O Alvorecer De Um Novo Sol escrita por Marimachan


Capítulo 44
Capítulo 41 - Arco Niger Flower: O Yete De Cabelo Azul


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! ^^
Finalmente vamos saber mais sobre o que está acontecendo com os nossos piratas. =D
Capítulo sem flash back e bem gorduchinho porque preciso seguir com a história ou vai acabar One Piece e não terminei minha long! jkdgfsjdg'
Boa leitura! ;)



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Cadeias Montanhosas, Niger Flower

E lá estavam os Pirates of King a procura de seu capitão. De novo.

― Mas que droga! Por que eu tive que aceitar ser nakama de um capitão tão idiota?! ― a atiradora resmungava alto pela décima vez desde que Seion desaparecera da vista deles novamente.

― Me faço a mesma pergunta desde os seis anos, Ayssa. ― sorriu divertido o mais velho do bando, também falando alto porque do barulho que o vento fazia.

― Como vocês o aguentam por tanto tempo? ― retrucou mais uma vez a morena.

― Acho que você sabe a resposta, Ayssa. ― a jovem loira fora quem respondera em meio a um sorriso, o que fez a outra suspirar derrotada.

― A conversa está linda e emocionante, mas acho melhor procurarmos abrigo. A tempestade de neve está ficando pior. Parece que vem uma nevasca feia por aí. ― Nara advertiu, quase gritando. O vento havia piorado. ― Vamos voltar um pouco, havia uma caverna ali atrás.

― Mas vamos deixar o Seion por aí? ― questionou preocupada a médica.

― A Nara tem razão. Se não nos abrigarmos, vamos acabar soterrados no meio dessa neve toda. ― Ken concordou com a espadachim, mesmo que também exalasse preocupação.

― Tudo bem, mas onde exatamente fica “ali atrás”? ― gritou a atiradora. ― Não consigo saber o que é Norte e Sul no meio dessa ventania.

― É por aqui! ― Nara os chamou, dando meia-volta e tomando a frente do grupo.

Ao contrário de seu pai, seu senso de direção era perfeito, assim como sua memória afiada. Provavelmente traços que herdara da mãe. Com certeza, ela era uma mistura perfeita de seus pais.

Todos os três a seguiam, andando com muita dificuldade pela neve. A cada passo dado, eles atolavam até o joelho no gelo. O vento permanecia zumbindo alto e soprando forte, fazendo com que eles quase fossem carregados. O corpo já estava tão frio que não sentiam absolutamente nada por conta da dormência. E aquilo só parecia o começo, porque a nevasca ficava cada vez pior e mais problemática. No momento, a melhor opção era realmente encontrar abrigo ou então estariam soterrados antes de perceberem.

Depois de andarem alguns metros, que mais pareciam ter sido quilômetros a fim, finalmente chegaram à caverna citada pela espadachim. Assim que se aproximaram da entrada da mesma, correram para dentro. Não parecia ser uma abertura tão profunda, mas seria muito útil para abrigá-los já que tinha espaço o suficiente para, no mínimo, mais quinze pessoas ali.

― Ainda bem que a encontramos... Estaríamos ferrados se permanecêssemos por mais dois minutos ali fora. ― Ayssa comentou retirando a neve de sua roupa, enquanto assistia a nevasca finalmente chegar a seu auge pela abertura da caverna.

― Será que o Seion vai ficar bem? ― Issa perguntou temerosa. Não gostava da ideia de seu amigo enterrado na neve.

― Ele vai dar um jeito. Não precisamos nos preocupar. ― Ken sorriu para a amiga, tentando confortá-la, mas na verdade estava tão desesperado quanto.

― Esperamos que sim... ― dessa vez fora Ayssa que desejou apreensiva.

Depois disso eles com certeza perderam a noção do tempo que ali permaneceram. Ken e Issa acabaram adormecendo num canto ― próximo a fogueira que arranjaram com a pouca madeira que tinha pelo local e os fósforos que Ken possuía no bolso ― meia hora depois de chegarem ali. Ayssa forçava a vista para não ter o mesmo destino dos amigos, porque aquele frio e o silêncio que se instalara no ambiente por tantas horas haviam deixado-a realmente sonolenta. Nara era a única que permanecia muito bem acordada.

Desde que se abrigou na caverna, a morena sentara num canto da mesma e permanecera silenciosa, sem soltar uma única palavra. Nem mesmo quando Ken implicou com ela sobre o fato de não saber cuidar direito do amigo ela revidou. Apenas ignorou e permaneceu inerte em seu mundo fechado. É claro que estranharam o comportamento, mas o atribuíram à preocupação com Seion. Desde então acharam melhor deixá-la quieta.

E na verdade, não estavam errados. O motivo de Nara estar se comportando daquela forma era exatamente seu “primo”. Estava preocupada e angustiada com a possibilidade de Seion estar exposto àquela tempestade, além de seriamente irritada consigo mesmo pelo simples fato do cozinheiro esquentadinho estar certo. Mesmo que fosse cerca de apenas dois meses mais velha que Seion, ele era sua responsabilidade desde pequenos. Ela tomara essa responsabilidade para si.

Nara tinha plena consciência de que acontecendo algo àquele garoto, sua família inteira entraria em um estado irreversível de escuridão. Mesmo não tendo conhecido o bando dos Chapéus de Palha antes de Mokey D. Luffy falecer, ela sabia que a essência daquelas pessoas estranhas e malucas, as quais amava tanto, era exatamente a mesma. Assim como também tinha conhecimento do motivo disso.

Mokey D. Seion.

Querendo ou não, os Mugiwaras se agarraram à existência do garoto de uma forma desesperada e totalmente dependente. E ela não os culpava por isso. Percebia o quanto seu falecido “tio” era importante para aquela família e admitia que o destino tinha sido extremamente severo na forma como o tirara da presença de seus nakamas. Somente de saber que seu pai ― aquele que ela sempre vira como uma espécie de ser inabalável ― mudara completamente o seu comportamento por dias depois da morte do amigo, já a exemplificava como aquele homem fora especial para todos em sua família. Ter conhecimento da existência de Seion, alguns dias depois, fora a luz a que todos eles se agarraram.

A morena sorriu pela primeira vez em horas.

Aquele idiota já emanava todo o tipo de boas sensações desde o ventre da mãe. Um idiota carismático e atrapalhado que havia tirado da escuridão sua família e nem mesmo o percebera.

Realmente, não se perdoaria caso alguma coisa acontecesse com o amigo.

Por um momento então saiu de seu devaneio, percebendo que o vento havia parado de rugir e a neve quase não caía mais. Olhou para os lados e viu os outros três dormindo em sono profundo. Parece que até mesmo a atiradora não conseguira resistir à sonolência. Levantou e caminhou até eles.

― Acordem seu preguiçosos de merda! ― gritou próximo aos amigos. Não é porque estava preocupada que deixaria de ser a Nara. Muito pelo contrário.

― Droga, Nara! ― o jovem cozinheiro xingou. ― Poderia ser menos escandalosa?!

― Como ousa me acordar assim?! Espadachim mimada! ― era a vez da atiradora reclamar.

― Gente! A tempestade parou! ― Issa chamou a atenção do grupo, estava na entrada da caverna. ― Podemos voltar a procurar o Seion!

― Foi pra isso que acordei vocês. Idiota. ― retrucou enquanto caminhava de cara feia em direção à médica. ― Estão esperando o quê?! ― gritou irritada por ver os três parados e seguiu para fora.

― Garota irritante! ― Ayssa xingou antes de seguir a morena, junto dos outros dois.

―X―X―X―X―

Já estava escurecendo quando os quatro amigos continuavam a caminhar pela neve. Estavam cansados e ainda mais preocupados do que antes. Mesmo depois de tantas horas à procura do capitão, não encontraram um único sinal do mesmo. A preocupação e angústia eram palpáveis entre o grupo e Nara permanecia de frente dos mesmos, tentando não pensar no pior ― o que por sinal a deixava cada vez mais assustada com a alta probabilidade de ser a realidade.

― Pessoal... Está ficando escuro... ― a atiradora quebrara o silêncio macabro.

― Sim. ― concordou o loirinho. ― Se não encontrarmos o Seion logo vai ficar de noite e aí não poderemos fazer mais nada até amanhã.

― Olha! Uma casa! ― Issa apontou à frente, surpreendendo os companheiros.

Realmente havia uma casa ao longe. A luz acesa nas janelas evidenciava que era habitada.

― Vamos até lá. Talvez possamos pedir ajuda. ― Ayssa sugeriu mais animada. Issa e Ken logo concordaram, mas Nara demorou alguns segundos mais para fazer o mesmo, embora tivesse aceito logo depois, por insistência dos amigos.

Caminharam um pouco mais e ao se aproximarem o bastante da moradia, Nara ficou em alerta para qualquer coisa estranha que aparecesse. O que realmente não demorou muito para acontecer e então logo em seguida o grito de Ayssa pode ser ouvido.

― MAS QUE PORRA É ESSA?!

A sombra gigante havia acabado de pousar em frente à casa e sua carranca não era de alguém feliz.

― Mas o que... ― as palavras não saíam da boca da médica. Ken permanecia petrificado, tentando entender o que era aquele monstro, enquanto Nara já sacava suas espadas.

― Que diabos é isso? ― a morena perguntava para si mesma, pasma, ao mesmo tempo em que se preparava para a defesa. ― Existe mesmo esse tipo de monstro? ― se questionava desacreditada.

― Inimigos devem ser eliminados. ― a voz grossa e sombria saiu da boca do monstro gigante.

― Ele fala?! ― gritou a atiradora, ainda histérica.

― É claro que falo! O que vocês pensam que eu sou?! ― devolveu o monstro peludo, com uma careta junto da veia que saltava em sua têmpora. Estranhamente ele havia se irritado com o comentário.

― Como assim o que você é, seu idiota?! Você é um monstro! Um Yeti! Um maldito, assustador e feio Yeti!

― Você me chamou de feio?! Escuta aqui sua pequena tripa seca, mais respeito!

― Tripa seca?! TU ‘TÁ TIRANDO UMA COM A MINHA CARA?! ― a garota avançou, encarando a cara do sujeito, espumando de raiva.

― Foi você quem começou! ― repetiu o gesto da atiradora.

Os outros três estavam sem palavras para a cena que presenciavam. Não era a toa que gotas de suor escorriam de suas cabeças.

― Oe! Que barulheira é essa aqui fora, Caleb? ― um senhor de meia-idade saíra de dentro da casa, acompanhado de quem aparentava ser sua mulher.

― Desconhecidos estavam invadindo a casa! ― o gigante peludo respondeu.

― Nós não estávamos invadindo a casa de ninguém! ― dessa vez era Nara que retrucava irritada.

― Estavam vindo para cá! Então iriam invadir! ― o monstro rebateu e então de um Homem das Neves grande, peludo e assustador passou a ser um jovem rapaz de cabelos azuis escuros e pele alva.

Embora tivesse ficado muito mais atraente, a carranca emburrada não havia se desfeito.

― Então você é um usuário! ― a jovem médica constatou o óbvio, ainda abobada com a cena e ― por que não ― com a beleza do rapaz.

― Não! Sou um príncipe encantado que foi amaldiçoado por uma bruxa! ― ironizou.

― Grosso! ― a loirinha inflou as bochechas, cruzando os braços, emburrada. Era difícil vê-la ficar assim e realmente muito fofo.

― Ok, ok... ― o senhor interrompeu o filho antes do mesmo responder malcriado. ― Primeiro, quem são vocês? ― assim como sua esposa, olhou os jovens com curiosidade, enquanto Caleb permanecia carrancudo.

― Nós somos...

― Oe! Ossan! ― um jovem moreninho saía da casa, deixando os Pirates of King pasmos. ― O que aconteceu? O-ho! Pessoal! Vocês estão bem! ― Finalmente parecia ter se dado conta da presença de seus amigos.

― SEU GRANDE IDIOTA. O QUE VOCÊ ‘TÁ FAZENDO AQUI?!!! ― Nara gritou já voando em cima do “primo”, tentando espancá-lo. ― Tem noção de que pensávamos que você estava morto?!

― Ai, ai, ai,ai, Nara! Para de me bater! ― o mais novo pedia enquanto tentava se proteger dos tapas e socos que a espadachim desferia. ― Eu estou bem! Para com isso! ― pediu bravo, finalmente pegando pelos braços da “prima” e parando o ataque, para em seguida se afastar alguns passos. ― Ao menos estava até ser espancando. ― esfregava a cabeça, sentindo a dor dos golpes.

― Mas nós não sabíamos! Você nos deixou preocupados, idiota! ― Ayssa agora era quem xingava-o, com Ken concordando.

No entanto, não demorou muito para sentir os braços de Issa e, por mais incrível que pareça, de Nara.

― Estou tão feliz de saber que você está vivo! Realmente ficamos muito preocupados. ― a loira comentou, apertando forte o amigo.

― Eu também tava preocupado com vocês. ― respondeu gentil enquanto retribuía o abraço duplo.

― Nunca mais faça isso, seu imbecíl. ― Nara sussurrou, realmente aliviada e então se desvencilhou, seguida de Issa. ― Tem noção do que a toa Nami faria comigo caso alguma coisa tivesse acontecido com você?! Aliás, do que o bando inteiro faria?! ― voltava a se irritar, desferindo um cascudo bem dado na cabeça do moreninho que passou a resmungar de dor novamente.

― Desculpa. Eu me perdi de vocês! ― pediu fazendo bico.

― Então parece que estes são os amigos dos quais estava falando, não é mesmo, Seion-kun? ― a mulher se pronunciava na conversa pela primeira vez. Tinha uma voz doce e gentil.

― Sim, Ino-san! Eles são meus nakamas. Não precisam se preocupar. ― sorriu abertamente, sendo retribuído por ela e seu marido.

― Por que não disseram de uma vez? Eu não os teria atacado se soubesse! ― Caleb reclamou de forma grosseira.

― Você é realmente um amor de pessoa, não é? ― Issa comentou ironicamente. Aquele jeito nada gentil do rapaz a tiravam do sério. Ele era pior que Nara e Ayssa. Juntas!

― Não pedi pra gostar de mim. Estou pouco me ferrando pro que você acha. ― respondeu novamente de forma ignorante.

― Ora, seu... ― ela avançou pra cima do jovem.

― A Issa está realmente de TPM, não é? ― Ayssa comentou abismada pela reação da amiga, enquanto Ken segurava a mesma que se esperneava.

― Não estou de TPM! É apenas ele que consegue me tirar do sério. ― retrucou de cara feia, parando se debater, fazendo com que o amigo a soltasse.

― Vocês chegam agora e já vão me xingando assim? É bom que durmam aqui fora mesmo!

― Caleb. Pare com isso. ― o pai ordenou, sério.

― Vocês nos desculpem, mas é que ele não é um garoto muito amigável à estranhos. ― a mãe pedia suspirando. Seu filho nunca mudava.

― Que nada! Ele é um cara legal! ― Seion afirmou, novamente sorrindo. ― Eu só não te aconselho a mexer com ela. ― o capitão apontou para a espadachim, que permanecia calada e de braços cruzados, observando a confusão com tédio. ― A Issa não vai te matar. O Ken vai querer brigar, mas também não te mata. A Ayssa só grita um bocado, mas não é assassina. Já a Nara... Bem, é realmente melhor não perturbá-la. ― comentou debochado.

― Você quer morrer?! ― a espadachim ralhou com uma veia saltando, colocando a mão sobre a espada.

― Viu? Ela é realmente assustadora. ― ele continuou implicando, fazendo Ken ter que segurar mais uma de suas amigas.

Os dois senhores riram e logo em seguida os convidaram para entrar e passar a noite por lá. Não era seguro ficar pelo meio daquelas montanhas durante a noite, existiam animais selvagens e perigosos, além da possibilidade de mais uma nevasca acontecer. Os garotos aceitaram o convite e então entraram na casa, sendo muito bem recebidos pela família ― exceto por certo jovem mal-humorado.

O casal perdeu a conta de quantas discussões e brigas já haviam ocorrido entre os próprios tripulantes e entre os mesmos com seu filho, mas no final de tudo todos acabavam rindo e voltavam a conversar. Era um grupo bem animado e com certeza seria uma noite divertida.

Enquanto isso, lá fora, alguém permanecia de pé, ao lado do celeiro, observando pelas janelas a interação dos Pirates of King com a família de agricultores.

― Senhor, constatado. Mokey D. Luffy possui um filho. Como devo proceder?

― Elimine-o. ― a voz grossa do outro lado do Den Den Mushi soou sombria. ― Sem deixar vestígios.

E o barulho do dardo pôde ser ouvido pelo subordinado. Mais um alvo estava marcado.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Gostaria muito de saber a opinião de vcs. ^^
Até mais! :3