Amizade... Ou Não? - É só o começo. escrita por Alessa Beckett Castle


Capítulo 11
Depois do Terror


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Nome mega sugestivo, né? Alguns querem minha cabeça numa bandeja de prata, eu sei. Mas aqui vai outro capítulo pra vocês.

Espero que gostem!!



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      Faz duas semanas desde que o sequestro ocorreu. Eles estavam levando a vida normalmente. Kate seguiu trabalhando e cuidando de James, que aparentemente não ficou traumatizado. Alexis voltou para a faculdade e Anne voltou à escola. No entanto, o ambiente escolar nunca fora dos mais agradáveis para ela. Recentemente, alguns alunos faziam parecer com que fosse um pesadelo. E os Castle notaram isso. No entanto, resolveram observar de longe. Até o dia em que isto aconteceu.

      - Johnny, já disse que não foi nada. – Respondeu Anne, irritada.

      - Pode parar. Você não espanca uma pessoa e a arremessa em uma lixeira por nada. Ainda mais o capitão do time de futebol, que tem DOIS METROS de altura. Agora me fala por quê. – Pediu ele, pacientemente.

      - Hey, o que está acontecendo? – Interrogou Kate. –Anne! De onde veio esse olho roxo?

      - De um idiota. Mas não é nada. Vou largar minhas coisas. Já volto. – E saiu em direção aos armários, sem olhar para trás.

      - Ok Johnny. Me conta o que você sabe.

      - Tudo o que eu sei é que eu deixei ela no armário dela por um minuto para tomar água. No outro minuto, ela estava jogando um quarterback na lixeira. E não me diz o motivo.

      - Há quanto tempo ela está se comportando assim?

      - Desde o... Incidente. – Era como eles estavam chamando o sequestro, pois queriam evitar o assunto o máximo possível.

      - Não adianta você trocar de telefone. Para de me ligar! Eu sei o que você quer, e vai ficar querendo. Eu vou dar um jeito de recuperar o que é meu. Tchau Sarah! – Finalizou Anne, estressada. – Eu devo ter incendiado a Cruz, só pode. Do que vocês estavam falando?

      - Um quarterback na lixeira? – Pontuou Kate. – Como a sua escola não me ligou?

      - Provavelmente ele não me entregou. Se tivesse, estaria encrencado também. Afinal, não se pode entrar armado em uma escola.

      - Ele estava armado? – Perguntou Johnny. – E você não me disse isso por?

      - Porque eu sabia que você ia reagir assim. E armas não me dão medo.

      - Mesmo? Nenhuma arma? – Indagou Kate, criando algumas suspeitas.

      - Mesmo. Nenhuma.

      - Então podemos fazer alguns testes? – Questionou Johnny, vendo aonde Kate queria chegar.

      - Tragam as armas.

      ******

      Kate os levou para a sala de treinamento, onde eles poderiam testar várias armas de vários tipos.

      - Eu tenho aqui todos os tipos de armas. De armas de fogo até granadas. E não, não vamos ativar nenhuma granada. – Respondeu ela, antes que algum dos adolescentes pedisse.

      - Aonde vocês querem chegar? – Questionou Anne.

      - É só um teste prático que se faz a um policial depois que ele passa por uma experiência traumática. Durante nossa conversa, percebi que não fizeram este teste com você

      - Porque eu recusei. Não estou traumatizada.

      - Você bateu no guarda da escola porque ele estava consertando a pistola dele. – Respondeu Johnny.

      - Você... Faça o teste. Por favor. – Pediu Kate.

      - Está certo. Eu faço. Como ele é feito? Por que você está apontando a pistola pra mim? – Interrogou ela, curiosa.

      - Pistolas: normal. Johnny, sua vez. – Disse Kate.

      Anne, ao se virar para Johnny, viu que ele estava com um rifle apontado para ela. Ela arqueou uma sobrancelha, questionando.

      - Rifle tá tranquilo também Kate.

      - Qual o ponto deste teste? – Perguntou a garota, finalmente.

      - Ver a sua reação quando está na mira de determinada arma. – Respondeu Kate, apontando uma metralhadora para Anne. – Esta está normal. Johnny.

      Quando Anne se virou para Johnny, eles finalmente acharam a fonte do problema. Ele estava apontando uma arma de choque para ela, que pegou o braço que segurava a arma e quase o quebrou, até que ouviu ele gritando.

      - ANNE! PARA, VOCÊ VAI QUEBRAR O MEU BRAÇO!

      - Ai caramba. Desculpa, desculpa mesmo. – Pediu ela, e deixou o local.

      - Tudo bem Johnny?

      - Sim. Pelo menos descobrimos o trauma. – Respondeu ele, chacoalhando o braço torcido. – Acho que ela tirou um nervo do lugar.

      ******

      Anne decidira treinar um pouco alguns golpes. Depois do monte de areia, a delegacia manejou um novo equipamento para repor o danificado. Ela treinava com seus fones de ouvido, na sua playlist favorita. Enquanto treinava e ouvia música, as memórias do Dia de Terror voltavam à sua mente. O estado da família Castle dentro da masmorra, as ondas de choque que recebia, Niemann trazendo para a sala uma Kate cheia de cortes. Ela acaba de se lembrar que as cicatrizes recentemente começaram a sumir. Mas o mais atormentador nunca saía de sua cabeça.

      ”Ela consegue visualizar até hoje todo o preparatório da Dra. A limpeza dos objetos de cirurgia, o fato de que ia ser feito sem anestesia, e o olhar sádico de quem estava adorando fazer isso. Ela olhou para o lado, para ver que Kate ainda sangrava um pouco. Não pôde deixar de pensar nisso como uma falha. Como ela se esquecera de Niemann?

      - Agora, feche os olhos que isto vai acabar muito rápido. – Disse Niemann

      - Sai de perto de mim.

      - Não seja boba. Se eu fizer isso, não poderei fazer a operação. – Respondeu ela, sadicamente.

      Sem poder reagir e ainda recebendo ondas periódicas de choque, ela fechou os olhos, pensando em quando isto ia acabar. No momento em que sentiu a lâmina na lateral superior esquerda de sua testa, ela ouviu a porta ser arrombada, e uma dor atingiu seu olho esquerdo. Ao abrir os olhos, enxergou os policiais invadindo o local. Uns detiam Kelly enquanto Espo e Ryan soltavam ela e Kate de suas prisões. Ela só se lembra de ouvir Espo falando com ela antes de sair de lá.

      - Acabou. Tá tudo bem agora.”

      Ela só se dera conta da intensidade dos seus golpes quando o saco de pancadas estava no chão, a corrente havia arrebentado.

      Ela sentiu uma mão no seu ombro, o que a fez saltar e reagir. No entanto, outra mão segurou o soco. Ela olhou da mão para cima e viu Kate a encarando, com um olhar solidário.

      - Quer conversar um pouco? – Questionou a  mulher.

      - Não. Pelo menos não agora.

      - Está certo. Se quiser, sabe onde me encontrar. Ah, aliás, manera nos treinos. Você e Johnny vão nos deixar sem equipamentos desse jeito. – Disse ela, sorrindo.

      - Como ele está? – Perguntou ela, preocupada.

      - Distendeu um nervo. O orgulho não está lá grandes coisas também. Agora adivinha qual dói mais?

      - Ele está no hospital?

      - Necrotério, conversando com Lanie.

      - Certo. – Ela decidiu sair, mas não sem antes dar um abraço em Kate. – Obrigada. – Disse ela baixinho.

      - O quê? – Questionou Kate. Foi tão baixinho que ela não escutou

      - Eu não vou repetir. – Disse ela, o orgulho falando mais alto. – Até mais.

      - Até. – Respondeu Kate, com um sorriso. Com a reação de Anne, ela entendera o qua havia sido sussurrado.

      ******

      - Tudo certo Johnny. – Disse Lanie. – Uma distensão leve, nada que não forçar e um gelo não resolvam. Só tenta não forçar.

      - Pode deixar. Obrigado Lanie.

      - De nada. E Anne, como está?

      - Na defensiva. Eu e Kate a levamos para a sala de treinamento, para ver se poderia ter desenvolvido um trauma. Acabou que desenvolveu.

      - Trauma? Como assim?

      - Ela desenvolveu uma fobia de armas de choque. Irônico, pois eram as favoritas dela. Só que eu já tentei falar com ela sobre o dia. Ela não abre a boca. Simplesmente se recusa. Quase como se falar a fizesse reviver.

      - Johnny, e se eu disser que é exatamente esse o medo dela? Para algumas pessoas, falar sobre suas experiências traumáticas faz com que revivam todo o sofrimento e toda a dor, como se estivessem lá novamente. Só que isso não acontece. Por que ao invés de tentar fazer com que ela fale, vocês não tentam saber o porquê de ela não falar?

      - Sabe que isso é uma boa ideia? Muito obrigado Lanie, nem sei como retribuir.

      - Eu vou pensar em um jeito. Vai lá, que eu tenho que organizar esse lugar.

      - Está bem, até mais.

      Johnny saíra às pressas do necrotério. Enquanto corria, pensava em um meio de fazer Anne falar. Ele se perdeu em pensamentos, e só saiu destes quando colidiu em uma porta e caiu no chão. Olhando para frente, viu que não era uma porta a razão de sua queda. E sim a sua namorada.

      - Ow! Johnny, aonde você ia com toda essa pressa?

      - Atrás de você. Vamos tomar um sorvete?

      - De cookies? – Questionou ela, com olhar de filhotinho.

      - Com todo o creme que eles puderem colocar. – Respondeu ele. Era difícil resistir àquele olhar. Mesmo com a cicatriz, parecia que ficava mais fofo.

      ******

      “Se você conseguir fazer ela falar, vamos te adorar pela eternidade.” Rick havia respondido por mensagem a Johnny, que avisara aos Castle aonde eles estavam.

      - Ann. Meu amorzinho. Minha razão de acordar todas as manhãs. Meu anjo...

      - Johnny. Eu não sou boba. Eu sei que tudo isso é verdadeiro, mas sei que você quer me perguntar algo. Pergunte, embora já saiba a resposta.

      - Certo. Por que você não quer falar sobre o Incidente?

      A pergunta parecia ter pegado Anne de surpresa, pois ela se afogou com o sorvete.

      - Do que você está falando?

      - Você sabe. Depois do dia da coletiva de Gates, você começou a se fechar, fala somente o necessário. Dá para ver que algo te incomoda. – Começou ele, pegando a mão dela. – Eu estou aqui para o que você precisar. Rick e Kate também estão preocupados. Eu sei que sua mãe biológica é horrível e nem vai querer saber, mas eles te adoram. Garanto que se Derek pudesse escolher guardiões para você, escolheria eles. Se não quiser falar sobre esse assunto comigo, pelo menos fale com eles.

      Eles ficaram em silêncio por um minuto. Ele a olhava profundamente, ela olhava para a mesa. Até que suspirou e começou a falar.

      - Eu tenho medo. Eu ESTOU com medo. Medo de que se eu começar a falar, eu acabe fazendo com que Kate, Lex e Jamie voltem a ficar presos naquela masmorra. Pior, faça com que algum deles fique no meu lugar naquela mesa. Sim, eu irritei e provoquei Tyson, mas para tirar todos que eu amo da mira dele. Depois que ele revelou que me conhecia, eu fiquei apavorada. Meu medo aumentou. Comecei a pensar que ele arrastaria Rick e você para aquele lugar. Que os torturasse e os matasse na minha frente, e eu sem poder fazer nada. Além da máquina, ele usava a arma de choque contra mim. Daí a minha fobia. A cada vez que eu falava algo sarcástico, ele usava a arma. E quando aquela miserável chegou, trazendo Kate com cortes e sangue... – Ela nunca finalizou a frase, pois as lágrimas escorreram. Johnny nem pensara duas vezes. Levantou-se e a abraçou, deixando que ela chorasse em seus braços.

      - Tudo bem. Sabe que não precisa ser forte o tempo todo. Sabe que eu estou sempre aqui, do seu lado. E que eu te amo. Assim como Kate, Rick, Lex, Espo, Ryan, Lanie. Posso ficar aqui listando as pessoas que te amam o dia inteiro. – Ele concluiu, olhando nos olhos dela, que deu um sorriso fraco. – Derek te ama também. Não está aqui, mas ama. Guardar suas dores não faz com que vão embora. Só faz com que elas se alimentem de você até que não tenha mais forças. Volta pra gente. Quer ir pra casa? – Questionou ele, ao ver que não conseguiria com que ela falasse mais, ali pelo menos.

      - Vamos. Eu acho que algumas pessoas querem ouvir o que você ouviu. – Afirmou Anne, mais tranquila.

      ******

      Ao chegar ao loft, eles encontraram toda a família Castle na sala. Eles se juntaram aos presentes e Anne finalmente conversou com todos, esclarecendo tudo o que estava passando em sua mente.

      - Então, os seus medos não se baseavam em você. Eles se baseavam em o que poderia acontecer conosco. – Concluiu Rick.

      - Exato.

      - E você cutucou a fera para que ela nos deixasse de lado. – Pontuou Alexis.

      - Isso.

      - Por quê? – Indagou Kate, somente para tentar confirmar suas suspeitas. Só não esperava que ela fosse falar mesmo.

      - Porque vocês são maravilhosos. Mesmo. Uma família dos sonhos. Conseguem passar uns para os outros, todo o amor e carinho que sentem entre si. E isso contagia. Eu jamais poderia deixar isso sumir. E vocês me acolheram aqui. Não eram obrigados, mas o fizeram. E não tenho palavras para agradecer por isso.

      A reação não poderia ser outra. Eles se levantaram e a abraçaram. Claro que ia acontecer. Veja bem, a garota arriscou a própria vida para proteger todos eles. Tem melhor forma de dizer que ama alguém?

      - Da próxima vez, só diga “eu amo vocês”, por favor. – Sussurrou Kate, em tom de brincadeira.

       - Eu amo vocês. – Respondeu ela de volta. – Agora, que tal um jantar? Eu faço. Estou pensando em uma lasanha.

      - Opa! Faz tempo que não comemos uma refeição à La Anne. – Brincou Rick.

      - Hey, Anne. Tudo bem? – Perguntou Lex, para ter certeza.

      - Indo. Mas bem melhor agora. – Respondeu ela, com um sorriso caloroso. Um que eles não viam há duas semanas.


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Notas finais do capítulo

Sintam-se livres para comentar e perguntar. Lembrem-se: amo vocês.

Até o próximo capítulo. Bjs, Ale ;*

P.S.: Não sei como é o "a la".



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