Folhas de Setembro escrita por Ekkie


Capítulo 4
Meu Erro


Notas iniciais do capítulo

Essa música é tão apaixonante



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Faziam cinco meses que Natsu não dava nem sinal de vida. Pelo menos não para Lucy. Era irônico que a pessoa que lhe disse que nunca a deixaria partiu logo que soube de sua doença. Sim, ela se sentia extremamente egoísta pensando que ele deveria ficar ao seu lado. Mas logo ele, que prometeu proteger seu futuro, fugiu ao saber que não poderia.

Quando te informam que uma doença terminal esta se espalhando pelo seu corpo, logo se imagina que receberá o apoio de todas as pessoas importantes. Agora, olhando da janela do seu quarto, as únicas coisas que lhe restam são as lembranças. Seus dias eram tão felizes, ainda lembrava do seu primeiro dia na guilda, antes disso, se lembrava perfeitamente quando acidentalmente se esbarrou com Natsu e Happy ao encontrarem o falso “Salamander”.

Um pequeno sorriso brotava no canto da boca ao pensar em todas as travessuras que aprontaram, todas as missões em que destruíram cidades, em todas as vezes que faltando o dinheiro do aluguel, ia completa-las com o mago do fogo.

Era tão jovem e inexperiente. Desde que saiu de casa sua vida passou tão rápido, porem não tinha do que reclamar. Nunca imaginava que iria viver tão intensamente.

Pela pequena fresta da cortina o céu brilhava. Tristemente, mas brilhava.

Mesmo querendo
Eu não vou me enganar
Eu conheço os seus passos
Eu vejo os seus erros
Não há nada de novo
Ainda somos iguais
Então não me chame
Não olhe pra trás

Quando se é uma garota de 17 anos o mundo é infinito. Não há nada que possa nos tirar o direito de sorrir nem de sonhar. Mas quando você cresce, mesmo que pouco, e começa sua jornada pelo caminho da vida, acaba vendo que os momentos mágicos são retirados justamente em épocas difíceis.

Então assim, Lucy dormiu.

Na manhã de sábado decidiu procurar por Natsu. Sabia que seu corpo estava frágil e sua cabeça meio confusa, mas ele sempre esteve com ela. Sempre.

Não houve uma só vez que Dragneel deixou de cumprir com sua palavra, se ele não podia proteger o futuro dela, ela protegerá o dele.

Como seu tempo de vida era limitado, não avisou para ninguém que estava indo embora. Assim como fazia para sua mãe, escreveu uma carta para cada membro da guilda que estava deixando.

“Erza, você sempre me trouxe inspiração. Sempre desejei ser uma maga como você: Forte, Justa e Admirável. Continue sempre sendo você mesma.”

“Gray, sua coragem é surpreendente. Apesar de ser mago de gelo, nunca se esqueça do calor que existe dentro de você.”

“Levy, obrigada por ter sido tão gentil comigo. Como prometido, você será a primeira pessoa a ler meu livro, pode pegar na gaveta, e se puder, publica-lo. Que sua inteligência nunca desapareça.”

[...]

De noite, quando todos já haviam se retirado, deixou um bau com todas as cartas e se despediu de Magnolia.

Vagou dias e dias por reinos próximos, mas não conseguiu nenhum sinal de Natsu. Já estava perdendo as esperanças quando, de repente, caiu do céu um tufo de pelo azul. Sim, a resposta sempre vem do céu.

Nunca ficou tão grata em ver o atrapalhado gato voando pelos céus. Instintivamente gritou seu nome e o seguiu, tinha toda certeza que encontraria Natsu.

Atravessou um córrego e acidentalmente escorregou, molhando sua roupa. Mas não importava! Tudo o que queria era encontrar o mago e respirar sua aurea mais uma vez. Adentrando a floresta encontrou o garoto dormindo apoiado no tronco de uma árvore, diminuiu o ritmo dos passos, sentindo seu coração batendo mais rápido.

—Natsu!- gritou com lágrimas escorrendo pelos olhos castanhos

Dragneel levantou-se olhando surpreso para a menina. Traços de preocupação eram claros em sua face, mas ainda tinha os mesmos olhos esperançosos. Lucy não hesitou, correu com desespero para os braços da pessoa que mais amava em todo o seu mundo.

— Por quê? Me diga, por que foi embora? –soluçava com dificuldade em pronunciar as palavras –Me diga...

Natsu apertou as frágeis costas, cheirou os fios loiros e fechou os olhos, como se estivesse de volta ao paraíso. Lucy era apenas sua, mais ninguém poderia toca-la naquele momento.

— Eu prometi que protegeria seu futuro, vim em busca de algo ou alguém que seja capaz de curar sua doença. Prometi a mim mesmo que não voltaria até encontrar uma solução.

Nesse momento as lagrimas já escorriam pelo peito dele, abraçavam-se tão forte que seriam capaz de ter suas almas tocadas. Passaram longos minutos nesse abraço interminável, até que, com saudades, Natsu a puxou para um terno beijo.

Se sentaram no mesmo lugar que o garoto estava antes, só que dessa vez com ele deitado no colo de Lucy.

— Natsu, me promete uma coisa? –processeguiu após ganhar a afirmação –Vamos fazer o seguinte, continuaremos juntos, procurando tanto por uma solução para minha doença quanto tentando achar Igneel. Você vai me abandonar?

Com o costumeiro e empolgante sorriso, respondeu.

—Jamais! –abraçou-a.


Que estar ao seu lado
Bastaria!
Ah! Meu Deus!
Era tudo o que eu queria
Eu dizia o seu nome
Não me abandone jamais


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentários são sempre bem-vindos c:



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