Please Stay With Me escrita por Biamk


Capítulo 6
Passeio de Moto


Notas iniciais do capítulo

Desculpem alguns erros, sem tempo pra corrigir...
Beijos, espero que curtam...



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Ele começou a tocar, sentado em um banquinho de madeira, minha nossa, como tocava. Seus dedos dedilhavam com segurança cada corda, emitindo um som tranqüilizante que fazia eu esquecer de todos os meus problemas. Logo meu professor o acompanhou, e eu me arrepiei, não sabia os efeitos que os acordes de guitarra me causavam. Ele começou a olhar para as cadeiras, e logo que me viu, aquele sorriso satisfatório se transformou em uma exibição de dentes, aberta de domingo a domingo. Que vergonha, maldito seja você, destino, que sempre me coloca nesses momentos constrangedores que me fazem querer enterrar a cabeça no primeiro buraco que aparecer. Deslizei meu corpo na cadeira, na esperança de permanecer invisível. Mas, antes que desaparecesse de vez de seu campo de visão, ele gritou:

Andrew: Ei Riley, por quê não chega mais perto?

Todos os olhares se voltaram para mim, e meu coração explodiu de vez. Caramba, Andrew. Que direito você tinha de fazer isso? O pior, é que apenas tinham se passado 5 minutos, mal via a hora de sair daquele teatro e ir pra casa enterrar minha cabeça no travesseiro e gritar até adormecer. Cochichos começaram a surgir e eu não tive onde me esconder. Logo, o professor voltou a tocar, abafando o som das vozes debochadas e risadinhas. Todos voltaram a atenção para a música, mas Andrew não tirou os olhos de mim em nenhum momento. Seu olhar era possuído pela preocupação, estava claro que ele não tinha entendido nada do que aconteceu. Provavelmente, agora entendia a merda que tinha feito, e graças a ele eu seria motivo de fofoca por no mínimo três dias. Claro, não me importava com o que diziam sobre mim, o problema maior é eu não poder enfrentar todos eles do lado de quem sempre me apoiou. Jannie devia estar dormindo agora, ou tomando café enquanto passeava pela cidade.

Tateava o meu bolso a procura do celular, mandaria uma mensagem para Jannie, eu precisava de uma palavra dela, para me sentir segura.

"Jannie, eu preciso de vc aqui cmg... Minha vida virou de cabeça para baixo."

Estava pronta para enviar, quando lembrei-me do que ela disse na carta, que bastava eu mandar uma mensagem de texto pedindo ajuda, que ela voltaria correndo. Eu não queria isso, ela estava feliz lá em Los Angeles, não queria tira-la do seu sonho, seria egoísmo.

Apaguei a mensagem, e a reescrevi.

"Jannie, tenho tanta coisa pra te contar. Saudades."

Enviei. Logo que a mensagem foi dita como entregue, o sinal sinalizou o fim da aula, e todos partiram para fora do teatro, menos Andrew e meu professor.

Prof.: Andrew, arruma as coisas, ainda tenho uma aula hoje, tem frango na geladeira.

Achei cômico a última frase, lembrei de minha mãe avisando ter quentinha no microondas.

O Professor saiu do teatro, e eu permaneci sentada na cadeira, esperando Andrew sair também. Evitando contato visual, ouvi sua voz:

Andrew: Desculpe, se fiz alguma coisa que não devia.

Riley: Podia ter fingido que não me conhecia, afinal, não me conhece mesmo.

Eu disse pegando minha mochila e colocando em apenas um ombro, fui caminhando pelo corredor entre as cadeiras, me aproximando cada vez mais do palco onde ele estava.

Logo que já estava aos pés do palco, ele estendeu a mão para me ajudar a subir. Ficamos de frente um pro outro, enquanto ele procurava as palavras certas para responder.

Andrew: Mas eu te conheço, você é Riley Street.

Fiquei meio atordoada por ele ainda saber meu sobrenome, mas o retruquei:

Riley: Só porque sabe meu nome não significa que me conhece, por favor, nas próximas sextas-feiras que nos veremos, finja que nunca me viu na vida, porquê eu vou fingir.

Andrew: Qual o problema de nos conhecermos?

Ele começou a guardar as guitarras dentro de suas caixas, pela primeira vez, reparei em sua roupa. Ele usava uma camisa cinza, e calças jeans rasgadas, com uma blusa quadrilhada de vermelho e preto amarrada na cintura, seu tênis era um all star velho e rasgado, nunca achei esse estilo de garoto muito interessante, sempre os julguei como marginais skatistas, mas pela primeira vez, vi alguém o vestindo de forma atraente.

Riley: Só... me esqueça, por favor.

Disse, com uma expressão sincera nos olhos, mas por dentro, não sabia se queria mesmo que ele me esquecesse, mas era o melhor a se fazer, para evitar boatos maldosos.

Dei as costas, mas ele murmurou alguma coisa por trás de mim, enquanto observava o fecho de uma das caixas de guitarra.

Andrew: Riley.

Virei-me, e ele erguiu o olhar para mim. Aqueles olhos incrívelmente castanhos, destacados pelo cabelo levemente encaracolado cor de mel. Senti pena ao notar sua expressão magoada estampada no rosto.

Andrew: Posso te visitar? Hoje?

Fiz que sim com a cabeça, por impulso. Não devia ter feito isso, mas aquele olhar me forçou, senti-me como se estivesse abandonando um filhotinho no meio da rua, e ele me olhasse com piedade. Só me dei conta do que havia feito quando saí do teatro, eu havia mesmo convidado um garoto para casa? E afinal, ele ainda sabia onde eu morava? Saí da escola com esse pensamento batendo na cabeça, que horas ele iria? Apenas havia dito "hoje" e nada mais. Agora eu passaria o dia arrumada dentro de casa, esperando uma visita que eu nem sabia se viria mesmo. Ah, Andrew, prevejo que você trará muitos problemas pela frente.

Quando saí da escola, notei que havia perdido o ônibus, e eu não teria Jannie para me dar carona. E agora? Iria á pé e gastaria o resto do dia para chegar em casa, ou pediria carona para um estranho e correria o risco de ser morta? Sentei em um dos bancos do pátio e fiquei observando a rua, pensando em como eu faria para voltar. Minha mãe não tem carro, é perigoso pedir carona, e não tinha dinheiro para pedir um taxi. A escola já estava vazia, todos os alunos já liberados haviam ido para casa, e todos os que ainda tinham aula estavam na sala. Eu estava sozinha quando ouvi o barulho das portas da escola se abrindo, provavelmente seria algum professor indo embora, eu podia pedir carona, se não fosse abusar demais.

Quando me levantei, vi que era Andrew, com um capacete na mão. Me perguntei onde havia deixado as caixas de guitarra, então ele notou minha presença. Voltei depressa para o banco onde estava sentada, esperando ele não ter me reconhecido de longe. Estava enganada mais uma vez, ele caminhou até mim e jogou o capacete no meu colo.

Andrew: Suponho que precise de uma carona

Riley: De moto?

Andrew: Algum problema?

Riley: É meio perigoso, não?

Andrew: Só vai descobrir se tentar, vamos. Eu te deixo em casa sã e salva.

Pensei um pouco o que eu deveria fazer, queria muito aceitar, mas se minha mãe visse eu chegando em casa com um cara de moto, ela teria um ataque. Mesmo assim, peguei o capacete e coloquei na cabeça.

Ele coçou a cabeça e foi até mim para deixar o capacete da maneira correta, talvez eu tenha colocado meio torto. Ele exibia um sorriso puxado, como se evitasse rir de como eu sou desajeitada.

Riley: Você não vai ficar sem capacete?

Andrew: Tem outro na moto.

Ele foi caminhando até a frente da escola, e subiu na moto, colocando o capacete e batendo com a palma da mão na garupa, pedindo para eu subir. Hesitei um pouco, mas subi e agarrei seu peito com força. Ele arrancou com a moto, me fazendo gritar, não de medo, mas de animação. Como as pessoas gritam quando vão em uma montanha russa, ou em uma queda de paraquedas. O vento batia em meu corpo, fazendo minha roupa voar. Minha mochila começou a descer do meu ombro, e tive um pouco de medo de soltar meus braços do corpo de Andrew, mas segurei firme com a direita, e usei a esquerda para coloca-la no lugar. Então a adrenalina subiu em mim, e eu soltei as duas mãos, e as ergui no ar, me sentindo Rosie, de titanic. Caramba, eu nunca mais voltaria a andar em um veículo de quatro rodas depois de experimentar essa maravilha.

Não demorou muito e chegamos à casa, o único problema é que não era a minha casa. Era a dele.

Riley: Por quê me trouxe à sua casa?


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