Sexta-feira à noite chegou e Pedro ainda não tinha comprado um presente para Karina, na verdade ele até tinha comprado ingressos para eles do show que teria no Rio do Imagine Dragons, mas ainda não estava satisfeito, queria presenteá-la com algo que fosse mais pessoal. Mas o quê?

Resolveu pedir ajuda para a irmã:

–Maninha preciso da sua ajuda!

–Já sei, é sobre o presente da Karina né?

–Uau, como você sabe?

–Na verdade estava torcendo para ser, assim você me leva no shopping para comprar o meu! A mãe me deu dinheiro, mas está ocupada.

–Então, eu comprei um ingresso pro show do Imagine Dragons, mas queria dar algo mais a cara dela, sabe?

–É fácil, quando pensa no jeito dela, o que te lembra?

–Ahn...que ela sempre me bate?

–Ai Pedro, fala sério!

–Ela é a maior Esquentadinha, sei lá, algo relacionado com a luta?

–É uma ideia, porque não vamos até o shopping e procuramos algo naquela loja que fomos com ela? Ela gostou de um monte de coisas de lá.

–Será? Não é muito óbvio?

–Acho que a K. não ganha muitos presentes, qualquer coisa para ela vai ser novidade, vai por mim.

–Então vamos, vai se arrumar enquanto aviso a mamãe.

Já nas compras, Tomtom decidiu-se por uma pulseira prateada com algumas estrelinhas e um porta retrato com uma foto de Pedro, Karina e ela.

Pedro avistou uma luva para Muay Thai que a namorada queria levar quando eles foram até lá, mas tinha achado muito caro e desistiu. A luva era de um roxo um tom mais claro e com detalhes em preto, era muito bonita.

–Tomtom, o que acha dessa?

–Nossa Pê! É perfeita! Sério, você tem que levar.

–Ok, então será essa.

Já de volta em casa, Pedro colocou as luvas em uma caixa bonita, juntamente com os ingressos e um memory card que continha uma gravação com a música que tinha composto para a garota. Estava ansioso para o dia seguinte, queria ver a reação dela, será que ela gostaria?

Jantou e resolveu ir até a casa da namorada para combinar os detalhes do dia seguinte, pois não tinham conseguido se falar na escola.

Karina estava sozinha em casa, Bianca tinha saído com Duca e o pai foi tomar chopp com alguns amigos. A garota lavava a louça de seu jantar, quando a campainha tocou.

Ela não estava esperando ninguém. Ainda enxaguando as mãos ela olhou para baixo para checar sua vestimenta. Esse horário ela costumava estar de pijama, mas hoje usava um short jeans curtérrimo e uma blusa soltinha, a qual ela deu um nó no meio da barriga para não molhar a barra enquanto lavava a louça. Secou as mãos e foi atender a porta.

–Pedro?

–Oi Esquentadinha, eu... – o garoto perdeu a fala ao checar a forma como a namorada estava vestida.

–Você?

–Eu...é... - balançou a cabeça– vim te ver para combinarmos de amanhã.

–Entra, eu estou terminando de lavar a louça.

O garoto a seguiu para a cozinha, obviamente sem tirar o olhar de seus atributos.

–Que bundinha... – deixou escapar baixinho, mas a garota ouviu.

–O que você disse?

–Eu? Eu não disse nada.

Karina voltou a lavar a louça e Pedro sentou-se na mesa, a observando.

–Então, só vou poder sair contigo a tarde, porque meu pai quer jantar comigo aqui em casa, não teve conversa!

–Perfeito, então já sei aonde vamos.

–E posso saber aonde? ... Pedro? ... Pedro! – ao não receber resposta a garota estranhou e o pegou olhando para ela com cara de bobo, parecia perdido em pensamentos.

–Ah, desculpa. O que você falou mesmo?

–O que você tem hoje? Tá estranho...

–A culpa é sua com essa roupa!

–O que tem a minha roupa? – Karina questionou meio brava, não gostava que falassem da forma que ela se vestia.

–Deixa você...ahn...? – tentou receoso de ser indelicado e apanhar da namorada.

Agora Karina entendeu a cara de bobo que ele estava, riu e perguntou:

–Gostosa?

–Se eu disse que sim vou apanhar?

–Não seu bobo.

–Nesse caso, muito gostosa! Me desconcentra!

–Para de babar e vem me ajudar, moleque! – jogou um pano de prato nele.

–Sabia que você mexe o quadril quando está lavando a louça?

–Não mexo não!

–Ah mexe sim, tava mexendo até agora. E mexe o controle nas curvas do video-game que eu já vi também!

–Trabalha mais, fala menos!

Quando terminaram com a louça, Pedro a prendeu na pia.

–Acho que agora eu mereço um beijo.

–Cobrando favores, é isso?

–Não, cobrando carinho da minha namorada. –respondeu movendo seus lábios do pescoço da garota até seu ombro que a blusa deixava desnudo, beijando-o. Refez o caminho de volta, arrastando a pontinha de sua língua pelo pescoço dela e puxou levemente o lóbulo da orelha com os dentes.

–Pedro.

–Devo parar? – sussurrou em seu ouvido.

–Me beija. – pediu tentando alcançar sua boca, mas o garoto apenas roçou os lábios no dela olhando profundamente em seus olhos azuis.

–Sem pressa. – e voltou a beijar o pescoço, dirigindo-se para o ponto atrás da orelha, o que fez a garota suspirar e apertar os ombros dele.

Pedro direcionou sua boca para a dela novamente, acariciava a cintura desnuda da lutadora, apertando levemente algumas vezes. Perdido no azul de seus olhos, ele roçou seus lábios e sugou o lábio inferior prendendo-o em uma mordida, enfim rendeu-se ao beijo. Karina estava trêmula e ficou nas pontas dos pés para alcançá-lo melhor, ele a apertou, colando os corpos. O beijo era uma carícia lenta e as línguas não deixaram de se buscar nem por um segundo. O músico desceu uma mão da cintura da garota até sua bunda, deixando-a ali, até que foram interrompidos pelo barulho da porta sendo fechada. Se separaram rapidamente, checando quem tinha entrado.

–Ah Bianca, é só você.

–O pai não voltou ainda? Oi cunhadinho!

Pedro acenou para a garota com um sorriso sem graça, ambos estavam com a respiração descompassada, parte pelo susto, mas principalmente pelo beijo.

–Não.

–Mas ele pode chegar né? Juízo vocês dois! – e subiu as escadas.

–Que susto! – comentou Pedro.

–Você precisa parar de me beijar assim.

–Eu tento me controlar, mas você também não colabora. Esse carinho que você faz na minha nuca...

–É bom?

–Me deixa louco!

Ele tentou puxá-la para outro beijo, mas ela o afastou.

–Você ouviu a Bianca. Agora me conta, quais são os planos para amanhã?

–Seguinte, passo aqui bem cedinho, vamos tomar café da manhã juntos.

–Por que tão cedo?

–Já que não vou poder te levar para jantar, quero aproveitar cada minuto contigo.

–E onde vamos?

–Surpresa! Mas vista um biquíni por baixo.

–Detesto surpresa, sabia?

–Você vai gostar, prometo. Agora vou, antes que te agarro de novo.

Trocaram um selinho e o garoto foi embora para sua casa.

*****

No dia seguinte, Pedro passou para buscá-la no horário combinado. Marcelo deu uma carona para eles, pois por sorte faria uma entrega em um local próximo do destino deles.

Karina tinha acordado com ótimo humor, foi parabenizada pelo sogro e pelo namorado que prometeu entregar o presente na volta, deixando-o no quarto dela.

–Chegamos.

Despediram-se de Marcelo e Pedro a foi guiando rumo ao Hotel Praia Ipanema. A garota não entendeu, mas ao invés de reclamar resolveu esperar para ver o que o namorado tinha em mente.

Subiram até a cobertura do hotel, até o Espaço7sero6.

Pedro informou que tinha uma reserva e foram guiados até uma mesa muito charmosa. Karina ficou sem palavras com a vista, dava para ver toda a praia, era de tirar o fôlego.

(Quem quiser ver o local- clique aqui.)

Flores roxas estavam dispostas em duas taças, dando um toque charmoso na mesa.

O local era aconchegante e ao mesmo tempo discreto, a garota ficou apaixonada. Sem falar no café da manhã que foi excelente. Enquanto se deliciavam, com direito a frutinha na boca dada pelo namorado, foram conversando sobre amenidades. A garota contava sobre algumas viagens que fez e Pedro ouvia com atenção, era raro ela discorrer sobre algo tão empolgada e ele ficou admirado em como gostava de ouvir suas histórias.

–Linda, você gostou?

–Aqui é maravilhoso Pedro! Valeu por me oferecer essa vista logo cedo. Melhor impossível. Vamos à praia?

–Se você quiser. Hoje é seu dia!

Depois de encerrar o café, foram até a praia. Ficaram um tempo caminhando na beira do mar, com as ondas tocando seus pés.

Sentaram-se na areia, K. apoiada no peito do namorado, abraçadinhos e observando o balanço das ondas. Depois de alguns minutos assim, Pedro começou a cantar:

"Tão natural quanto a luz do dia
Mas que preguiça boa,
Me deixa aqui à toa,
Hoje ninguém vai estragar meu dia,
Só vou gastar energia pra beijar sua boca..."

Karina continuou a música, junto dele.

Passaram a tarde brincando no mar, namorando e admirando o mar, até que Pedro olhou no celular e viu que já era hora de voltar. Ela ainda teria que tomar banho antes deles irem para a festa, que pelo visto ela nem desconfiava. A festa iniciaria às 16h.

Voltaram de táxi para a casa dela, não tinha ninguém, Karina pensou que a irmã e o pai tinham ido ao mercado - como dizia o bilhete deixado na geladeira.

–K a Tomtom pediu para eu te levar no restaurante ainda, ela quer te entregar o presente dela.

–Que gracinha, ela não precisava ter comprado nada. E isso me lembra que tem um me esperando lá em cima. - comentou abrindo um sorriso enorme e arregalando os olhos. Subiu as escadas correndo e o garoto a seguiu.

–Posso abrir agora?

–Deve.

Karina abriu a caixa e ficou admirada com o que viu. Não contente com o dia maravilhoso que tiveram, ele ainda caprichou no presente.

–Pedro!

–Não gostou?– se preocupou, pois a garota estava séria.

–Você é completamente doido! Não precisava de tudo isso!

–Queria te deixar feliz.

–Eu já estava feliz antes, agora então! Meu Deus, eu queria tanto essa luva! Não acredito que você prestou atenção...IMAGINE DRAGONS? Eu ADORO eles!

–Pensei que você gostaria mesmo. – sorriu com a empolgação da namorada.

–O que tem aqui? – perguntou pegando o cartão de memória.

–Algo que você tinha me pedido faz algum tempo.

Karina o inseriu no notebook e a música iniciou, deixando-a com os olhos marejados. A lutadora pulou em cima dele, roubando um beijo demorado.

–Vou tomar um banho, você me espera?

–Claro. Na verdade, será que seu pai se incomodaria se eu tomasse banho aqui também? Tenho roupa limpa na mochila.

–Acho que não. Toma no banheiro do corredor.

Entregou uma toalha para ele e foram cada um para um banheiro. Quando Karina retornou ao quarto, Pedro já estava sentado em sua cama, a sua espera. A loira vestia uma calça eans preta justinha e uma regata de cetim azul, o que chamava mais a atenção para seus olhos, que estavam delineados de preto. No pé, uma sapatilha preta.

O namorado assobiou. - Que gata!

Ela agradeceu, corando um pouco. Podia passar o tempo que fosse, ela não se acostumava a ser elogiada.

–Esquentadinha, passa um pouco de hidratante nas minhas costas? Estou ardendo.– pediu fazendo bico.

–Quando falei para passar protetor me ignorou, agora olha aí! Deixa eu ver.

Pegou o pós sol enquanto o garoto retirava a camiseta cinza. Ajoelhou-se atrás dele na cama e começou a espalhar o pós sol delicadamente. Pedro tinha uma pele macia e até que Karina estava gostando do trabalho. Decidiu provocá-lo e passou a depositar beijos em sua nuca e orelha. O garoto a puxou para a frente dele, colocando-a em seu colo e iniciaram um beijo quente, quando o celular dele vibrou.

–Droga. Deve ser a Tomtom apressando a gente.

–Então vamos, deixa só eu arrumar meu cabelo que o sr. bagunçou todo!

Pedro respondeu a mensagem de Tomtom avisando que já estavam indo e quando Karina entrou pela porta do restaurante, todos gritaram surpresa. Ela levou o maior susto, mas por fim acabou gostando da surpresa. Foi parabenizada pelos amigos, estavam todos da academia e da Ribalta somente Sol e Wallace e Mari e Jeff.

Tomtom entregou o presente para K. que adorou e já colocou a pulseira na hora.

–Seu Gael! Me enganou direitinho hein, não me deixando sair com o Pedro mais tarde!

–Está feliz filha?

–Estou pai, muito obrigada!

Eles curtiram mais um pouco da festa, comeram, beberam, dançaram. O primeiro pedaço do bolo K. deu para Beth, pelo carinho que ela sempre teve com ela. Logo tiveram que encerrar a festinha, pois precisavam desfazer tudo para abrir o restaurante. Pedro ficou ajudando e Karina foi para casa com o Pai e a irmã, sorrindo de orelha a orelha. Acabou dormindo cedo, pois estava cansada.