Não quero olhar para trás. escrita por JulianaR


Capítulo 4
4° Capítulo.




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Ai que gelo! Termino de enxaguar meu cabelo na água fria e saio do banho, me seco e vou para o quarto, ouvindo música pego meu celular, já eram 18h e eu estava me sentindo insegura sobre a noite de hoje, o que era estranho. Será que meus amigos vão gostar de me ver? Espero que sim. Será que vão notar as diferenças? É capaz de não notarem, já que nesse lugar estou ficando cada vez mais parecida com a pessoa que eu era.
Seco meus cabelos e faço alguns cachos para ficar com movimento, e também para ficar diferente do antigo castanho escorrido e sem graça que ele era. Coloco um vestido branco com detalhes preto que fica bem colado ao corpo, junto com uma meia calça preta e os sapatos pretos de salto que eu amava. Passo bastante rímel e fico em um discussão com o espelho entre gloss ou batom, acabo decidindo por um batom vermelho, até porque, decidi que quero mostrar que eu mudei, que eu superei, não quero que me vejam como a garota chorona que fugiu daqui. Olho no relógio, 19h02, arrumo minha bolça e saio.
Quando saio da minha casa, vejo um rapaz conversando com a minha mãe, era Derek, e ele estava ainda mais lindo que hoje cedo, estava todo de preto, na noite escura seus olhos verdes se destacavam.
–Mãe já estou indo. –Olho para Derek. –E você o que está fazendo aqui?
Minha mãe se despede com beijinhos no rosto e entra para casa, então Derek resolve me responder.
–Falei para estar pronta as 19h, você se atrasou e vim ver.
–Você falou que seria as 19h30 –o encaro.
–Queria te conhecer mais um pouco antes. Aliás, está linda. –ele sorri e me olha dos pés a cabeça, não me incomodei. –Mas agora já são 19h20.
–Realmente uma pena. –Falo com ironia de um jeito que ele notasse.
Ele ri e me pulxa de uma forma que me incomodou, na verdade, quase tudo dele me incomoda. E agora ele estava me encarando.
–O que foi? Anda logo com isso! –arqueio a sobrancelha o olhando sério.
–Vamos gracinha. –ainda com a mão dele segurando a minha ele me leva até o carro, e eu começo a perceber o quanto sua mão é grande perto da minha, e macia, macia de um jeito que mãos de homens geralmente não são. Enfim entro no carro e nossas mãos se soltam para meu alívio.

Seu carro era bonito e confortável, um modelo moderno pelo o que vejo, preto, se não me engano vi o emblema da Audi antes de entrar, mas isso é o máximo que posso dizer por enquanto já que nunca fui muito interessada por carros, para mim eles eram classificados em bonito e não bonito. Enquanto penso nisso Derek resolve puxar assunto, com as mãos no volante ele olha para mim por um curto momento e diz.
–Seu pai é ótimo Kate, adoro conversar com ele. E sua mãe, tão doce, nada parecida com a filha. –ele da um sorriso irônico.
Claro, não poderia ser diferente, além de tudo, ele ainda é amiguinho dos meus pais, que saco! Contenho a vontade de revirar os olhos e dou uma resposta curta.
–Sim, eles são.
–Por que você fala tão pouco Kath? –ele rebate rapidamente.
É, por que estou falando tão pouco? Eu não sou quieta assim, quer dizer, não sou mais. Talvez ele me deixe nervosa, mas não vou admitir isso nem para mim mesma, estou quieta apenas porque não gosto de estranho. Ei pera, eu não gostava de estranhos, agora eu faço amizade rapidamente com praticamente qualquer pessoa, é isso, tenho que falar, ser animada como sou.
–Hum, não estou falando pouco, é só que... Eu... Ah nada, não estou falando pouco e pronto! E... –mordo o lábio e digo a primeira coisa que me veio. –Seus pais como são?
Ele franze a testa levemente por um curto período de tempo, depois volta a sua expressão normal, percebo que talvez ele não queira falar disso, mas acaba falando.
–Meu pai deve estar viajando para algum lugar e minha mãe, sei lá, acho que ela está em lua de mel ainda com seu, humm. –ele conta nos dedos. –Quinto marido. O pai do Colin.
Uma vaga lembrança do pai de Colin, Richard, me passa pela cabeça, com seus cabelos loiros queimado, mesmo com a idade, sempre aparentava estar voltando da praia, mas isso é quando eu o via, estava sempre viajando a negócios, sempre trabalhando, lembro como as vezes Colin chorava para mim pela falta dele, e como sorria quando o pai voltava e o dava um grande abraço, de qualquer forma, agora vejo que aquele pouco tempo de felicidade que passava com o pai não era o bastante.
–Ah sim. –digo e torço os lábios antes de lembrar que eu não devia ficar calada. –E, ham, é... Como ela é? –Droga! Ele não parece querer falar da mãe e estou aqui perguntando de novo. Mas eu não devia me importar com isso, eu falo o que eu quiser, as pessoas querem conversar comigo então posso dizer o que eu bem entender.
–Minha mãe? Ela... –ele torce os lábios. –Bonita, engraçada, nunca está triste pelo o que percebo quando estou com ela.
Certo, agora não devo mais perguntar sobre isso realmente, e graças a deus não tive que pensar mais em perguntas, logo que abro a boca Derek me interrompe dizendo que chegamos, eu não reparei muito no caminho, mas viemos rápido pelo o que parece. Desço do carro e ajeito minha roupa, olho para o lugar, é um bar, Freench Bar, moderno e elegante, lembro como queríamos poder vir aqui no colegial e sorrio por poder entrar pela primeira vez

Desço do carro e ando com estilo até a curta escada que tinha para a porta do estabelecimento, ouço um barulinho, devia ser o alarme do carro e Derek anda em passadas rapidas atrás de mim, trazia algo na mão.
–Ei, você esqueceu sua jaqueta. –ele a oferece para mim.
–Eu não trouxe jaqueta. –o olho com as duas sobrancelhas arqueadas numa cara de “fala sério”.
–Eu sei, sua mãe me entregou, ela falou que você sempre esquecia.
Sinto minhas bochechas ruborizarem e resisto a vontade de dizer algo como “Ai que vergonha!” apenas continuando o olhando sério.
–Hum, pode deixar lá no carro.
–Está friozinho, é melhor você por. –o canto direito da boca dele sobe em um meio sorriso fofo, ele estava a uns dois degraus abaixo de mim.
–Valeu, mas não, pode guardar ela lá. –dou as costas e volto a subir.
Ouço ele bufar e volta a subir atrás de mim.
–Vou levar ela para você, não é legal passar frio.
–Não to com frio! –digo após pagarmos o ingresso e entrarmos no bar.
Olho com curiosidade para todo o interior do lugar, tenho certeza que se eu tivesse entrado aqui logo após fazer 18 anos seria bem mais interessante, é bonito, moderno, confortável, tudo numa mobília preta e cinza, num estilo meio masculino, já fui em muitos lugares assim, dou de ombros.
Derek olha em volta e sorri assim que avista uma mesa que estava mais ao fundo, ele pega em minha mão e praticamente me arrasta enquanto eu tentava ver quem estava lá. Avisto Liesel, Sofi, Natalie, James, Ian e outras 3 pessoas da qual eu não conhecia, 2 garotos e uma garota, Logan não estava lá. Enquanto chegavamos a mesa me sinto estranha, estou anciosa e nervosa, estou, droga, estou com vergonha! Argh. Sinto minhas bochechas corarem quando Liesel se levanta de sua cadeira num súbito e abre um grande sorrio quando me vê.
–Olha olha se não é nossa amiguinha sumida, Kateee!! –ela diz numa voz contagiante que até me deu vontade de sorrir. –Estamos com tanta saudade flor.
Flor, meu antigo apelido, “sensível como uma flor” e é assim que me sinto agora.
–Ah, oi. –dou um sorrisinho tímido antes de morder o lábio e lembrar quem eu sou agora. –Quer dizer. –abro um grande sorrio meio forçando. –Oi gente! Lil! Nat, e ham, todos vocês. Estou com saudades também.
Enquanto todos se levantam Liesel já está andando até mim, seus lindos cabelos ruivos se movimentam, os reflexos da luz do lugar batem deixando o cabelo dela ainda mais incrível, ela vem com seus passos confiantes de sempre, está usando umas botas beges incríveis, da uma rápida olhadinha para Derek antes de me abraçar. Assim que ela olha para Derek lembro da presença dele e o olho também, ele estava com um sorriso divertido no rosto que se tornou em algo meio malicioso quando olhou para Liesel, e agora já estou a abraçando.
–Kath, nem acredito que você está aqui, estamos tão felizes, todos nós! E você. –ela se separa de mim mantendo as mãos nos meus ombros e me olha. –Está linda, na verdade, você mudou bastante, está realmente linda. –ela diz num tom rápido e alegre, mas noto que algo a encomoda. E eu estou feliz de finalmente poder me comparar a Liesel Hollin, sempre com a cabeça erguida, pernas compridas e um olhar confiante, sempre senti um pouco de inveja de seus cabelos ruivos tão diferentes do comum, mas agora posso dizer que sou tão bonita quando ela, talvez até mais, sorrio com aquilo.
–É, eu mudei sim Lil, e para provar vamos começar com uma rodada de tequila! –digo confiante e todos urram, Liesel sorri e da licença para que todos me abraçassem.
Dou um abraço reconfortante em Sofi, ela está bem mais bonita que antes, mas ainda mantém seu sorriso fofo que combina tanto com seu rosto em forma de coração, hoje ela está usando seus cabelos loiros em cachos, de uma forma que nunca havia visto.
Depois abraço Ian, ele estava me olhando com um olhar fingindo de “estou bravo por você ter ficado tanto tempo fora” mas logo sorri quando me abraça, tem os memos cabelos ruivos da sua irmã Liesel, sardas no rosto e olhos verdes num tom claro muito bonito.
Natalie da pulinhos e mexe a cabeça rapidamente de um lado para o outro, ela me abraça forte e eu retribuo o mesmo, sinto seu perfume típico de baunilha, agora vejo como senti falta de todos esses meus amigos. Ela me diz palavras lindas enquanto olho em seus enormes olhos castanhos, e eu estava ficando realmente emocionada.
Logo depois vem James, faz uma piada e abre aquele sorriso dele que te faz pensar que ele vai aprontar, e foi mais ou menos isso que fez, assim que me abraça ele me levanta do chão e da alguns giros, começo a rir e ele finalmente diz que sentiu saudade
Depois de terminar de abraçar meus amigos e cumprimentar os que eu ainda não conhecia Derek aponta a cadeira aonde era para mim sentar, ao lado dele, ele havia colocado minha jaqueta na cadeira o que no meu humor de agora achei engraçado, me sentei, ao meu lado estava Derek e do outro a Natalie, afrente de Derek estava Liesel e ao seu lado James.
Derek fez questão de chamar o garçom e pedir as doses de tequila, enquanto isso eles me contavam as novidades do lugar, parece que uma antiga amiga minha do ensino fundamental já estava casada e com um filho, Logan estava magro e namorando, uau, magro! E namorando! Pelo que me disseram ele estava realmente bonito agora e só não veio porque tinha outros compromissos com a namorada e não sabia que eu viria. Liesel me conta sobre sua faculdade de desing, como ela gosta do curso, como tem garotos bonitos lá, Sofi concorda com tudo o que ela diz dando alguns sorrisos cúmplices, elas estavam fazendo o mesmo curso na faculdade. James o de sempre, com seus cabelos enrroladinhos sempre fazendo piada. Natalie se dedicava ao curso de Direito, mas quando esta fora da faculdade quebra todas as regras, aquilo me fez rir, e nessa hora já estavamos virando a segunda dose de tequila.
Agora um tanto mais animada olho para o lado, para Derek, ele mantinha uma conversa animada com um dos cara novo, o nome do rapaz era Pheliph, tinha um sorriso brilhante e era realmente atraente, mas não era para ele que eu olhava. Observava Derek agora com mais atenção e despreocupadamente, seus cabelos eram tão negros e pareciam tão macios, eu queria tanto tocar neles. Talvez eu pudesse, eu podia tocar, eu podia beijar ele, é claro que eu podia, eu posso beijar quem eu quiser, é só não me envolver, apenas ficar, nada demais, fiz isso muitas vezes em Paris, a única diferença era que ele era meu vizinho, mas apenas um vez, não ia ficar estranho, assim eu esperava. Sinto meu celular vibrando e me volto para minha bolça, enquanto procurava meu celular na bolça Derek se vira para mim e diz no meu ouvido.
–Eu sei que sou atraente, mas não precisa ficar me encarando assim na frente de todos docinho. –ele da um risada rouca e eu fecho os olhos brevemente, sorrio e penso em algo pra responder, mas daí pego meu celular e vejo que tinha 3 mensagens, já eram 21h. Abro as mensagens, eram todas de Colin, droga, eu havia me esquecido. Abro a mensagens e a terceira dizia “Kate, cadê você? Me responda... Colin.” Merda, merdaa! Eu esqueci do Colin, passo a mão no cabelo o jogando para trás e me levanto.
–Com licença gente, vou fazer uma ligação, já volto. –todos assentem e Derek me observa atentamente enquanto saio.
Caminho até um lugar que não estava muito barulhento, ligo para Colin e o espero atender, o que não demorou, no segundo toque ouço sua voz.
–Kate. –ele diz apenas.
–Colin. –digo um pouco envergonhada, não tinha pensando no que eu ia dizer. –Err, você tá aonde Colin?
–Estou em casa. –ele diz num tom tranquilo. –E você, está aonde?
–Estou no Freench bar, me desculpe, esqueci de avisar. –e esqueci que tinha marcado com você também, mas isso eu não diria. Penso em jogar a culpa no Derek, mas não o faço. –Eu to aqui, tá a Liesel, Natalie, Sofi... A maioria do pessoal, eles, ham... Me chamaram, venha para cá nos encontrar.
–Derek está ai?
–Aham.
–Podemos nos ver amanhã?
–Podemos, é claro, eu já vou embora daqui a pouco, mas não quer vir para cá?
–Não, deixa para a próxima Kate.
–Ok e foi mal Col! Amanhã eu vou ai, ou você vai lá em casa, bom, eu te ligo, ou você me liga, aliás, somos vizinhos! –dou um riso tentando aliviar a tensão.
–Tem razão, então até amanhã Kate, aproveite, beijos. –diz ele agora um pouco mais alegre.
–Até, beijos. –digo e desligo
Começo a voltar para o interior do bar, vejo nossa mesa, estavam todos conversando despreocupadamente, algumas lembranças voltam a minha cabeça e fico ali apenas observando eles.
Ouço uma tosse atrás de mim e logo uma voz charmosa. –Olá, posso te pagar um drink?
Me viro e olho para o rapaz, ele tinha cabelos quase tão negros quanto os de Derek, seus olhos eram igualmente negros, um sorriso charmoso assim como a voz, ele era bonito, olhei para nossa mesa novamente, estavam todos ainda conversando animados e pensei comigo que se eu nunca tivesse saido daqui, isso seria exatamente o que eu não faria, beber um drink com um estranho no bar, então, por que não? E foi exatamente o que disse. –Por que não? –dou de ombro e sorrio ao me sentar ao seu lado.
–Qual seu nome docinho? –ele pergunta e chama o garçom, pede uma dose de whisk para ele e eu peço uma de vodca.
–Katherine e o seu?
–Kate então. –ele pisca para mim. –Meu nome é Joseph.
–Joseph. –pronuncio o nome. –Bonito, eu gostei.
E assim começamos uma conversa animada, ele me conta que terminou a faculdade de engenharia no ano passado, que está começando a trabalhar, a família dele mora ali a uns 2 anos, conta algumas coisas engraçadas de quando estava no colegial. Eu também falo um pouco de mim, digo de como foi bom viver em Paris, as pessoas que conheci, que acabei de voltar, decido pular apenas a parte do colegial. Estou ali a uns 25 minutos, nosso drink já acabou e quando vamos pedir outro vejo Derek, ele está de pé, caminhando em minha direção, está me encarando com uma expressão não muito satisfeita, e então ele vira para ir para o corredor do banheiro.
Suspirei e decidi que já estava na hora de eu voltar para nossa mesa, digo para Joseph que meus amigos estavam me esperando, ele insiste um pouco mas acaba aceitando, trocamos telefones e volto para mesa.
–Nossa Kate seu telefonema demorou, Derek tava achando que você foi sequestrada já! –todos ali riem e eu dou um sorriso alegre, já meio grogue.
–Que nada, estava apenas conversando com um carinha legal que eu conheci ali, o Joseph.
Todos ficam meio tensos quando eu comento sobre Joseph, eles nunca estiveram acostumados em me ver falando de garotos, beber tudo bem, eu cresci, mas depois do que aconteceu, sei lá, será que eles acham que nunca mais quero falar com garotos? Dou um risinho com aquilo e rapidamente a tensão se dissipa.
–Hummm, Kate ta realmente chamando a atenção em, já vi vários carinhas olhando pra você aqui hoje. –Liesel diz e pisca pra mim num sorriso.
Retribuo o sorriso e logo já voltamos a falar de bobagens e comentar sobre tudo, noto que Liesel está observando alguém no bar e um tempo depois ela se levanta e diz que vai tomar um ar e já volto, assinto assim como todos e votamos a tagalelar, peço outra bebida, sentindo que já estou um pouco bêbada olho para meu lado desejando que Derek com aqueles lindos olhos verdes estivesse ali, eu queria beija-lo esta noite, só hoje. Me levanto para ir ao banheiro.
Meio cambaliando caminho até o banheiro, entro e por íncrivel que pareça o banheiro feminino todo preto e prata assim como o resto do estabelecimento estava limpo, me observo atentamente no enorme espelho, sorrio vendo que mesmo estando um pouco embriagada ainda estava muito bonita, minhas bochechas estavam mais vermelhas agora e o cabelo bagunçando, abro a bolça e pego meu batom, começo a retocar em meus lábios quando uma garota loira entra no banheiro, mesmo com toda aquela maquiagem e a roupa provocativa a reconheço de súbito, Megan, a última vez que a vi ela tinha 14 anos e usava pijama, e agora ela está aqui, isso não é surpreendente, é normal, mas merda! Ela não pode me reconhecer.
–Ahn oi, você viu uma garota com cabelos curtos e preto entrar aqui? –ela diz e me olha com cada vez mais atenção, revirando sua memória claramente tentando lembrar de onde se lembra de mim. –Você...
–Não vi não, tenho que ir. –Corto a frase dela no meio e saio apressada dali. Desejando muito que ela não tivesse se lembrado de onde me conhecia. Megan, a irmã dele, eu precisava de um pouco de ar.

Passo no balcão e pego um drink com vodca, saio do bar e me encosto em uma parede enquanto tento acalmar os nervos, o vento bate gelado bate em meus cabelos os fazendo voarem para trás, bebo meu drink e noto uma pessoa no canto escuro, devia ser Liesel, começo a andar até lá e noto os cabelos ruivos de minha amiga, ela estava de frente para alguém e de repente eles começam a se beijar, ela prensa ele na parede levando suas mãos para o pescoço do rapaz ao mesmo tempo que ele começa a passear com as mãos pelo o corpo dela, HÁ, sabia que a dona Liesel estava de olho em alguém, decido não atrapalhar e é quando noto a pele branca do garoto, a única coisa que dava para diferenciar ali no escuro, já que, como a noite ele estava todo de preto, roupas combinando com o cabelo. Derek.
Ainda bem que nenhum deles me notou, não conseguiria esconder minha decepção, me viro e saio dali as pressas. Agora consigo perceber todos aqueles olharzinhos e sorrisos, os dois estão se pegando, será que só eu que ainda não sabia? Bom, tanto faz, eu até podia estar querendo beija-lo, mas a embriaguez já está acabando e não quero mais, era o alcóol, a bebida faz isso com as pessoas, seria meio chato mesmo ficar com ele e depois ter que ve-lo todo dia, conheço esses caras, aceitam que é coisa de momento e que não quero me envolver, mas depois não param de ligar, ele sendo vizinho seria ainda pior, ainda mais com aqueles olhos verdes penetrantes e aqueles músculos e... Seria hórrivel.
Volto para dentro, sento em nossa mesa, estavam ainda mais risonhos agora, começo uma conversa animada com Natalie quando Derek volta para mesa, nem me viro para olha-lo, e uns 5 minutos depois Liesel também está de volta, o pessoal já está sugerindo sair dali e ir procurar algum lugar para comer quando digo.
–Deixa pra próxima, eu já vou ir pessoal, vou pegar um táxi.
–Eu te levo. –Derek diz imediatamente.
O olho tentando não demonstrar que eu estava brava com ele, até porque não tinha motivo para ficar brava, eu o conheço a apenas 1 dia, ele é atraente e eu queria beija-lo, mas ele está com a minha amiga, não tem sentindo eu me envolver nisso,.
–Acabei de ouvir você dizendo que queria ir com eles, tudo bem, não precisa.
–Não, eu... –parece que ele ia dizer alguma coisa, mas acabou dizendo outra. –Posso te levar lá, sem poblemas, sua mãe não quer que você anda por ai sozinha. –ele faz piada e todos riem. –Depois eu volto para ir comer com eles.
–Não precisa! –digo séria agora e termino de me despedir dos meus amigos, os dando beijos na bochecha e saio dali.
Olho em meu celular enquanto caminho para fora, eram 2H34, saio e de súbito já sinto o frio. –Uii. –digo enquanto coloco o celular no ouvido para chamar um táxi. Sinto uma mão nos meus ombros e logo depois a voz.
–Falei para vestir a blusa. –Derek tira o celular do meu ouvido e o desliga, veste a blusa em mim, pega a minha mão e me puxa. Isso tudo em uns cinco segundos.
–Ei, eu já falei que não precisa, que saco.
–Por que está nervosa? O que eu fiz? Só vou te levar em casa, deveria agradecer.
Penso em várias coisas pra dizer, em pegar um táxi só de orgulho, mas acabo desistindo, eu não tinha motivos para ficar brava e ele realmente era obrigado a me levar em casa já que me trouxe, melhor do que eu ficar ali passando frio.
–Tá, -abro a porta do carro e entro.
Ele da a volta no carro com passadas rápidas e logo abre a porta, entra, liga o carro e começa a dirigir. Para evitar conversar ligo o som, um pouco baixo até, mas finjo estar entertida na música e não estar afim de conversar, então ele permanece em silêncio. Lembro que eu não devia ser essa garota contida, que pensa mil vezes antes de fazer ou falar alguma coisa, e antes de pensar duas vezes nisso abaixo o som e digo.
–E você e a Liesel em? –o olho e tento dar o sorriso mais alegre que consigo no momento.
–O QUÊ? –ele diz de súbito e me olha bastante surpreso, depois tenta relaxar. –Quer dizer, nós... Ficamos as vezes.
–Gosta dela?
–Ela é legal.
–Só isso?
–Sim, por que Katherine? –ele me olha e percebo que não está curtindo muito aquela conversa, bom, pra mim tanto faz.
–Sim, ela é legal, não nos falamos direito a algum tempo, mas percebi que ela mudou bastante. –só no modo de agir, reformula para mim mesma. –Mas ela era minha melhor amiga, um ótima pessoa, não a magoe. –E ela realmente era uma boa pessoa, agora ela parece mais alegre e ousada, ela começou a mudar quando começou a namorar e ficar popular na escola, continuamos nossa amizade, mas preferia a antiga Liesel, aquela fofa e gentil, de qualquer forma, não quero ver ela machucada, penso comigo mesma.
–Nós ficamos as vezes Katherine, nada sério, ela sabe disso. –Derek diz e estaciona em frente a minha casa. Pego minha bolça e abro a porta para sair, sinto a mão dele em meu braço, o olho.
–E aquele garoto no bar em? –ele tenta fazer cara de interessado, talvez soar engraçado, quer se intrometer na minha vida só porque me meti na dele? HÁ HÁ.
–Ele é bonito e legal, peguei o número dele. –sorrio e ele fecha a cara na mesma hora.
–Até mais Katherine.
–Até Derek, e ahh, quando você for pra casa, fala pro Colin não esquecer de me ligar. –digo e aceno com a mão ainda sorrindo.
Ele fica um tempo quieto e depois me olha como na primeira vez em que nos vimos, com uma expressão divertida, como se estivesse me fazendo um favor ao deixa-lo o olhar.
–Tá bom docinho.
Respiro fundo me irritando com aquilo, viro as costas e caminho para a entrada da minha casa, desejando estar na minha cama logo.


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