Forget-me-not escrita por ohhoney


Capítulo 15
Gerânio


Notas iniciais do capítulo

(a minha internet estava uma puta ontem, por isso não consegui atualizar no prazo ;-;)

VOCÊS TÃO VENDO ISSO? SÃO AS MINHAS LÁGRIMAS CAINDO AO VER QUE A FIC RECEBEU MAIS UMA RECOMENDAÇÃO — grita um pouquinho.

É isso aí, gente. Vocês estão acompanhando a terceira temporada de Kurobas? O episódio 2 está pra sair, então se vocês quiserem ver uma coisa muito engraçada é só dar uma stalkeada no meu twitter e ver como esta digníssima autora nem é tão digna assim. Podem procurar os comentários do epi da semana passada se vocês quiserem rir mais um pouco mesmo.

Bom, mais um capítulo grande hehe — ainda que eu editei e tirei uma parte mais ou menos grande... Mas tudo bem, tá facinho de ler. Enquanto vocês leem aí, eu vou dando F5 no anitube pra ver se já saiu o ep. Boa leitura!



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Gerânio

.

— M-Moriyama-san...

O que é isso?!

Calma, Izuki, calma. Não é o que parece. Não pode ser o que parece.

— Calma, Izuki-kun. Relaxa, tá?

Ele me olha de um jeito super feliz e continua andando, puxando-me para frente pela mão.

E ele obviamente caminha na direção daquela joalheria super chique do final da rua.

Oh, Deus.

— Pronto, chegamos — e ele sorri tanto que me deixa aflito.

O QUE SIGNIFICA TUDO ISSO??

Moriyama-san empurra a porta e a visão da loja me deixa constrangido. É super chique. Um anúncio enorme diz:

Promoção! Alianças de casamento com 10% de desconto! Aproveite!

Meu coração dispara e minhas mãos suam frio. Paro perto da entrada enquanto Moriyama-san vai até o balcão, e uma moça de coque o recepciona.

Calma, Izuki, calma. Não se precipite. Não é o que parece, está muito cedo. Faz só três meses, pelo amor de...

Moriyama-san acena de leve e segue a moça, que o leva para os fundos. Fico sozinho na loja. Passo perto do balcão. Caraca, são realmente alianças...

...

...

Respira.

Moriyama-san e a moça voltam. Minhas bochechas e orelhas estão quase entrando em combustão. Moriyama-san carrega consigo um envelope branco, e vem na minha direção muito feliz.

Nós saímos da loja. Meu coração bate muito rápido.

— Izuki-kun.

EU PENSEI QUE MINHA PRESSÃO NÃO PUDESSE SUBIR MAIS AINDA

— O-Oi, Moriyama-san.

— Toma, isso é pra você.

Ele me entrega o envelope. Pego-o, com medo de deixar cair. Olho para o papel e para Moriyama-san. Ele sorri e balança a cabeça. Engulo em seco.

HOLY SHIT

Minhas mãos tremem um pouco.

Abro o envelope. Jesus. Isso é... É... Dinheiro?

— Presente — Moriyama-san ri e eu ergo o olhar.

— M-Moriyama-san...

— Pra ajudar a pagar as contas. — ele explica e dá de ombros — Vendi as alianças que tinha comprado para Mirai, lembra?

— Eu não posso aceitar isso — coloco o envelope nas mãos dele, e seu sorriso diminui um pouco.

— Ué, por que não?

— Não é óbvio, Moriyama-san?

Ele franze a testa e me olha por alguns longos segundos.

— Izuki-kun, você não pode ser assim. Você tem que parar de recusar ajuda.

— Mas eu não...

— Izuki-kun. — o tom dele é firme — Eu quero ajudar, por favor. Eu quero que a floricultura fique bem, e sei que é preciso pagar as contas e que vocês não têm dinheiro agora. Pega. — ele coloca o envelope na minha mão — Por favor, aceita. Eu não ia fazer nada com aquelas alianças mesmo, e pelo menos estou usando o dinheiro para uma boa causa.

— M-Moriyama-san...

Mas ele me olha de um jeito que eu não consigo recusar. Droga, eu devo ter o melhor namorado do mundo.

— Obrigado, tá?

— Não há de quê, Izuki-kun. Sério. Ainda não paguei minha dívida com vocês.

— Deixa de besteira, claro que pagou.

Moriyama-san pega na minha mão, e eu entrelaço meus dedos nos dele.

Eu devo tanto a ele. Mais do que posso pagar.

.

.

— Essa semana você mal deu atenção pra mim, Izuki-kun.

— Eu sei, desculpe. Você sabe que o casamento do Hayakawa-san está chegando e nós estamos trabalhando feito loucos lá na loja...

— Eu quero transar.

Izuki vira a cabeça rapidamente com as bochechas meio rosas. Moriyama também as tem da mesma cor e faz cara de emburrado, com os braços cruzados sobre o peito.

— Ahn...

Moriyama aproxima-se de Izuki rapidamente. O rapaz mais novo já sabia do que se tratava.

— Jo-ken-po!

— Por que eu sempre perco?! — Izuki bate a mão na lateral do corpo e estala a língua — Ok, o que você quer?

— Q-Quero ir por baixo...

Moriyama não olha para Izuki. Suas bochechas estão vermelhas.

— E-Eu queria ir por baixo também... — Izuki admite e morde o lábio, desviando o olhar.

— Então, hm... V-Você vai primeiro, e depois eu?

— Pode ser.

— Fechou.

— Fechou.

.

.

Eles tinham resolvido que as preliminares seriam divertidas, mas os rapazes meio que começaram a se beijar e não pararam mais. Isso mais ou menos por quarenta minutos.

Os lábios de Moriyama já estavam meio inchados e totalmente vermelhos, assim como seu rosto. Ele não podia evitar — Izuki deixava-o assim, principalmente tocando-o desse jeito.

— Se você continuar assim — Moriyama diz baixinho no ouvido de Izuki — eu vou gozar antes mesmo de a gente começar.

Izuki somente responde alguma coisa inaudível e volta a beijar Moriyama empolgadamente. Isso o irrita, ao mesmo tempo que acha fofo.

— Izuki-kun.

— Shhh.

Moriyama odiava o jeito que Izuki sempre fazia o que quisesse com ele. Droga, ele era tão vulnerável ao rapaz dos olhos prateados... Era que nem um cachorrinho. Izuki tinha alguma coisa que deixava Moriyama mole e totalmente influenciável.

Mas não hoje.

Moriyama segura os ombros de Izuki e joga-o bruscamente na cama. Izuki abre os olhos, espantado, e tenta protestar quando Moriyama aperta seus pulsos contra a cama na altura da cabeça.

— Izuki-kun vai se comportar direitinho hoje, né?

O coração de Izuki disparou no peito. Seu corpo sentia que não era um bom sinal. Mas, caramba, aquele olhar sugestivo e o sorriso de lado são incrivelmente... Absurdamente...

"Sexy".

— Vou tentar.

Moriyama sorri daquele jeito de novo.

"Me fodi", ri consigo Izuki.

O rapaz dos olhos pretos segura ambas as mãos de Izuki contra ao colchão, e desce seus lábios até o pescoço dele. A pele era gostosa e macia, e perfeita para marcar de roxo.

— Moriyama-san, não deixa chup—

Moriyama riu consigo mesmo enquanto soltava a pele branquinha, já manchada de vermelho. E fez mais alguns de ambos os lados, para deixar bem marcado o território. Fazer o quê? Moriyama Yoshitaka era o macho alfa e extremamente territorialista.

Izuki não tinha outra opção a não ser suspirar baixinho enquanto a língua e os lábios de Moriyama circundavam seu pescoço e maxilar. Droga, era tão bom. Como ele conseguia fazer isso?

— Chega. Cansei de brincar. — Moriyama enfia-se no meio das pernas de Izuki, e desgruda o corpo do dele, apoiando-se nos joelhos somente.

E quando Moriyama forçou-se contra Izuki, o mais novo fechou os olhos com força e esperou o pior. Sabia que ele viria, pois Moriyama estava com pressa. E nada de bom acontece quando Moriyama está com pressa.

— C-Calma, Moriyama-san...

— Shhhh.

Não queria machucá-lo, mas estava ansioso. Mal conseguia se conter no lugar enquanto Izuki suspirava pesadamente com o fundo dos olhos ardendo em lágrimas. Mas quando Izuki deu o sinal verde, ah, meu Deus.

Uma. Duas. Três. Quatro. Izuki franze a testa de dor, e a voz de Moriyama ecoa nas paredes. A cama range de leve. O vento da janela arrepia os pelos dos braços. Cinco. Seis. Sete.

Oitonovedez.

Onzedozetreze.

Izuki abre a boca para respirar melhor. Começa também a se masturbar, olhando para Moriyama a sua frente, apoiado nos joelhos e segurando as coxas do menor contra si. Eles suam.

Catorzequinzedezesseis.

Izuki puxa Moriyama para baixo, a fim de beijá-lo. Os corpos deslizam uns nos outros, músculo contra músculo, pele contra pele. Dói, mas é bom. Izuki suspira baixinho entre os lábios de Moriyama, enrolando a língua na dele.

Dezessetedezoitodezenove.

Moriyama prende as pernas de Izuki ao seu redor.

Vinte.

Izuki abre os olhos e geme alto. Moriyama afasta-se um pouco para olhá-lo melhor, e sorri com a expressão do rapaz mais jovem.

— Achei, né?

Izuki sabia que estava ferrado.

Moriyama continuou daquele jeito até deixar Izuki totalmente maleável e submisso. Izuki fecha os olhos; suas pernas tremem como nunca, e ele se encolhe para frente, a garganta rasgando e a voz saindo mais e mais alto, Moriyama até diminui o ritmo para ver.

Izuki treme desesperadamente, e sua bicas enquanto deixa a voz morrer.

— Nossa, Izuki-kun... — Moriyama ri meio constrangido — Você nunca gozou tanto assim antes.

—C-Cala a boca... — a voz do menor é só um sussurro.

A barriga de Izuki está toda suja, mas nenhum deles liga. Moriyama sorri de um jeito super fofo, e Izuki não deixa de sorrir também de um jeito bobo. Moriyama retoma as coisas devagarzinho. Ele próprio está chegando quase lá.

Izuki fecha os olhos e respira pesadamente pela boca. A voz de Moriyama é simplesmente arrepiante. Seu corpo está totalmente mole, e a mente, em branco. Ele faz força pra se concentrar na voz do mais velho, que morde os lábios com força. O rosto corado de Izuki realmente não ajuda Moriyama a manter o foco.

Izuki abre os olhos devagar, encarando os olhos cor de carvão a sua frente. São puxados nos cantos e os cílios são longos. Eles refletem a luz que vem da janela; "os olhos dele são tão bonitos...", Izuki sorri sem nem mesmo perceber. Moriyama sorri também, logo depois apoiando a testa no ombro do mais novo e gemendo baixinho.

Moriyama treme de leve. Seus braços perdem as forças e ele cai em cima de Izuki.

— Moriyama-san, você 'tá me esmagando...

— Desculpe.

Moriyama deita no travesseiro ao lado, respirando fundo pela boca. Izuki estica seu braço até a mesa de cabeceira e dá uma olhada em seu celular.

54 novas mensagens

— Mas que diabos...

— Que foi?

Eram todas de Kobato e Suzume, dizendo que tiveram um problema com o carregamento de flores que serviria de decoração no casamento de Hayakawa e Nora. Kobato estava em pânico.

— Merda. — Izuki estala a língua e senta na cama — As meninas tiveram um problema com as flores. Tenho que ir.

— Agora? Pensei que fosse rolar um segundo round...

— Desculpe, Moriyama-san — Izuki passa a mão no cabelo e sorri tristemente para o mais alto — Deixa pra depois, ok?

— Ok. Se precisar de ajuda, manda mensagem.

— Mando sim.

Izuki recolhe todas suas roupas do chão e se veste rapidamente. Ele para na frente do espelho para arrumar o cabelo.

— Olha o tamanho desses chupões!

— Ops — Moriyama ri baixinho e enfia a cabeça nos travesseiros.

— Isso não vai sair a tempo do casamento, sabe? — Izuki tenta se fazer de bravo, mas não consegue. Ele ficava completamente idiota perto de Moriyama — Vou ter que ir com isso no casamento do seu melhor amigo, e todo mundo obviamente vai saber quem fez.

— Melhor ainda.

.

.

Acontece que as flores que chegaram eram petúnias, e não rosas, como Izuki tinha pedido. O casamento seria no dia seguinte, e eles realmente não tinham tempo para que alguma coisa desse errado.

Felizmente uma ligação resolveu o problema, e as rosas chegaram dentro do prazo para que os três irmãos pudessem trabalhar nos enfeites de mesa e arranjos. Nora tinha dito que queria girassóis, e Suzume estava indecisa sobre qual flor ficaria melhor com eles.

— Shun-nii, lavandas ou margaridas? — a menina levanta dois arranjos diferentes nas mãos. Izuki coloca a mão no queixo.

— Margaridas.

— É óbvio que você escolheria margaridas. Nem deveria ter perguntado. — Suzume sai batendo o pé. Izuki balança a cabeça, sorrindo.

Não era sua culpa que gostava tanto de margaridas. Eram flores simples e bonitas, e lembravam-no de Moriyama.

— Use margaridas vermelhas, então!

Os irmãos trabalharam a tarde toda, e terminaram tudo quando a noitinha chegou. Kobato colocou o último enfeite na caixa quando Moriyama entrou pela porta carregando dois ternos e dois vestidos. Os olhos das meninas brilharam de felicidade.

Kobato e Suzume iriam com dois vestidos iguais, mas de cores diferentes. O de Kobato era prateado do mesmo jeito que seus olhos, e o de Suzume era preto fosco. Eram vestidos tomara-que-caia que ficavam um pouco acima dos joelhos e eram acinturado.

— Meninas, tenho certeza de que vocês vão estar deslumbrantes amanhã! — Moriyama dá um beijinho na mão de cada uma e sorri largamente — Acho que vocês vão ser proibidas de entrar por estarem mais bonitas que a própria noiva!

Suzume ri, e as bochechas de Kobato ficam vermelhas. Ela solta uma risadinha envergonhada.

— E vocês dois também têm que estar ótimos, ouviram? — Suzume diz — Não vou querer entrar com vocês se estiverem desleixados.

— Suzume!

— Desculpe.

— Você obviamente nunca nos viu arrumados, né? — Moriyama apoia o cotovelo no ombro de Izuki e sorri de lado — Vamos deixar vocês e o resto das convidadas babando.

Kobato olha para o terno pendurado, para Moriyama, para o sorriso, para o terno de novo, e finalmente suspira.

"Droga, por que ele é tão gato?"

.

.

Izuki sai do chuveiro com a toalha enrolada na cintura e encontra Moriyama deitado em sua cama, olhando para o teto com as mãos apoiadas atrás da cabeça.

— Está pensando no quê?

— Em como amanhã vai ser estranho.

— Por que acha isso?

— Bom, eu falei com o Kobori — Moriyama ergue-se e senta de pernas cruzadas, apoiando os cotovelos nos joelhos — e ele terminou mesmo com a Mandy.

Izuki morde o lábio e veste uma cueca.

— O que deu?

— Ela confessou tudo. Disse que não gostava dele e só estava com ele por interesse mesmo. Aí ele achou melhor acabar com tudo de uma vez.

— E isso te deixa preocupado por quê?

— Porque eu não estou lá pra dar apoio. — Moriyama coça a nuca e encara os próprios pés — Sinto-me meio culpado.

— Tá certo que apoio é importante, Moriyama-san, — Izuki coloca uma calça de moletom e senta ao lado do outro — mas é preciso espaço também. E tempo. Kobori-san pode preferir passar um tempo sozinho, sabe?

— Sei.

— Pelo menos foi isso que eu...

"Que eu queria quando eu e a Miya terminamos."

Izuki para no meio da frase, olhando nos olhos de Moriyama. Ele não sabia se deveria continuar. Seu namorado não gostava muito de tocar no assunto "ex-namoradas".

Moriyama não precisa ouvir para ter certeza do que Izuki diria, por isso simplesmente apoiou a cabeça no ombro do outro e respirou fundo. O cheirinho de banho tomado de Izuki era gostoso, e o shampoo de limão era refrescante.

— Só acho estranho todos os meus amigos estarem noivos ou casando, e eu aqui...

Aqui onde? Aqui como?

Aqui com Izuki? Aqui num relacionamento novo? Aqui com um cara? Aqui em outra cidade? Aqui meio empacado na questão amorosa?

"Oras, não estou empacado.", Moriyama sente-se bravo consigo mesmo. Estava com quem gostava, certo? Estava com Izuki porque queria e porque gostava dele; gostava demais dele.

A pausa foi longa o suficiente pra fazer o coração de Izuki apertar no peito.

— ...Num relacionamento que não sabe se vai pra frente. — a voz do mais novo sai meio falha.

— Quê?

— Você finge que não, mas eu sei que se sente inseguro, Moriyama-san. — Izuki abaixa o olhar e esfrega as mãos.

— Não é nada disso, Izuki-kun.

— Sei que você já teve muitas namoradas e nenhum namorado... Você não sabe se deveria continuar com isso daqui, não é?

Para o desespero de Izuki, Moriyama ficou quieto.

— Você gosta de mim, mas está indeciso se é uma boa coisa esse nosso namoro... — a voz do menor vai ficando mais e mais baixa — Você sempre namorou garotas, e agora que está comigo, sente-se incerto sobre isso. E tem medo de se machucar de novo, né?

"Que nem eu tenho."

Bem fundo no peito de Izuki há um sentimento frio, que por anos ele havia abafado e esquecido. Agora que ele se apaixonara de novo, aquele pontinho voltou a tona. Morria de medo. A experiência com Miya estava cravada em seus átomos. Seu subconsciente temia que ele fosse largado e trocado de novo.

"Medo. Que coisa tosca."

Moriyama não queria sofrer de novo. O término com Mirai havia sido doloroso o suficiente, e agora que estava em um novo relacionamento, também tinha medo de rejeitarem suas tulipas.

O que acalentava o pobre coração do rapaz dos olhos pretos era saber que Izuki realmente gostava de flores.

— M-Mas olha, Moriyama-san, você sabe que eu g—

Moriyama ergue a cabeça e pressiona sua boca contra a de Izuki, surpreendendo o rapaz. Cinco segundos depois, ambos estavam se olhando.

"Eu gosto tanto dele."

"Eu gosto tanto dele."

O olhar de Moriyama dizia muitas coisas, algumas as quais Izuki não soube interpretar direito. 'Vamos parar com esse assunto' era um deles. 'Não quero falar sobre isso', 'eu estou com medo', 'não queria me sentir inseguro', 'eu amo você'.

'Não queria me sentir inseguro de amar você.'

— Vamos dormir logo.

Os dois apagaram as luzes e se enfiaram embaixo das cobertas. Izuki tinha vontade de encostar em Moriyama, mas preferiu não o fazer; talvez fosse melhor dar alguma distância.

Moriyama abre os olhos no escuro. Ele sente os pelos de sua nuca arrepiados, sabe que Izuki está olhando para ele do mesmo jeito que olha as margaridas: com carinho e preocupação.

Izuki sempre dizia que Moriyama era como uma margarida, e que ambas as coisas eram suas prediletas no mundo.

O mais velho vira, apoia-se em seus cotovelos e beija a boca de Izuki algumas longas vezes.

— Não quero tomar um pé na bunda de novo.

— Não quero que você jogue fora minhas tulipas.

— Eu amo tulipas. Eu amo as suas tulipas.

Eu quero ficar com você.

.

.

Izuki acorda com o rosto de Moriyama em seu pescoço e metade do corpo dele em cima do seu. Izuki estava virado de barriga para cima, e Moriyama, como sempre, estava de barriga para baixo e babava um pouco.

Izuki esfrega os olhos com a mão que não estava presa embaixo do corpo do outro. A respiração de Moriyama era calma e regular, e arrepiava os pelos de seus braços. Ele podia sentir o hálito quente batendo na lateral de seu pescoço. As costas nuas do rapaz subiam e desciam lentamente. O cabelo preto fazia cócegas em seu nariz. O cheiro de caramelo ainda estava impregnado em Moriyama — era como se já fosse parte dele mesmo.

Izuki passa a mão nas costas expostas e tenta acordar Moriyama, que só geme baixinho e afunda a cabeça ainda mais no pescoço do outro.

— Acorda, Moriyama-san. Temos um casamento pra arrumar.

Moriyama normalmente ficava vinte minutos a mais na cama, mas pensar no casamento de um dos seus melhores amigos lhe deu ânimo e forças para levantar. O sábado estava ensolarado e a previsão era de calor, mas a manhã ainda tinha um ventinho gelado da noite.

Izuki, Kobato, e Suzume tinham combinado com a organizadora do casamento que iriam a capela às 10h para começar a arrumar as flores. Era cerca de 9h30 quando os irmãos chegaram carregando caixas e caixas das mais coloridas flores para a decoração. A organizadora ficou extremamente grata.

A Igreja onde Hayakawa e Nora iriam se casar era de tamanho médio, com um teto arredondado alto e colunas dois dois lados, suportando um segundo andar. Tudo era feito de mármore branco ou cinza-claro. Os bancos de madeira já estavam prontos, o tapete no lugar, as velas nos suportes, a orquestra ensaiando, um dúzia de pessoas correndo por todos os lados ajeitando mínimos detalhes.

— Nossa, está tão bonito! — Kobato coloca a mão no peito enquanto olha ao redor — Quando eu me casar, quero que esteja assim!

— Não seja boba, Kobato — Izuki coloca dois vasos em cima de um suporte e ajeita as pétalas das rosas — Já sabemos de quem é o próximo casamento.

— De quem? — Moriyama pergunta quase se engasgando na própria saliva, pendurando pequenos arranjos nas colunas.

— Da Suzume com o italianinho, obviamente.

— SHUN-NII!

Izuki cai na risada, e as orelhas de Suzume ficam extremamente vermelhas.

— Ah, por sinal... — Kobato sorri de um jeito perverso — Não sei se te falaram, Shun-nii, mas ele vem pro casamento.

A rosa que Izuki segurava quase cai no chão, mas ele pega a tempo.

— Ele vem?!

— N-Nora disse que poderíamos chamar alguém se quiséssemos... — Suzume faz bico e olha pros pés.

Mais um item na lista de preocupações de Izuki. O italianinho. O italianinho vinha para o casamento. Era tudo o que precisava.

Suzume fuzila Kobato com o olhar, mas logo as duas voltam ao trabalho. Já se passava do meio-dia quando a decoração da Igreja ficou pronta, então a equipe de montagem foi deslocada para o salão onde a festa aconteceria. Não ficava muito longe dali.

O salão era grande e várias mesas redondas estavam montadas. A equipe logo começou a colocar as toalhas nas mesas e ajeitar a decoração restante. Os três irmãos e Moriyama cuidaram das flores.

Cada vaso era mais bonito que o outro. Um tinha girassóis e margaridas vermelhas, outro era repleto de dentes-de-leão e gerânios, as rosas vermelhas e brancas davam um contraste bom com o perolado do resto da decoração. As meninas tinham escolhido bem as flores que fariam parte dos enfeites, e Izuki foi obrigado a tirar um cisco do olho quando olhou o trabalho todo pronto. Kobato não escondeu o choro.

— Deu muito trabalho, mas ficou tão bonito — Kobato limpava as lágrimas na gola da blusa — Só espero que Nora-chan goste.

— Ela vai, não se preocupe — Suzume limpa discretamente os olhos na manga de seu casaco — Ela seria louca se não gostasse.

Mais atrás, Moriyama pega na mão de Izuki e entrelaça os dedos nos dele.

— Está chorando?

— N-Não. Só estou feliz que ficou tão bom.

Moriyama sorri, e coloca uma flor na mão de Izuki. O menor olha para baixo e um sorriso brota em seus lábios.

— Um gerânio rosa?

— Eu dei uma olhada na Enciclopédia das Flores e achei uma que combinava.

— Obrigado, Moriyama-san.

O peito de Izuki palpitou. Ele lembrava muito bem do significado da flor: "O gerânio está associado à superação pessoal perante difíceis obstáculos. Seu significado remete a grande resistência da flor, apesar de sua aparência frágil. O significado pode mudar dependendo da cor. O gerânio rosa indica preferência, o escuro demonstra...".

Izuki, ainda segurando na mão de Moriyama, puxa-o discretamente para a parte mais afastada onde ficavam os banheiros. Ele empurra Moriyama para dentro do banheiro masculino, tranca a porta da cabine e lança o rapaz dos olhos pretos contra a parede, amassando a boca na dele.

Izuki Shun e Moriyama Yoshitaka beijam-se furiosamente na última cabine do banheiro masculino. A camisa branca de Izuki já estava no chão, e a calça de Moriyama já tinha escorregado até os joelhos. Dois pares de mãos apalpam os corpos entre mordidas e lambidas, e gemidos escapavam acidentalmente de ambos os lábios. Moriyama aperta forte o cabelo de Izuki entre seus dedos, puxando-o para onde bem quisesse.

Izuki fica na ponta dos pés, pressionando Moriyama contra a parede e apertando o quadril no dele. A cabine parece pegar fogo àquela altura, e os sons que faziam estavam ficando mais altos. Izuki morde o lóbulo de Moriyama e diz em sua orelha:

— Quero te comer logo.

As bochechas de Moriyama esquentam repentinamente e algo dentro de si parece ter explodido. Izuki não era de ficar falando muito; na verdade, ele era mais de fazer do que de falar. Aquelas palavras meio sujas fizeram Moriyama se arrepiar inteiro.

— Ficou faltando o segundo round, né? - Moriyama sussurra - Vamos pro hotel logo, Izuki-kun.

Izuki já sentia a mão de Moriyama escorregar-lhe por dentro das calças quando o celular dele vibra algumas vezes. O mais novo pega o aparelho por alguns segundos.

Parem de se pegar e vamos embora, temos que nos arrumar ainda.

Shun-nii, dá pra ouvir tudo daqui de fora...

A pressão de Izuki vai às alturas, e seu rosto queima de vergonha. Moriyama começa a rir nervosamente. Foram pegos.

Felizmente só restavam alguns poucos membros da organização no salão, ajeitando os últimos detalhes. Kobato e Suzume estavam sentadas no chão do lado de fora do banheiro masculino, parecendo meio envergonhadas. Izuki esfrega o rosto nas mãos. Moriyama coça a nuca. Os quatro vão para o hotel.

O casamento aconteceria em Kanagawa, longe da cidade natal de Izuki e suas irmãs. Por isso eles ficariam em um hotel naquela noite, indo embora na manhã seguinte. Todos subiram para o 22° andar. Izuki e Moriyama entraram no quarto 2237, e Kobato e Suzume ficaram no 2230, todos no mesmo corredor.

Izuki começou a tirar a roupa de Moriyama no segundo que a porta do quarto 2237 fechou. Ele prendeu uma das mãos do mais velho contra a parede e atacou seu pescoço.

— I-Izuki-kun...

— Ah, não, Moriyama-san — Izuki disse de jeito manhoso — Você não pode ir embora ainda.

— Mas os outros caras estão me esperando...

Izuki afasta-se para olhar o rosto do outro. Moriyama sorri, pedindo desculpas, e tira a franja dos olhos de Izuki.

— Tá, tudo bem. — Izuki suspira — A gente se vê no casamento, então.

— Claro que sim.

Moriyama dá um último beijo em Izuki, pega seu terno e sai pela porta acenando brevemente.

Hayakawa tinha convidado Moriyama para ser padrinho de seu casamento, e ele e os outros padrinhos tinham que chegar junto com o noivo. Izuki, Kobato, e Suzume chegariam na mesma hora que os convidados normais, cerca de uma hora depois.

O relógio na parede do quarto dizia que eram 4h30 da tarde. Izuki tinha mais ou menos duas horas pra matar. Ele ficou mexendo no computador e vendo TV. Faltando uma hora, Suzume veio bater em sua porta.

— Tá a fim de ajudar a gente a se vestir? — ela perguntou, em um roupão e de maquiagem — A Kobato não consegue fazer um maldito dum coque em mim, e acho que você consegue.

— É claro que consigo — Izuki sorri e segue Suzume até o quarto das meninas — Você se esqueceu quem fez todos os tipos de penteados existentes em vocês quando estavam no primário?

— Então sabe fazer um coque direito?

— Óbvio que sei.

O quarto estava uma zona. A TV estava em um canal de música qualquer, as camas estava amarrotadas e milhares de produtos de beleza estavam espalhados pelo quarto. Kobato estava na frente do espelho do banheiro tentando colocar o vestido.

Izuki fez o coque em Suzume e uma trança embutida em Kobato.

— Honestamente... — Izuki coloca as mãos na cintura e olha para suas irmãs de cima a baixo — Estou me sentindo um mendigo perto de vocês.

— Você deveria ir se arrumar logo, Shun-nii. — Kobato está jogada na poltrona e muda os canais. Suzume digita sem parar no seu celular.

— Eu vou. Ah, por sinal... Suzume, e o italianinho? Ele vem ou não?

— Ele deve chegar a tempo do casamento.

— Entendi.

— Depois volta aqui pra eu cobrir esses seus chupões enormes com maquiagem.

— Ugh, ok.

Izuki foi tomar seu banho. Em menos de 30 minutos estava pronto. O relógio bateu 6h00. O casamento de Hayakawa e Nora começaria dentro de meia hora.

.

.

Izuki, Kobato, e Suzume ouviam com orgulho todo mundo elogiando as flores da capela. Os egos certamente estavam inflados. Suzume jura que viu várias pessoas pegando o cartãozinho da floricultura na mesinha perto de um dos pilares.

A igreja estava cheia, mas não lotada; Izuki estimava cerca de 150 pessoas. Todos estavam agora sentados nos bancos, esperando, esperando, esperando.

A porta dos fundos é aberta. Hayakawa entra timidamente, seguido de seus padrinhos e madrinhas. As moças estão de vestido azul marinho.

Seus olhos vasculham o altar procurando Moriyama. Hayakawa já está em posição, e todo mundo parece concentrado. O silêncio vai tomando conta da capela. Izuki ainda não avistou Moriyama. Seu coração martela no peito.

Ali a direita, perto das rosas brancas da coluna de mármore, Moriyama conversa com uma moça baixinha. O ar foge dos pulmões de Izuki.

"Ah, Deus, ele 'tá de smoking."

Izuki morde seu lábio inferior para que sua boca não abra. Moriyama está bonito, incrivelmente bonito. E elegante. "Deus me ajude nesse momento..."

— Droga, por que ele é tão bonito?

Izuki vira a cabeça. Foi Kobato quem dissera. Ela tem o olhar sofrido e morde o lábio, encarando Moriyama com os olhos tristes. Izuki olha a irmã de boca aberta. Será que foi sem querer?

— Pois é. É difícil de lidar.

— Pelo menos você está com ele. Eu só posso olhar de longe.

Kobato vira o rosto, tentando achar qualquer outra coisa para olhar. Mas Moriyama estava simplesmente tão bonito que era impossível tirar os olhos dele. Todas as mulheres solteiras também o observavam como um predador observa sua próxima presa.

— Queria que você soubesse que eu ainda me sinto mal sobre isso.

— Não precisa, Shun-nii. Ele nunca olharia pra mim de qualquer jeito.

— Desculpe, Kobato. É só que... — Izuki esfrega o rosto — Que eu nem vi isso tudo acontecendo até que foi tarde demais.

— Shun-nii, a gente vai mesmo ter essa conversa agora?

— É tão estranho pensar nisso... Tipo, eu, um cara, roubei o cara que minha irmã estava a fim. O quão absurdo isso parece?

— Você tem sorte, Shun-nii. Moriyama-san realmente parece gostar de você.

— Eu gosto dele também.

— Então é isso que importa.

A orquestra começa a tocar. Todo mundo vira as cabeças para trás para olhar a noiva. Mas os olhos de Izuki ficam presos nos de Moriyama, que o observam cuidadosamente de um jeito meio besta.

Moriyama ficou procurando Izuki na plateia por um bom tempo, mas não o achou. Somente quando avistou o vestido prateado de Kobato que viu Izuki ao seu lado, com um terno da cor de seus cabelos, perfeitamente ajustado, e com uma camisa branca impecável. O coração foi parar na garganta.

"Izuki-kun está tão bonito..."

Todo mundo sabe que Moriyama Yoshitaka ama coisas bonitas.

Izuki sorri timidamente e tenta se controlar para não ficar com o rosto vermelho. De repente fez calor dentro da igreja. Moriyama tenta se focar na noiva entrando antes que arranque os cabelos.

Nora estava linda. O vestido dela era bastante simples, com um decote coração que realçava o colo dela, e marcava bem a cintura. A parte do peito tinha algumas rendas discretas, que desapareciam conforme o vestido descia. A barra e a cauda eram de seda, da mesma cor que as rosas brancas que ela carregava. O buquê também tinha gérberas alaranjadas.

O segundo que Nora entrou, acompanhada de seu pai, Hayakawa abriu tanto a boca que seus padrinhos acharam que seu maxilar iria quebrar. Seus olhos se arregalaram de um jeito impossível e ele apertou as mãos juntas.

Nora sorri de orelha a orelha. Todos os olhares estão pregados nela. Izuki nunca vira uma noiva tão deslumbrante na vida. Kobato chorava baixinho, e Suzume sentia-se ligeiramente com inveja.

Hayakawa comprime os lábios. Ele leva uma mão a boca, pressionando-a com força. Seus olhos se enchem de lágrimas, algumas até escorrem pelas suas bochechas. Kobato chora ainda mais. Hayakawa morde os lábios ainda sem tirar os olhos de sua futura esposa.

Nora nem tinha percebido, mas estava chorando também. Boa parte dos convidados estava em lágrimas. Moriyama, Kobori, Kasamatsu, e Kise, no altar, olhavam-se sorrindo, felizes pelo melhor amigo.

Izuki abraça Kobato, que continua chorando. Ela suspira baixinho.

— Não precisa chorar tanto — Izuki sussurra.

— A culpa não é minha que eles são tão perfeitos um pro outro.

Nora já está perto do altar. Hayawaka tem as duas mãos cobrindo a boca e continua chorando. Quando o pai de Nora aperta sua mão e passa a da filha para ele, o noivo não aguenta e tem que cobrir os olhos com o braço.

— Você 'tá tão linda...!

A igreja toda ri um pouco. Nora limpa o próprio rosto com as pontas dos dedos.

— Por que você 'tá chorando, hein? Era pra você estar feliz.

— É porque eu te amo tanto!

Até os padrinhos são obrigados a limpar os olhos discretamente.

— E eu 'tô feliz, sua chata.

— Fica quieto, bocó. Esse deve ser o melhor dia da minha vida.

— Da minha também.

.

.

Não era só Kobato e Izuki que tinham achado que Moriyama estava impecável naquele smoking. Grande parte das amigas de Nora também tinha achado, e elas agora formavam uma rodinha ao redor dele, conversando sobre algo que realmente não interessava Izuki.

Ele, por sinal, estava ao lado de Suzume no bar, ambos segurando copos e observando Moriyama no meio daquelas mulheres.

— Eu particularmente acho incrível essa habilidade do Moriyama-san de conseguir mulher. — Suzume dá um gole na sua água.

— Acredite ou não, as taxas de sucesso são baixas — Izuki responde, também bebendo do seu copo. — Não sei dizer porquê.

O salão estava lindo, e os noivos agradeceram aos irmãos pelo maravilhoso trabalho com as flores. Moriyama, cercado por pelo menos meia dúzia de mulheres, olhava discretamente para os lados, procurando por Izuki. Eles ainda não tinham se encontrado, já que Moriyama tinha vindo com os padrinhos e não tivera tempo de sequer respirar antes de ser abordado pelas amigas de Nora.

— Meu ex vivia dizendo que eu era gorda, aí eu fiz o que era melhor, sabe? Dei um pé na bunda dele.

— É, ninguém merece um namorado que põe a gente pra baixo.

As moças conversavam, e Moriyama tentava manter o foco na conversa. Era legal estar cercado de garotas assim, coisa que era rara para ele.

— E você, Moriyama-san? — perguntou a de rabo-de-cavalo — Está namorando no momento?

Todas as outras garotas se calaram e olharam fixamente para o rapaz, que somente riu.

— Estou sim.

Moriyama avista Izuki e Suzume encostados no balcão do bar e abre um sorriso. As mulheres soltam exclamações.

— Ela é uma sortuda!

— É, ter um homem tão cavalheiro e gentil como você, Moriyama-san...

— Ela veio hoje?

— Cadê ela?

— Bem ali. — Moriyama aponta para o bar, encontrando os olhos com Izuki. Seu namorado estava tão bonitinho de terno...

— Aquela mocinha?

— Mas ela não é muito nova?

— Ela deve ter uns 18 ou 19 anos...

— Não — Moriyama não desprega os olhos dos de Izuki — Do lado dela. Falando nisso, eu vou lá, ok? Depois a gente se fala, meninas.

Moriyama pede licença e vai na direção dos irmãos. Izuki sente sua pulsação aumentar conforme Moriyama se aproxima. Era um pecado um homem ser tão bonito desse jeito.

— Já está conquistando as novinhas, Moriyama-san? Seu namorado está vendo tudo!

— S-Suzume!!

— Desculpe, Shun-nii.

Moriyama sorri para Izuki e pega em sua mão, entrelaçando os dedos nos dele. Faz calor dentro dos ternos.

— G-G-Gostei do smoking.

— Você está ótimo, Izuki-kun. E você, Suzume-chan, está explêndida.

Moriyama dá um beijinho na mão da garota, que ri um pouco.

As moças ao longe grunhem de insatisfação, afogando a decepção nos copos de bebida.

"Eu deveria saber que ele era gay."

— Ainda bem que eu sempre ando com a minha maquiagem na bolsa e o-o-oi Mo-Moriyama-san!

Kobato tinha acabado de retocar a maquiagem e voltava do banheiro quando inesperadamente deu de cara com Moriyama ao lado de seus irmãos.

— Kobato-chan! — Moriyama abre a boca.

— O-O-O quê?

— Você está maravilhosa!

O rapaz pega na mão de Kobato e a faz dar uma volta no lugar.

— Seu vestido tem a cor dos seus olhos. — Moriyama sorri docemente — Vocês todos estão ótimos. Deve ser coisa de família.

Kobato leva a mão ao rosto e ri baixinho. Izuki sorri também. Suzume não ouviu pois estava mexendo no celular. Ela guarda o aparelho na bolsa e afasta-se dos irmãos.

Izuki, Kobato, e Moriyama continuam conversando animadamente enquanto o resto dos convidados chega. Hayakawa e Nora seriam os últimos, e depois haveria o jantar e a valsa. Kobato estava ansiosa.

— Aí eu falei pro Kise pra ele ficar relaxado, porque tudo parecia estar correndo bem e o Hayawaka não estava estragando nada até o momento.

— Por que isso?

— Digamos que o Hayakawa é energético demais e tem o dom de derrubar coisas e esbarrar em tudo. — Moriyama dá de ombros e olha rapidamente ao redor, mas ergue as sobrancelhas logo em seguida. — Ah, olha quem vem vindo aí.

Izuki segue o olhar de Moriyama até a porta do salão. Suzume vem andando acompanhada do italianinho, que parece meio nervoso. Suzume sussurra alguma coisa para ele com o olhar pregado em Izuki.

— Vou deixar vocês conversarem sozinhos — Moriyama faz menção de se afastar, mas Izuki segura-o pela barra do terno.

— Você não pode ir embora num momento importante como esse, Moriyama-san! — Izuki parece tão nervoso quanto o garoto.

— Olha, sei que você é superprotetor com as suas irmãs, mas, fala sério, esse garoto tem cara de quem vai aprontar?

— Ouvi boatos de que...

— Boa sorte.

Moriyama vai embora antes que Izuki consiga terminar a frase. Kobato, ao seu lado, dá uma arrumadinha no cabelo. Suzume e o italianinho se aproximam. Ele é alto perto dela. Izuki engole em seco.

— Ele chegou — Suzume sorri de orelha a orelha. O menino parece estar em pânico.

— Desculpe a demora, acabei pegando muito trânsito na estrada. — ele realmente tem um sotaque pesado.

— Tudo bem, o importante é que você chegou. — Izuki estende a mão para o garoto loiro — Meu nome é Izuki Shun, muito prazer.

— Meu nome é Enzo De Fiore, prazer. — o garoto aperta a mão de Izuki com confiança e sorri — Tudo bem, Kobato?

— Tudo ótimo, Enzo.

Ninguém conseguia pronunciar o nome dele direito, mas Izuki Shun podia dizer que tinha gostado do rapaz. Ele nunca tinha reparado, mas Enzo era bem loiro, e tinha os olhos muito azuis. O maxilar dele era definido, e Izuki jurava que ele teria mais de 25 anos se não fosse pelo olhar meio infantil.

Suzume, ao lado de Enzo, não parava de olhar para o rapaz. Ela sorria timidamente. Izuki ergueu uma sobrancelha para ela, sorrindo de lado. Suzume mostrou-lhe a língua e saiu com Enzo até a mesa de comidinhas.

— Ele é legal — Kobato comenta.

— Ok, não vamos exagerar.

— Shun-nii!

— 'Tá, ele é simpático. E o aperto de mão dele é forte. Você sabe que isso conta pontos — Izuki olha de soslaio para a irmã, e começa a procurar Moriyama na multidão.

— Ah, conta? — Kobato dá uma risadinha.

Bom, Izuki podia dizer que estava relativamente mais calmo com a questão de Suzume e o italianinho. Ele parecia ser um garoto de confiança, diferentemente do que ouviu nos boatos. Izuki suspira, balançando a cabeça. Mais um item da sua lista de preocupações fora riscado.


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Notas finais do capítulo

EU ESTAVA POSTANDO ESSA MERDA E SAIU O EPISÓDIO PUTA QUE PARIU ALGUÉM ME SEGURA

Curiosidades #12

— Nem Moriyama nem Izuki se definem como sendo gays. Afinal, eles ainda sentem atração por mulheres. Talvez eles prefiram algo como bissexuais (isso é meio incerto).

— Kobato e Suzume não sabem assoviar.



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