Please Stay With Me escrita por Biamk


Capítulo 3
Capítulo 3 - O Garoto do Guarda-Chuva


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!



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Minha mãe estava na sala, fazendo as unhas do pé. Parece que ela decidiu pinta-las de vermelho... de novo. Passei por trás do sofá onde ela estava com a Tv ligada na MTV, ela ouviu o barulho da porta fechando e me cumprimentou.

Mãe: Oi filha, veio com a Jannie?

Riley: Sim, tem jantar?

Mãe: Esquentei uma quentinha de ontem, está no microondas.

Riley: Falou.

Abri o microondas e vi minha quentinha. Que delícia. Difícilmente minha mãe trazia quentinha, e quando trazia, era um banquete. Nunca soube da existencia de comida tão gostosa quando quentinha. Certo, é requentada, mas muito melhor que o arroz grudado e a carne salgada da minha mãe. Sentei e comecei a comer, logo ouvi a campanhia tocando.

Riley: Atende, mãe. Eu to comendo.

Mãe: Não posso andar, as unhas estão secando.

Vou perder a concentração na quentinha.

Riley: Já vou.

Me levantei e fui até a porta. Logo que abri, ele estava lá. Max, o pegador, o jogador profissional, o mais desejado por todas as meninas, e, claro, o ex-ficante de Jannie. Notei que estava com uma proteção em volta do pescoço, segurei firme minha gargalhada, não queria magoar o garoto mais do que sua expressão demonstrava estar. Mas afinal, o que ele fazia na porta da minha casa?

Max: Quem é você? Essa é a casa da Jannie?

Claro. Por quê ainda me surpreendo por ele não saber quem eu sou, sendo que estudamos na mesma sala da história, e por ele estar procurando à Jannie, não à mim?

Riley: Sou Riley, a melhor amiga da Jannie. A casa dela é no próximo quarteirão.

Max: Me leve até lá.

Ele ordenou, olhei-o com uma sobrancelha erguida, afinal, ele achava que mandava em mim?

Max: Por favor.

Senti tanto sofrimento em seus olhos que decidi ajuda-lo. Olhei para o céu para verificar se a chuva havia acabado. Sim. Eu avisei à minha mãe que iria até a casa de Jannie. Fiquei me sentindo mal por ter abandonado minha quentinha sobre a mesa, mas eu sabia que Jannie ficaria feliz por eu ter levado Max até ela.

Caminhamos um do lado outro em ritmo calmo, mas notei pelos meus olhares atravessados que ele estava nervoso. Talvez quisesse que eu acelerasse mais um pouco, e foi o que fiz, contagiada por seu nervosismo. Seguimos todo o trajeto em silêncio, o único barulho que eu pude ouvir era o da respiração ofegante de Max.

Chegamos na casa, ia entrar na escada, como sempre fazia, mas como estava acompanhada de Max, fiquei com receio de encontrar Jannie saindo do banho ou algo do tipo. Ela me mataria. Toquei a campanhia como pessoas normais, sua mãe atendeu.

Sra. Downley: Riley, meu amor. O que faz aqui? Quem é este rapaz?

Riley: Vim falar com Jannie um assunto da escola, este é Max. Meu primo.

Não sei se ela acreditou muito, afinal, eu e Max tinhamos aparências completamente diferentes. Ele era loiro e alto, tinha o porte grande, estilo jogador de futebol americano, e possuia algumas sardas debaixo dos olhos. Já eu, era morena, baixinha, e não possuia nem 10% da beleza de Max. Claro, existem primos diferentes, mas o comum são primos identicos.

Sra.Downley: Certo, prazer. Sou a mãe da Jannie. Vou avisar à ela que vocês estão aqui.

Ela se distanciou, e eu murmurei para Max:

Riley: Não precisa agradecer.

Alguns minutos depois, Jannie apareceu sorridente, mas logo que viu Max ao meu lado, permaneceu séria.

Jannie: Que merda é essa?

Riley: Deixa ele explicar.

Max: Jannie, preciso conversar com você.

Jannie olhou para ele, nervosa, não sabia se aceitava.

Jannie: Entrem.

Ele deu um passo, mas exitou.

Max: À sós.

Riley: Hein? Eu te trouxe até aqui, agora quero entrar também.

Max: Por favor.

Olhou para mim com olhar tenso, mas eu não caíria naquele teatro novamente. Fiquei indignada.

Riley: Jannie.

Falei em um tom agudo, como se esperasse que ela brigasse com ele por ter dito isso.

Jannie: Entra Max.

Foi tudo o que ela disse. "Entra Max". E fechou a porta, fiquei alguns segundos observando a porta fechada a centímetros de meu nariz. Logo senti gotas de água caírem sobre meu corpo. Iria voltar a chover, o pior é que eu não havia levado nada me proteger do temporal que começaria. Andei em direção à minha casa, em passos lentos, pois, desastrada como eu, levaria um tompo na primeira poça que se formasse em meus pés. A rua estava vazia, meu bairro não era muito frequentado, o maior ponto de lazer dele é uma praça e um shopping ao ar livre, que sempre estava vazio. Atravessei a rua, e senti alguém me observando. Meu campo de visão estava limitado devido à chuva. Pensei ser apenas impressão, e continuei a seguir meu caminho. Logo, ouvi um barulho em uma lata de lixo atrás de mim, me espantei, mas logo saiu um gato de lá, e, ao se deparar com a chuva, se assustou, e correu, passando por debaixo das minhas pernas e, como eu previa, acabei escorregando. Já estava pensando em como acalmaria minha mãe pelo fato de chegar toda ensopada em casa. Mas algo, ou melhor, alguém, me segurou pelo antebraço antes que eu me espatifasse no chão. E o melhor, esse alguém estava com um guarda-chuva. Depois de recuperar o equilíbrio e agradecer, olhei em seu rosto e me deparei com um garoto.

Garoto: Cuidado, está chuvendo.

Não queria ser grosseira com ele, mas tive que dizer:

Riley: Jura? Não notei.

Ele deu uma gargalhada, que fez eu sorrir com meu próprio comentário.

Garoto: Sou Andrew. Você é...?

Riley: Riley Street.

Andrew: Muito bem, Riley Street, cuidado com a street (rua).

Dei um sorriso simpático, já desejando sumir dali. Que cara mais... estúpido. Não sabia se ele queria que eu risse, ou se eu chorasse. Piadas mal contadas acabam com a beleza de qualquer um. Que, pelo que pude notar, ele tinha muita.

Andrew: Fique com o guarda-chuva.

Riley: Não precisa...

Andrew: Eu insisto. Não vou precisar dele, não me importo em pegar chuva.

Riley: Você pode adoecer...

Andrew: Então podemos dividi-lo.

Riley: O guarda-chuva?

Andrew: Sim. Ele é bem grande para nós dois, concorda?

Riley: Não quero te tirar do caminho para onde estava indo.

Andrew: Não estava indo à lugar algum, estou esperando meu tio resolver umas coisas no shopping, e vim dar uma volta.

Riley: Na chuva?

Andrew: Como eu disse, não me importo em pegar chuva.

Riley: Então tudo bem.

Disse em um tom de derrota.

Ele segurou o guarda-chuva sobre nossas cabeças, e caminhamos até minha casa. Ele ficou me perguntando coisas como: qual minha comida favorita. Eu não respondia nada com mais de uma palavra, estava muito sem jeito ao lado dele. Mas me peguei pensando em uma possibilidade: Será que estava flertando comigo? Mas, impossível, um cara com aquela aparencia devia ter namorada, ou pelo menos nunca olharia para uma garota como eu. Eu não tinha uma boa aparencia. Era uma pessoa simples ao extremo, tanto que chegava a ser invisível.

Quando finalmente chegamos à minha porta, ele agradeceu pela conversa, e eu agradeci pelo guarda-chuva. Então ele esperou eu entrar para ir embora, e logo que fechei a porta, olhei no olho mágico. Ele ficou sério, e pôs as mãos no bolso. Logo voltou a caminhar em direção ao shopping, sumindo de vez da minha vida, eu sabia que nunca mais o encontraria.


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