Dolorosa realidade. escrita por Lola Snutt


Capítulo 1
Mas, era apenas um fetiche meu...


Notas iniciais do capítulo

Neste capitulo há conteúdo sexual.
Vários acontecimento me levaram a escrever sobre este assunto: Vídeo ou foto que vazou na internet e os cyberbullyng
O que me levou a escrever sobre este assunto é um vídeo que vi no facebook e me revoltou muito.



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Meu nome é Lana, eu sempre tive o fetiche de fazer sexo com dois caras, e tive a oportunidade de ter isso dia desses. Eu estava muito feliz, pois era uma coisa que eu sempre quis. Estes eram meus amigos da faculdade, Lucas e Fabio. Nos conhecíamos há dois anos, somos amigos bem próximos até, tenho a Marina, que é aquela amiga fiel. que eu posso contar tudo. Era sempre esse quarteto... andávamos sempre juntos, obviamente a gente conversava sobre sexo, nada de mais, e assim, um dia eu confessei que tinha fetiche de fazer sexo com dois homens ao mesmo tempo. Brincando o Lucas e o Fábio se ofereceram para ser meus parceiros. Esta conversa ocorreu há um ano atras, e ao decorrer este ano esse assunto ia e vinha, até que um dia eu falei "vamos" e eles também... Mas este "vamos" foi de verdade. Então marcamos de ir na casa de Lucas e chegando lá os dois rapazes já estavam. Assimcaricias começaram, Lucas falou que tinha fetiche em gravar uma transa, mas que depois apagaria. Como ele estava realizando o meu fetiche, não vi porque não realizar o dele. Assim ele gravou todo o ato sexual, confesso que neste dia me diverti bastante, senti tudo o que imaginava que ia sentir. Na horas quentes ele me chamavam de: putinha, vadia, bocetuda, etc... Mas era comum, quando se faz sexo e sexo selvagem do jeito que fizemos é super natural dar adjetivos um pouco pejorativos, mas que aumentam o tesão na hora.

Depois de uma semana, as coisas na faculdade estavam ficando estranhas. As pessoas olhavam para mim e riam, outros falavam "e ai vadia". "e ai, gostou de uma DP (se referindo a Dupla Penetração)" eu sem entender fui ver o que estava acontecendo. Falei com a minha melhor amiga e ela me mostrou o vídeo onde eu fazia sexo com Lucas e Fábio. Na hora o ar me faltou, tudo ficou confuso. Eu não acreditava no que estava acontecendo. O meu sonho estava se transformando em um pesadelo.

Eles chegaram na hora e me cumprimentaram como se nada estivesse acontecendo. Eu fiquei incrédula, não sabia se chorava ou se espancava os dois. Eu simplesmente sai de lá e fui em direção à saída da faculdade, ouvindo aquele monte de xingamentos e ofensas. Era humilhante e eu não sabia o que fazer... Meus pais, o que irão falar? Eles não entenderiam, é complicado para eles. Cheguei em casa e minha mãe me perguntou o porque de eu estar em casa no horário da faculdade. Falei qualquer desculpa e corri para o meu quarto, onde me tranquei e apenas chorei, chorei por horas. Minha mãe tentou falar comigo, me dar comida, mas eu não parava de pensar na humilhação que eu tinha sofrido, não queria sair de casa, nunca mais. As pessoas que julguei ser meus amigos, porque fizeram isso comigo?

Por que as pessoas julgam eles os "fodões" e eu a vadia da história? Por que não posso ter meus fetiches realizados sem ter que ser linchada e tachada de puta nas ruas? Por que essa sociedade tão machista?

Marina veio aqui em casa e foi a única que deixei entrar no quarto, ela me deu apoio, me disse tudo o que eu já sabia, mas mesmo assim foi bom ouvir isso da boca de outra pessoa.

O meu celular não parava de tocar, meu whatsaap ficou carregado de mensagens ofensivas como: " e ai sua vadia, gostou de dar a boceta e o cú para dois caras?" "e ai quer mamar na minha piroca também", "vem aqui piranha e cavalga bem gostoso como você fez no vídeo" e por ai foi...

Isso me deixou tão revoltada, pois sexo é algo tão natural, tão bonito e tão gostos. Mas por que raios há tantos julgamentos?

Emagreci sete quilos, estava esquelética, pois não comia nada por uma semana. O meu quarto era uma suíte, então não precisei sair dele para absolutamente nada. Depois dessa semana em que pensei em me matar, saí do quarto de cabeça erguida. Pois cheguei a conclusão de que eu era uma mulher corajosa, que era franca com meu próprio corpo, com os meus desejos. Meus pais falaram um monte, que eu era mulher da vida, que era uma puta, que não queriam uma vagabunda dentro de casa. Isso me machucou muito. Mas eu não reprimo quem eu sou.Sai da casa de meus pais e fui morar com a Marina, mas os pais delas me barraram, falando que não queria uma vadia andando com e filha deles. Eu fiquei sem chão, não sabia o que fazer, eu não tinha rumo. Foi a minha madrinha que me cedeu um quarto de sua casa, onde estou agora.

Fui para a faculdade pela primeira vez depois do acontecido e fui recebida com vaias novamente, não tanta quanto da vez em que fiquei sabendo do vídeo. Aquilo medesestabilizou novamente, mas mantive a cabeça erguida e seguia até a sala, onde sabia que encontraria Marco e Felipe. Olhei para ambos e eles segurando o riso. A minha vontade na hora era meter a mão na cara de cada um deles, mas respirei fundo e contei até dez.

- Olha Lucas, você é péssimo na cama, e todos sabem que é um idiota, você estava realizando o meu fetiche e achei nada mais justo do que realizar o seu, e ai você vai lá e espalha isso. Muito obrigada, de verdade. Meus pais me expulsaram de casa, os pais da minha melhor amiga a proibiu de me ver, mas continua me vendo, pois ela é amiga de verdade. Estou morando na casa da minha madrinha, que graças a Deus me acolheu de braços abertos. Minha vida virou um inferno graças a você, mas sabe o que eu descobri esses dias que fiquei chorando em meu quarto? Que você é um covarde e que sofreu abuso sexual quando era mais novo. Você era zoado quando tinha dezoito anos por ter o tamanho de seu pênis muito pequeno, por isso fez cirurgias para aumentar e ficou razoavelmente bom... Mas não ficou lá aquelas maravilhas, não é mesmo - Ao falar isso ouço uma multidão rindo, que estava olhando para o monologo. Me aproveito da situação - Meu intuito não é te fazer ficar envergonhado e nem fazer o mesmo que você fez comigo. Mas mostrar que você não é tudo o que diz e que precisa fazer coisas deste porte para se sentir um pouco melhor. Você é miserável, e isso eu lamento muito, e eu tenho muita pena de você. E você, segundo imbecil, você precisa aprender a controlar o "amiguinho" porque três minutos é um pouco pouco para mim. - Todos os imbecis que no outro dia me vaiaram me aplaudiram hoje. Virei para a multidão e gritei - SEUS FILHOS DA PUTA, ESTÃO APLAUDINDO O QUE? APLAUDE QUEM ESTÁ POR CIMA? VÃO SE FODER, E PAREM DE CUIDAR DA VIDA DOS OUTROS, IDIOTAS! - me sentei na minha carteira com o intuito de assistir a aula, mas a multidão que ficava na minha cola e corriam para falar comigo era insuportável. Várias meninas falaram que eu era corajosa, que eu fazia o que queria e isso era incrível. Eu fiquei feliz é claro, mas ser o assunto do momento era horrível. Os meninos que me chamaram de vadia e até mesmo as meninas ainda faziam brincadeirinhas, mas fazer o que? Este mundo é idiota e não há muito o que fazer, mas eu comecei com uma ONG onde apoia as pessoas que sofrem qualquer tipo de bulling, seja na escola, seja na internet.


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Notas finais do capítulo

Gente causar quer discutir sobre isso comigo? Por favor mande uma mensagem, que eu terei o prazer de falar sobre isso contigo por horas. Eu odeio essa ideia de que o homem que come muitas é foda e as mulheres que de vez enquanto se dão o luxo de fazer coisa diferentes se tornam puta ao olhar da sociedade! FODA-SE sociedade!!! POR UM MUNDO ONDE NÃO EXISTA ESSE MACHISMO NOJENTO



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