A Crazy Love escrita por Lena Potter Howe


Capítulo 12
Medo bobo




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POV Ally

Desde o dia divertido na praia havia passado dois dias. Apenas dois dias e que as coisas permaneciam a mesma. E como sempre, aqui estava eu na Sonic Boom. Eu, meus pensamentos, e Kira.

– E, afinal, o que tem entre vocês? – ela disse de repente e a olhei sem nenhuma dificuldade para entender que ela se referia a Austin e eu.

– Eu... Não sei. Nós ficamos juntos, mas nunca falamos sobre isso. É algo estranho. Na verdade, está tudo estranho. Meu pai ultimamente está calado demais, ele não está me contando algo – suspirei e ela me olhou com uma pequena preocupação.

– Sobre você e Austin: alguma hora terão que falar sobre isso. Não é como se fossem ficar agindo como amigos o tempo todo e de repente se beijarem quando quiserem – falou e eu escondi o rosto por alguns segundo. – E quanto ao seu pai, não deve ser algo sério. E se for ele não esconderá de você – Kira afirmou.

Ela estava certa em tudo. Mesmo não querendo admitir, Austin e eu realmente não poderíamos ficar naquela enrolação para sempre.

– Você tem razão. E é meio ridículo eu achar estranho o jeito de Austin já que ele tem razão de estar assim. Nos conhecemos a tão pouco tempo e eu já estou cobrando tanta coisa dele – observei e Kira riu.

– Assim você assusta o cara – avisou.

– Quem está assustada sou eu. Está tudo uma loucura – confessei.

Kira me ouviu falar por um bom tempo. Às vezes ela apenas ria de minhas preocupações ou às vezes ela se preocupava junto.

– Nós provavelmente vamos ficar aqui ouvindo suas lamentações por Austin o dia inteiro não é? – Kira observou com medo.

– Não é apenas por Austin – falei e ela revirou os olhos. – Mas, provavelmente sim – acrescentei e ela fez uma careta.

– Devia ter aceitado trabalhar com Trish – reclamou falsamente. Quanto amor por mim.

Apenas não respondi, pois meu celular começou a tocar e a pessoa que era mais do que me surpreendeu.

– Oi Austin – atendi chamando imediatamente a atenção de Kira com aquilo.

– Oi Ally. Você quer almoçar comigo? Se já não tiver feito isso – disse me fazendo rir. Confesso que não esperava por isso e a ideia de nós dois almoçando juntos me surpreendeu.

– Hm, sério? – falei surpresa e dessa vez quem riu foi ele.

– Sim. Nós podemos conversar... E eu também só estou tentando arranjar alguma desculpa. Então, almoça comigo? – falou rapidamente.

– Claro – concordei novamente sorrindo.

Austin me falou o nome do restaurante aqui mesmo na praça e eu desliguei prometendo que já iria.

– Austin me convidou para almoçar – falei assim que me virei para Kira.

– Viu? Ele não está estranho. E isso significa que eu ficarei aqui, não é? – concluiu suspirando.

– Sinto muito, mas é. Sabe que eu te amo – falei já indo para fora da loja.

Kira provavelmente me mataria, mas era difícil se preocupar com isso. Não foi difícil identificar Austin sentado em uma das mesas de fora do restaurante. Aquela praça era cheia de quiosques, restaurantes, então a maioria das mesas eram fora dos lugares.

Sentei-me na frente de Austin e ele abriu um lindo sorriso.

– Fico feliz de ter aceitado almoçar comigo – disse e eu ri.

– Não tinha como recusar aquele pedido – confessei.

– Foi meio atrapalhado, eu sei – concordou.

Nós dois pegamos o que íamos comer e assim que nos sentamos Austin estava mais sério.

– Sobre a parte de conversar não era totalmente mentira. Ally eu sei está sendo legal isso de não saber o que tem entre nós – disse e eu apenas ouvi com atenção. – As coisas que me mais impedem de decidir isso são meus pais. Eu não havia te contado, mas eles não estão muito felizes em saber que eu estou saindo com alguém – explicou cauteloso.

– E porquê? – perguntei tentando parecer indiferente.

– Digamos que eu não saí com a uma garota só e eles se cansaram disso. Mas, isso mudou a muito tempo, eles apenas não entendem isso – contou relutante.

Ok, não era legal saber disso.

– Isso quer dizer que nada de amizade entre nós? – falei com uma pequena dor ao fazer isso.

– Sem chances disso. E não me refiro só a amizade. Eu apenas decidi que deveria te falar isso, não quero que se machuque, mas não mudará nada – Austin falou firmemente.

Confesso que não poderia estar mais aliviada ao ouvir isso. A história sobre seus pais me surpreendeu, mas talvez não fosse totalmente loucura. Eles estavam apenas preocupados com seu filho, e por enquanto, eu entendia aquilo.

Deixei para me abalar com esse pensamento em outro momento porque agora já tinha preocupação o suficiente aqui no loiro a minha frente.

– Eu os entendo. Está tudo bem. Eu só espero que não nos afastemos de uma hora para outra – confessei e ele sorriu.

– Não será fácil assim, já sou conhecido por ter perseguir não é? – sorriu.

Em poucos minutos Austin já tinha me feito esquecer aquele assunto. Um simples almoço com Austin Moon era uma coisa divertida e adorável. Austin estava falando quando de longe percebi uma pequena coisa correndo em nossa direção. Não demorei a identificar a pequena coisa como Ethan, o irmão de Austin.

Confesso que novamente fiquei um pouco surpresa e assustada com aquilo, pois no mesmo instante me veio o pensamento de sua família não gostar de mim. Talvez Ethan não goste nada de mim também.

A expressão de Austin era brava e preocupada quando o garoto parou de correr já em seu lado.

– Não corra assim Ethan, sabe muito bem que não pode – Austin disse seriamente e seu irmão olhou para o chão.

– Desculpa? – ele falou de uma maneira fofa. Eu não tinha a menor ideia do que estava acontecendo, mas Austin ainda não parecia muito feliz.

Mas, mesmo assim o loiro não resistiu ao irmão e acabou concordando. Ao ver isso Ethan pulou no colo do irmão me fazendo sorrir e Austin rir. Ele se acomodou no colo do irmão mais velho sem problema algum e sempre me ignorando.

– Qual o problema com ele correr? – perguntei curiosa enquanto observava como os dois eram parecidos no que faziam.

– Ethan tem asma desde que nasceu – Austin explicou enquanto seu irmão brincava com seus fios loiros alheio ao que Austin dizia. – Não é das mais graves, o problema é mesmo quando ele corre muito, fumaça e às vezes durante a noite – Austin disse como se já tivesse decorado.

– Agora eu entendo sua bronca. Mas, ele não parece ser preocupado com isso – sorri olhando para o garoto que já caia no sono.

– E não é mesmo. Para isso que eu existo – Austin brincou. Nós dois observamos o garoto por um tempo e foi o loiro que quebrou o silêncio. – Eu preciso pagar a conta – ele lembrou.

– Eu posso ir – me ofereci já afastando a cadeira, mas ele se levantou rapidamente.

– Sem chances, eu que te chamei. Preciso apenas que o segure um pouco – pediu.

– O que? – falei arregalando os olhos. Tive vontade de acrescentar: mas ele nem gosta de mim.

– É por pouco tempo, por favor – pediu mais uma vez. Era idiota ter medo de um garoto tão pequeno como aquele e que, além disso, estava dormindo.

– Tudo bem – concordei e me levantei.

Peguei o menino com muito cuidado e ele deitou sua cabeça em meu ombro provavelmente sem nem perceber a diferença. Sentei-me novamente e o segurei com cuidado. Permaneci assim até que Austin voltasse. Já havia até me acostumado estar com o garoto no colo quando Austin voltou.

Assim que me levantei Ethan abriu os olhos. Ele não falou nada para mim apenas estendeu os braços de forma manhosa para Austin. Ele realmente não gosta de mim, mas prefiro interpretar aquilo como normal, afinal, poderia ser apenas um medo de minha cabeça.

– Eu realmente preciso ir – Austin lamentou, mas o irmão em seu colo era um bom motivo.

– Eu entendo. Também preciso, a loja – lembrei.

– Tchau – ele sussurrou porque seu irmão dormia novamente e eu ri. Respondi do mesmo jeito e ele piscou. E novamente foi cada um para seu canto depois desse almoço estranho.


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Notas finais do capítulo

Gente quantos comentários, obrigada minhas lindas *u* Até o próximo capítulo, beijos!