Inesquecível escrita por Ju Dantas


Capítulo 2
Inevitável


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora gente! Espero que o próximo capítulo saia mais rápido
bjs!



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Inevitável – o que não pode ser evitado, aquilo que não se pode impedir.

O detetive toma um gole de seu café enquanto observa Edward Masen fazer uma pausa em sua história e ficar com um olhar distante.

Ele não podia negar que estava genuinamente surpreso com as confissões do suspeito, de que recebia dinheiro de senhoras ricas por sexo. Não que ele desconhecesse esta prática, mas não conseguia imaginar o rapaz à sua frente exercendo este tipo de atividade.

A verdade era que existia uma certa dignidade em Edward Masen. Mesmo quando Royce King gritara ali mesmo, naquela delegacia, que Edward Masen não passava de um aproveitador e que provavelmente fora ele o culpado de seja lá o que tenha acontecido a sua filha, Crowley ainda acreditava que Edward não seria capaz de algo sórdido ou até mesmo criminoso.

Mas ele fora sórdido, não é? Usar da própria aparência para conseguir uma grana fácil através do sexo, não é a atividade mais digna do mundo. Porém, em algum momento, dois meses antes, ele se envolvera com Isabella King.

O detetive ouvira algumas alegações de testemunhas ligadas a Isabella de que Edward estava com a moça interessado em seu dinheiro, mas também todos eram unânimes em denominá-lo namorado da vítima e não um amante qualquer.

Será que Isabella King estava pagando para Edward Masen?

–Eu sei o que eu está se perguntando. – Edward me encara com seus olhos de garoto bonito, embora estejam sombreados de cinza, como se não dormisse muito ultimamente. – Você quer saber se Isabella me fez uma proposta como a que eu recebi de Tanya e Carmen.

–Ela fez?

Edward olha para seu café, que eu tinha sido generoso em oferecer, mas que permanecia intocável sobre a mesa. De novo parece distante, mas ele volta a me encarar com um sorriso que parece saudoso e irônico ao mesmo tempo.

–Sim, ela me fez uma proposta, detetive. Mas não foi esta que está imaginando. E muito menos a que eu estava imaginando no momento...

Depoimento de Edward Masen

Eu estava muito intrigado.

Era assim que eu me sentia naquela noite, enquanto executava o meu serviço, transitando por entre as pessoas mais ricas da cidade e procurando, o tempo inteiro, visualizar Isabella King por entre eles.

E quando a encontrei de novo, me vi mais do que intrigado.

Eu a achei interessante quando vestia apenas uma camiseta velha e sem um pingo de maquiagem no rosto pálido, mas agora eu a achava deslumbrante.

E a seguia com meus olhos curiosos por toda parte. Era quase como se estivesse numa caça e Isabella King fosse minha presa. Leão e Cordeiro.

O brilho dourado de seu vestido caro se sobressaía dentre os demais, me atraindo em sua direção, mas eu nunca chegava perto o bastante, apenas o suficiente para vislumbrar como a maquiagem impecável fazia seus olhos escuros se destacarem no rosto pálido e perfeito. E eu lamentava que os magníficos cabelos castanhos estivessem presos naquele penteado elaborado. Eu queria vê-los soltos, lambendo seu ombro que o vestido deixava desnudo. Aquele vestido que abraçava todas as curvas do seu corpo, que antes eu apenas podia imaginar sob a camiseta larga e velha.

Isabella King era mesmo uma visão, até mesmo para um cara como eu, que não perdia tempo secando mulheres ricas em festas como aquela.

Garotas ricas não estavam ao meu alcance.

As únicas que me queriam eram aquelas que estavam entediadas o bastante a ponto de precisarem pagar por um pouco de sexo que a distraíssem do vazio de suas vidas de luxo.

Mas não garotas como Isabella, certamente.

Ricas, jovens e lindas.

E Isabella King era um delas. Era filha do homem mais rico da cidade. Quem não conhecia Royce King, o banqueiro multimilionário? Eu não era ligado em finanças ou fofocas de gente rica, mas certamente eu já ouvira falar do homem, como qualquer pessoa que morava em Boston.

Ou seja, Isabella King estava muito fora do meu alcance e eu não podia deixar de lamentar. Era mesmo uma puta falta de sorte que a primeira garota que me deixava interessado em muito tempo fosse totalmente inatingível.

Então só me restava continuar circulando, fazendo meu trabalho e a desejando de longe, enchendo minha mente de fantasias tolas e impossíveis.

Nelas, Isabella me seguiria com o olhar também, como fizera Carmen uma vez numa festa como aquela e, no fim da noite, ela aproximaria seus lábios do meu ouvido e sussurraria com sua voz grave que queria me encontrar depois da festa. Um lugar onde eu poderia livrá-la daquele vestido brilhante e fodê-la até se extinguir todo aquele tesão que estava me consumindo naquele momento.

E então, ela me pagaria quinhentas pratas e iria embora.

De repente minha fantasia não me pareceu tão satisfatória e eu percebi que, por mais que eu quisesse ter a oportunidade de transar com Isabella King, eu não gostaria que fosse naqueles termos, onde eu seria o cara a ser pago por um serviço sexual.

Eu ia querer que ela me desejasse de verdade. Tanto quanto eu a estava desejando naquele momento.

E todos pareciam estar tão enfeitiçados quanto eu. A cada roda que eu parava para encher as taças, o assunto era invariavelmente a filha do dono da festa.

–A sua prima se superou hoje, Gianna. – uma garota loira dizia a outra que observava Isabella com um olhar de franca inveja. – Este vestido é exclusivo, não é?

–Com certeza. – a moça estendeu a taça, mas não tirou os olhos de Isabella. – Não que esta vadia mereça tudo isto.

–Nossa, quanto veneno, pequena Gianna. – o homem que eu vi com Isabella na cozinha se aproximou das duas moças.

–O que está fazendo aqui, Félix? Não deveria estar bajulando a Bella? Acho que está perdendo espaço para o Demetri...

–Demetri não terá a menor chance. E eu achei que você deveria estar bajulando Demetri.

–Ele não se importa comigo quando tem a Bella por perto.

–E você odeia isto.

–Eu a odeio! Eu sou mais bonita, mas ela é mais rica. Então todo mundo fica em cima dela, isto é tão ridículo.

–Ela está linda hoje.

–Hum, com todo o dinheiro empregado naquele visual, qualquer uma ficaria linda.

Os dois se afastaram e eu voltei meus olhos para objeto do meu interesse que estava sendo cercada por um homem loiro bem vestido, que deveria ser o tal Demetri.

Eu me perguntava o que seria aquilo. Alguma disputa, como deu a entender a garota chamada Gianna? Que era prima de Bella e estava claro que a odiava e a invejava?

Félix, Demetri... Quantos mais estariam na fila pelo interesse de Isabella King?

Eu me via muito curioso sobre quem seria realmente aquela garota.

Invejada, Admirada, Desejada.

Eu era apenas mais um no seu radar.

E eu achava, naquele momento, que eu iria embora no fim da noite e nunca mais a veria. Seguiria com a minha vida como sempre tinha sido, me matando de estudar, servindo bebidas em algumas festas e recebendo propostas indecorosas de ricaças entediadas.

E Isabella King seria apenas uma lembrança.

Então, eu me dera alguns socos mentais e me obrigara a parar de seguir a filha do dono da festa como um tarado obcecado e voltar ao meu trabalho.

–Masen, aonde vai? – Renata me chamou quando me viu largar a bandeja e abrir a porta que dava para os fundos da casa.

–Vou fumar um cigarro, Renata, já volto.

Eu continuei em frente, ignorando sua reclamação e peguei um cigarro no bolso, o acendendo. Dali dava pra ouvir o barulho da festa e ver as silhuetas contra a grande parede de vidro do salão principal, mas eu me obriguei a olhar a noite escura e não ficar tentando enxergar Isabella King entre eles.

Foi então que eu vi um facho dourado deslizando entre os arbustos e um palavrão sendo sussurrado baixo.

Apaguei o cigarro e caminhei naquela direção para ver uma moça loira, muito irritada, estatelada no chão.

–Precisa de ajuda?

Ela me lançou um olhar irritado, jogando os longos cabelos para trás.

–Podia começar me ajudando a levantar! – resmungou e eu comecei a rir, sem conseguir me conter, mas estendi a mão e a puxei para cima. – Malditos saltos

Eu olhei para além dela e só vi um muro coberto de hera. Eu medi a garota na minha frente e ela estava bem vestida, com um vestido branco de seda, que ela tentava tirar as folhas secas.

Eu franzi a testa, intrigado.

–Você pulou o muro?

Ela me olhou, ficando vermelha, embora continuasse com um olhar altivo.

–Claro que não.

–Eu acho que sim... Espera, está tentando entrar na festa de penetra?

Ela levantou o queixo.

–Vai me dedurar, garçom?

Eu sorri, dando de ombros.

–Não ganharia nada com isto...

–É bom mesmo! – ela me deu as costas e saiu batendo os saltos em direção à festa.

Eu não sabia, naquela hora, que acobertar a linda loira penetra seria de grande ajuda num futuro próximo.

Eu apenas voltei à cozinha, peguei minha bandeja e continuei a servir sem fazer ideia, enquanto me obrigava a não procurar Isabella King com o olhar e sem saber que ela estava me observando também. Me caçando.

E fazendo planos.

Eu só descobriria muito mais tarde, quando a festa se esvaziou e nós, os criados, estávamos na cozinha, acabando de receber nossos magros cheques e Renata me encarara irritada.

–Pediram que você fosse até o escritório.

–O quê? – eu perguntei, distraído. Eu estava cansado e só queria ir pra casa, poder dormir um pouco antes de ir pra aula.

–Espero que não tenha aprontado nada, hein!

Eu ainda fiquei ali, meio sem entender, até que Renata fizesse um gesto exasperado com a mão.

–Anda logo!

Eu saí ainda confuso e andei pelos corredores tomados, agora apenas pela equipe de limpeza, me perguntando onde diabos seria o tal escritório.

Felizmente, não foi difícil de achar. Depois de abrir algumas portas, eu adentrei num escritório iluminado e elegante, com uma bonita vista para os jardins.

E eu fiquei lá, me perguntando o que é que queriam falar comigo. Será que descobriram a garota penetra e ela me colocara em confusão?

Mas quando a porta dupla se abriu, meu queixo quase caiu quando eu me vi frente a frente com Isabella King.

Nos primeiro segundos, enquanto ela fechava a porta atrás de si e encostava nela, eu me perguntara se estava em algum sonho maluco, ou alucinação talvez, causada pelo meu excesso de obsessão pela garota, mas seu perfume chegou até mim. Um aroma floral, de lavanda... Ou frésia.

Era deliciosamente intoxicante. Me dava vontade de me aproximar e cheirá-lo em seu pescoço branco.

Por um momento, nenhum de nós falou nada, o silêncio perpetuando por segundos intermináveis, que aumentavam meu atordoamento e curiosidade.

–Deve estar se perguntando por que te chamei aqui. – ela disse por fim, ainda encostada na porta.

Eu sorri e cocei o cabelo.

–Não acho que seja pra pedir mais um cigarro.

Ela sorri também.

Linda demais.

Enquanto ela estava na festa eu nunca me aproximara demais, mas agora, ela estava a menos de dois metros de distância e, perto assim, sua beleza era impressionante pra mim.

–Não é, certamente. – respondeu, desencostando da porta e dando um passo à frente.

Eu me senti nervoso. Mil coisas passando pela minha cabeça naquele momento de suspense.

O que Isabella King queria comigo?

Minha mente só tinha uma resposta, se tomar como exemplo minhas experiências anteriores, mas eu ainda não conseguia acreditar. Não fazia o menor sentido...

–Eu tenho uma proposta a lhe fazer, Edward Masen.

Duas coisas me surpreenderam.

Ela sabia meu nome.

Ela ia mesmo me fazer uma proposta.

Puta Merda.

Isabella King, a garota linda e inalcançável que eu irremediavelmente estava atraído, estava na minha frente querendo me fazer uma proposta indecorosa. Daquelas que envolvem sexo e dinheiro.

Ok, pensar em nós dois fazendo sexo, elevou o fluxo de sangue correndo por minhas veias por um momento. E este fluxo vai para um lugar muito bem definido abaixo da minha cintura, fazendo meu cérebro ter apenas um pensamento fixo, que envolvia imagens de Isabella King nua e gemendo embaixo de mim.

Mas esta imagem foi substituída por outra não tão agradável, de Isabella jogando o dinheiro King em cima de mim e indo embora.

E, naquele momento, eu me dei conta de que eu queria sim aquela garota, mas eu não a queria sob aqueles termos.

Eu decidi que não valeria a pena. Não daquele jeito.

Na verdade, eu me sentia até meio decepcionado por ela, no fim, ser igual às outras.

Ela me via apenas como um cara que seria útil só para fodê-la por algumas horas e depois ser descartado com um punhado de dólares e um adeus, para que ela voltasse para caras engomadinhos como o tal Demetri ou Félix.

De repente, eu queria ir embora e esquecer que Isabella King existia.

–Eu não estou disponível para nenhum tipo de proposta, senhorita King. – respondi friamente.

Ela franziu o olhar, parecendo confusa e levemente irritada.

–Você acha que eu queria fazer sexo com você, não é?

Eu levantei a sobrancelha ironicamente.

–Ouvi dizer que você faz muito isto por dinheiro.

Eu senti vontade de vomitar.

–Isto também me dá o direito de dizer não.

–Você nem sabe o que eu vou lhe propor...

–Acha que está óbvio.

–Não quero fazer sexo com você.

Não?

Eu me senti aturdido.

–Então por que estou aqui?

–Porque eu quero te contratar para fazer um serviço pra mim.

–Que tipo de serviço? – eu me sentia cada vez mais confuso.

Ela mordeu os lábios, parecendo meio hesitante, mas prosseguiu.

–Preciso que finja ser meu namorado.

O quê? Do que diabos aquela garota estava falando?

–Acho que não entendi...

–Eu quero te contratar por tempo indefinido, para fingir ser meu namorado.

Ok, eu realmente não estava louco. Isabella King talvez estivesse, por me propor aquela farsa bizarra.

–Deixa ver se eu entendi. Você quer que eu finja ser seu namorado?

–Sim, isto mesmo.

–E como seria isto? – eu decidi dar corda para ver até onde ela iria com aquela loucura.

–Você teria que frequentar a minha casa, ir comigo a eventos sociais, estas coisas. – ela dá de ombros. – Não seria difícil. E eu te pagaria muito bem, não se preocupe.

–Por quê?

–Isto é problema meu. – ela respondeu seriamente. – Apenas tem que concordar com meus termos e será pago.

–E isto seria até quando?

–Até quando for preciso.

–Tem noção que isto é absurdo, não é? Por que uma garota como você, precisa contratar um namorado? Hoje mesmo, na festa, eu vi pelo menos dois caras se digladiando por você.

–Como eu disse, isto não é da sua conta. Eu apenas quero te contratar para um serviço. Não deveria ser difícil para alguém como você, que ganha para fazer sexo com mulheres!

Eu me senti irritado com o seu desdém.

–Isto é problema meu. – eu parafraseei sua resposta.

–Ótimo! Você tem os seus motivos e eu tenho os meus. Apenas me diz quanto você quer. Deve ter um preço.

Naquele momento, eu cheguei bem perto de odiar Isabella King e sua arrogância, que achava que com dinheiro poderia comprar tudo.

–Não.

–O quê? – ela pareceu surpresa com minha negativa.

–Eu estou dizendo não à sua proposta absurda.

–Por que está dizendo não? Se eu entrasse aqui e lhe propusesse que fizéssemos sexo seria mais fácil? É este o problema?

Por um instante louco eu quis dizer que, sim, era este o problema. Que eu queria sim, muito transar com ela. De todas as formas e muitas vezes e não ficar ao seu lado em tediosos eventos sociais, apenas fingindo, sem poder pôr minhas mãos nela como eu desejava.

E me perguntei o que ela diria se eu dissesse que eu não estava disponível apenas para fingir.

Eu nunca saberia a reposta, porque eu apenas lhe lancei um olhar de indiferença ao dar fim àquela bizarra conversa.

–Como eu disse quando entrei aqui, não estou disponível, senhorita. Para nenhuma de suas propostas, com licença.

Eu devo dizer que realmente saí da mansão King achando que nunca mais a veria.

Então por que eu voltei?

Eu me fiz esta pergunta muitas vezes no período que durou nosso estranho relacionamento.

O que eu me lembro, é que naqueles dias em que se sucederam meu encontro com Isabella King, eu me sentia numa espécie de estado obsessivo.

O tempo inteiro eu me pegava pensando naquela garota. Por que alguém como ela, rica, jovem e bonita me faria uma proposta como aquela?

E por que a cada hora que passava, eu começava a me arrepender de ter dito não?

Por que eu me ofendia com sua proposta sendo que há alguns dias eu estava transando com Tanya e Carmem por dinheiro?

Mas mulheres como elas, queriam apenas uma noite. Algumas horas de sexo fácil e nada mais. Quer dizer, Tanya pedira mais e eu me recusara. E agora estava cogitando a proposta de Isabella.

Era um estranho impulso, um que eu não entendia claramente.

Isabella King era um enigma.

Eu estava deslumbrado. E intrigado.

Exatos três dias foi o que durou meu dilema. Três dias para eu sucumbir à minha obsessão e parar a moto que pegara emprestada de Jasper em frente aos grandes portões da Mansão King.

O segurança na porta me olhou de cima a baixo e eu me perguntei se eu devia indagar onde era a entrada de empregados.

–Em que posso ajudar?

–Eu vim a ver Isabella King.

Ele me lançou um olhar desconfiado de novo, mas começou a falar baixo no rádio preso à lapela. E depois de alguns minutos, o portão se abriu.

Eu caminhei pela alameda dos jardins bem cuidados, me lembrando momentaneamente da garota loira que caíra pulando o muro. Outro enigma, mas nem de longe tão sedutor quanto à garota que eu estava indo encontrar.

Uma empregada muito séria me recebeu à porta.

–A senhorita King está na piscina interna e pede que a encontre lá.

–Piscina?

–É, descendo as escadas, a terceira porta no corredor à direita.

–Obrigada. – eu segui pelo tal corredor, prestando atenção às obras de artes na parede. A casa mais parecia um museu, pensei, reconhecendo alguns artistas.

Eu desci pelas escadas e adentrei num insólito espaço à meia luz, com uma grande piscina no centro.

E das águas azuis, emergiu Isabella King.

Ela nadou em minha direção, com os olhos presos em mim e eu me perguntei se, como as sereias, ela tinha me lançado algum encanto.

–Você voltou. – ela parou numa parte mais rasa, onde eu podia ver que ela usava uma camiseta preta de alguma banda de rock.

Aquela era a garota descalça que me pedira cigarro e não a garota rica vestida em ouro.

Quem era a verdadeira Isabella King?

–Por que eu? – perguntei.

Ela dá de ombros.

–Os caras só estão interessados no meu dinheiro.

Eu levantei a sobrancelha ironicamente. Não foi isto que ela me ofereceu?

–Pelo menos você não mente. – ela entendeu o meu olhar. - Nós sabemos o que estamos fazendo aqui.

–E o que estamos fazendo aqui?

–Você voltou para dizer sim?

Voltei?

–Sim. – respondi.

–Então temos um acordo, Edward Masen?

–Apenas esperando suas ordens, senhorita King.

Ela sorriu.

Ela era linda.

Ela dá um passo atrás, mergulhando de novo em águas profundas.

–Entra aqui...

Eu estava fodido.


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