POV Alex:

Horas e mais horas de voo, turbulências, enjoos, pânico.. mas o que eu não faço pela Isa? Eu não via a hora de descer daquele avião e encontrar o amor da minha vida no aeroporto me esperando. Toda aquela coisa que eu sentia ontem já tinha passado, deve ser porque eu estava cada vez mais perto da felicidade, e assim, meu coração ficaria cada vez mais calmo. O que não quer calar é: como vai ser a nossa vida na Itália? Porque lógico que ela conhece muitas pessoas, a família toda dela é de lá, os amigos, e eu sou um mero Venezuelano que não sabia nem o idioma do lugar onde eu estava indo morar.

Já estávamos pousando quando a Déborah olhou pra e mim e disse:

–Alex, tô com medo.

Depois disso, desabei. A Déborah era muito forte, eu sabia disso, sempre passei muita segurança pra ela, por ser o irmão mais velho e tudo, mas naquele momento eu também estava morrendo de medo, e eu sabia que eu era a única pessoa naquele momento que podia passar confiança pra ela, então eu dei um sorriso frouxo e disse:

–Você consegue, você sempre consegue.

Ela riu e me abraçou. A minha relação com a minha irmã era ótima, mesmo com os desentendimentos que todo irmão tem, mas ela me entendia e sabia de tudo que eu fazia, assim como eu sabia das coisas que ela fazia. Uma vez paguei a um menino da sala dela pra ele ficar me falando o que ela fazia. Superprotetor? Claro, não quero minha irmã com qualquer um, além disso, queria tentar ser o pai que ela não pode ter.

Chegando ao desembarque logo vi a minha mala, grande e vermelha, pra eu não ter problema de perder. Eu estava cada vez mais nervoso, porque eu ia conhecer a família da Isa e eu não sei se eu tinha estruturas pra isso. Peguei a mala e fui logo saindo pelo portão, quando dou de cara com a cena mais linda que já teria visto na vida: a Isa dormindo no banco do aeroporto, sem ninguém porque era muito cedo, e desde então eu soube que ela foi um anjo que apareceu na minha vida.

Me aproximei dela, larguei a mala de lado, me abaixei e ri. Afastei os seus cabelos que cobriam o seu rosto e a beijei. Ela acordou, sorriu e disse:

–Só pode ser um sonho.

POV Isa:

Só podia ser um sonho, o amor da minha vida parado na minha frente, comigo, e o melhor, na Itália. Minha vida não poderia ter ficado mais perfeita, eu tinha todos que gostava perto de mim. Eu não parava de sorrir, ele era a coisa mais perfeita que poderia ter acontecido comigo e eu sabia que nós iriamos ter uma vida juntos, e isso me deixava ainda mais feliz.

–Sentiu minha falta?

–Eu quase morri de tanta saudade - disse pulando no colo dele.

–Ei vocês dois, podem se comportar? Nós estamos no aeroporto - disse a mãe dele.

Rimos e fomos os quatro direto pro táxi que estava nos esperando lá fora. Senti que o Alex estava nervoso, então peguei a mão dele e sussurrei "ta tudo bem" e fomos de mãos dadas até chegar onde ele começaria uma nova vida ao meu lado.

Chegando no prédio, fui logo me apressando e o puxando pra mostrar várias coisas, até que eu decidi contar a minha surpresa:

–Tenho que te contar uma coisa..

–Pode dizer.

–Eu também moro aqui, fiz o possível pra ficarmos no mesmo prédio pra você não ficar longe de mim.

Ele riu, passou um tempo olhando pro chão e depois me olhou e disse:

–Eu te amo.

Nos abraçamos e eu puxei ele porque tinha várias coisas que eu tinha que mostrar, como por exemplo os outros vizinhos que também eram meus amigos. Peguei o elevador apertando o quinto andar, onde ficava o terraço.

–É aqui que você vai ficar a maior parte do tempo, querendo ou não. O pessoal do prédio costuma vir pra cá quando querem compartilhar algo com alguém ou só pra ficar sozinho mesmo. Acho que eles estão ai, vem, vou te apresentar a todos.

–Só você mesmo, Isa.. - riu.

Abri a porta, e como de costume, estavam todos reunidos lá antes de ir pro colégio, aproveitei a oportunidade e fui logo apresentando o Alex pra todo mundo.

–Pessoal, quero apresentar pra vocês o meu namorado Alex.

–A Isa falou muito de você, Alex! - disse a Linda muito simpática como de costume.

–Como é que tá, cara? Eu sou o Duca, e esses aqui são o Paulo e o Dieg..

O Duca não conseguiu terminar de falar porque o Diego tinha saído do terraço com muita raiva, e nem olhou na cara do Alex. Estranhei totalmente, eu sabia que ele não era disso, Diego sempre foi muito educado e atencioso.. Tinha que perguntar pra ele o que aconteceu pra ele ficar daquele jeito, me importava muito com ele, até porque nascemos praticamente juntos, nossas mães sempre foram muito amigas e, enfim, não ia estragar esse momento por causa dele.

–Qual foi a do Diego?

–Não sei, Alex, mas relaxa que não tem nada haver com você. - disse Paulo.

Percebi os olhares do Duca e do Paulo quando ele falou do Diego. Aí tem alguma coisa, e eu vou descobrir o que é.