– Acorda Peeta! – agora estou praticamente debruçada sobre Peeta tentando acorda-lo, ele apenas resmunga e continua dormindo – Peeta, amor, acorda. – chamo mais uma vez e ele acorda, abre os olhos, olha pro lado e vê que são 8:00hrs da manhã.

– Kat, são 8:00 horas ainda. – resmunga colocando o braço na testa.

– Peeta, eu tô ansiosa, e você sabe que eu fico com fome quando tô ansiosa. – falo manhosa apoiando o queixo no seu peito. Ele me olha por um momento e depois ri.

– Tudo bem, vou fazer alguma coisa.

Sinceramente estou ansiosa porque vamos sair com Belle, já que a guarda dela só sai em uma semana ela não pode ficar com a gente, e a adoção oficial só vai sair Deus sabe se lá quando. É Peeta que cozinha aqui em casa já que da última vez quase coloquei fogo na cozinha.

Peeta se levanta da cama e eu o sigo até a cozinha. Ele começa a pegar os ingredientes assim que entramos e eu fico o observando da bancada da cozinha. Ele começa a fazer sanduiches de presunto e chocolate quente, já que estamos no inverno. Começamos a comer em silencio e isso estava me incomodando.

– Você também tá ansioso? – pergunto já terminando de comer.

– Uhum, não sei se você vai me chamar de louco mas, eu gostei muito mesmo da Belle e eu não vejo a hora de ser pai dela. – ele diz com um brilho nos olhos e eu sorrio.

– Não acho que chamaria você de louco, além do mais, eu também me sinto assim. – digo levantando para lavar a louça.

– Então você me entende. – fala divertido também levantando e eu apenas assinto com a cabeça rindo do seu tom de voz.

– Que tom de voz é esse? – pergunto ainda rindo e ele continua me olhando divertido, agora sei que ele está aprontando – Peeta... – reprovo – o que você está aprontando? – estreito os olhos pra ele que me dá um sorriso torto em resposta.

– Não tô aprontando nada amor. – ele me abraça por trás e beija a curva do meu pescoço, eu me arrepio como sempre apesar de estarmos juntos a anos. Então, decido deixar pra lá, já que uma hora ou outra vou acabar descobrindo.

– Peeta, eu preciso lavar a louça. – resmungo quando Peeta não para de beijar meu pescoço, ele ignora – Peeta...- ele aperta minha cintura e eu seguro seus braços.

– Despois eu lavo pra você. – diz e me puxa de frente pra ele, nossos lábios se grudam e damos um beijo lento.

~~~~~~~~~~***~~~~~~~~~~

Quando deu 9:00hrs, eu e Peeta tomamos banho e nos arrumamos para buscar Belle, coloquei tudo de necessário na minha bolsa e fomos pro carro. Depois de 30min chegamos no orfanato e eu quase corri que nem uma criancinha animada. Eu mesma toquei a campainha e esperei alguns segundas até Coin abrir a porta com sua costumeira expressão assustadora.

– Bom dia. – digo primeiro que qualquer um ali.

– Bom dia. – responde Coin – Vamos, entrem, Belle está tomando café da manhã.

Esperamos na sala de espera do orfanato e enquanto Belle não aparecia, eu apertava a mão de Peeta.

– Kat, calma. – sussurra Peeta tentando me tranquilizar.

– E se ela não quiser passar o dia com a gente Peeta? – digo encostando a cabeça em seu ombro.

– Vai dar tudo certo, não se preocupe amor.

Depois de alguns minutos, Belle aparece com sua beleza inegável, seus cabelos castanhos agora soltos, o que me deixa ver que eles vão até o meio de suas costas, e seus olhos azuis mais brilhantes do que nunca.

– Oi! – dizemos quando ela se aproxima de nós.

– Oi. – diz baixinho e sorrindo tímida.

– A gente tá aqui pra levar você pra passear, você quer? – pergunta Peeta e ela concorda com a cabeça. Falamos com Coin e logo estamos levando Belle para nosso carro. Até que me lembro de uma coisa.

– Peeta, não temos cadeirinha. – lembro nervosa e ele parece pensar.

– Vamos fazer assim.... – diz depois de um tempo e Belle nos olhava curiosa – você vai com ela no banco de trás e eu dirijo. – concordo com o plano e entro com Belle na parte de trás do carro, ajeito seu cinto e logo estamos nos afastando do orfanato.

– Então... – pigarreio depois de um tempo de silencio – quer falar sobre você? – pergunto com o tom de voz mais doce que consigo. Ela dá de ombros e fala:

– Eu gosto de roxo. – diz simplesmente como se aquilo respondesse sobre sua vida inteira e eu sorrio tentando não rir, porque crianças são assim, e é isso que amo nelas.

– Roxo é uma cor muito bonita. – digo tentando continuar o assunto.

– Sim, eu acho a cor mais linda do mundo. – levanta as mãos pra fazer um gesto redondo representando o mundo – Mas... – ela parece pensar – você também acha alguma cor a mais linda do mundo?

– Ah... – penso – roxo é uma cor muito bonita, mas eu gosto de verde.

– Igual as folhas das árvoles? – pergunta e percebo que ainda tem dificuldade com o “R”.

– Sim, igual as folhas das árvores. – decido incluir Peeta na conversa – Sua cor favorita continua sendo laranja Peeta? – pergunto.

– Oh, sim, laranja continua sendo minha favorita.

– Por que lalanja? – pergunta Belle realmente curiosa.

– Porque essa é a cor que o céu fica quando acontece o pôr-do-sol.

– Eu nunca vi o pôr-do-sol. – diz chateada.

– Sério?

– Aham, na flente da minha janela tem muitas árvoles e eu não consigo ver o pôr-do-sol. – mais uma coisa pra lista de coisas para fazer com Belle.

– Chegamos! – anuncia Peeta.

Eu e Peeta decidimos primeiro leva-la em uma sorveteria para tomar milk-shake, e decidimos fazer uma surpresa. Entramos na sorveteria com Belle olhando para todos os lados curiosa.

– Belle, – chamo fazendo ela olhar pra mim – nós estamos em uma sorveteria, e a gente te trouxe aqui pra tomar milk-shake. – ela me olha surpresa.

– A gente vai tomar milk-shake mesmo? – pergunta ainda não acreditando, eu faço que sim com a cabeça e ela abre um sorrio brilhante.

– Olha, tem de morango, chocolate, chocolate branco, coco, menta... – Peeta pega ela no colo e mostra os sabores de milk-shake.

– Eu vou queler...hum…chocolate. – escolhe por fim.

Eu e Peeta pedimos um também, eu escolhi coco e Peeta morango. Sentamos em uma mesa da sorveteria de frente para a janela e esperamos Belle tomar primeiro para vermos a reação dela. Ela primeiro pegou o canudo, o avaliando, depois começou a tomar experimentando e fez uma cara de que estava muito bom.

– Isso é muito gostoso! – diz com a boca ainda no canudo e eu Peeta rimos de sua animação.

~~~~~~~~~~***~~~~~~~~~~~~

– Belle, nós gostaríamos de conversar com você. – começa Peeta depois de termos terminado os milk-shakes. Ela nos olha curiosa – é que, você mora lá no orfanato e...

– Gostamos muito de você. – completo.

– Queremos saber se...você não...não gostaria de morar com a gente. – termina Peeta e posso sentir que ele está nervoso.

– Molar com vocês? – pergunta confusa.

– Queremos ser seus pais, Belle. – digo olhando para seus lindos olhinhos azuis.

– Sélio? - ela parece não acreditar, eu concordo com a cabeça.

– E-eu...eu quelo! Vocês são legais e....eu quelo sim! – o sorriso que ela tem no rosto me faz ficar radiante. Levantamos e nos abraçamos, sem importar se estamos em uma sorveteria.

~~~~~~~~~~***~~~~~~~~~~

– Onde estamos indo? – pergunta Belle quando o carro começa a andar.

Depois de nos abraçarmos, explicamos todo o processo pra ela, explicamos que ela só vai poder morar com a gente daqui uma semana e prometemos que no outro dia iriamos levar ela lá em casa. E apesar de ter 3 anos, ela entendeu tudo bem até. Nós combinamos em leva-la para ver o pôr-do-sol já que estamos no final de tarde.

– Você não contou pra gente que nunca viu o pôr-do-sol? – falo e ela concorda com a cabeça – Estamos te levando para um lugar especial agora e vamos assistir ao pôr-do-sol juntos. – expliquei, ela logo se anima.

Assim que chegamos e ela viu que estávamos em uma campina, era impossível não ver a animação dela. Seus olhinhos brilhando, suas mãozinhas apertando a barra da saia azul que usava, era incrível vê-la daquele jeito. Descemos do carro Peeta segurou sua mãozinha já começando a andar com ela enquanto eu pegava a bolsa. Sabia que para ele estava sendo um sonho passar esse tempo com Belle e isso me fazia sorrir.

Estendemos uma toalha na grama da campina e sentamos com uma Belle ansiosa no nosso meio.

– Falta alguns minutos. – avisou Peeta para Belle que estava com os olhos grudados no horizonte.

Esperamos mais ou menos cinco minutos e então, começou a acontecer. As cores do céu mudando, identifiquei rosa, laranja que é a favorita de Peeta, amarelo…Peeta passa os braços por nós duas, nos abraçando e ali, abraçada com os dois assistindo aquele pôr-do-sol maravilhoso, eu tenho uma certeza:

Nós vamos nos dar bem como família.