Forget-me-not escrita por ohhoney


Capítulo 19
Forget-me-not


Notas iniciais do capítulo

CAPÍTULO FINAL NEM ESTOU EMOTIVA MUITO OBRIGADA

Apesar de esse ser o "final", eu fiz um epílogo (mas ainda não terminei). Devo dizer que estou feliz com o resultado geral do capítulo heheh

Muito obrigada MakaChan pela OUTRA recomendação. Meu dia estava uma bosta gigante e meu humor melhorou muito depois de ter lido hahaha Aliás, queria agradecer também aos ~26~ acompanhantes - que nem sempre comentam, mas tudo bem, a tia honey perdoa vocês - e aos 7 favoritos. Fico feliz que mais gente tenha começado a shippar MorIzuki também hehehe vejo vocês no inferno :B

O capítulo de hoje é imenso, mas como é o último oficial, não queria dividi-lo ao meio. Espero que entendam. Podem reclamar nos comentários, eu deixo.

Boa leitura!



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Forget-me-not

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GRANDE INAUGURAÇÃO!

NA COMPRA DE UM BUQUÊ DE FLORES, GANHE UM CAFÉ GRÁTIS

Era o que dizia a enorme faixa no estabelecimento no topo da colina. Dezenas de pessoas aguardavam na porta, conversando animadamente sob o sol da manhã. O verão chegava ao fim, trazendo consigo o ventinho gelado do outono.

Um ano havia se passado desde que Moriyama Yoshitaka tivera a genial ideia, e no mesmo segundo os irmãos Izuki concordaram com ela. Mais ou menos na mesma época do ano seguinte, a ideia aparentemente louca estava pronta e chamava a atenção dos moradores da vizinhança.

Kobato e Suzume esfregavam as mãos nervosamente do lado de dentro da loja, olhando para fora pelas vitrines e vendo aquela enorme quantidade de gente. As meninas olhavam-se, aflitas, esperando seu irmão mais velho dizer alguma coisa.

Ele, por sinal, estava com o namorado atrás do balcão; os dois observavam o relógio na parede, ansiosos, segurando mãos.

O ponteiro dos minutos alcança o 12. Izuki Shun ajeita o avental branco, ergue o queixo, engole a saliva, e diz:

— Ok, podem abrir agora.

Kobato e Suzume sorriem para o irmão e para si mesmas. Kobato dá pulinhos de felicidade. Suzume coloca uma mão atrás das costas e puxa a maçaneta da porta, fazendo com que o sininho toque. As duas garotas dizem alegremente:

— Sejam muito bem vindos à floricultura e doceria do topo da colina!

As velhinhas que estavam na frente sorriem para as meninas, apertando as bochechas delas.

— Meu nome é Izuki Kobato.

— E meu nome é Izuki Suzume, nós estamos aqui para ajudá-los com o que for preciso.

— Ah, e as petúnias estão com um desconto super especial hoje, então aproveitem!

As meninas dão licença para que os clientes entrem, cumprimentando a todos com lindos sorrisos nos rostos. As senhorinhas — clientes fiéis da loja — ficam emocionadas ao ver todas as mudanças.

Onde era o antigo balcão da floricultura estava uma enorme bancada de doces perfeitamente decorados e cheirando extremamente bem. Meia dúzia de mesinhas e cadeiras de madeira combinavam perfeitamente com a nova pintura das paredes. O quartinho dos fundos fora sacrificado para poder dar mais espaço à floricultura, que agora tomava conta de toda a parte esquerda da loja e dividia as vitrines com cupcakes, biscoitos, tortas e mousses.

Logo que entraram, as senhorinhas correram até o balcão dos doces para serem atendidas pelo moço deslumbrante de avental, que tinha o sorriso mais bonito que qualquer um ali já vira.

Já as crianças que vieram acompanhadas dos pais correram direto para a parte das flores, pegando nas mãos e puxando o avental do jovem rapaz que também tinha um sorriso deslumbrante nos lábios. Kobato e Suzume ajeitaram alguns clientes nas mesas e pegaram os pedidos.

A loja do topo da colina estava mais cheia do que jamais estivera, e cheirava não só a flores, mas a doces e a caramelo. Todos ali tinham sorrisos nos rostos. Era impossível sentir-se triste.

— Papai, papai! Vamos comprar flores para a mamãe!

— Meu jovem, seus bolos são tão bonitos quanto você!

— Obrigada, senhora, mas acho que estamos falando de você, obviamente.

— Moriyama-san, pare de flertar com as senhorinhas! Seu namorado está vendo tudo!

— Suzume!

— Desculpe, Shun-nii. Posso anotar seu pedido, senhor?

— Bolo de limão e um café. Ah, vou querer dez gerânios vermelhos, por favor.

— Com certeza. Kobato, pegue os guardanapos, por favor.

— Aqui. E você, moça? Já escolheu o que vai querer?

— Duas margaridas, um chá, e torta de morango, por favor.

Cerca de cinquenta pessoas ainda esperavam do lado de fora, aguardando sua vez de entrar. A loja estava absolutamente lotada, e todos ali trabalhavam sem parar. Izuki ficou surpreso como a demanda por flores foi maior do que os últimos cinco meses somente naquele dia.

Por outro lado, Moriyama, sozinho atrás do balcão, mal dava conta de cortar tanta tortas e bolos, pegar cupcakes, embalar biscoitos, fazer cafés. Ele suava por causa do calor, mas trabalhava com um sorriso no rosto. As senhorinhas das primeiras mesas pareciam gostar muito dele.

Uma coisa ficou clara aquela hora: se fosse assim todo dia, precisariam de mais gente.

E quando os últimos clientes entraram na loja, as prateleiras de flores estavam quase vazias. As crianças e seus pais compravam buquês e arranjos para dar às mães e esposas, que quase sempre ficavam nas mesinhas pedindo docinhos. O balcão também estava quase vazio; os bolos foram vendidos rapidamente, muito mais do que Moriyama poderia ter imaginado.

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— Ele não me deixa em paz.

— Manda ele ir tomar no—

— Kobato! Quê isso!

— Desculpe, Shun-nii.

Suzume suspira, jogando o celular no sofá. Os quatro estavam na casa das meninas, jogando baralho no chão. Izuki e Kobato ganhavam de Moriyama e Suzume.

— O que é que ele quer, hein? — Kobato pergunta, por fim, lançando um sete.

— Ele diz que precisa falar comigo.

— Ele quer reatar contigo, Suzume-chan — Moriyama sorri, olhando as cartas na sua mão e colocando uma na mesa.

— Já disse que vou torcer o pescoço branquelo daquele italiano filho da mãe... — Izuki balança a cabeça, pensando na próxima jogada.

— Você ainda gosta dele, Suzume-chan? — pergunta Moriyama, erguendo as sobrancelhas. Suzume desvia o olhar imediatamente.

— Não. Óbvio que não. Ele terminou comigo faz mais de um ano e agora quer papo?

— Ah, Deus, você ainda gosta dele — Kobato suspira pesadamente.

— Para de merda, Kobato. Por sinal, vocês perderam — Suzume lança um ás na mesa, fazendo Moriyama gritar de empolgação. Os dois batem as mãos.

— Merda, Kobato, eu falei pra colocar o seu dois.

— Pensei que fosse o sinal pro oito! Desculpa!

— Ok, mas nós temos assuntos mais urgentes a tratar — diz Moriyama, arrumando as cartas num único monte — Por exemplo, Suzume e Enzo.

— Ela gosta dele e ele quer voltar com ela, simples — Kobato dá de ombros.

Os três pares de olhos vão parar em cima de Suzume, que encontra-se sem saída. Ela comprime os lábios, olhando o rosto sugestivo da irmã.

— Ahhh, merda! Ok, eu ainda gosto dele. Pronto. Falei. Agora chega desse assunto.

— Vamos trocar de duplas. Eu vou com o Moriyama-san agora. — Izuki senta-se de frente para o outro, sorrindo brevemente.

— Hm, acho que vamos perder... — Moriyama inclina a cabeça enquanto distribui as cartas — Você sabe, telepatia de gêmeas.

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Izuki já tinha conversado com suas irmãs e com Moriyama sobre contratar mais gente para trabalhar na loja, mas só se continuasse movimentado daquele mesmo jeito depois de um mês.

E foi isso que aconteceu. A nova floricultura-doceria estava fazendo muito sucesso na vizinhança, e até pessoas de bairros próximos vinham comprar flores e provar do muito bem falado bolo de morangos com cobertura de chantilly.

— O segredo é usar creme de leite fresco — dizia Moriyama pelo menos dez vezes por dia.

Com o tamanho sucesso, a loja até teve uma matéria própria no jornal do bairro, atraindo ainda mais clientes. Era tanta demanda que os quatro não estavam dando conta, e decidiram por fim contratar mais gente para ajudar.

Uma moça da mesma idade de Izuki, chamada Frankie, veio ser ajudante de cozinha de Moriyama, e ela parecia ter experiência na área. Outra garota, dessa vez com 18 anos chamada Kim, e um rapaz de 20 de nome Yuu foram contratados para ajudarem na loja. Todos pareciam muito felizes de estarem trabalhando ali.

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Ainda era cedo de manhã quando Izuki Shun acordou levando um chute no joelho. Moriyama revirava-se na cama, ainda dormindo, e acabou por deitar de barriga para cima, com a boca aberta, e — como sempre — babando um pouco. Izuki esfrega os olhos e se espreguiça, balançando o colchão e acordando o rapaz ao seu lado.

— nug~few — Moriyama resmunga antes de abrir os olhos vagarosamente.

— Pode dormir que ainda está cedo — Izuki diz, levantando para ir ao banheiro.

Izuki volta a deitar na cama. Ainda está escuro lá fora, por isso mal enxerga dentro do quarto. Ele só pode ver poucos contornos do rosto de Moriyama, que tinha virado de lado. O rapaz dos olhos pretos puxa o namorado para mais perto, abraçando-o como se fosse um travesseiro. Izuki ajeita o rosto no pescoço de Moriyama e só volta a acordar com o despertador uma hora mais tarde.

Ele vai tomar banho enquanto Moriyama continua de preguiça na cama, revirando-se nos lençóis. O despertador volta a tocar, forçando Moriyama a sair da cama de uma vez. Ele vai até o banheiro também.

Izuki assovia uma música animada enquanto lava o cabelo.

— O que tem pra hoje? - Moriyama pergunta.

— Muita coisa... Ir ao mercado, deixar as coisas na minha casa, depois deixar suas coisas aqui, voltar pra minha casa, pegar suas roupas que você deixou lá, trazer aqui, voltar pra lá e fazer o almoço, e voltar aqui para te ajudar com os bolos de amanhã.

Moriyama joga água no rosto, pegando a espuma de barbear no armarinho.

— Que trabalheira.

— Nem me fale.

— Hm... Hm... Seria muito mais fácil se você morasse aqui logo.

Izuki para de assoviar, e Moriyama vê o contorno dele parado no box. Sente calor de repente. Izuki abre a porta do box e enfia a cabeça cheia de shampoo para fora. De rosto vermelho, encara Moriyama, que está parado olhando para ele com o rosto cheio de espuma e uma gilete na mão.

— I-Isso é sério?

— Su-Super sério.

Izuki prende a respiração e fecha a porta do box novamente. Moriyama pisca algumas vezes, encarando seu reflexo. Seu coração bate tão rápido que nem acredita que ele não voou peito afora.

Apesar de tudo, Izuki ainda deixa-o incrivelmente nervoso.

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Yuu, Frankie e Kim ainda não tinha chegado à loja para trabalhar, por isso os três irmãos e Moriyama davam uma última ajeitada antes de finalmente abrirem as portas. Esfriava rapidamente conforme iam se aproximando do inverno; as abelhas eram raras e os passarinhos estavam meio sumidos ultimamente.

Kobato falava ao telefone com algum dos fornecedores da loja enquanto Suzume lia uma revista atrás do balcão dos doces. Izuki e Moriyama regavam as flores das prateleiras.

Aparentemente eram as tulipas que estavam na moda, segundo o que Suzume lia. Ela automaticamente pensava em quais flores combinariam com elas: rosas, margaridas, begônias, lavanda...

O sininho da porta toca.

— Desculpe, não abrimos ainda. — a menina diz sem tirar os olhos das páginas.

Por que você não responde minhas mensagens?

Suzume ergue o olhar de imediato. Aquele sotaque era inconfundível. Enzo está parado bem na frente dela, sério, com olheiras embaixo dos olhos e parecendo bravo. Suzume só consegue arregalar os olhos e abrir a boca sem querer.

— O-O quê...

— Estou tentando falar contigo desde semana passada e você não responde nenhuma das minhas mensagens! — Enzo apoia as mãos no balcão, inclinando-se para perto da menina. Ela recua um pouco.

— O que esse filho da puta quer? — Izuki sussurra para Moriyama, fechando a cara — Se ele vier com gracinhas, eu juro que...

— Deixe Suzume resolver seus próprios problemas, Izuki-kun. Ela é uma mulher, pelo amor de Deus.

O peito de Suzume parece latejar. Kobato já tinha largado o telefone e encarava feio o garoto que falava de jeito tão inconveniente com sua irmã.

— O-O que você está fazendo aqui? — Suzume pergunta.

— Eu queria vir falar contigo sobre... Sobre aquele assunto lá. — Enzo acalma o tom de voz, respirando fundo. Ele olha para Suzume com atenção.

— A-Ahn?

— É. — Enzo suspira e olha ao redor rapidamente, encontrando o olhar com o de Izuki. Ele volta a olhar nos olhos prateados da garota — Suzume, eu sei que faz tempo desde... Desde que a gente terminou e...

Kobato arregala os olhos também, não acreditando muito bem no que ouvia.

— E, sabe, eu pensei muito sobre isso. Você é uma garota especial, Suzume, e eu... Eu queria passar mais tempo com você de novo. — Enzo morde o lábio rapidamente — Eu queria que voltasse a ser minha namorada.

Suzume continua com cara de paspalha. Enzo estava aqui — na sua frente — pedindo para voltar com ela. Quantas vezes imaginara essa cena? Ela, que nunca tinha gostado de alguém antes, acabou namorando um cara tão incrível quando Enzo e teve um término desagradável. Gostava muito dele — até mesmo admitiu isso para si mesma e para os outros.

Dizem que a gente nunca esquece nosso primeiro amor, não é? Bom, isso é verdade.

Enzo tinha alguma coisa que deixava Suzume babando. Deveria ser o sotaque. Ou os olhos azuis. Ou ambos. O jeitinho italiano dele deixava as pernas da menina bambas, que nem estavam agora. Ela gostava tanto dele... Tanto, tanto...

— Enzo...

Suzume continua de boca aberta e olhos arregalados. Seu coração palpita e suas mãos suam.

— Enzo...

— E aí? Volta comigo? — ele pergunta de novo. Seus olhos brilham, e ele sorri. Suzume sorri também.

— TÁ TENTANDO FAZER QUEM DE TROUXA, PALHAÇO?

Enzo afasta-se bruscamente do balcão, assustado com o berro que Suzume dá.

— VOCÊ DÁ UM PÉ NA MINHA BUNDA SEM MAIS NEM MENOS E QUER VOLTAR QUANDO SE SENTE SOZINHO? AHHHH PÁ PUTA QUE TE PARIU! SAI DA MINHA LOJA AGORA, SEU ITALIANO DE MERDA!

— M-Mas...

Suzume pega a revista e joga na direção dele.

— VAZA, FILHO DA MÃE! VÊ SE ME ESQUECE!

Enzo continua meio abismado, olhando ao redor, tentando entender alguma coisa. Ele recua até a porta.

— Sai da minha loja e não volta nunca mais! Interesseiro do caralho... Sai! Xispa! — Suzume lança mais uma revista na direção do garoto, que abre a porta e sai rapidamente — E eu sempre odiei seu polpettone!

Enzo desce a colina rapidamente, sem nem olhar para trás. A loja fica em completo silêncio, e todos os olhares caem sobre Suzume. Ela parece realmente furiosa.

— Desculpe, Shun-nii.

— E-Eu deixo passar dessa vez...

Suzume continua respirando forte, olhando para a porta. No segundo seguinte, ela deixa cair a cabeça nos braços e começa a chorar. Kobato corre até ela, afagando-lhe a cabeça.

— Suzume-chan, você está bem? — Moriyama pega numa das mãos da menina e abaixa até ficar na altura dela.

— E-Eu gosto tanto dele...!

Izuki beija o topo da cabeça da irmã.

— Mas fala sério! — Suzume ergue o rosto rapidamente, lançando o cabelo para trás. Seu rosto está vermelho e molhado, mas ela tem uma cara furiosa — Ninguém faz Izuki Suzume de idiota! Guardem minhas palavras!

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Izuki Shun não poderia estar mais feliz naquele 23 de outubro.

Primeiro, nevava — e quase nunca nevava antes da semana do Natal. Segundo, fora acordado com balões e bolos e docinhos no quarto, e uma enorme faixa escrito "FELIZ ANIVERSÁRIO". Ele nem se preocupou em ajeitar o cabelo antes de dar um abraço apertado nas irmãs e no namorado.

Afinal, não é todo dia que se faz 26 anos.

— Como você se sente estando mais perto dos 30 do que dos 20? — Moriyama provoca enquanto beija-lhe a boca repetidamente.

— Olha quem 'tá falando. Tem 27 anos na cara e fica me zoando.

— Ai! Não precisa lembrar!

— ISSO SÃO RUGAS?

— Izuki-kun! Não!

Kobato e Suzume caem na risada. Izuki ri também, pegando na mão do namorado. Eles comem bolo de café da manhã e descem logo para a loja, já encontrando alguns clientes esperando para entrar.

Não nevava muito, só o suficiente para deixar a rua meio escorregadia e fazer com que todos ficassem em casa o máximo possível. Isso não incomodou nem um pouco os irmãos e Moriyama, nem os clientes fiéis da loja do topo da colina. O vento sacudia as pétalas das flores e fazia os guardanapos voarem dos suportes, mas Kobato pacientemente colocava-os no lugar enquanto escutava as histórias de um velho viajante que tomava café na mesinha do canto.

Por sinal, aquele 23 de outubro estava sendo mais do que ótimo. Izuki tinha recebido mensagens e ligações de velhos amigos do colégio e de familiares, tinha ganhado presentes e até mesmo algumas flores. O bolo estava ótimo e, bom, estava nevando! Ninguém era mais entusiasta do que Izuki nesse aspecto.

— Então...

Izuki tira os olhos do livro que estava lendo, erguendo-os na direção de Moriyama, que estava deitado na outra ponta do sofá. Moriyama coça a cabeça mecanicamente e pisca algumas vezes.

— Vai querer fazer alguma coisa especial hoje?

Izuki abre a boca para responder, mas não tem ideia do que falar. Moriyama ergue as sobrancelhas e sorri um pouco.

— Acho que não. — Izuki responde, virando a página do livro.

— Como não? É seu aniversário. — Moriyama esforça-se para sentar e encosta a cabeça no ombro de Izuki — Temos que fazer alguma coisa.

Izuki sorri levemente para seu livro, não conseguindo pensar em absolutamente nada pra fazer. Mas, por ele, estava tudo bem.

— A gente pode ir até a loja e comprar a fantasia...

— Sabe de uma coisa? — Izuki abaixa o livro por um instante e vira para Moriyama, sorrindo docemente — Eu quero te levar pra jantar num lugar bem legal.

Moriyama não consegue responder. O rosto de Izuki está incrivelmente calmo e sorridente, e o jeito que falou foi tão doce que deixou as tortinhas de chocolate no chinelo. O pobre rapaz dos olhos pretos ficou bobo e sem reação.

— Ok?

— O-Ok.

— Então vai pra sua casa e fique pronto às 7:30.

— Tipo um encontro?

— Tipo um encontro.

Então Moriyama foi para sua respectiva casa se preparar para o dito encontro. O caminho até seu prédio foi meio sofrido — a rua escorregava um pouco, mas pelo menos a neve tinha dado uma trégua. O vento, por outro lado, continuava cortante.

O rapaz sobe rapidamente para seu apartamento e toma um banho quentinho. Demora-se para escolher sua roupa, provando várias camisas diferentes. Quando o relógio bate 7:30 e a campainha toca, Moriyama corre até a porta com o coração batendo um pouquinho rápido demais.

— 'Tá pronto?

Izuki está parado na soleira com um sorriso que faria as velhinhas da loja suspirarem diversas vezes. Moriyama suspira só uma.

— Eu só não sabia se usava gravata ou não...

— Nah, não precisa.

"Ele..."

"Ele está tão bonito."

Moriyama Yoshitaka simplesmente ama coisas bonitas, principalmente seu namorado.

Izuki estava todo de preto. Era uma cor que caía bem nele. All star, calça jeans, e uma camisa de botões bem ajustadinha. Moriyama também estava de tênis, mas vestia calça social preta e uma camisa azul marinho de botões brancos.

Honestamente, os dois rapazes fariam todas as mulheres — e talvez até homens — da vizinhança suspirarem.

— Onde quer ir? — pergunta Izuki.

— O aniversário é seu, você escolhe.

— Ok, eu tenho uma ideia. Pega seu casaco e vamos.

O taxi não demorou muito a chegar. Izuki deu o endereço e o nome, e logo eles partiram pela rua. Moriyama não reconhecia o lugar, mas sabia que a rua que Izuki tinha mencionado era conhecida por ter os restaurantes mais chiques da cidade. Ele respira fundo, olhando pela janela do táxi enquanto alguns floquinhos aleatórios caíam do céu.

A rua que Izuki mencionou estava cheia de gente e extremamente bem iluminada. O cheiro de boa comida preenchia o ar e não deixava aquela noite fria tão tediosa assim. Eles pagam o taxi e descem na frente de um restaurante chamado Enpirica, que tem altas janelas e uma porta de madeira enorme. Os dois rapazes caminham até lá e são recepcionados por uma moça sorridente de saltos e vestido.

Bonsoir, messieurs. Mesa para dois?

–Com certeza.

–Acompanhem-me, oui?

Moriyama sorri para Izuki enquanto eles entram no restaurante. Lá dentro está quente e bem iluminado, cheio de gente bem vestida e muita elegância. A moça de saltos os conduziu a uma mesa perto de uma das janelas enormes.

— Bom jantar.

— Obrigado.

Os dois rapazes sentam-se à mesa e observam ao redor curiosamente. O ambiente é agradável e muito bem decorado. Logo o garçom chega com os cardápios e os rapazes pedem suas comidas e bebidas. Seria uma noite agradável.

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Izuki observa Moriyama cuidadosamente enquanto o outro mexe no celular por um instantinho. Os pratos estavam vazios, e os estômagos, cheios. Os dois seguram as mãos no meio da mesa. Izuki apoia a cabeça na mão livre, vendo como Moriyama dava pequenos sorrisos para seu celular.

— Kise e Kasamatsu acabaram de mandar parab—

Ainda bem que a gente se conheceu.

Foi tão repentino que o celular ameaçou voar das mãos de Moriyama. Izuki estava com aquele sorriso de novo; aquele que derretia geleiras e curava doenças. Deixava Moriyama completamente desarmado.

— Eu fico muito feliz que a gente tenha se conhecido. — Moriyama responde, colocando seu celular no bolso e sorrindo — Eu lembro direitinho do dia, por sinal.

— Eu também. Você estava voltando do trabalho e parou na vitrine...

— E aí eu pensei "nossa, será que a Mirai gosta de flores? Acho que vale a pena arriscar". E eu entrei na loja. As meninas não estavam lá.

— Você falou que queria dar flores pra sua namorada e me perguntou quais seriam as melhores.

— Você falou tulipas.

Izuki ri um pouquinho, apertando os dedos na mão de Moriyama.

— Mas você voltou cinco minutos depois dizendo que tinha deixado o buquê cair numa poça d'água. — Izuki morde o lábio, ainda rindo.

— Fala sério! Aquela criança esbarrou em mim e as flores voaram na maior poça da calçada... Nunca tinha ficado tão puto... — Moriyama afaga as costas da mão de Izuki com o polegar — Aí você foi super legal e me deu outro buquê pela metade do preço.

— Acho que dei em cima de você no primeiro dia. Droga.

— Eu sempre te achei bonitinho, Izuki-kun.

— Bom, eu... — Izuki encolhe os ombros e desvia os olhos timidamente — Eu sempre achei você muito atraente. Verdade.

Moriyama ri tão gostoso que Izuki fica até vermelho. Não era de todo mentira.

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A neve começara a cair quando os dois rapazes voltavam para casa, acumulando-se nos bancos da pracinha e entre os fios de cabelo dos que passavam.

Moriyama e Izuki seguiram rapidamente para o predinho sujo.

— Nossa senhora, como eu 'tô cansado — boceja Izuki, esfregando os olhos — Hoje o dia foi do cão.

— Nem me fale — Moriyama destranca a porta e os dois deixam os sapatos na entrada — Cozinhei feito louco hoje. Olha, até me queimei.

— Que mau.

Izuki pega na mão de Moriyama e dá um beijinho na lateral do dedinho, que estava vermelha e tinha uma bolha. Ele ri de leve.

Moriyama segura nas duas bochechas de Izuki e aperta a boca contra a dele ainda com um sorriso nos lábios.

— Mas eu 'tô tão cansado... — Izuki reclama, sendo encostado na parede ao lado da porta. Os botões de sua camisa eram abertos vagarosamente, e os dedos de Moriyama eram frios contra sua pele.

A mão livre desce e aperta o meio das calças de Izuki.

— Não faz isso — Izuki lambe os lábios.

— Fazer o quê? — Moriyama sorri e apalpa as calças mais algumas vezes, mordendo a boca. O outro solta um suspiro.

O rapaz mais velho ri e pega na mão do mais novo, puxando-o para o quarto e empurrando-o contra o armário, onde voltam a se beijar. Izuki já estava quase sem camisa, e Moriyama agora tratava de abrir suas calças.

— Eu sei que você tá cansado — o zíper desce num estalo, e as calças vão parar na canela — Mas hoje ainda é seu aniversário.

— O quê... — Izuki fica meio confuso até que Moriyama deixa-se cair de joelhos no chão e abaixa a cueca cinza até os tornozelos — Ah.

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O sol brilhava lá fora, mas o vento frio ainda rasgava a cidade como uma faca. As árvores já estavam praticamente sem folhas, e todo mundo na rua usava seu casaco mais pesado, luvas, cachecóis e toucas. Apesar do aquecedor, as pobres margaridas da floricultura estavam literalmente morrendo de frio.

Kobato tinha feito tudo o que podia para salvá-las, mas não resultou em nada. Algumas flores simplesmente não suportam clima frio.

Alguns clientes tomavam bebidas quentes na doceria da loja, deixando um cheirinho gostoso de café no ar. Yuu e Frankie tomavam conta do balcão enquanto Moriyama ajudava Izuki a regar as plantas da parte de trás da floricultura.

Moriyama pensava em várias coisas enquanto observava a água caindo do regador, mas aquele pensamento pipocou em sua mente de novo. Ele balançou a cabeça e coçou a bochecha.

"Nah, esquece isso."

"Mas bem que seria legal..."

"Ugh, deixa pra lá."

— Moriyama-san, vou regar as flores lá dentro.

— Ok, só vou terminar essas e já vou também.

Moriyama achava que estava quase na hora. Todo mundo falava sobre isso e ele já estava começando a ficar meio irritado. Mas Moriyama sabia que tudo feito na pressa ou sem planejamento tinha 200% de chance de dar errado.

Ele não queria que desse errado. Achava que era melhor esperar um pouquinho mais.

Ele deixa o regador na bancadinha e vai para a loja, afagando a cabeça de Suzume quando ela cruza com ele no pequeno corredor. Ele para na cozinha e pega um copo d'água, apoiando-se contra o pequeno balcão da floricultura. Izuki observava as petúnias com atenção, para ver se não estavam morrendo também.

Izuki estava tão bonitinho todo concentrado que a primeira e única reação de Moriyama foi pegar o celular para tirar uma foto.

–Ei, Izuki-kun. - chamou.

Izuki virou a cabeça rapidamente e arregalou os olhos por um segundo ao ver o celular, mas sorriu quando viu que Moriyama também sorria para a tela.

E foi mais ou menos assim que Moriyama Yoshitaka se apaixonou pela 301° vez por Izuki Shun.

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— Eu nunca mais vou fazer coroas de flores na minha vida e ninguém vai me impedir. Como eu odeio essas merdas.

Izuki estava jogado no chão de sua casa cercado de coroas de flores e caixas de papelão. Alguém tinha encomendado umas 500 para um casamento e deixou todos os funcionários da loja que nem loucos.

— Não precisa ficar tão estressado. A gente já terminou. Agora é só embalar e mandar.

Moriyama ajudava Izuki a colocar as coroas nas caixas, e pelo menos uma dúzia delas já estava empilhada contra a parede. Já era tarde e os olhos coçavam de sono, mas eles tinham que terminar o mais rápido possível.

—Mas bem que é verdade — Moriyama colocava fita adesiva na tampa da caixa e a põe no canto — Também odeio fazer coroas de flores.

— Minhas mãos ficam todas machucadas por causa do arame. — Izuki diz tristemente — Tem mais alguma aí?

— Acho que acabou.

— Ótimo. — ele boceja enquanto passa a fita adesiva na caixa — 'To cansado. Acho que vou fazer chá.

Izuki e Moriyama levantam do chão rapidamente e espanam as calças cheias de pétalas.

— Hm, Izuki-kun, você esqueceu duas coroas.

— O QUÊ?! NÃO! Eu já fechei a caixa! Ugh, merda, ok, eu abro...

Izuki pega a chave de casa do bolso e rasga a fita adesiva com ela, abrindo a tampa.

— Dá aqui pra eu colocar.

Izuki estica a mão atrás do corpo enquanto tenta arrumar algum espaço para colocar as que sobraram, mas Moriyama não solta.

— Dá aqui, Moriyama-san.

Izuki ergue o olhar rapidamente pronto pra dizer algo como "dá logo essa merda que eu to de saco cheio", mas seu olhar ficou preso naquela corzinha azul brilhante.

"Eles não pediram azul."

O olhar de Izuki sobe das flores para Moriyama.

"...Quê?"

Moriyama está sério. Super sério. Mega sério.

Izuki abaixa o olhar de novo. A coroa que ele tem nas mãos é feita dessa florzinha pequena, azul que nem o céu naqueles dias bem frios que não há uma nuvem no horizonte.

Há toda uma história por trás do nome dela. Uns dizem que, certa vez, uma princesa e um cavaleiro estavam andando na beira de um rio, e a moça viu flores lindas e azuis na margem. O cavaleiro, quando abaixou para pegá-las, escorregou e caiu na água, e por causa do peso de sua armadura, foi sendo puxado para baixo. Suas últimas palavras foram "não me esqueças, princesa! Não esqueças do meu amor por ti!".

A outra teoria é que quando Adão estava nomeando as flores do Jardim do Éden, esqueceu-se de uma flor bem pequeninha, que perguntou avidamente a ele qual seria seu nome. Ele então disse que seria não-me-esqueças, para que nunca mais esquecesse seu nome.

Izuki lembra muito bem da página da Enciclopédia das Flores que fala da forget-me-not (como é popularmente conhecida) — Kobato tinha até colado um marcador de páginas laranja nela —, e suas mãos começaram a suar frio enquanto as palavras surgiam na frente dos seus olhos, dizendo que a forget-me-not é aquela flor que você entrega pra pessoa que você mais ama na face da Terra, que simboliza o amor na sua forma mais desesperada, sincera, pura, e crua, e que você está disposto a passar grande parte da sua vida com tal pessoa ao seu lado.

Mas é óbvio que Moriyama não sabe esse significado. Como pode saber? Izuki nunca, jamais tinha falado. Deve ser só coincidência, mas por que ele está com um olhar tão sério? E por que o rosto dele está vermelho? Por que ele também está segurando a coroa de flor?

Q-Quer dizer, isso tem que ser uma coincidência. Ele só pegou algumas flores aleatórias na floricultura... Certo? Certo? Tem que ser isso.

Mas parece que a cara dele diz o contrário.

Moriyama-san.

Puta que pariu, Moriyama Yoshitaka nunca se sentiu tão nervoso na vida. Sua garganta estava seca e as mãos pingavam de suor, mesmo estando três graus lá fora. O rosto dele estava tão vermelho que Izuki pensou que fosse pegar fogo a qualquer segundo, e seus olhos estavam tão arregalados que quase pularam das órbitas.

— I-Izu-Izuki-kun — a voz dele saiu meio desafinada, como um garoto de catorze anos em plena puberdade — Você, hm, sabe que a gente tá meio sem grana agora, principalmente por causa da reforma na loja e tal e por isso eu...

Moriyama não termina a frase. Sua mente está em branco e parece que todas as palavras do dicionário simplesmente não existem mais.

Izuki jura por tudo o que é mais sagrado que seu coração parou de bater. Não é possível.

Izuki mal respira. As coisas começam a ficar meio embaçadas por falta de ar, então ele segura os ombros de Moriyama tão firme que suas unhas com certeza vão deixar marcas. E ele olha naqueles olhos escuros e amedrontados tentando não desmaiar.

Izuki fecha os olhos por um segundo e inspira o mais fundo que pode, puxando Moriyama contra si o mais forte que consegue e torcendo para que suas pernas não cedam bem naquele momento. Moriyama segura-se em Izuki também, sentindo o cheirinho das flores no cabelo dele e a respiração acelerada contra seu pescoço.

— Izuki-kun...?

Izuki solta a respiração e fecha os olhos apertando o rosto no ombro de Moriyama, chacoalhando a cabeça sem parar.

Moriyama abre a boca e encara o teto, piscando várias vezes, quase rindo.

— Meu... Deus...

Ele morde a boca enquanto tenta desesperadamente não chorar.

Ele falha miseravelmente.

— Seu merda, não vai começar a chorar agora — a voz de Izuki treme tanto quanto suas pernas, e tem aquele tom de quem está loucamente tentando segurar as lágrimas — Não vai chorar, Moriyama-san.

— Ok, ok. — ele engole o choro rapidinho e se afasta o suficiente para olhar o rosto de Izuki — É só q-que eu to tão aliviado — ele ri sem graça e desvia os olhos —, você sabe que minha única experiência desse tipo não deu muito certo e...

Suas mãos tremem tanto que Izuki até fica meio preocupado, mas o sorriso estampado no rosto de Moriyama é o suficiente pra curar todas as doenças do mundo.

— Ei, Izuki-kun.

— Quê?

Moriyama segura a coroa de flores nas duas mãos e a coloca na cabeça de Izuki.

— Casa comigo.

Izuki tem vontade de esconder o rosto, mas acaba abaixando e pegando a outra coroa azul do chão, colocando-a na cabeça de Moriyama.

— Caso.

Os dois voltam a sorrir. Mesmo que não percebessem, aquela pressão chata estava por perto quase 100% das vezes, aquela de estar quase chegando nos 30 e ver todos os seus amigos casando e até mesmo tendo filhos. Porque é incômodo se ver solteiro numa idade que todo mundo acha que "está na hora de começar uma família".

Se bem que Moriyama esteve pensando nisso fazia uns dois meses — se era cedo demais para pedi-lo em casamento e se deveria esperar mais um pouco, ou... ou... ou se Izuki jamais se casaria com um cara, ou se ele recusaria que nem Mirai (inconscientemente) fez...

Mas agora, deitado na cama, ele não poderia ter mais certeza de que, uau, absolutamente queria se casar com aquele homem deitado ao seu lado e ao qual dedicou um bom primeiro ano de namoro e que, mais contente ainda, dedicaria uma vida inteira ao seu lado. Era isso que Moriyama Yoshitaka queria do fundo das suas entranhas.

— Moriyama-san — Izuki sussurra, já na cama, de olhos fechados e quase caindo no sono.

— Oi?

— Por que você resolveu fazer isso hoje?

— Eu estava pensando nisso fazia um tempinho, mas... Mas ontem, quando eu tirei aquela foto sua — Moriyama afunda o rosto no travesseiro, mesmo sabendo que Izuki não poderia reparar nas suas bochechas vermelhas naquela escuridão — E-Eu olhei pra foto e pensei "eu quero ir dormir e acordar todos os dias da minha vida com esse cara do meu lado, e eu quero ver esse sorriso até o dia que eu morrer, e eu tenho certeza de que eu vou ser a pessoa mais feliz do mundo se isso puder acontecer".

— Pra falar a verdade, eu... Eu também estava pensando nisso. Sabe. Em pedir você em casamento, mas não tinha certeza de que você aceitaria, então...

Moriyama morde o lábio de novo enquanto puxa Izuki e enterra o rosto no peito dele, limpando discretamente os olhos.

— Izuki-kun, eu prometo que nunca vou rejeitar suas begônias.

— E eu prometo que vou cuidar muito bem de todas as suas tulipas.


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Notas finais do capítulo

Eu devo ter derramado duas ou três lágrimas somente. Nada demais.

Curiosidades #16

—Enzo voltou pra casa e comeu tanto brownie que passou mal.

—Izuki normalmente não gosta de fazer aniversário, mas aquele ano em especial foi maravilhoso.



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