― Nara! Nara! Nara! Acorde! Nara! – Seion sacudia a menina bruscamente, animado. ― Vamos, acorde! Você tem que ver isso!

― Pare de azucrinar, Seion! São seis da manhã de um sábado!

― Incrível como você conseguiu raciocinar isso tão rápido com essa preguiça. – debochou. A morena tampou seu rosto com o travesseiro e virou para o lado, tentando ignorar os gritos insistentes do amigo. ― Deixa disso, Nara! Anda logo! Levanta!

Vendo que não teria sucesso continuar com aquilo, entretanto, suspirou frustrado. Assim que se virou para sair do quarto da amiga, porém, encontrou outra solução. Seguiu até a janela e em um movimento rápido abriu a cortina, permitindo assim que o Sol entrasse brilhante no quarto que antes estava totalmente escuro. Ouviu Nara resmungando alguma coisa como “idiota” e se virando pro outro lado. O garoto então subiu na cama, ficando nela de pé.

― Acorda logo, sua preguiçosa! – o moreninho pulava com entusiasmo sobre o móvel, fazendo Nara ficar ainda mais furiosa. Ainda não satisfeito, ajoelhou ao lado da amiga e a empurrou, fazendo-a rolar e cair sobre o tapete no chão. Mesmo sendo bastante fofo, o baque foi ouvido com clareza por ambos.

― Seu idiota! Como se atreve a fazer isso?! – imediatamente se sentou com um olhar assassino. No entanto, Seion não parecia se importar com a irritação da amiga. Muito pelo contrário, gargalhava alto, fazendo sua barriga doer.

― Você está com uma cara péssima. – zoou a morena que então se levantava pronta para atacá-lo. Percebendo o perigo, Seion saiu correndo do quarto, ainda rindo muito, enquanto Nara rapidamente já o perseguia.

― Volta aqui, seu maldito! Eu vou acabar com sua raça, Seion! Considere-se um homem morto! – gritava furiosa, correndo atrás do primo de consideração.

Com a perseguição, ambos já estavam na cozinha, onde Zoro e Robin faziam o desjejum. O casal, no entanto, não parecia se importar com a correria em volta da mesa. Tomavam seu café tranquilamente, observando os dois jovens correndo.

― Você não é rápida o suficiente pra me pegar! – Seion provocava, se divertindo com o mau humor da garota.

― Não me provoque mais, seu idiota! Eu já estou puta o suficiente para te cortar em pedaços! – bradou realmente irritada.

Seion riu mais uma vez, deu mais uma volta na mesa e então parou de correr, pegando Nara, que o alcançara, pelo braço. Sorriu sapeca, encarando-a. Ambos estavam um de frente para outro e ela ainda tinha um olhar assassino.

― Viu? Você não conseguiu me pegar. – Seion viu sua “prima” se enfurecer ainda mais. Riu divertido com isso, soltando-a, e saiu correndo porta à fora.

― Te vejo no bosque! Você vai ficar impressionada com o Sunny Jr.!

Nara o observou sair, confusa com a informação.

― Sunny Jr.?

― Aparentemente Franky resolveu batizar o navio de vocês com o mesmo nome do nosso. – Robin explicou enquanto levava uma xícara de chá à boca.

― Oh! Entendi. – parecia pensativa sobre o nome. ― Aliás, bom dia. – sorriu para os pais.

― Bom dia. – ambos responderam juntos, embora a filha já houvesse seguido para o banheiro sem esperar o retorno de seu cumprimento.

― Por que ela dá bom dia se não espera a resposta? Aliás, porque ela é louca dessa forma? – Zoro questionou Robin.

― Porque ela é nossa filha. – respondeu simplesmente, continuando a tomar seu chá.

O espadachim pareceu pensar na resposta.

― Faz sentido. – concluiu, voltando a ler o jornal em suas mãos.

Coisa que surpreendera Robin assim que ele o pegou em mãos.

Ele nunca lia o jornal.

(...)

Não existia grandes diferenças do Sunny original. Era uma cópia quase perfeita, com alguns poucos detalhes diferentes.

Depois de trabalhar nele com muito empenho, Franky finalmente entregava o Sunny Jr. a seus “sobrinhos” e amigos deles. A ideia de fazer um navio tão parecido com o Sunny foi por simplesmente achar que o Thousand Sunny deveria ser homenageado. E ninguém melhor para navegar um navio tão especial do que aqueles quatro.

O ciborgue tinha consciência de que Seion trilharia os mesmos caminhos do pai. Torcia para isso. O garoto lembrava seu capitão em absoluto. A inocência, a sinceridade, a lealdade, o sorriso sempre iluminador, a áurea alegre que contagiava todos à sua volta, os gostos estranhos, a constante façanha de sempre se divertir com tudo o que acontece... a determinação. Características que definiam Luffy e agora também definiam seu filho. Ainda que Seion tivesse bastante influência de sua mãe em alguns aspectos, como agir com um pouco mais de normalidade que seu pai nas situações do cotidiano e tivesse herdado os talentos da ruiva, não tinha ninguém mais adequado para herdar aquele Chapéu de Palha.

― E então? Não é incrível, Nara?! – Seion dizia animado, enquanto observavam a embarcação. Ele, Nara, Issa, Ken e os Mugiwaras estavam no costão rochoso que havia ao final do bosque. O navio já estava na água.

― Uau... É realmente incrível! Você fez um trabalho perfeito tio Franky! – a morena também se impressionava com o mais novo navio da tripulação. Assim como Issa e Ken, que também permaneciam observando o Sunny Jr., maravilhados.

― Au! Eu dei o meu melhor! – Franky agradeceu feliz por conseguir impressionar os garotos.

― Franky-san! Podemos entrar no navio? Eu quero ver tudo de perto! – Issa pediu animada.

― SUPER claro que sim. O navio é de vocês! – permitiu, vendo os quatro imediatamente correndo em direção às escadas que havia na borda do navio. Estavam loucos para explorá-lo.

― Eles parecem realmente felizes. – Nami comentou sorrindo ao ver o filho e os outros três correndo pelo navio, tentando conhecer toda a estrutura e cômodos do mesmo.

― Isso também me deixa feliz. Eles já decidiram qual será o nome do bando? A Jolly Roger... – o ciborgue questionou.

― Não sei dizer. – respondeu pensativa.

Usopp então caminhou até o navio, subindo no mesmo, sendo seguido por seus antigos companheiros que ficaram curiosos com a iniciativa do moreno.

― Oe! Vocês! Venham cá! – o narigudo gritou, chamando os garotos que estavam no deque mais alto do navio. Os quatro se aproximaram. ― Vamos desenhar a bandeira de vocês! – anunciou animado.

― Vocês já decidiram como será? – Sanji foi quem perguntou.

― Vejamos... nosso capitão é um espadachim com um chapéu de palha. Uma mistura do capitão de vocês com o Zoro-san. Acho que é por aí. – Issa brincou.

― Huuummm. Vejamos... – Usopp parecia pensativo.

Parecendo ter uma ideia, se abaixou sobre a bandeira branca que estava espalhada no chão. Depois de alguns minutos, o desenho já estava pronto e então foi apresentado.

― Pronto! E então? O que acharam? – exibiu a Jolly Roger, orgulhoso.

Era de certa forma realmente uma mistura de Zoro e Luffy. A caveira sorridente muito parecida com a dos Mugiwaras. Essa, porém, tinha três espadas ao fundo, substituindo os costumeiros ossos. Duas cruzadas verticalmente e uma atravessando as anteriores. Todas sob o crânio.

― Ficou exatamente como a Issa disse! – Ken riu divertido, seguido de todos os outros presentes.

― Eu gostei! Vai ser essa mesma! – Seion disse animado.

― Ótimo! Então agora vou desenhar nas velas. – Usopp logo começou a trabalhar, com a ajuda dos outros.

Enquanto desenhavam a Jolly Roger do mais novo bando pirata, os Mugiwaras se divertiam com brincadeiras e deboches entre si. Bastante descontraídos, pareciam realmente estarem felizes pelo grupo de amigos que em breve começaria sua jornada de aventura. Principalmente, pelo capitão da nova tripulação ser alguém como quem era.

O nome que dariam ao bando foi decidido mais tarde. Depois de muitas sugestões, algumas que faziam algum sentido outras nem tanto, chegaram finalmente a uma conclusão. Eles seriam os Pirates of King.

Por quê?

A lógica foi algo meio maluco que surgiu da cabeça de ninguém mais ninguém menos que o próprio atirador narigudo. Na visão de Usopp, e provavelmente de todos os outros Mugiwaras, aqueles quatro e os futuros nakamas que conquistassem dariam continuidade à jornada do bando. Até porque, não demoraria muito para o mundo acabar descobrindo que aquele garoto era filho de Mokey D. Luffy. Então... nada mais justo do que aqueles garotos serem os piratas do rei! Aqueles que dariam continuidade a seu legado e sua história.

Aqueles que fariam seu próprio nome nos mares, mas que também não deixariam jamais o nome Chapéu de Palha ser esquecido.