

– Oi, caras.

– Ei, parceiro – Steve o cumprimentou. – E aí, algum avanço na novela nórdica lá?

– Nada. Thor tá num desânimo só! Só sentou comigo nos dois primeiros tempos porque era o laboratório de Química e sentamos sempre em duplas. Mas ele se isolou totalmente em Literatura. Nem vi quando ele saiu da sala.

– E o Loki? O viu por aí?

– Não, mas tô tão preocupado com ele quanto estou com Thor. Loki realmente quer ficar de bem, sabe...?

Bucky não acreditou muito, não. Ele ainda não conseguia ntender por que costumava ser gentil com Loki. Não gostou nada do olhar de sedutor de mesa de bar que ele deu pra Natasha e, embora alegasse que era apenas seu instinto protetor falando alto, ele próprio sabia que estava se roendo de ciúme.

– Por que acha isso, Phil? O cara foi expulso de um colégio militar, alguma feia ele aprontou, convenhamos!

– Não estou dizendo que não aprontou, mas ele fez de propósito.

– Ah, jura? – Bucky ironizou.

– Cara... Ele se sente culpado pela morte da mãe.

– Mas... – Steve interrompeu com sua melhor cara abobalhada – a mãe deles não morreu num tiroteio num supermercado? O que ele tem a ver com isso?

– A mãe dele não saía de casa desde que ele foi pra Inglaterra. Ela amava o Loki de verdade, sem fazer diferenças por ele ser adotado. As amigas dela insistiram pra ela sair naquele dia, nem que fosse pra fazer compras, e ela foi. Tipo tentar se distrair, entende? E aí... aconteceu. Loki sabia que a mãe se isolava em casa e estava mudando de verdade no internato, por ela. Mas aí, quando ela morreu... Ele se deixou perder o controle e saiu quebrando tudo. Sabia que chamariam o pai e que teria de voltar. Ele queria voltar. Queria ficar perto de onde ela costumava estar.

– Caramba... É bem tensa a situação dele – Bucky comentou.

– Muito. Thor, ao contrário do sr. Odair, não o culpa, mas tem raiva de tudo que ele fez. E a expulsão, aos olhos dele, foi uma falta de respeito à dor que ele sente.

– Entendi – Steve suspirou. – Que barra... Tomara que se resolvam.

Phil ia dizer mais alguma coisa quando foi cortado pelos gritos de Tony e Bruce, que se aproximavam deles pelo corredor.

– Você não sabe de nada! Só entende de máquinas, seu idiotaaaaaaa!

– Cala essa boca, Bruce! Todos aqui sabem que eu sou muito mais inteligente que você!

– Ah tá! Pra cálculos e tecnologia! Você não entende nada de Ciência!

– E tecnologia é o quê, seu idiotaaaaaaa? – Tony imitou.

– Você entendeu o que eu quis dizer – Bruce rebateu, contrariado.

– Cara, eu só estou dizendo que fazer a máquina de captação dá muito mais futuro! Nossa nota será maior!

– Tony, é um projeto sobre natureza! NA-TU-RE-ZA!

– E onde você acha que os metais são encontrados, hm? – eles chegaram até os três – Oi, pessoal...

– E aí, galera! Eu estou falando de natureza pura, simples e orgânica! Esse é o foco do projeto!

Bucky começava a ficar com dor de cabeça, mas aquela discussão ainda duraria umas boas horas. Natasha apareceu por trás dele e dos outros dois, que assistiam à confusão.

– Oi, garotos.

– Oi, Nat – Phil e Steve cumprimentaram em coro e voltaram a prestar atenção na briga, começando a fazer apostas sobre quem seria o primeiro a dar o braço a torcer. Bucky se virou completamente para o lado dela, ignorando os outros.

– Er... Oi, Natasha – tentou dar seu sorriso mais confiante, não teve certeza se conseguiu.

– Oi... James – ela forçou uma voz formal e começou a rir, escondendo o nervosismo – Você nunca me chama pelo nome completo, é sempre Nat. O que houve?

– Ah, nada... É que... – Bucky sentiu que meteria os pés pelas mãos, mas se surpreendeu com a própria capacidade de inventar uma desculpa fofa – eu gosto de dizer seu nome todo. É bonito.

Natasha lutou bravamente para não ficar vermelha. Que isso, ela era Natasha Romanoff! Nunca ficava vermelha na frente de um garoto, mesmo que o garoto fosse Bucky Barnes.

– Obrigada. Ok, James também é um nome muito bonito mas prefiro te chamar de Bucky, tá? Sei lá... James te deixa muito sério e você é mais legal quando está sorrindo. Sabe... quando é mais... Bucky.

Ele não pôde esconder o sorriso.

– Serei somente Bucky então, só por sua causa.

Nat teria reparado que o garoto secava as mãos suadas em seus jeans folgados que o deixavam tão sexy... NATASHA, SAI DA MINHA NARRAÇÃO! Enfim, ela teria notado se não estivesse tão nervosa quanto ele. Era o primeiro contato real que tinham desde que ele voltara. Sem interrupções, sem professores mandando todos se sentarem em seus lugares, sem precisar de música para disfarçar o que sentiam. Claro que um não sabia o que se passava no coração do outro, mas a pulsação de ambos estava fortemente acelerada.

Viram Clint se aproximar com Maria. Ele parecia implorar alguma coisa com tanta vontade que a coitada parecia não aguentar mais aquela chatisse. Nat rezou para que fosse mais rápida que o olhar do pidão.

– Bucky, quer dar uma voltinha comigo?

Se não tivesse visto a aproximação de Clint, ficaria em êxtase. Mas apenas sorriu.

– Plano de fuga?

– É – Nat sorriu envergonhada – Olha, eu não tô te usando pra...

Bucky a interrompeu agarrando-lhe a mão e a levando para longe a passos largos.

– Você quer fugir, não quer? – perguntou com um sorriso travesso – Não dá pra ficar se justificando, não. Vem!

Ela correu para alcançar o passo de Bucky, tentando não abrir o maior sorriso do mundo pelo contato que finalmente estavam tendo. Viraram em um corredor à esquerda bem na hora em que Clint olhou para frente, deixando o pobre derretido todo abobalhado sem saber se tivera apenas a impressão de ter visto sua musa.

Bucky levou Natasha através de um labirinto corredores que ela não andava – alguns, ela nem sabia da existência naquela escola enorme – e ela mal pôde acreditar quando saíram por uma porta logo atrás das arquibancadas do campo de futebol.

– Como viemos parar aqui? – ela perguntou, impressionada, enquanto Bucky sorria, feliz por tê-la surpreendido.

– Um caminho que descobri uma vez, quando precisei fugir do sr. Robinson, aquele zelador filho da mãe. Desde então... venho aqui pra ler ou pra ouvir música quando preciso de um tempo pra mim.

Natasha riu imaginando a cena. Robinson era o tipo de zelador que se achava o dono da escola. E ele não regulava muito bem da cabeça, devo dizer. Se ele estava limpando um corredor e algum aluno aparecia para tomar água ou ir ao banheiro em horário que deveria estar na sala, ele apontava aquele dedo torto dele e começava a xingar o aluno de tudo que era nome. Se fosse só isso, ok, o problema era que ele era bem forte e veloz para um maluquete de sessenta anos. Ele saía correndo atrás dos alunos com um porrete de metal que carregava à cintura. Dizia a lenda que, se ele pegasse o aluno, com certeza bateria nele. Nunca se sabe se pegou alguém, assim como nunca souberam por que os diretores o mantinham trabalhando ali. Vá entender.

– Fico feliz que não tenha esquecido o caminho para o seu refúgio e esconderijo – Nat comentou.

– Ah, eu também. Na verdade... você correu o risco de ficar perdida em corredores desconhecidos com um cara traumatizado e com amnésia, sabia? Eu não achei realmente que lembrasse do caminho... – ele se ergueu e se sentou sobre uma barra de sustentação da arquibancada.

– Como é? – ela deu um tapa na coxa esquerda dele, brincando – Quer dizer que foi capaz de arriscar a minha segurança, James Buchanan Barnes? E se o Robinson nos pegasse?

– Ei, você que disse que queria fugir, tá? – ele pulou da barra, ficando de pé bem diante dela – E se ele nos visse, eu me colocaria em sua frente pra te proteger.

Natasha sorriu, tentando não se derreter completamente por aqueles olhos lindos e aquele sorriso que ela tanto amava.

– Muito obrigada, meu heroi sorridente.

– Por nada, bela donzela ruiva.

Os dois lançaram exagerados olhares de filme dramático um pro outro e começaram a rir. Bucky ria genuinamente quando estava com ela, não se sentia deslocado, não ficava sério. Adquiria um brilho no olhar, o mesmo brilho que tinha antes, e sentia como se nada os tivesse afastado.

– Senti sua falta, Bucky... – ela passou os braços por sobre os ombros dele, o abraçando.

– Também senti falta de você – ele abraçou de volta, envolvendo a cintura dela em seus braços, o coração palpitando louco e apaixonado.

E ficaram ali abraçados por cerca de dois minutos. Não queriam falar nada, não queriam ouvir nada. Somente sentir aquele abraço e matar a saudade tão grande que os consumiu por tanto tempo. Somente sentir um ao outro e fechar os olhos como se nada mais existisse. Natasha recostou a cabeça no ombro de Bucky e respirou fundo, sentindo seu perfume. Bucky recostou sua cabeça na dela e sorriu, meio feliz, meio aflito, não querendo falar nada para não interromper o momento, mas querendo falar tudo que se prendia em seu coração havia tanto tempo. Quando a gente conversa, contando casos, besteiras... Tanta coisa em comum! Deixando escapar segredos... E eu não sei em que hora dizer. Me dá um medo, que medo! É que eu preciso dizer que eu te amo, te ganhar ou perder sem engano. Eu preciso dizer que eu te amo... tanto!, ele se declarou cantando em pensamentos e jurou para si mesmo que não iria mais demorar em abrir o coração e falar bem alto tudo o que se passava em seu coração.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários? Estão gostando?